sábado, 25 de abril de 2009

Erradicação da malária está mais próxima, dizem especialistas

Doença infecta cerca de 500 milhões de pessoas por ano e mata quase um milhão em todo o mundo

GENEBRA - Novas iniciativas e um maior financiamento para combater a malária tornaram mais próxima a meta de erradicação da doença letal, afirmaram especialistas nesta sexta-feira, 24. Acabar com a malária no mundo poderia levar décadas, mas muitos países onde ela é endêmica estão prestes a eliminar a doença, que infecta cerca de 500 milhões de pessoas por ano e mata quase um milhão em todo o mundo, segundo os especialistas.
"A previsão de conseguir a erradicação em uma série de países está certamente próxima", disse Rifat Atun, diretor de estratégias do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, uma instituição de financiamento internacional. A maioria das vítimas da malária é formada por crianças abaixo de 5 anos e por grávidas. Aproximadamente 90 por cento das mortes ocorrem na África, onde a malária é a causa de uma em cada cinco mortes infantis. A meta de erradicação da malária - doença causada por um parasita transmitido pela picada de um mosquito - deverá ser alcançada até 2050 ou 2060, disse Richard Feachem, presidente do Grupo de Eliminação da Malária.
Atualmente ela é endêmica em apenas cerca de metade dos países do mundo, após ter sido eliminada em locais como o Canadá e a Finlândia desde 1945, afirmou ele em uma entrevista coletiva, para o lançamento de dois relatórios do grupo dirigidos a especialistas em saúde pública e responsáveis por políticas de saúde.
México, África do Sul e ChinaUm dos relatórios concentra-se na erradicação da malária em países como México, África do Sul e China, às margens de áreas tropicais onde a doença é endêmica.
Feachem afirmou que a estratégia inclui o controle agressivo nas áreas centrais a fim de reduzir o número de infecções e mortes, a eliminação a partir das fronteiras país a país, e pesquisa em drogas, vacinas e inseticidas. Ele afirmou que os países poderiam aprender com as regras rigorosas impostas em Cingapura. A cidade-Estado tropical considera ilegal que construtoras permitam que as obras em andamento tenham mosquitos transmissores da malária e torna os indivíduos responsáveis por evitar água parada em suas residências.
"Num país onde o ambiente legislativo e político permite, a legislação pode exercer um papel importante, exigindo que os proprietários façam determinadas coisas", disse ele. O combate à malária assume formas diversas -- a dedetização de focos e residências para acabar com os mosquitos, o uso de medicamentos para tratar pessoas infectadas e o desenvolvimento de uma vacina para evitar a infecção.
Tais tratamentos são levados à população dos países mais pobres do mundo por organizações internacionais e grupos privados como a Fundação Bill e Melinda Gates, comprando medicamentos da indústria farmacêutica a preços especiais. Alguns métodos, no entanto, são polêmicos. O pesticida DDT salvou milhões de vidas contra a malária, mas a preocupação de que o uso intenso na agricultura possa espalhar o câncer levou à sua proibição em muitos países.
Tratamentos novos como um medicamento desenvolvido pela farmacêutica suíça Novartis, usando artemisinina, substância derivada de uma erva utilizada na medicina tradicional chinesa, estão reduzindo o número de mortes e infecções, disse Chris Hentschel, do Medicines for Malaria Venture. O tratamento, administrado em 57 milhões de pessoas no ano passado, salvou 500 mil vidas no último ano. Cerca de 50 novos projetos de medicamentos estão aguardando aprovação, disse Hentschel.
A GlaxoSmithKline está prestes a iniciar ensaios clínicos de uma vacina em um teste envolvendo 16 mil crianças em sete países da África. A vacina pode chegar ao mercado em três anos, de acordo com a segunda maior fabricante de remédios do mundo.

Jonathan Lynn - Reuters


ONU acusa guerrilha de usar crianças de 12 anos em conflito no Sri Lanka


Nova Délhi, 25 abr (EFE).- A ONU acusou hoje a guerrilha tâmil de recrutar à força crianças "até de 12 anos" para combater a ofensiva final do Exército cingalês no nordeste do Sri Lanka.
"Temos informações de que a guerrilha está recrutando crianças de 12 anos. Sabemos disso porque recrutaram a filha de 16 anos de um de nossos trabalhadores, que depois conseguiu escapar", disse por telefone à Agência Efe o porta-voz das Nações Unidas no país, Gordon Weiss.
Segundo o funcionário, os Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE) chegaram a obrigar crianças de 12 anos a pegar em armas e a se posicionar na linha da frente do conflito travado na faixa litorânea de 10 quilômetros quadrados que o grupo controla no nordeste do país.
Algumas famílias, disse Weiss, tentaram resistir aos recrutamentos da guerrilha, que está cercada pelo Exército cingalês. Porém, foram agredidas ou baleadas por se recusarem a entregar as crianças.
Segundo os analistas, os guerrilheiros dispõem de algumas centenas de homens para enfrentar o Exército do Sri Lanka, que cercou os LTTE após uma bem-sucedida ofensiva nos últimos 18 meses.
Em conversa com jornalistas, um militar cingalês disse hoje que a situação na faixa litorânea é tão ruim que as mães escondem seus filhos em buracos cavados no chão e cobrem estes para que os rebeldes não os achem.
A guerrilha, por sua vez, acusou hoje o Governo do Sri Lanka de genocídio e de crimes de guerra, por bloquear a distribuição de alimentos e remédios aos civis encurralados, situação que colocou milhares de pessoas à beira da inanição.
Nos últimos dias, aumentaram a preocupação internacional com a situação das vítimas do conflito, que já dura mais de 25 anos, e a pressão diplomática para que ambas as partes ponham fim aos combates.
Além disso, hoje está prevista a chegada ao Sri Lanka do subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, John Holmes, que estudará a situação dos civis no país.
Segundo a ONU, quase 6.500 civis morreram este ano vítimas dos combates no nordeste do Sri Lanka. EFE

Dr. Roger Abdelmassih julga ser Deus!


"Deus está no Céu e eu sou Deus na terra. Comigo ninguém pode!"

Esta afirmação foi ouvida por uma das ex-funcionárias do médico Roger Abdelmassih, 65,especialista em fertilização in vitro, acusado de abuso sexual, por mais de 30 de suas pacientes.
Devido ao grande número de comentários que temos recebido, perguntando acerca do andamento do processo, sentimo-nos na obrigação de vir dar uma explicação. Não desistimos de acompanhar o escândalo e de apoiar as vítimas; desejamos tanto quanto elas, que os fatos sejam apurados e que o médico seja punido. Na verdade, não entendemos como depois de tantas denúncias, ele ainda não teve seu registro suspenso, mas,no país da impunidade, tudo é possível...
A verdade é que a mídia continua silenciosa, preferindo omitir-se diante de tão grave denúncia. O especialista ganhou notoriedade no país na década de 90. Foram seus clientes ilustres que o elevaram também à posição de celebridade na área. Entre eles, estão o ex-jogador Pelé, o apresentador do SBT Gugu Liberato, o ex-presidente "Fernando Collor", o humorista Carlos Manoel da Nóbrega, Tom Cavalcante entre outros famosos.
A jornalista Lilian Cristofoletti que divulgou a primeira matéria sobre o caso, desapareceu, misteriosamente....Depois de ter revelado o assédio é muito estranho que ela não tenha acompanhado a matéria.
No início das acusações, alguns vieram à público defendê-lo.Para a atriz Luíza Tomé, as mulheres que fizeram as acusações podem ter "confundido" o carinho do médico com assédio sexual."Ele é afetivo. Vai ver que elas não entenderam direito. Será que não é delírio dessas mulheres, até um desejo oculto?"
O ator Raul Gazolla e sua ex-mulher, Marilsa, também fizeram tratamento com Abdelmassih. Após duas tentativas frustradas, a gravidez aconteceu naturalmente, sem tratamento de fertilização."Só tenho coisas boas para dizer a respeito dele. Sempre foi extremamente profissional. Eu digo tranquilamente que ele é avô ou o segundo pai da Ane (filha dele, de seis anos)", declara Gazolla.
Agora o silêncio é total e vergonhoso. Diante dos depoimentos dessas mulheres corjosas que trouxeram à tona o comportamento vil e abjeto do médico, a mídia prefere omitir-se, claro, devido aos relacionamentos que o médico mantém com as celebridades.
Enquanto as vítimas relatam detalhes atormentados de suas experiências, Roger Abdelmassih aparece em eventos sociais, faz ligações para amigos ,convidando-os para festas e ri de nossa justiça, julgando-se com certeza o "Deus" todo -poderoso que ninguém vence.
Leia alguns trechos dos depoimentos das vítimas para entender nossa indignação:

"Ele estava sentado no pé de minha maca e usava um aparelho que abre o colo do útero por dentro da vagina. Minhas pernas estavam cobertas por camisola. De repente, senti que ele estava passando as mãos nas minhas coxas. De dentro para fora. Deu uma alisada mesmo, com as duas mãos."

"Encaminhada para uma sala de recuperação, acordei com o dr. Roger apalpando os meus seios. Meio sonolenta, pensei: 'Acho que estou sonhando, não é real, é coisa da minha cabeça."

"Acordando da sedação, ainda grogue, vi que eu estava com o pênis dele na mão."

"Ele pegou minha mão e tentou me beijar na boca, dizendo coisas que eu nem lembro mais."

"Disse que era louco por mim, lambia a minha cara inteira. Eu gritava, mas ele tapava a minha boca. Ficou tentando me beijar, passava a mão por todo o meu corpo. Ele jogou o corpo para cima de mim. Eu dava socos, empurrões, gritava."
A jornalista Lilian Cristofoletti que divulgou a primeira matéria sobre o caso, desapareceu, misteriosamente....Depois de ter revelado o assédio é muito estranho que ela não tenha acompanhado a matéria.

"Isso é um nojo!" disse Roger Abdelmassih em uma de suas poucas aparições.......
Concordamos.

Por Carmen

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cientistas brasileiros ajudam a sequenciar genoma bovino

BRASÍLIA - Depois de seis anos de trabalho, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em conjunto com um consórcio internacional, conseguiu revelar a sequência do genoma bovino, informa a Agência Brasil. O estudo servirá para o melhoramento genético do gado e poderá interferir no aumento de produtividade e em características como maciez, coloração e quantidade de gordura da carne, na qualidade do leite e no aumento da resistência a doenças e parasitas, como o carrapato.
O estudo será publicado nesta sexta-feira na revista norte-americana Science, considerada a mais influente do mundo na área científica. O trabalho de sequenciamento, montagem, análise e anotação do genoma foi feito por mais de 300 cientistas de 25 países e custou US$ 54 milhões. O pesquisador Alexandre Caetano, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que liderou o trabalho dos cientistas brasileiros, disse que o trabalho se destaca por trazer novas ferramentas para a melhoria da qualidade do bovino.
- O que nós temos agora é uma nova ferramenta que nunca existiu antes e que nos permite realizar esse processo de avaliação e melhoramento de uma maneira mais rápida e eficiente e, eventualmente, abarcando questões que antes a gente não tinha como fazer, trazendo mais eficiência produtiva e melhor qualidade de produto, tanto de carne quanto de leite - afirmou durante a apresentação do estudo, nesta quinta-feira, na sede da Embrapa.
Segundo Caetano, a tecnologia desenvolvida na pesquisa já está disponível, mas para que seja efetivamente aplicada no campo, alguns fatores precisam ser desenvolvidos.
- Precisamos mais parceria com os atores da cadeia produtiva para aplicar esse trabalho - explicou.
O pesquisador disse que em outros países, como os Estados Unidos, principal financiador do estudo, a integração entre pesquisadores e produtores é mais antiga e os resultados acabam aparecendo em menos tempo. Apesar disso, ele acredita que essa relação pode ser desenvolvida e o produtor tem a ganhar, na medida em que um dos objetivos da pesquisa é realizar o processo de melhoramento genético de maneira mais rápida e mais barata.
O estudo, no Brasil, também contou com a colaboração de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e da Universidade Estadual de São Paulo.


fonte:http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2009/04/23/cientistas-brasileiros-ajudam-sequenciar-genoma-bovino-755405516.asp

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Toque de recolher reduziu furtos envolvendo menores de idade, diz juiz de Fernandópolis (SP)


O número de furtos envolvendo menores de idade caíram em Fernandópolis (a 553 km de São Paulo) após a adoção, em 2005, do toque de recolher que proíbe menores de idade de ficarem fora de casa após as 23h sem um responsável, de acordo com levantamento do juiz titular da Vara da Infância e Juventude do município.
Nesta semana, Ilha Solteira e Itapura, no noroeste do Estado, também adotaram a medida, somando-se a Fernandópolis, Meridiano, Macedônia e Pedranópolis. Em ambos os casos, a justificativa dos juízes é a mesma: afastar crianças e adolescentes dos perigos a que estão sujeitos nas ruas.
De acordo com o juiz Evandro Pelarin, de janeiro a maio de 2004 --período em que as restrições não estavam em vigor--, foram registrados 131 casos de furto com participação de menores de idade em sua vara. Em 2008, no mesmo período, foram registrados 11 casos. Já os casos de lesão corporal caíram de 61 para 19.
"O número de pequenos furtos e a reincidência dos menores caíram sensivelmente", disse o delegado-assistente Oreste Carosio Neto, da Delegacia Seccional de Fernandópolis.
De acordo com juiz, titular da Vara da Infância e Juventude de Fernandópolis e autor da decisão que abrange quatro cidades da região, a idéia da restrição surgiu de um "clamor da sociedade". Segundo ele, a primeira sentença sobre o assunto foi dada em resposta a um requerimento do Ministério Público (MP) da cidade, protocolado em 2005. Desde então, a validade das restrições foram prorrogadas e, há um ano, viraram uma portaria judicial permanente.
"O Ministério Público pediu e nós decidimos cobrar uma fiscalização mais rígida por parte das polícias Militar e Civil", afirmou Pelarin, garantindo que sua decisão se baseia totalmente no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
"Eu, como juiz, tenho uma interpretação do ECA e também tenho o dever de fazer com que as leis sejam cumpridas", disse. Segundo o juiz, a decisão tem sido bem aceita pela população de Fernandópolis e da região.
Manoel Franco de Souza, membro do Conselho Tutelar do município, também confirma as reduções. Ele diz que desde o início das restrições, também vem caindo o número de menores recolhidos por estarem na rua desacompanhados, fora do horário permitido pela Justiça.

Juíza capixaba diz que toque de recolher em cidade paulista é inconstitucional

Sem divulgar números absolutos, o Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo (Iases) informou à Rádio CBN Vitória nesta quinta-feira (23) que 30% dos adolescentes e jovens atendidos nos três primeiros meses deste ano foram flagrados praticando roubos, que pode incluir, por exemplo, assalto a mão armada. Os dados mostram ainda que outros 22% se envolveram em furtos, 21% são acusados de envolvimento com tráfico e crimes ligados ao tráfico de drogas e 12% foram apontados como homicidas.
No interior de São Paulo, o enfrentamento a violência envolvendo adolescente e jovens foi o toque de recolher para adolescentes de 13 a 17 anos de idade na cidade de Ilha Solteira, localizada ao noroeste do Estado de São Paulo, é passível de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin). A afirmação é da juíza da 2ª Vara da Infância e Juventude do município de Serra, Janete Pantaleão. Ela e outro juiz capixaba descartam a possibilidade de baixar uma mesma norma judicial aqui no Espírito Santo.
O prefeito afirmou que até o momento a medida não foi alvo de ações por parte do Judiciário Paulista, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ou qualquer outro órgão ou instituição contrária ao toque de recolher. "Esperamos que isso nem venha acontecer. Porque as famílias daqui de Ilha Solteira estão aplaudindo de pé esta´medida, assim como o poder público em geral", afirmou.

Toque de recolher é inconstitucional

Contrária a decisão das autoridades em São Paulo, a juíza da Infância e Juventude do município de Serra, Janete Pantaleão, prefere projetos de conscientização da sociedade e das famílias. Ela classifica o toque de recolher como inconstitucional e diz ainda que a medida fere os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)."Fere porque vai suprimir do jovem o direito de ir e vir. O direito a isso deve ser concedido pelo pai, mãe ou autoridade responsável. A autoridade pública não teria o poder de definir isso. Mas é claro que também não somos favoráveis que os jovens permanecem em locais que o envolvam em situações ilícitas ou que coloquem em risco a vida deles", salientou.
Já o juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Vitória, Paulo Roberto Luppi, afirmou que um toque de recolher na Capital está totalmente fora de cogitação. O que deve ser incentivado é o domínio familiar, segundo o juiz. Para Luppi, a família que deve determinar o horário limite para a permanência do menor fora de casa. O principal objetivo do toque de recolher em Ilha Solteira é reduzir os índices menores em conflito com a lei, segundo as autoridades do município paulista. Em todo o ano passado mais de 250 ocorrências com a participação direta de adolescentes foram registradas na cidade.

Fonte: Agência Brasil
colaboração para a Folha Online

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A vida é nossa maior viagem... Não use drogas



Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração e batimentos cardíacos acelerados, seguido de depressão, delírio e "fissura" por novas doses. "Crack" refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.
Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. Assim como a cocaína, não causa dependência física, o corpo não sinaliza a carência da droga.
As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago, o "tuim", na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.
O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos.
Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o craqueiro. Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo, no qual a pedra é fumada.
O crack induz a abortos e nascimentos prematuros. Os bebês sobreviventes apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz. Demoram mais para falar, andar e ir ao banheiro sozinhos e têm imensa dificuldade de aprendizado.

O caminho da droga no organismo

Do cachimbo ao cérebro

1. O crack é queimado e sua fumaça aspirada passa pelos alvéolos pulmonares
2. Via alvéolos o crack cai na circulação e atinge o cérebro
3. No sistema nervoso central, a droga age diretamente sobre os neurônios. O crack bloqueia a recaptura do neurotransmissor dopamina, mantendo a substância química por mais tempo nos espaços sinápticos. Com isso as atividades motoras e sensoriais são superestimuladas. A droga aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca. Há risco de convulsão, infarto e derrame cerebral
4. O crack é distribuído pelo organismo por meio da circulação sanguínea
5. No fígado, ele é metabolizado
6. A droga é eliminada pela urina

Ação no sistema nervoso

Em uma pessoa normal, os impulsos nervosos são convertidos em neurotransmissores, como a dopamina (1), e liberados nos espaços sinápticos. Uma vez passada a informação, a substância é recapturada (2). Nos usuários de crack, esse mecanismo encontra-se alterado.
A droga (3) subverte o mecanismo natural de recaptação da substância nas fendas sinápticas. Bloqueado esse processo, ocorre uma concentração anormal de dopamina na fenda (4), superestimulando os receptores musculares - daí a sensação de euforia e poder provocada pela droga. A alegria, entretanto, dura pouco. Os receptores ajustam-se às necessidades do sistema nervoso. Ao perceber que existem demasiados receptores na sinapse, eles são reduzidos. Com isso as sinapses tornam-se lentas, comprometendo as atividades cerebrais e corporais
O crack nasceu nos guetos pobres das metrópoles, levando crianças de rua ao vício fácil e a morte rápida. Agora chega à classe média, aumentando seu rastro de destruição.

Crack é barato só na aparência, diz psicóloga

A psicóloga Sandra Helena de Souza, diretora técnica da Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul e especialista em saúde mental e lei, afirmou que "o crack é uma droga aparentemente barata, mas não é".
"Hoje, colocam crack no cigarro de maconha. Aparentemente, o crack é uma droga barata, mas não é. A pessoa vai se tornar dependente em quatro ou cinco doses e vai precisar, com o tempo, de várias doses por dia. A pedra custa, em média, R$ 5, e o usuário vai começar usando de duas a três vezes por dia e, em seguida, vai precisar de dez. Isso se torna rentável para o tráfico", disse Sandra.
Segundo a psicóloga, a droga entrou no Estado há 11 anos. Antes, conforme Sandra, os traficantes não tinham interesse que as pessoas fossem viciadas em crack porque a droga "destrói muito rápido".
Diretor técnico do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre (RS), o psiquiatra Gilberto Brofman cita um estudo feito em São Paulo que aponta que a mortalidade dos viciados em crack é de 30% em cinco anos. De acordo com o médico, as mortes são violentas (assassinatos), por aids ou por conseqüências direta da droga.
"É uma droga diferente das outras e muito mais severa. Não há outra droga que produza um declínio físico e mental maior para o paciente (do que o crack). As conseqüências físicas são muito severas, como infartos, acidente vascular cerebral (AVC), doenças hepáticas, dano cerebrais e pulmonar e hipertensão", disse Brofman.
Por Fabiana leal para Redação Terra

Denúncia anônima:0800-111718 não precisa se identificar e nem há qualquer serviço que possa identificar a ligação.
Também o fone 181 - Do Estado é para denúncia
obs: fornecer o máximo de informações: local, ponto de referência, nomes , apelidos, placas de autos, motos, horários, etc, tudo que julgar útil.

Fonte: Antidrogas : http://www.antidrogas.com/
Sites de informação: http://www.antidrogas.com.br/links.php

O que é leishmaniose






A leishmaniose é uma doença provocada por parasita encontrado nos trópicos, sub-trópicos e Europa meridional. Leishmaniose é causada por infecção pelos protozoários do gênero Leishmania, os quais se espalham através da picada de mosquitos flebotomíneos, também conhecidos como mosquito palha ou birigui. Há várias formas diferentes de leishmaniose, sendo que as mais comuns são a cutânea, que causa feridas na pele, e visceral, que afeta alguns órgãos internos como fígado, medula óssea e baço.

Sinais e sintomas da leishmaniose cutânea
Pessoas com leishmaniose cutânea têm uma ou mais feridas na pele. Essas feridas podem mudar de tamanho e aparência com o tempo. Elas podem terminar parecendo com um vulcão com uma cratera central (úlcera). Algumas feridas são cobertas por uma crosta. As feridas da leishmaniose cutânea podem ser doloridas ou não. Algumas pessoas têm glândulas inchadas perto das feridas.

Sinais e sintomas da leishmaniose visceral
Pessoas com leishmaniose visceral geralmente têm febre, perda de peso, inchaço no baço e fígado, e alguns testes de sangue anormais. Por exemplo, pacientes geralmente tem baixa contagem de sangue, incluindo diminuição das células vermelhas (anemia), das células brancas e das plaquetas.

Como as pessoas são infectadas com leishmaniose

A principal forma de transmissão da leishmaniose é a picada das fêmeas dos mosquitos flebotomíneos. Pessoas podem não perceber a presença desses mosquito porque:* Eles não fazem barulho ao voar.* São pequenos.* Suas picadas podem não ser notadas.Os mosquitos flebotomíneos geralmente são mais ativos ao entardecer e à noite. Embora esses mosquitos sejam menos ativos durante as horas mais quentes do dia, eles podem picar se forem perturbados. Algumas espécies do parasita Leishmania também podem ser transmitidas por transfusões de sangue ou agulhas contaminadas. Também já foi registrada transmissão congênita, da mãe grávida para o bebê.


Diagnóstico da leishmaniose

A pessoa com suspeita de leishmaniose deve procurar um médico para tratamento. As feridas na pele decorrentes da leishmaniose geralmente saram por si mesmas sem tratamento. Porém, isso pode levar meses ou até anos, e deixar cicatrizes feias. Outra preocupação é que alguns tipos de parasita se espalham da pele para o nariz e boca causando feridas nesses locais (leishmaniose mucosa). A leishmaniose mucosa pode aparecer até anos depois que as feridas originais na pele sararam. A melhor forma de prevenir a leishmaniose mucosa é tratar a infecção cutânea antes que ela se espalhe. Se não forem tratados, casos graves (avançados) de leishmaniose visceral podem causar morte.


Observação:A doença ataca também os cães , mas não são eles o chamado " grande vilão" e sim os mosquitos.
Existe tratamento também para os animais...não os sacrifiquem...tratem!


terça-feira, 21 de abril de 2009

Amamentar reduz risco de derrames e doenças cardíacas nas mães


Estudos indicam que amamentação traz benefícios para bebês e mães
Mulheres que amamentam seus filhos podem estar reduzindo seu próprio risco de sofrer doenças cardíacas ou derrames, indica uma pesquisa da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores americanos dizem ter verificado que mulheres que amamentam por mais de um ano estão 10% menos propensas a sofrer desses problemas de saúde do que aquelas que nunca amamentaram.
O estudo americano envolveu 140 mil mulheres já no período pós-menopausa. Em média, essas mulheres haviam amamentado seus bebês há mais de 35 anos.
Acredita-se que a redução do risco de sofrer de doenças cardiovasculares ocorre porque, ao amamentar, as mulheres diminuem os depósitos de gordura no corpo.
No entanto, os pesquisadores afirmam que o efeito é mais complexo e que a liberação de hormônios estimulada pela amamentação também tem um papel importante.
Segundo os pesquisadores, amamentar por mais de um ano pode ainda reduzir em cerca de 20% os riscos de as mães sofrerem de diabetes e colesterol alto, e em 12% o risco de pressão alta.
O estudo afirma que mesmo as mães que amamentam por pelo menos um mês já têm o risco de diabetes, colesterol e pressão alta reduzidos em relação àquelas que nunca amamentaram.
A pesquisa também verificou que amamentar reduz os riscos de a mulher sofrer de câncer de mama e ovário e de osteoporose.

Benefícios

Esse estudo, divulgado na publicação especializada Obstetrics and Gynaecology, vem se somar às crescentes evidências de que amamentar traz benefícios não somente para a saúde dos bebês, mas também das mães, dizem especialistas.
Para os bebês, a lista de benefícios é extensa, afirmam especialistas. O leite materno pode proteger contra obesidade, diabetes, asma e infecções no ouvido, estômago e peito.
"Há anos nós sabemos que amamentar é bom para a saúde dos bebês", disse a pesquisadora Eleanor Bimla Schwarz. "Agora sabemos que também é importante para a saúde das mães."
Segundo Schwarz, a amamentação é "uma parte importante da maneira como o corpo das mulheres se recupera da gravidez".
"Quando esse processo é interrompido, as mulheres ficam mais propensas a sofrer diversos problemas de saúde, como ataques cardíacos e derrames", disse a pesquisadora.
O Departamento de Saúde britânico recomenda amamentação por pelo menos seis meses.
Segundo a especialista em doenças cardíacas June Davison, da British Heart Foundation, a pesquisa revela uma associação entre amamentação e redução de riscos de problemas cardíacos, mas ainda são necessárias "mais pesquisas para compreender porque isso ocorre".

Fonte: BBCBrasil

Israel lembra Holocausto

Carros parados, passos diminuídos, flores e algumas lágrimas. Foi assim que Israel começou esta terça-feira, homenageando por dois minutos os seis milhões de judeus mortos pelos nazistas na II Guerra Mundial. A cerimônia para as vítimas do Holocausto teve início na noite de segunda-feira, poucas horas depois do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, tachar o país de 'racista' contra os palestinos.
Em pronunciamento para lembrar as vítimas, o vice-premiê de Israel, Silvan Shalom, comparou o regime iraniano com a Alemanha do ditador nazista Adolf Hitler. "O que o Irã trata de fazer atualmente é o que Hitler fez com o povo judeu há 65 anos", disse Shalom, respondendo as declarações do presidente iraniano feitas durante o primeiro dia da Conferência da ONU sobre o Racismo, em Genebra.
Em respeito à data oficial, bares, restaurantes e outros locais de diversão permaneceram fechados. Enquanto o Yad Vashem, memorial do Holocausto em Israel, abriu as portas para receber centenas de visitantes.

Alfabetização precoce divide especialistas

Em parte por pressão dos pais, escolas antecipam leitura e escrita

Aprender a ler e escrever já na primeira infância garantirá adultos mais capazes e bem-sucedidos? A alfabetização precoce, dúvida que tira o sono de muitos pais, ganha cada vez mais adeptos nas escolas infantis da capital. A tendência não agrada a boa parte dos especialistas, que dizem que criança tem de ser criança. Outros, porém, defendem a antecipação.
"Pesquisas mostram que as escolas infantis são para aprender diferentes tipos de linguagem. A escrita não deve ser prioridade", diz Maria Letícia Nascimento, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e do Fórum Paulista de Educação Infantil.
Segundo especialistas, a corrida para saber ler e escrever foi impulsionada com a recente aprovação da lei, que aumentou a duração do ensino fundamental de 8 para 9 anos, transformando o último ano da educação infantil (antiga pré-escola) no primeiro do fundamental. Para que seus alunos não chegassem a essa etapa despreparados, colégios particulares anteciparam o início da alfabetização para os 3 anos.
A motivação, em geral, vem da ansiedade dos pais. "Muitos acreditam que o filho tem de ser o melhor. Por isso esperam que tenham o conhecimento antecipado", observa Maria Letícia. Mas, segundo ela, não é colocando o filho em uma escola que ensina alemão no 1º ano de vida que os pais vão garantir que a criança seja um adulto melhor. "O importante é que nessas escolas ela viva bem a infância."
Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, diz que, como política de inclusão de crianças fora de escolas, a mudança foi importante. "Mas o impacto pedagógico e os efeitos que poderiam vir a ocorrer foram pouco discutidos", afirma. É consenso que a criança, segundo ele, está sendo pressionada a terminar o 1º ano do ensino fundamental com 6 anos já lendo e escrevendo. Maria Regina Maluf, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), discorda. "Já ficou demonstrado que não é cedo alfabetizar aos 6 anos ou até antes." Para ela, a questão está mal colocada. "Aprender é sempre bom, porque vivemos em uma cultura letrada."
Maria Malta Campos, da PUC e da Fundação Carlos Chagas, concorda. "A criança tem interesse pelas letras", diz. "Algumas aprendem sozinhas, outras demoram mais. O que é fundamental é que escolas levem em conta essas diferenças sem pressioná-las." A pais insones, ela responde a questão lançada no início da reportagem: "Não se preocupe se o coleguinha já está lendo e o seu filho, não. No tempo dele essa habilidade será desenvolvida. Não é escrevendo cedo que ele será um adulto mais feliz."
Rodrigo Cunha, de 4 anos, que frequenta uma escola particular na Vila Clementino, escreve o nome desde os 3 anos. Ele brinca com lápis, caneta e papel. Copiar letras é uma de suas diversões preferidas. Neste ano, ele está sendo apresentado à matemática e escrita.

Luísa Alcalde


Câncer de intestino é o terceiro mais frequente no mundo


O câncer de intestino é o terceiro mais frequente no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2008, aproximadamente 2,4 milhões de pessoas no mundo foram diagnosticadas com a doença. No Brasil, foram 27 mil.
Para o proctologista da Associação Brasileira de Prevenção ao Câncer de Intestino (Abrapreci), Guilherme Julião, apesar da grande incidência, a necessidade de prevenção ainda é pouco falada.

“Vemos campanhas anuais sobre o câncer de próstata e de mama, mas pouco falam sobre o câncer de intestino”, destacou o médico.

Com o objetivo de divulgar a necessidade de prevenção deste tipo de câncer, a Abrapreci realiza em diversas capitais nacionais, a campanha Laços de Esperança. A intenção é mobilizar a população contra a doença por meio da distribuição de materiais educativos.
De acordo com Julião, a prevenção é simples. Todas as pessoas acima dos 50 anos devem procurar um posto de saúde para fazer a pesquisa de sangue oculto nas fezes. O exame detecta quantidades mínimas de sangue presente nas amostras e que podem ser sintoma da doença, também conhecida como tumor de cólon ou reto.
O sangue pode ser proveniente de diversas doenças, uma delas é o pólipo, um tumor benigno no intestino que, se não for tratado, se transforma em câncer com o tempo. “A doença é assintomática, e pode levar dez anos para se manifestar. Não queremos descobrir o câncer, mas evitar que as pessoas adquiram”, afirma o médico.
O proctologista também orienta que pessoas jovens com predisposição genética, ou seja, que tiveram casos de câncer de intestino na família, devem procurar orientação médica para começar a prevenção mais cedo. “A preocupação varia conforme a idade com que o parente teve a doença. Se foi com 40 anos, a pessoa deve começar a prevenção por volta dos 30”, exemplifica.
Ana Alice de Carvalho, 42 anos, descobriu o câncer em 2000, mas como já estava em grau avançado, foi preciso recorrer, imediatamente, à cirurgia e depois à quimioterapia. Ela conta que alguns parentes ficaram preocupados, fizeram o exame e também tiveram que recorrer ao procedimento cirúrgico.
“As pessoas não devem deixar para depois o exame e dar tempo para que o pior aconteça. Meu sobrinho de 15 anos já faz o acompanhamento”, alerta.
Além de um rastreamento periódico do tumor, uma alimentação saudável e a prática de atividade física são fatores que contribuem para sua prevenção. A dieta deve conter frutas, verduras e cereais e evitar a ingestão de gorduras animais, o consumo de álcool e tabaco. Mais informações podem ser obtidas no site http://www.lacosdeesperanca.com.br/.

Da Agência Brasil


Câncer de Laringe: um bom motivo para deixar de fumar


O Câncer de Laringe é um mal que atinge toda a população mundial, a incidência varia de país para país, de acordo com os hábitos da população. Em torno de 1 a 2% de todos os tumores diagnosticados anualmente são de Laringe.
O Câncer de Laringe destaca-se por apresentar boas possibilidades de cura quando diagnosticado precocemente, mas se progredir sem tratamento torna-se fatal. Entre os pacientes com Câncer e que permanecem sem tratamento, apenas 5% vão atingir o terceiro ano após o diagnóstico e todos evoluirão para o óbito antes do quarto ano.



Incidência

A incidência mundial é em torno de 4 a 5 casos novos por ano em cada 100.000 habitantes. É muito mais comum no sexo masculino do que no feminino, numa proporção de aproximadamente 10:1. O pico de incidência da doença é por volta dos 50 a 60 anos de idade mas pode ocorrer em qualquer idade.

Causas

Como na maioria dos tumores ainda não se conhece a verdadeira causa do Câncer de Laringe, porém observando o comportamento da doença verifica-se que o uso de álcool e fumo é freqüente entre os acometidos pela doença.

Fatores de Risco

Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento da doença são o tabagismo (fumo) e o etilismo (álcool) principalmente quando há o uso de ambos conjuntamente. O Câncer de Laringe é raro entre os não fumantes!
A maioria dos portadores do Câncer são fumantes, demonstrando então uma evidente correlação entre o uso de tabaco e o Câncer de Laringe. Existem vários trabalhos científicos mostrando que as pessoas que fumam mais de 20 cigarros por dia por mais de 20 anos desenvolvem uma grande chance de terem Câncer de Laringe em relação aos não fumantes!
O álcool em combinação com o fumo parece multiplicar a possibilidade de Câncer na Laringe. Os estudos científicos tem demonstrado que a combinação de fumo com álcool aumenta o risco de Câncer de Laringe em quase 50% sobre a incidência esperada.
O álcool contém etanol e seus derivados levam à lesão celular e com a irritação constante da mucosa surgem as células anormais, que se multiplicam desenvolvendo o tumor malígno.
Outros fatores de risco importantes são: exposição aos poluentes industriais, radiação, predisposição hereditária para a doença, Papiloma de Laringe, e deficiência de vitaminas A e C.

Sintomas

O principal sintoma é a rouquidão (disfonia). Surge devido à alteração da vibração das cordas vocais pela presença do tumor.
A Laringe normal tem cor rosada, a mucosa é brilhante, as cordas vocais estão íntegras e lisas, movimentam-se vibrando normalmente durante a fonação (fala). As estruturas adjacentes estão com aspecto anatômico preservado, sem nenhum tipo de alteração.
A Laringe com Câncer, tem cor mais avermelhada, em alguns locais está pálida ou brancacenta (leucoplasia), as cordas vocais possuem lesões que dependem do estágio da doença, mas geralmente com formação de massa tumoral com aspecto vegetante, ulcerado. As cordas vocais tem movimentação anormal durante a fonação.
Pode haver disseminação (metástase) do tumor para outras regiões da Laringe, estruturas adjacentes e pescoço, incluindo invasão tumoral dos nódulos linfáticos regionais.
Toda pessoa na 5ª ou 6ª década de vida apresentando rouquidão por mais de duas semanas deve procurar um médico especialista, o Otorrinolaringologista para investigar a causa deste sintoma. Podem existir também outros sintomas
associados tais como: pigarro constante, irritação na garganta, dificuldade para engolir, dor de garganta severa, falta de ar, perda de peso inexplicada, escarro com sangue e salivação excessiva.

Diagnóstico

Toda pessoa que apresentar os sintomas já citados deve procurar o Otorrinolaringologista para ser submetido a uma laringoscopia indireta com espelho de laringe ou através da fibroendoscopia, exames de fácil execução feitos com anestesia por spray local e que avaliam a Laringe e suas alterações. Em casos de suspeita de lesão malígna o Médico realizará uma laringoscopia direta com biópsia da lesão para análise do fragmento retirado, com o objetivo de diagnosticar o tumor.

Tratamento

Uma vez constatada lesão malígna na análise da biópsia de Laringe o próximo passo é estadiar o tumor (avaliar em que estágio encontra-se a doença com o objetivo de escolher e instituir o melhor tratamento para o caso). De acordo com o estadiamento do tumor podemos tratá-lo através de três armas terapêuticas: cirurgia da laringe, radioterapia, quimioterapia.
Pelo exposto, observamos que o diagnóstico precoce do Câncer de Laringe, proporciona melhores chances de tratamento, e que o ideal é parar de fumar imediatamente para viver mais e com maior qualidade de vida!

Dr. Oswaldo Tomyiama
Otorrinolaringologista, especialista em Otorrinolaringologia pelo Hospital Geral de Bonsucesso - Rio de Janeiro

Cuidados com a voz
O médico otorrinolaringologista, Marcos Sarvatt, coordenador da Campanha Nacional de Voz, recomenda:
"Além de cuidar da própria saúde, estar bem descansados e não se expor a ambientes poluídos as pessoas devem ter cuidados preventivos com a impostação da voz. O uso da voz deve ser moderado. Deve-se evitar gritar muito, falar com grande impacto ou tentando vencer o ruído ambiental e lugares barulhentos, porque isso desgasta as pregas vocais.
As pessoas devem procurar também estar bem hidratadas, embora sem beber líquidos em demasia.
- Existe uma cultura de beber muita água. A ingestão de líquidos deve ser feita de acordo com o calor ambiental, de forma a ter uma urina clara. Mas, não urinar demais. É preciso também que haja uma boa alimentação."
edição.
Por Alana Gandra , Agência Brasil

segunda-feira, 20 de abril de 2009

DEPOIMENTOS DE MULHERES QUE SOFRERAM ESTUPRO

Depoimentos e Histórias Registradas na Memória

"Eu acho que violência contra a mulher é o que aconteceu comigo e que acontece com outras mulheres. Se ele fosse um estranho, eu até que não estava tão revoltada, mas foi meu pai, ele não me respeitou em momento algum. Ele não me considerou como filha. Outro caso de violência é o espancamento. Além disso, eu acho que tem muito homem que tira a privacidade da mulher e pra mim isso já é uma violência. Eles fazem isso com as mulheres porque eles acham que são homens e podem tudo. Eles não vêem que se não fosse a mulher eles não estariam no mundo. Eles não olham essa parte não. Eles não, a maioria". (Gabriela sofreu abuso sexual, físico e psicológico por parte do pai, dos sete aos 13 anos de idade. Conseguiu sair de casa aos 14 com apoio de um serviço de saúde. (Brasil, 2000).


"Eu acho que existe violência de todo tipo. Acho que existe a discriminação muitas vezes, sabe? De você ser taxada como menos capaz. Existe aquela de casa, do marido, das mulheres que não têm um grau de instrução melhor, das mulheres que não trabalham, das mulheres que ficam em casa cuidando dos filhos. Do marido que bate, que aparece com outras na cara delas e elas não podem dizer nada porque são sustentadas por eles. E eles acham que a mulher está alí para servir de qualquer coisa, entendeu? Que eles podem falar qualquer coisa: que ela é isso, que ela é aquilo e que a mulher não pode fazer nada, entendeu? Eu acho que, por ser mulher, você ainda não pode sair sozinha. Eu estava conversando com um amigo meu, num bar, e duas mulheres estavam tomando umas cervejas, e ele disse: _olha lá: duas mulheres sozinhas numa mesa, estão esperando homem! Eu falei: qual é o problema de duas mulheres, numa sexta-feira à noite, estarem sentadas num bar? São duas amigas, tomando uma cerveja". Ele respondeu: _ que nada, quando você vê duas mulheres sozinhas, numa mesa, é porque tão esperando algum macho, alguma coisa desse tipo! Eu disse: menino! Como tu és machista, pelo amor de Deus! Quer dizer que um homem sentar numa mesa de bar sozinho é normal, mas a mulher, não? Ele respondeu: Não! (Adélia. Brasil, Ano 2000).


A HISTÓRIA DE SÔNIA - Final de ano. Sônia, 16 anos, voltava do colégio onde fez a matrícula para ingressar no segundo grau. Esperava para atravessar a rua. Um carro parou subitamente. O motorista abriu a porta e a puxou para dentro. Ameaçando-a com uma arma e dirigindo em alta velocidade, ele seguiu para uma mata afastada da cidade. Sexo oral, vaginal, uma, duas vezes. Calada, ela pensava em sua mãe e chorava. _Se você contar a alguém o que se passou, você e sua família morrem. Sônia foi para casa. Lavou-se à exaustão. Sentia-se suja. Tinha nojo de sí . Vomitou muito. Chorou em silêncio e ficou em casa vários dias. Conversou com uma amiga. Não queria incomodar sua mãe, recém-separada do marido, alcoolista, que lhe batia. A filha não queria lhe dar mais uma tristeza. Duas semanas após ela teve um pequeno sangramento e achou que era a menstruação. Quis esquecer tudo. Três meses depois, uma vizinha disse para sua mãe: _Tu não estás vendo que tua filha está grávida? A mãe foi procurá-la e perguntou: _Quem foi? Porque você me enganou? Por que você não me disse nada? Foi difícil convencer a mãe do que acontecera. Em companhia de uma prima, Sônia procurou um grupo de mulheres de sua comunidade e pediu orientação. Pouco se podia fazer, não havia serviços de atenção a vítimas de violência naquela cidade. _ Se eu tenho esse filho, lá no bairro vão dizer que eu sou uma prostituta. Se eu digo que foi estupro ninguém acredita. Nem minha mãe acreditou em mim! Sem acesso a um serviço de saúde que a atendesse dignamente, ela procurou o aborto clandestino e foi atendida num consultório sem as mínimas condições de segurança, expondo-se aos riscos da mortalidade materna porque a rede pública de saúde ainda não oferecia os serviços que poderiam garantir a Sônia o exercício de seus direitos. (Brasil, 1990)


JOSEFA E SEU COMPANHEIRO - Josefa voltava para casa com a filha adolescente, quando foi atacada por três homens. Reagiu, lutou contra e gritou: Corra minha filha! A menina conseguiu fugir. Josefa foi estuprada. Engravidou. Ao descobrir a gestação, ela conversou com o marido. Sentia muita tristeza. Raiva daqueles homens. Culpa de não ter conseguido se defender direito, de ter passado naquele lugar. Lembrava da filha e agradecia a Deus por não ter acontecido coisa pior. Ela não queria esse filho, mas não tinha coragem de abortar. Sua religião condenava o aborto. O marido lhe disse que aceitaria o filho como seu. Josefa sentiu-se apoiada, mas queria ser atendida num serviço de saúde. Mesmo com apoio do marido e tendo decidido ter o filho, a rejeição pela gravidez continuava. Ela procurava uma psicóloga que lhe ajudasse a enfrentar aquela situação. Josefa encontrou quem lhe atendesse? Não se tem a resposta. (Brasil, 1992)


COM ROSALI FOI ASSIM - Rosali tinha 17 anos. Assistia televisão em casa, num bairro da periferia de uma grande cidade, quando decidiu sair para comprar um sanduiche. No caminho, foi interceptada por dois homens e estuprada sob ameaça de uma arma. Assustada, voltou para casa e em companhia da mãe foi à delegacia. Dalí, as duas seguiram ao hospital. Na emergência, recebeu cuidados ginecológicos inadequados para uma situação de violência sexual (ducha vaginal). Dois meses depois ela descobre a gravidez e recorre ao serviço que lhe atendeu na ocasião do estupro. Ninguém sabia o que fazer. A mãe, segura de seus direitos procurou as autoridades. Ela dizia: _ Alguém precisa fazer alguma coisa, essa menina não pode continuar grávida. Ela não procurou isso. Rosali cabisbaixa, apenas chorava. Três meses após a interrupção de gravidez, realizada numa maternidade pública de referência para vítimas de violência sexual, a adolescente deu notícias para quem lhe atendeu: _ Oi doutora, aqui é Rosali, a menina do estupro. Liguei para dizer que estou bem. Arranjei um emprego e voltei a estudar. A vida de Rosali retomava seu curso. (Brasil, 1996)


ADÉLIA - Adélia está só em casa. Chega um rapaz à sua residência, pergunta por seus familiares e pede um copo d'água. Adélia dirige-se à cozinha e é seguida. Com uma faca no pescoço ela é estuprada e ameaçada de morte caso revele o fato a alguém. Adélia permanece em silêncio até descobrir que está grávida. Sente medo e vergonha. Conta tudo à sua mãe e não recebe a acolhida esperada. Ela não lhe dá crédito e tampouco a aconselha a prestar queixa ou tomar qualquer outra atitude. Adélia acredita que a falta de informação leva sua mãe a agir dessa maneira.Por iniciativa própria, ela procura a Delegacia da Mulher também esperando um atendimento especial, mas o serviço está em greve. A delegada ausente. Dias depois Adélia consegue ser atendida por ela, afirma que conhece seus direitos e quer realizar um aborto. Sem nenhum tipo de orientação é encaminhada ao IML. É mal recebida pela recepcionista e questionada sobre a demora em prestar queixa. Faz o exame de corpo de delito com uma médica que lhe trata de "forma mecânica". Depois de longa espera para liberação do laudo, Adélia volta a falar com a Delegada. Ao ser inquirida por Adélia sobre em que maternidade poderia interromper a gravidez, "agressivamente" a delegada lhe responde: "eu não posso dizer isso não, você se vire".Sem saber onde fazer o aborto, Adélia procura médicos de sua relação pessoal que lhe indicam um serviço de referência. Neste local ela é atendida por um médico e uma enfermeira - cordiais e gentis, pois, segundo percebe, eles estão acostumados a realizar este tipo de procedimento. Em seguida, Adélia é acompanhada pelo serviço social e orientada sobre o direito de realizar o aborto de forma segura. Durante a internação e realização do aborto Adélia fica só. Nesse momento sente a indiferença de alguns profissionais de saúde que não fazem parte da equipe sensibilizada e treinada para atender vítimas de violência sexual. Uma auxiliar de enfermagem tenta convencê-la a não fazer o aborto dizendo que isso é contra a lei de Deus; que conhece muitas mulheres estupradas que tiveram seus filhos, hoje, considerados bons filhos. Adélia espera uma atitude imparcial e reage: "vocês deviam ser pessoas neutras, porque este não é um problema de vocês, isso é um problema meu, que eu estou tentando resolver... O aborto ocorre durante a noite. Ao término do tratamento, sente-se aliviada. Segura da decisão que havia tomado, ela esperava um acompanhamento diferente dos serviços por onde passou.


SUELENE - Suelene foi abusada sexualmente pelo pai durante um ano. Ameaçada com uma faca, ela era obrigada a manter relações sexuais. Sentia-se muito mal, mas com medo ela nada contava para sua mãe.Com a gravidez a mãe descobre o que está acontecendo e juntas vão ao Conselho de Proteção aos Direitos da Criança e Adolescente e à delegacia e ao IML onde foi feito o exame de corpo de delito. O agressor foi preso imediatamente.É encaminhada para tratamento no hospital de referência, sendo atendida por uma equipe com assistente social, psicóloga e médicos. A mãe e uma tia lhe dão apoio durante a denúncia e todo acompanhamento de saúde. Em todos os serviços ela afirma ter recebido um ótimo atendimento, compreensão, apoio e força para superar o que estava acontecendo. Ela decide abortar, porque mesmo considerando o aborto uma agressão para a mulher, não suporta a idéia de ter um filho do próprio pai.Suelene conhecia a lei que permite a interrupção da gravidez por estupro porque assistiu a uma entrevista na televisão onde o assunto foi tratado. Mas, pra ela não foi uma decisão fácil. "Se a gravidez fosse de um namorado eu enfrentaria com unhas e dentes, mesmo sem ajuda do pai eu não abortaria".Após o aborto e o fim do tratamento clínico Suelene sente muito bem. Para ela é importante ter feito tudo dentro da legalidade, "tudo na justiça" e "ele estar preso". Fazer o aborto num serviço público lhe dá a certeza de que não ficaria com problema nem correria risco de vida. Ela diz conhecer casos de aborto, feitos "no silêncio" onde as meninas ficam doentes e até morrem.Ao sair do hospital Suelene tem medo das críticas, mas acredita que o mais importante é o que ela pensa e não a opinião dos outros. Durante o depoimento ela afirma sentir muito ódio pelo pai. Mas o apoio familiar e das instituições públicas parece ter sido - ou estar sendo - fundamental para a superar os problemas associados ao abuso sexual.


ANA LÚCIA - Ana Lúcia foi abordada por um rapaz, num ponto de ônibus. Ele lhe chamava insistentemente a Ana, com medo de falar com desconhecidos, seguia adiante. O rapaz aproximou-se perguntando se ela queria trabalhar como recepcionista recebendo dois salários mínimos. Recusando a oferta, Ana disse-lhe que estava apressada e precisava ir embora. Nesse momento, ele passou a ameaçá-la de morte caso gritasse, disse estar com um revólver cheio de bala que poderia descarregar em cima dela. Poderia até obrigá-la a fazer sexo oral, anal e vaginal na frente de todos, pois não tinha nada a perder e até matá-la alí mesmo. Vendo-se sem saída "eu não tive outra opção" Ana Lúcia o acompanhou "olhando só para ele para ninguém desconfiar de nada" como lhe foi exigido. Ele conversava e sorria, e seguiram andando normalmente como se fossem amigos.Ana Lúcia é estuprada num matagal próximo à delegacia. Durante o ato, o agressor faz comentários sobre si mesmo e sua vítima. Revela que saiu do presídio recentemente, onde estava por ter assassinado o responsável pela morte de seu irmão. Faz elogios e comentários agressivos sobre sua vítima: "você é muito ignorante, mas é bonita". Ela chora e lhe pede pelo amor de Deus que pare de lhe tocar. Ele irrita-se, diz não agüentar mais ouvir esse nome, "pare com esse chororô" isso "é o que mais se ouve lá no presídio". Diz não saber porque estava fazendo aquilo com ela, só sabia que não ia parar porque estava bom. Pergunta se ela tem dinheiro. Lhe pede uma foto de lembrança, aponta para a casa onde mora. Recomenda que ela vá embora sem olhar para trás e não o denuncie, senão ele rodará os quatro cantos do mundo para encontrá-la e matá-la junto toda a família. Após a agressão, com medo de contrair HIV, Ana Lúcia dirigiu-se à Casa da Cidadania para pedir auxílio. Acompanhada por uma assistente social, ela foi ao Departamento de Proteção da Criança e do Adolescente, mas pode ser atendida porque era maior de 18 anos. Prestou queixa na delegacia, fez o exame no IML e foi encaminhada para o serviço de saúde de referência.Ana Lúcia considera que recebeu um bom atendimento em todos os serviços por onde passou, mas acredita que foi assim porque a assistente social esteve ao seu lado todo o tempo. Ela recomenda que os serviços sejam mais ágeis e ressalta a necessidade de haver profissionais especializados para atender as pessoas vítimas de violência "porque uma pessoa assim precisa de muita atenção". Ela ressalta a importância do médico ter sido atencioso, ter ficado preocupado por ela estar em período fértil, ter tomado as providências com rapidez.


CRISTINE - Ao nascer, Cristine não foi aceita pelo pai sendo criada pela avó materna. Ele queria que o primeiro filho fosse homem. Quando completou sete anos, sonhando conviver com seu pai, mãe e irmãos ela foi morar com os pais. Logo de início ele a proibiu de fica no mesmo quarto dos irmãos e colocou-a para dormir na sala. À noite, com todos dormindo ela passa a ir até onde Cristine dorme. Toca-lhe o corpo, alisa seu peito e ao perceber seu choro a ameaça. Coloca um revólver do seu lado e avisa que se contar a alguém ela morre. Cristine é abusada dos sete aos treze anos. O pai faz um buraco na parede do banheiro para lhe observar durante o banho. Ele lhe diz que ninguém pode com ele, que "aqui na terra ele pode mais que Deus. O medo "me fraquejava". Ela temia não ser mais virgem.Cristine sente-se uma escrava em sua casa. É tratada de modo diferente dos irmãos, realiza todas as tarefas domésticas e não entende o motivo. Acha-se rejeitada e perseguida pelos pais. Apanha com chicote, leva murros do pai e surras da mãe. Num dado momento decide contar para a irmã e uma prima o que acontece durante a noite. A prima lhe aconselha falar com a mãe. Esta, não acredita, ou melhor diz que ela deve estar dando motivo para isso acontecer e passa a ameaçá-la. Sempre que fazia algo errado ou deixa alguma tarefa doméstica sem realizar, a mãe avisa que vai contar ao marido o que ela lhe contou. "Ela usava isso pra cima de mim como se fosse uma arma". Cristine sente-se vigiada. Não pode sair só de casa nem conversar com ninguém, um dos pais está sempre por perto. Ela não sabe a quem pedir ajuda. Até que, num certo dia, conversando com uma funcionária da biblioteca da escola onde estuda, Cristine relata sua história e é levada a um serviço de saúde de referência. Faz exame clínico e ginecológico, acompanhamento psicológico e é apoiada na processo de saída de casa. Ela vai morar com um primo que solicita sua guarda à justiça e denuncia o pai. O delegado quer provas para prendê-lo e lhe sugere: "você deixa seu pai lhe espancar... e depois que ele lhe espancar bem muito você corre pra cá!". Ela lhe faz uma contra-proposta: abrir uma sindicância no local onde ela reside para investigar quem ele é. Após prestar queixa ela faz o exame de corpo de delito. Fica aliviada por ainda ser virgem. Os pais de Cristine continuaram ameaçando-a por longo tempo, acusaram-na de prostituição, de levantar falso testemunho e não foram punidos pelos crimes que cometeram. Sobre os serviços, Cristine avalia muito bem o setor saúde. Ela teve todo acompanhamento necessário, compreensão e apoio. Mas, para ela, os setores que poderiam impedir que ela continuasse sendo agredida pelo pai não atuaram de modo adequado. Lentos e inoperantes na resolução de seu problema, ela sugere à delegacia, ao IML e à Procuradoria que sejam mais eficientes no cumprimento de suas responsabilidades.

ADELINA - Adelina voltava de uma festa, com uma amiga e o marido. No caminho de casa, eles foram abordados por três rapazes armados de revólver. Era um assalto. O marido da amiga foi imobilizado e sua mulher ameaçada de morte. Adelina foi espancada pelo assaltante que percebeu sua tentativa de esconder alguns pertences. Ele lhe puxou pelos cabelos, lhe deu murros, coronhadas de revólver e atirou duas vezes bem próximo de seus ouvidos. Em meio a todas essas agressões ele a empurrou para o lado de uma barraca que havia na calçada, um local mais escuro, e a estuprou. Um segundo assaltante aproximou-se também para violentá-la e lhe mordeu os seios. Com medo de alguma doença, com medo da Aids, sentindo muitas dores, nojo e raiva dos agressores, Adelina teve medo também de chegar em casa naquelas condições e ser responsabilizada pelo marido, do que ocorrera. Foi até a casa de sua mãe e não conseguiu acordá-la. Decidiu dormir na casa da amiga. No dia seguinte foram a um hospital onde foi examinada (mas não medicada) e encaminhada ao serviço de referência. Era domingo, não havia pessoal preparado para atendê-la. Ela não foi examinada, nem recebeu qualquer orientação. Oportunidade perdida. Pediram-lhe que retornasse no dia seguinte. Voltou ao serviço dois dias depois por insistência do marido. "Você vá. Você não conhece esses maus elementos, não sabe o que eles têm, é melhor fazer um exame, senão eu não quero nada com você não". Nessa consulta foram tomadas as providências para anticoncepção de emergência e profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis e iniciado o acompanhamento psicológico. A demora na entrega dos exames é a única queixa de Adelina em relação aos serviços de saúde. O atendimento da equipe especializada foi considerado muito bom. Sentiu-se protegida. Recomenda apenas mais agilidade nos resultados dos exames.O marido de Adelina, de fato só acreditou que a mulher foi agredida depois da confirmação médica e só passou a ajudá-la depois de conversar com a psicóloga. Até então, ele acreditava que ela era a culpada e ameaçou-a com a separação caso o teste anti-HIV fosse positivo.Ao deixar o hospital, Adelina procurou a amiga para prestar queixa, porque ela havia reconhecido um dos agressores pela voz. A amiga, recusou-se a testemunhar e se Adelina quisesse que prestasse queixa sozinha, esquecesse que estava acompanhada . Com medo de uma possível vingança, Adelina desistiu de denunciar os assaltantes. Não obstante, dois foram presos ao assaltar e ferir um policial. Um deles tinha uma tatuagem no braço. O pai de Adelina fez o reconhecimento na delegacia a partir de suas informações.Adelina mudou de opinião frente ao problema da violência sexual. Para ela isso não existia, as mulheres que diziam ter sofrido estupro estavam inventando e por isso não mostravam a cara quando falavam na televisão. Agora não. Ele entende os motivos que uma mulher tem para não querer mostrar o rosto nem falar do assunto depois de agredidas sexualmente. Mesmo assim, ela recomenda as mulheres vítimas de violência denunciem os agressores.



Crianças com câncer projetam sentimentos por meio da arte

Oficina para crianças do Cores da Vida na Casa José Eduardo Cavichio de Apoio à Criança com Câncer, em Taboão da Serra

Quando os pacientes de câncer são crianças, a técnica da arte-terapia pode alcançar resultados nem sempre obtidos com a psicoterapia verbal.

"Muitas crianças dizem que não gostam do psicólogo porque ele só fica perguntando e elas não sabem dizer o que sentem", conta Luciana Cassino, do projeto Cores da Vida, que leva oficinas de arte para casas de apoio a crianças com câncer.
"No trabalho de arte, os sentimentos internos da criança são projetados em um suporte externo", diz a arte-terapeuta Cínthia Ghazarian Barana, que orienta as oficinas para crianças do Cores da Vida no Cajec (Casa José Eduardo Cavichio de Apoio à Criança com Câncer), em Taboão da Serra (SP).
Barana, que realiza um trabalho com mosaico, diz que, além de conseguirem um meio de expressão, os participantes se sentem produtivos. "Por isso, aumentam sua autoestima."

Recursos próprios
Para adultos, a arte-terapia também melhora a comunicação entre o terapeuta e o paciente, acredita a psico-oncologista Luciana Holtz, presidente do portal Oncoguia e representante no Brasil da Susan G. Komen for the Cure, ONG de sobreviventes do câncer de mama. "Para quem já está fragilizado, é uma forma mais leve de abordar os medos e procurar recursos para superá-los."
Outro aspecto importante da prática é permitir ao paciente que tenha mais controle do tratamento. "Na quimioterapia ou na radioterapia, o paciente não pode interferir em quase nada. A finalização de um trabalho artístico promove um resgate de sua autonomia", afirma o oncologista Auro del Giglio.
Segundo a arte-terapeuta Regina Chiesa, que coordena oficinas no Cora (Centro Oncológico de Recuperação e Apoio), em São Paulo, a técnica permite ao paciente que encontre recursos próprios para lidar com a doença. A sessão de arte, que pode ser em grupo ou individual, começa com a sensibilização do participante por meio de exercícios corporais ou de respiração, música, leitura de textos ou visualização. Daí são realizados os trabalhos plásticos, com materiais como argila, tintas, papéis, cola e tesoura. O participante, então, transpõe para a linguagem escrita o que percebeu no seu trabalho e verbaliza a experiência com a ajuda do terapeuta.
No ateliê do Cora, de seis a sete participantes desenvolvem trabalhos como a escultura abstrata com pequenos buracos modelada em argila pela pedagoga aposentada Elisabeth Trezza, 70, que teve câncer de mama. "Esses ocos na forma são como os ocos que sinto no estômago. Eu estava muito angustiada nessa última semana", expressa.
Para Maria de Lourdes Furtado, 59, que tem câncer de laringe, seu prato estilizado representa a sua vontade de abocanhar a vida. "Quando se entra em contato com o câncer, a morte se torna real. A busca da cura não é só do corpo físico, mas da mente, da alma."


Criança hospitalizada: Manual de Orientação aos Pais

As psicólogas Daniela Cruz Henriques e Fabiana Martins de Caíres realizaram um manual deorientação a pais que tem filhos em hospitais. Nele são apresentadas algumas informações fundamentais aos pais sobre o adoecimento e hospitalização da criança. A participação ativa dos pais nesse momento transmite tranqüilidade à criança, atenuando vivências desagradáveis durante a hospitalização.
Veja algumas dessas orientações:

CRIANÇA HOSPITALIZADA NECESSITA...

1) DA PRESENÇA DA MÃE: Neste momento de crise, determinado pela doença e hospitalização, a criança necessita, basicamente, de apoio e amor materno. A ausência da mãe, ou da família, leva a criança a sentir-se abandonada. Várias são as conseqüências: • ansiedade / angústia; • insegurança; • agressividade; • transtornos emocionais; • transtornos do sono; • transtornos da linguagem; • perda de peso; • depressão; • regressão; • atraso no desenvolvimento.
2) INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA E AS RAZÕES DA HOSPITALIZAÇÃO: O ambiente hospitalar é sentido pela criança como uma situação nova e, portanto, desconhecida. Ela sente que há alguma coisa diferente ocorrendo mas nada lhe é informado. Cabe aos pais se informarem com o médico e passarem todas as informações necessárias aos filhos sobre: • a doença; • os exames; • a alimentação que passarão a ter; • as roupas que deverão usar; • os horários que deverão seguir; • as pessoas que cuidarão de sua saúde: médicos, enfermeiras, técnicas e auxiliares. Quando há omissão de verdade, não esclarecendo determinados procedimentos utilizados, não estamos protegendo as crianças mas sim, deixando-as mais ansiosas, angustiadas e nervosas; dificultando assim, sua recuperação.
3) AMBIENTE CRIATIVO: O primeiro aspecto que envolve a criança hospitalizada relaciona-se ao ambiente onde esta se encontra. Para ela é estranho e desconhecido objetos da pediatria, como eletrocardiógrafo, equipo de soro, aparelho de RAIO-X, respiradores, etc. e que agora começam a fazer parte de sua vida. O efeito do ambiente depende da criatividade dos pais. Através de desenhos pendurados nas paredes, objetos familiares, brinquedos prediletos pode-se diminuir as tensões emocionais provocadas pelo desconhecido. Mas antes de se tomar qualquer iniciativa, deve-se pedir autorização da equipe de saúde da pediatria, pois qualquer objeto levado ao quarto da criança tem-se o risco de contaminação e também a impossibilidade de se responsabilizar pelos mesmos.
4) O MÍNIMO DE RUÍDOS: Sabemos que em uma pediatria é impossível evitar o choro, gritos e barulho, inclusive de equipamentos. Mas pode-se amenizar a tensão da criança com relação aos ruídos com a simples distração das mesmas. Sabemos que existem alterações importantes na freqüência cardíaca, ritmo de sono, etc, relacionadas diretamente com os ruídos do ambiente. Por isso, procura-se evitar ao máximo os barulhos desnecessários para prevenir problemas orgânicos e/ou emocionais.
5) RECREAÇÃO: A recreação é necessária para que a criança continue a exercer suas habilidades, como focalização de olhar, coordenação dos movimentos, desenvolvimento das sensibilidades táteis e sensoriais, para que possa expressar-se e interagir com o meio que a cerca. A recreação apresenta ainda uma importante contribuição para a diminuição do estado de ansiedade e angústia. Deve-se ter o cuidado de a televisão não ocupar, na medida do possível, o papel da recreação, mantendo-a desta forma ligada somente nos horários de programas infantis. 6) VISITAS: As crianças que permanecem internadas sem a presença constante da mãe ou do pai, devem receber visitas diárias, de acordo com os horários estabelecidos pelo hospital. As crianças que recebem visitas diárias enquanto estão internadas mostram-se mais seguras e confiantes.



No manual ainda há outras informações e também cuidados que a visita deve ter e direitos da criança hospitalizada

Para ler o manual na íntegra clique em: Sociedade Brasileira de Pediatria

Violência é assunto da escola, sim!

Fechar os olhos para a violência de dentro e fora da escola só dificulta as relações entre professores e alunos e traz reflexos negativos à aprendizagem

A grave crise de segurança que atinge as cidades brasileiras é, cada vez mais, um desafio para os educadores. "A situação piorou na sociedade em geral, com ações de gangues e grupos armados e disputas entre traficantes que afetam diretamente a escola", diz a socióloga Miriam Abramovay, de Brasília.
Segundo pesquisa do Instituto Cidadania e da Fundação Perseu Abramo, a violência é o tema que mais preocupa os brasileiros entre 15 e 24 anos (55% do total), à frente de emprego (52%) e da Educação (17%). A pouca importância relativa dada à própria formação evidencia o descompasso entre o ensino e o "mundo lá fora". Segundo Ana Paula Corti, pesquisadora da Ação Educativa, de São Paulo, "a questão está muito presente no horizonte das gerações mais novas, mas as escolas não a incorporaram como fonte de intervenção pedagógica". O desconforto em relação ao assunto é fácil de entender. Trazer os temas do medo e da agressividade para a sala de aula não parece combinar com o papel construtivo e pacificador do universo escolar.
Algumas experiências indicam que vale a pena abandonar essa suposta neutralidade e encarar uma realidade que, de um modo ou de outro, interfere diretamente na vida de todos nós.


domingo, 19 de abril de 2009

Jovem achada morta com bebê no colo em Minas sofreu abuso sexual e foi estrangulada, diz polícia

BELO HORIZONTE - A polícia ainda não tem pistas do autor ou autores de um crime brutal em Belo Horizonte.
Na noite da última quinta-feira, Ana Carolina Menezes Assunção, de 25 anos, foi encontrada seminua e morta dentro do carro. No colo, estava o filho de um ano e três meses, dormindo.
Segundo os peritos, a mulher foi estrangulada e sofreu abuso sexual. Parentes disseram que Ana Carolina ia buscar a mãe e estava desaparecida. A mãe chegou a ver o carro da jovem passando perto de onde esperava. A polícia acredita que a jovem foi vítima de assaltantes. Nenhum suspeito foi preso até agora.
Centenas de pessoas acompanharam o enterro da jovem em Contagem, na Região Metropolitana de BH, na manhã deste sábado. Os parentes estão revoltados com o crime e pedem a prisão dos responsáveis.
A polícia fazia uma patrulha no bairro João Pinheiro, região Oeste de belo Horizonte, quando viu o veículo parado na marginal da Via Expressa. Segundo a polícia, a placa era a mesma do veículo que teria sido tomado de assalto no bairro Industrial, em Contagem. Quando os policiais se aproximaram, encontraram o corpo e a criança. No pescoço havia marcas de cadarço. A perícia encontrou dinheiro espalhado na parte da frente do carro, mas não havia sinais de roubo.
O presidente Lula sancionou, nesta sexta, sem vetos, o projeto de lei que define o crime de sequestro relâmpago. O criminoso está sujeito a pena de seis a 12 anos de prisão. Em caso de morte da vítima, o tempo de cadeia pode chegar a 30 anos.


Verbratec© Desktop.