sábado, 29 de agosto de 2009

Síndrome Alcoólica Fetal


RIO - A síndrome alcoólica fetal (SAF), caracterizada por microcefalia, dismorfias craniofaciais e retardo mental, foi descrita em 1968 e ratificada em trabalhos científicos de 1973. Outros sinais e sintomas associados, tais como malformação cardíaca e baixo peso, podem estar presentes. A SAF decorre do eventual abuso do álcool durante a gravidez, sendo que, pela intensidade das manifestações, as lesões ocorrem, na forma clássica, predominantemente nos primeiros três meses.
Considera-se que a ocorrência de aborto e parto prematuro pode ser consequência de maior comprometimento fetal como um todo. A incidência de SAF é estimada em um em cada mil nascimentos e o abuso de álcool durante a gravidez produz um risco de 30% a 50% de possibilidade de lesões fetais em relação às mães que não bebem, neste período. Mas o quadro mais problemático é aquele nos quais lesões mais graves não são observadas, mas sim discretas alterações cerebrais. Nestes casos, com o crescimento natural, a chegada da idade escolar e as exigências mais complexas, verificam-se sinais de certa imaturidade cerebral. Estima-se que, nestes casos, muitas crianças possam apresentar distúrbios cognitivos e comportamentais relacionados com pequenas alterações resultantes da ação do álcool sobre o cérebro fetal.
Acredita-se, de acordo com opinião de diversos especialistas, que manifestações neurocognitivas semelhantes à sindrome de déficit de atenção (SDA), com ou sem hiperatividade, possam ser secundárias à ação do etanol sobre o cérebro em formação embrionária. Nestes casos, não seria necessário grande consumo de bebidas alcoólicas pela mãe, mas eventuais abusos ou uso continuado acima do recomendado. Deve-se chamar a atenção para estes casos, pois a crença popular, partilhada por muitos profissionais da saúde, não vê problema no uso de bebidas alcoólicas durante a gravidez.
Segundo alguns autores, o álcool seria uma das principais causas de déficit neurocognitivo nas crianças em idade escolar, caracterizado, sobretudo, por déficit de atenção e distúrbio de conduta (ansiedade, resistência a absorver regras sociais, compulsividades, irritabilidade, maior dependência). As conseqüências são graves. O baixo rendimento escolar, por exemplo, causando repetência e exclusão da escola, é um dos fatores favoráveis para o surgimento de comportamento anti-social, delinqüência e adesão às drogas e ao crime. Esta situação é evitável pelo trabalho de prevenção.
Portanto, as bebidas alcoólicas consumidas na gravidez podem representar um fator de risco significativo a ser melhor considerado por todos nós. Já existem centros, como o da Universidade de Washington e o da Universidade de Lille (Centro Hospitalar de Tourcoing), nos Estados Unidos, que vêm desenvolvendo importantes trabalhos neste campo. No Brasil, o problema vem despertando maior atenção, com a vinda de especialistas estrangeiros a encontros organizados por universidades. O Brasil é um dos maiores consumidores de bebidas alcóolicas do mundo e aqui a cerveja contém a mesma quantidade de álcool puro por dose-padrão: uma caneca de chope equivale a uma taça de vinho, a uma dose de cachaça ou de uísque.

Fonte: Globo On Line

Leia mais: Ingerir bebidas alcoólicas na gravidez causa grandes problemas ao bebê
Álcool e Gravidez

Caso Dugard: Comportamento de crianças fez polícia suspeitar de Garrido


Duas policiais americanas que foram em parte responsáveis pela solução do sequestro de Jaycee Lee Dugard, que ficou 18 anos em cativeiro, afirmaram que começaram a suspeitar do suposto sequestrador, Philip Garrido, após observarem o comportamento "robótico" das duas crianças que estavam com ele no momento em que eles participavam de uma pregação religiosa em uma universidade.
Em uma entrevista coletiva na sexta-feira, as policiais Lisa Campbell e Ally Jacobs afirmaram ter encontrado Garrido na terça-feira, no campus da Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde as duas trabalham.
Segundo as policiais, elas teriam começado a suspeitar do comportamento "estranho" das duas garotas que estavam com ele. As meninas, uma de 11 anos e outra de 15, são filhas que Dugard teve com Garrido durante os anos de cativeiro.
"Eu acho que Lisa perguntou (para as meninas) se elas iam à escola. As duas, como robôs, responderam: 'nós estudamos em casa'", disse a oficial Ally Jacobs.
A policial ainda afirmou ter notado que as garotas eram "extremamente pálidas em comparação" a Garrido, além de terem "olhos azuis penetrantes".
"Eu estava olhando para a filha mais nova, que estava sentada na minha frente, e ela ficava olhando fixamente para mim" afirmou.
"Fiquei com a sensação de que estas crianças eram como robôs, foi minha intuição".

Condicional

Segundo as policiais, Garrido teria contado a elas sobre suas condenações anteriores por estupro e sequestro, mas disse que sua vida teria mudado.
As policiais então informaram ao oficial responsável pela liberdade condicional de Garrido sobre suas suspeitas, o que fez com que ele fosse convocado para prestar esclarecimentos na delegacia.
O suspeito compareceu então ao local junto com as duas garotas e uma mulher que se apresentou como Alissa e foi reconhecida depois como Jaycee Dugard, que havia sido sequestrada em 1991.

Acusações

Garrido e sua mulher, Nancy, estão detidos e devem comparecer diante de um tribunal no próximo dia 14 de setembro.
Em uma audiência na última sexta-feira, os dois acusados se declararam inocentes das 29 acusações relacionadas ao caso que pesam contra eles, incluindo o sequestro de Dugard.
A polícia está investigando agora a casa de Garrido, em busca de indícios do eventual envolvimento dele com assassinatos de prostitutas na década de 1990.
Vários corpos foram encontrados em uma área industrial perto de onde Garrido trabalhava.
Jaycee Dugard e suas duas filhas estão agora hospedadas em um hotel nas proximidades de São Francisco.

leia mais sobre o caso na BBC Brasil

Abdelmassih né? sei......


É assim que as denúncias de algumas mulheres vítimas do médico estuprador foram respondidas pelo CREMESP, pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil há 15 anos atrás. Segundo a Folha de S.Paulo algumas mulheres ainda guardam documentos daquela época.
Mulher diz ter sido ignorada ao acusar Abdelmassih há 15 anos
Documentos guardados por mulheres mostram que as denúncias contra o médico Roger Abdelmassih são conhecidas por instituições como Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Ministério Público Estadual e Polícia Civil há pelo menos 15 anos, de acordo com reportagem dos jornalistas André Caramante e Rogério Pagnan, publicada na edição desta sexta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Segundo o texto, a ex-estilista Vanuzia Leite Lopes, 49, procurou as três entidades para acusar o médico, no fim de 1993. Para ela, caso sua denúncia tivesse sido investigada com rigor, o médico não teria feito novas vítimas.
Disso não resta dúvida. A omissão destes poderes proporcionaram ao médico a impunidade necessária para continuar abusando 15 anos de outras pacientes. A impunidade não só permite o criminoso continuar a cometer o crime, mas também garante ao criminoso a certeza de que não será incomodado. Ele sabia que poderiam denunciar quantas vezes quisessem pois não teria nenhuma autoridade com coragem o suficiente para encarar o estuprador.
Na minha opinião, deveria haver uma busca pelo nome das autoridades que se omitiram e dar a estas autoridades a mesma pena que for aplicada ao estuprador. Mas isso está muito longe de acontecer, embora a responsabilidade é flagrantemente destas autoridades.

Olha a prova ai:

A paciente conta que, em 1993, procurou o médico para tentar engravidar. Pagou cerca de R$ 150 mil (o dinheiro estava reservado para a compra de um apartamento na praia). Hoje, diz enfrentar graves consequências físicas e psicológicas pelo abuso que diz ter sofrido.
Abdelmassih é um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país e está preso desde o último dia 17, quando o juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público e decretou a prisão preventiva.
Sim, abdelmassih é um dos mais famosos especialistas e bla bla bla bla. Mas ele é estuprador, e neste momento é o que interessa. Ou não?
O médico foi denunciado (acusado formalmente) pela Promotoria no dia 13 de agosto sob acusação de 56 estupros. A denúncia foi feita com base em legislação que passou a vigorar no último dia 7, segundo a qual o antigo "ato libidinoso" passa a ser considerado como "estupro". Pela legislação anterior, seriam 53 atentados violentos ao pudor (atos libidinosos) e três estupros (quando há conjunção carnal).
Na última segunda-feira (24), o STF (Supremo Tribunal Federal) negou o pedido de liberdade ao médico. Antes, o mesmo pedido tinha sido negado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pela Justiça paulista.
56 estupros conhecidos. Alguém duvida que possam existir outras vítimas que não tenham coragem de vir à publico por uma questão bastante simples: vergonha?


Outro lado
O Cremesp informou ontem, por meio de seu primeiro-secretário, João Ladislau Rosa, que a entidade não pode revelar os resultados das apurações abertas contra o médico Roger Abdelmassih nos anos 1990 porque o material é protegido por sigilo.
Rosa também classificou como "inverdade" a afirmação da ex-estilista e atual estudante de direito Vanuzia Leite Lopes, que considerou "uma demonstração de corporativismo" o arquivamento da denúncia que ela apresentou na época.
Hummm.... sei... sigilo. Corporativismo é pouco. É um bando de canalhas vagabundos, protegendo um estuprador enquanto mulheres estavam sendo estupradas no consultório.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as acusações feitas por Vanuzia à Polícia Civil, em 1993, foram investigadas em um inquérito policial aberto no 5º Distrito Policial, no bairro da Aclimação (zona sul).


Certo, mas e o resultado do inquérito? Qual foi?
Já o Ministério Público informou em nota que "as investigações feitas na época não apontaram elementos para oferecimento de denúncia contra o médico Roger Abdelmassih pelo eventual delito investigado, erro médico, razão pela qual o Ministério Público requereu, naquela oportunidade, o arquivamento do inquérito policial, o que foi acatado pela Justiça".
Ah tá... não tinham elementos para oferecimento da denúncia. Reparem que ele foi investigado por "ERRO MÉDICO" e não por "ESTUPRO". Entenderam? Sim, o Ministério Público é mestre nisso. Ele muda o tipo do crime e assim não há mais condições de denunciar os acusados. Essa é uma prática já bastante conhecida.
Mas quando vamos saber o nome dos médicos do CREMESP, dos promotores e dos delegados que abafaram tudo isso, proporcionando a continuidade do crime e o enorme número de vítimas que conhecemos hoje?
Vamos abafar também?



Blog Paulo Pavesi

Um futuro longe do crime


Uma parceria entre o poder público e a iniciativa privada está ressocializando adolescentes infratores no Vale do Sinos. O resultado já pôde ser visto ontem, na formatura da primeira turma de alunos do curso de corte e costura de calçados realizado no Centro de Atendimento Sócioeducativo (Case) de Novo Hamburgo.
Há três meses, a empresa de calçados infantis Marisol resolveu apostar na iniciativa e montou um ateliê de costura dentro do Case. A decisão foi baseada em outro projeto, que começou em 2006. Desde então, o curso era oferecido na empresa para os adolescentes que tinham direito a sair da unidade durante o dia para atividades externas. Desde então, 70 adolescentes participaram do projeto. Cinco deles viraram funcionários. É uma perspectiva de vida nova para os jovens. Um dos adolescentes passou quatro de seus 18 anos atrás dos muros da Case durante duas internações, uma delas por homicídio e outra por latrocínio (roubo seguido de morte). Em junho, resolveu entrar no curso:
– Eu vejo um futuro diferente, porque para o crime eu não quero mais voltar. A gente achava que costura era coisa de mulher, mas agora vejo que tem homem costureiro também.
Dos 109 jovens internados, 10 participaram do curso. Dois desistiram e oito receberam os diplomas. A chance mudou a vida de Flori Chaves de Almeida, 20 anos. Ele foi interno durante dois anos. Há um ano e um mês, teve a carteira assinada e hoje é um dos 900 empregados da indústria.
– Eu não tinha perspectiva nenhuma e isso mudou a minha história para sempre. Agora quero é crescer e ser promovido – diz ele, que por conta do novo emprego, conheceu a atual companheira.
A oportunidade de se formar também foi dada para os que estão em regime fechado.
– Quem é que daria emprego para um jovem como eu? Agora, é uma oportunidade para a gente sair empregado e sem precisar voltar para o crime – afirma um jovem do curso.
O instrutor, Dionatan Frantz, se diz surpreso com o desempenho e força de vontade dos alunos.
– Esse projeto é uma prova de que vale a pena investir para que eles saiam da Case diferentes de quando entraram – disse o diretor da Case de Novo Hamburgo, Cláudio Tomasini.
A ideia da empresa é oferecer emprego aos que acabaram o curso agora, assim que os problemas com a Justiça sejam resolvidos. Uma nova turma deve ser formada até o final do ano.




Zero Hora

Sorocaba: Oito crianças são vítimas de violência sexual por mês


Em Sorocaba, oito crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual por mês. O número se baseia em estatística da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no período de janeiro a julho deste ano. Na comparação com 2007 e 2008, os casos de pedofilia aumentaram e servem de alerta à sociedade. Em 2007, a média mensal de crimes sexuais com vítimas menores de 18 anos foi 5,5, e no ano passado: 6,7.
De acordo com números da delegada Jaqueline Barcelos Coutinho, da DDM, a violência sexual contra crianças e adolescentes representam 64%. Nos 32% restantes, as vítimas têm mais de 18. Houve total de 45 estupros em 2009 (janeiro a julho) e 45 atentados violentos ao pudor. Dos estupros, 24 foram praticados contra menores de 18. No atentado violento ao pudor a proporção foi maior, 33. As vítimas desse tipo de crime podem ser também meninos.
Em janeiro houve cinco estupros. Todas as vítimas tinham menos de 18. Os números representam os casos que são comunicados à polícia. Para a delegada, o estímulo à sexualidade pela mídia e o rebaixamento do padrão moral nos últimos anos têm relação com o aumento da violência sexual. Na maioria das vezes, o estuprador está próximo. Em 70%, são pais, padrastos, tios, avós ou primos, diz Jaqueline.

Nova lei

A nova lei federal 12.015, que torna mais rigorosa a punição para pedófilos, passou a vigorar em 7 de agosto. Segundo a delegada da DDM há mudanças importantes. Não há mais diferenciação entre estupro e atentado violento ao pudor. O texto anterior da lei especificava a mulher como vítima de estupro, que passou agora a alguém, observa Jaqueline.
A pena para quem pratica violência sexual contra menor de 14 anos aumentou de 6/10 anos para 8/15 anos. Além disso, se o autor não tem relação de parentesco com a vítima não é mais necessária formalização de denúncia do representante legal à Justiça para a polícia poder agir. A lei também defende pessoas consideradas vulneráveis, como deficientes mentais ou em estado de embriaguez ou sob efeito de medicamentos, por exemplo.
Para a delegada, o aumento de denúncias em Sorocaba significa crescimento da violência sexual. É importante que as pessoas denunciem, se houver indícios. Às vezes, as próprias mães demoram muito para comunicar a polícia. Em 2009, a DDM instaurou 42 inquéritos policiais sobre crimes sexuais.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

Público masculino é alvo de campanha


BRASÍLIA - O Ministério da Saúde lançou na manhã desta quinta-feira, em Brasília, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem na sede da Organização Pan-Americana de Saúde. A meta do ministério é que 2,5 milhões de brasileiros com idade entre 20 e 59 anos procurem o serviço de saúde pelo menos uma vez ao ano.
O investimento previsto será de R$ 613,2 milhões até 2011. Os valores serão destinados ao aumento de procedimentos como vasectominas, ultrassonografias de próstata e de cirurgias para doenças do trato genital masculino, no período de 2009 a 2011.
O Ministério da Saúde prevê o aumento de 20% no número de ultrassonografias de próstata – exame responsável pelo diagnóstico precoce de tumores malignos – até o ano que vem. A meta, parte da Política Nacional de Saúde do Homem, é que o total de procedimentos passe de 78 mil em 2008 para 110 mil até 2010, com um investimento de R$ 4,4 milhões.
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que 49.530 homens tenham câncer de próstata apenas este ano. O número representa uma proporção de 52 casos da doença para cada cada 100 mil homens. Segundo dados do Inca, a taxa de mortalidade por câncer de próstata passou de 6,3 para 13,9, entre 1979 e 2006. Um aumento de 120%.
O número de cirurgias para tratar tais doenças e os casos de câncer do trato genital masculino irão aumentar em 10% ao ano, passando de 100 mil, em 2008, para 110 mil, em 2009, alcançando 121 mil até 2010. De acordo com o ministério, a iniciativa vai ampliar o acesso ao tratamento, por exemplo, do câncer de pênis – tumor relacionado às baixas condições socioeconômicas e à má higiene íntima.
Um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) indica que pelo menos mil homens têm o pênis amputado todos os anos no Brasil por causa da doença.

Campanha

A campanha vem acompanhada de um vídeo para ser veiculado na televisão e spots de rádio, que reiteram os fatos de que a cada três mortes de pessoa adultas (de 20 a 59 anos), duas são homens no Brasil. Além disso, eles vivem sete anos a menos que a mulher.
“Temos políticas de saúde para tudo que pudermos imaginar, menos para os homens que vivem uma situação delicada no quesito mortalidade”, afirmou o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão. “Eles têm medo de descobrir que estão doentes, não se cuidam e são menos sensíveis às campanhas”, completa.
Segundo o ministro, a campanha quer acabar com o preconceito masculino de cuidar da própria saúde. A campanha resulta de um longo processo que envolveu secretarias estaduais, municipais e audiência pública. De acordo com o perfil levantado pelo ministério, o homem adulto brasileiro tem mais diabete, mais alta pressão alta. Estão mais expostos a acidentes de trânsito e de trabalho. Bebem mais e estão mais expostos a drogas.

Na prática

Há previsão de trabalhos conjuntos com estados e municípios para a criação de planos locais para receber melhor os pacientes. Duas parcerias já foram seladas entre o Ministério e o SESI e as Forças Armadas.
No caso do SESI, grandes indústrias com de mais mil trabalhadores farão campanhas de conscientização, com apoio das centrais sindicais, CUT e Força Sindical. “Com as forças armadas, vamos começar um trabalho dentro do exército”, explicou o coordenador de saúde do homem, Baldur Schubert.
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, reforçou que o maior desafio da nova campanha é promover uma mudança cultural nos homens e também nas equipes de saúde.
Beltrame explica que a maior parte dos casos de mortalidade está vinculada à falta de higiene, prevenção e a descoberta tardia das doenças. “O Brasil, por exemplo, tem mil casos de amputação de pênis por ano, por causa do câncer de pênis”, citou.

(*com informações da Agência Brasil)

Fonte: Último Segundo

UFF abre sindicância sobre trote que envolveria sexo oral


O reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles, anunciou segunda-feira que foi montada uma comissão da faculdade de Direito para apurar a denúncia de uma caloura que teria sido vítima de um trote violento aplicado por um grupo de oito veteranos. Na última quarta-feira, eles teriam tentado obrigar algumas alunas a fazerem sexo oral ou beijá-los na boca em troca de não irem às ruas arrecadar a quantia de R$ 250.
"A comissão irá convocar todos os alunos que participaram do trote para depor", disse o reitor da faculdade, que, no domingo, repudiou em nota atitudes agressivas dos estudantes. O caso teve grande repercussão entre estudantes e professores de universidades do Rio, que se perguntam em que momento a tradicional brincadeira de início de curso começa a ficar perigosa.
De acordo com Salles, os ritos de recepção aos calouros vêm sendo mudados e hoje em dia a maioria das faculdades optam pelo projeto Trote Cultural UFF, que leva o aluno a doar sangue, alimentos e fazer algumas atividades relacionadas ao meio ambiente. "Os alunos que insistem em dar esse tipo de trote são minoria aqui", acrescentou.

Etapa importante


Para o professor da faculdade de medicina da UFF, Armando Pires, a recepção aos calouros é importante para o aluno que chega à universidade. "Acreditamos que seja fundamental que o aluno assuma esse processo de apresentar a faculdade ao estudante que acabou de chegar. A gente questiona muito sobre a vinculação dos trotes à bebida alcoólica e tentamos trazê-lo para a área solidária", disse o professor, que não é a favor dos trotes.

Dignidade ignorada

O ministro Luiz Fux, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), classificou como inaceitável que estudantes de Direito desconheçam "os princípios mais elementares da Constituição". De acordo com Fux, este desconhecimento é mais grave que o atentado contra o princípio da igualdade que teria acontecido na realização do trote na UFF.
"A Constituição Federal veda essa prática, que atenta contra a isonomia e a dignidade da pessoa humana. Por que é mais grave? Entendo que não agiram com a consciência de que praticaram um crime, mas o pior é que não conhecem os primários princípios da Constituição, que são os da isonomia e da dignidade da pessoa humana".
Absurdo inconcebível é como o vice-presidente da OAB, Lauro Schuch, qualificou o trote realizado pelos estudantes. Para o advogado, é inaceitável que os alunos que tenham em seu processo de formação o respeito pela pessoa e pela dignidade humana, a luta pela garantia dos direitos individuais, possam praticar atos como o que foi noticiado.
"A prática deste tipo de ato demonstra que não estão moralmente vocacionados para uma atividade tão importante quanto a advocacia", avaliou Lauro Schuch. "Não podemos deixar de compreender a gravidade desta atitude e de dar uma resposta enérgica".

Dupla punição

Como punição para o trote, Lauro Schuch acredita que aqueles que o realizaram devem responder criminalmente e também no âmbito acadêmico. "São jovens, mas com consciência dos seus atos. Devem verificar se eles têm condições de continuar o curso", afirmou. "Praticar um ato desses é covardia. É tempo de os estudantes de Direito começarem a rever o conceito de trote, que não deve ter esse conteúdo de violência e humilhação. Há formas mais humanitárias de recepcionar calouros".

Nara Boechat e Carlos Braga
Portal Terra

Tratamento gratuito para fumantes será feito em 1.200 cidades até 2010


RIO DE JANEIRO - O tratamento gratuito oferecido a fumantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegará a 3 mil unidades de saúde de 1.200 municípios brasileiros no ano que vem. O programa começou em 2004 e hoje cerca de 800 unidades de 500 municípios oferecem o tratamento, segundo informações da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
A chefe da Divisão de Tabagismo, Tânia Cavalcante, informou que o tratamento consiste na entrega de medicamentos gratuitos e, principalmente, na orientação feita pelos profissionais de saúde do SUS.
- Existe uma demanda grande nas unidades de saúde. A maior parte dos fumantes brasileiros quer deixar de fumar, e o Sistema Único de Saúde visa a atender as pessoas que não têm como pagar pelo tratamento ou que não têm plano de saúde - afirmou.
Segundo Tânia, 1.200 municípios ainda não são suficientes para atender à demanda nacional pelo tratamento. Ela disse que a implantação do programa é demorada devido à necessidade de capacitação dos profissionais de saúde.
- O principal aspecto do tratamento não é o medicamento, é a abordagem cognitiva e comportamental, da forma mais adequada possível, por um profissional treinado - acrescentou.

Fonte: O Globo

Metade dos universitários da área de saúde não sabe tratar fumante, diz estudo

Uma pesquisa coordenada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelou que 50% dos estudantes universitários do terceiro ano dos cursos de medicina, enfermagem, odontologia e farmácia não aprenderam na faculdade métodos e tratamentos para ajudar fumantes a deixarem o vício.
A pesquisa “Vigilância do Tabagismo em Universitários da Área de Saúde” foi realizada em universidades públicas e privadas de Florianópolis, Rio de Janeiro, Campo Grande e João Pessoa e ouviu 2.642 estudantes de 18 a 24 anos.
O tabagismo é considerado doença, desde 1992, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a OMS, o tabagismo cria uma “desordem mental e de comportamento em razão da síndrome da dependência à nicotina”.
O mesmo estudo mostra ainda que apenas a metade dos entrevistados discutiu em sala de aula os mecanismos psicológicos e comportamentais relacionados ao ato de fumar. Para os especialistas da área, esses mecanismos estão diretamente ligados ao conhecimento que o profissional precisa ter para tratar fumantes.

Diretor do Inca mostra preocupação

Para o diretor-geral do Inca, Luis Antônio Santini, "é preocupante que as universidades não tenham o assunto como conhecimento sistematizado, com uma abordagem para enfrentar o problema".
“É importante intensificar as informações sobre o tabagismo entre os universitários para que eles se tornem agentes multiplicadores dos males causados pelo hábito de fumar”, acrescentou.
“Os jovens pesquisados são futuros profissionais da área de saúde e como tal devem incorporar o importante papel social que tem como formadores de opinião e modelos de comportamento”, afirma Tânia Cavalcante, coordenadora nacional do Programa de Controle de Tabagismo do Inca.

Fonte: G1

Muito além da sonolência


A falta de sono já é fator de risco isolado para diversas doenças.
Ela pode ser tão decisiva para o aparecimento do diabetes quanto
a má alimentação e o sedentarismo


Até trinta anos atrás, os parcos conhecimentos sobre os malefícios das noites maldormidas para a saúde permitiam aos médicos uma certeza: "A privação de sono causa... sonolência". A história é lembrada pelos especialistas em tom de galhofa. Sabe-se agora que, sem o repouso noturno adequado, o corpo e a mente perdem muito mais do que a chance de repor as energias gastas durante o dia. Por problemas de saúde, necessidade de trabalho ou farra, a privação de sono leva o organismo a um descompasso cujas consequências vão muito além da (óbvia) sonolência. "As pesquisas mais recentes nos permitem classificar a falta de sono como fator de risco isolado para uma série de doenças", diz o biólogo Rogerio Santos da Silva, pesquisador do Instituto do Sono, da Universidade Federal de São Paulo. As noites em claro estão associadas a alguns dos mais comuns e perigosos distúrbios da modernidade, como a hipertensão, o infarto, o derrame e a depressão. No caso das doenças metabólicas, como a obesidade e o diabetes, dormir mal é tão perigoso quanto não se alimentar de forma equilibrada e não praticar exercícios físicos.
Um estudo publicado na revista científica Clinical Endocrinology & Me-ta-bolism, conduzido por pesquisadores da Universidade de Chicago, mostra quão estreita é a relação entre a privação de sono e a resistência à insulina, condição que predispõe ao diabetes e às doenças cardiovasculares. A insulina é o hormônio responsável por tirar as moléculas de glicose da corrente sanguínea e jogá-las dentro das células. O trabalho de Chicago acompanhou onze homens e mulheres saudáveis de 39 anos, em média. A pesquisa foi dividida em duas etapas, com um intervalo de três meses entre elas. Na primeira fase, por catorze dias, os voluntários dormiram oito horas e meia por noite, comeram o que quiseram, nas quantidades que desejaram, e não praticaram nenhuma atividade física. Na segunda, também com duração de catorze dias, apenas os hábitos noturnos foram alterados. O período de sono dos participantes foi reduzido a cinco horas e meia. Ao término de cada uma das etapas do experimento, foram analisadas as taxas de glicose dos voluntários. Na da diminuição do sono, a glicemia média do grupo depois das refeições atingiu 144 miligramas de glicose por decilitro de sangue – o normal é 140, no máximo. Ou seja, depois de duas semanas de pouco sono, os participantes do estudo de Chicago passaram da condição de saudáveis para a categoria dos pré-diabéticos.
"O organismo interpreta o stress provocado pelo sono inadequado como se estivesse em situação de perigo", diz o neurofisiologista Flavio Alóe, do Centro Interdepartamental para os Estudos do Sono da Universidade de São Paulo. "Diante de tal ameaça, ele responde com o aumento da secreção dos hormônios cortisol, adrenalina e noradrenalina, associados ao stress." Nos tempos de nossos ancestrais das cavernas, na permanente vigilância contra animais ferozes e outras ameaças da natureza, grandes quantidades desses hormônios eram essenciais para a sobrevivência: elas significavam prontidão para a fuga ou o ataque. Nos dias atuais, em excesso, a trinca de hormônios só nos faz mal (veja o quadro abaixo). Um artigo publicado em abril passado na revista Sleep, a mais prestigiosa na área da medicina do sono, estabeleceu de maneira conclusiva a relação entre poucas horas de descanso noturno e hipertensão. Quem dorme mal tem cinco vezes mais probabilidade de desenvolver um quadro de pressão alta do que uma pessoa sem problema para dormir (veja o quadro abaixo). O motivo é simples: cortisol, adrenalina e noradrenalina têm ação vasoconstritora, o que favorece não só a hipertensão, como as arritmias cardíacas, conforme outro estudo da Universidade de São Paulo, orientado pelo médico Geraldo Lorenzi Filho, diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (Incor) paulista.
Pesquisas anteriores investigaram a conexão entre noites maldormidas e o diabetes e a hipertensão, mas, ao contrário das mais recentes, não utilizaram padrões de privação de sono próximos dos reais. "É muito difícil que uma pessoa passe três dias sem dormir ou fique uma semana dormindo apenas quatro horas por noite, como faziam os participantes dos estudos antigos, mas é cada vez mais frequente encontrar pessoas que dormem cinco horas e meia, como os voluntários do trabalho da Universidade de Chicago", diz Lorenzi Filho. Desde a década de 60, os americanos perderam em média duas horas de sono por noite. Culpa da rotina estressante e agitada das grandes cidades. Atualmente os americanos dormem 6,8 horas por noite durante a semana e 7,4 aos sábados e domingos. No Brasil, a situação é muito semelhante. Os paulistanos, por exemplo, passam 6,2 horas por noite na cama. É muito pouco. Ainda que o número de horas, por si só, não seja o único fator para a qualidade do sono, o fato é que dormir oito horas por noite é condição mínima para o descanso de 80% das pessoas. O sono ideal divide-se em quatro a seis ciclos, de uma hora e meia cada um. Em cada ciclo, alternam-se as fases REM, quando ocorrem os sonhos, e as fases não REM, que se subdividem em leve, intermediária e profunda. Dormir bem é dormir esse sono todo – até que os dedos cor-de-rosa da aurora surjam no céu, como diria o poeta grego Homero.

Fonte: Veja.com

Relatório da ONU critica falta de respeito aos direitos indígenas no Brasil


O relatório sobre a visita ao Brasil será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, no mês de setembro, juntamente com o relatório anual que, este ano, aborda como tema especial o Dever de Consulta do Estado aos Povos Indígenas.

Em agosto de 2008, o relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos e as Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas, James Anaya, esteve em Brasília e percorreu os estados do Amazonas, Roraima e Mato Grosso do Sul. No documento sobre o País, ele destaca o comprometimento com padrões internacionais de direitos humanos que reconhecem direitos indígenas coletivos como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Declaração da ONU sobre Direitos dos Povos Indígenas, bem como os avanços da legislação das políticas nacionais voltadas aos indígenas. No entanto, ressalta que os povos ainda enfrentam obstáculos para a realização de seu direito de autodeterminação, e sofrem com discriminações de raízes históricas, que persistem em muitas esferas da vida política e social. Segundo Anaya, essa discriminação se reflete na falta de participação indígena nas instâncias de tomadas de decisões sobre assuntos que lhes afetam, nas ameaças à integridade cultural, nas precárias condições de vida e na violência freqüente que é praticada contra os povos indígenas.
O texto menciona, entre outras coisas, a preocupação com o retrocesso de direitos indígenas reconhecidos em razão de inúmeras propostas legislativas que tramitam no Congresso e das limitações que suscitam as 19 condicionantes no julgamento da TI Raposa-Serra do Sol (saiba mais sobre o caso aqui). Observa ainda que, apesar de persistirem influências paternalistas em suas ações, a Fundação Nacional do Índio (Funai) manifestou-se consciente da necessidade de abandonar antigas posturas nesse sentido e tem investido esforços para incorporar uma orientação política consistente com as normas internacionais contemporâneas.
Uma das conclusões é de que mais passos devem ser dados no sentido de avançar os compromissos internacionalmente assumidos pelo Estado em relação aos povos indígenas, especialmente no tocante ao empoderamento dos povos indígenas para controlarem todos os aspectos de suas vidas, pela participação na administração e prestação de serviços de saúde e educação às suas comunidades, e pelo direito de consulta nas decisões que afetam suas terras e recursos naturais. Saiba mais sobre o direito de consulta livre, prévia e informada aqui.
O relator observa que no Brasil o avanço de certas políticas e proteções constitucionais de direitos indígenas aumentaram a visibilidade dos povos indígenas. Isso atraiu controvérsias e um espírito de antagonismo político, que se sobressai na maneira como a mídia brasileira reporta, às vezes, inclusive, com hostilidade aos assuntos indígenas. Ele atribui a impulsão dessa atitude dos meios de comunicação brasileiros a controvérsias políticas e econômicas que influenciam as discussões públicas numa aparente tensão entre desenvolvimento econômico de um lado e, do outro, a conservação do meio ambiente e o reconhecimento de direitos indígenas.
No que se refere a projetos de desenvolvimento de grande escala que afetam comunidades indígenas e devem salvaguardar direitos dos povos afetados, são citados os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); a construção de hidrelétricas nos rios Xingu, Tocantins, Madeira, Estreito, Tibagi, Juruena, Cotingo e Kuluene; a transposição do Rio São Francisco; a construção da Hidrelétrica de Belo Monte (saiba mais aqui); e as ações da Iniciativa de Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana (IIRSA), como a construção do complexo do Rio Madeira e de hidrelétricas como Santo Antonio e Jirau, em Rondônia. Anaya identifica que não foi definido no Brasil um meio adequado de consulta aos povos indígenas em consonância com a Convenção 169 da OIT e a Declaração da ONU e observa que a falta de tal mecanismo de consulta, estabelecido por lei ou outra forma, reflete um problema mais amplo: “a necessidade de harmonizar por completo as políticas públicas, leis e iniciativas para desenvolvimento econômico com aquelas para assegurar a realização do direito de autodeterminação e direitos relacionados dos povos indígenas”.
Assim, recomenda, entre outras coisas, que o governo garanta consultas adequadas com os povos indígenas em relação a todas as decisões legislativas ou administrativas que os afetem, de acordo com os padrões internacionais aplicáveis. Sugere que, para tanto, uma lei ou regulamentação seja elaborada, definindo um procedimento de consulta aos povos indígenas. Ele ressalta que esse procedimento em si deve ser desenvolvido em consulta com povos indígenas e aplicado na decisão de projetos de desenvolvimento e atividades de extração de recursos naturais que tenham impacto direto sobre povos indígenas, inclusive nas atividades que são desenvolvidas fora de terras indígenas demarcadas.

A íntegra do relatório sobre a visita ao Brasil está disponível, em inglês, no site das Nações Unidas.

Veja aqui excertos do relatório traduzidos para o português.

Fonte: INCLUSIVE
Foto: Bruno Miranda (Olhares.com0

Despreparo de professores potencializa discriminação contra homossexuais


O principal motivo para que a discriminação contra estudantes homossexuais faça parte do cotidiano das escolas brasileiras é a falta de preparo do professor para lidar com a questão. Esse é o diagnóstico dos especialistas consultados pela Agência Brasil. A formação continuada dos profissionais que trabalham na escola tem sido a principal estratégia do Ministério da Educação (MEC) e de outras esferas de governo para atacar o problema.
Na avaliação da coordenadora-geral de Diretos Humanos do MEC, Rosiléa Wille, o professor reproduz comportamentos discriminatórios porque não foi educado para a diversidade. Ela defende que, além de capacitar quem já leciona, é necessário modificar a formação inicial desses profissionais.
“Claramente os professores têm dificuldade para lidar com isso, mas não podemos culpá-los. Eles estão saindo da universidade sem estarem preparados para lidar com a diversidade que existe na escola. Se a gente não muda isso, temos que estar sempre trabalhando na consequência.”
De acordo com o MEC, desde 2005 cerca de 20 mil docentes participaram de cursos de formação sobre a temática. “Você tem uma forma de interferir no cotidiano da escola por meio do professor, que é um ator fundamental dentro do processo educacional”, avalia Rosiléa.
A religião de professores ou da equipe pedagógica da escola também costuma interferir no tratamento dispensado a alunos homossexuais. O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, diz que muitos educadores levam para a escola “seus conceitos religiosos e fundamentalistas”. Ele defende que uma capacitação para a educação sexual, em seu sentido mais amplo, facilitaria a compreensão.
O jovem André*, homossexual, cursa o 3° ano do ensino médio e diz que o argumento religioso já foi utilizado por uma coordenadora da escola em que estuda para condenar o relacionamento entre alunos do mesmo sexo. “Ela falou que o Deus dela dizia na Bíblia que isso era errado. Nós sofremos discriminação por parte de quem deveria nos orientar. A escola é um ambiente onde deveríamos aprender a respeitar todos e não nos sentir segregados”, desabafa.
Para o educador Beto de Jesus, o problema está relacionado ao próprio modelo de aprendizagem, muito ligado aos parâmetros curriculares. “Muitas vezes o professor não se dá conta de que o aprendizado está além do conhecimento acumulado, ele faz parte do cotidiano das pessoas. Se um adolescente é excluído, seja por homofobia ou racismo, o docente não interrompe a aula para discutir o problema porque acha que o conteúdo que ele precisa transmitir é mais importante”, afirma.
Representante na América Latina da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA), o educador avalia que o trabalho de capacitação dos professores é uma grande passo, mas precisa ser ampliado e consolidado. “Foi a primeira vez que os grupos [LGBTs] puderam entrar na salas de aula e ajudar na capacitação dessas temáticas”, afirma. Já o presidente da ABGLT, Toni Reis, classifica esse esforço de “tímido”.
A psicóloga especialista em sexualidade da Universidade Católica de Brasília (UCB) Claudiene Santos, que trabalha com formação de professores para a temática da diversidade sexual, diz que os resultados dos cursos são muitos positivos. Alguns abandonam a capacitação porque têm dificuldade de lidar com o tema.
“Tivemos alguns depoimentos no nosso curso de professores dizendo que não imaginavam o prejuízo que podia ter causado a algum aluno, porque, mesmo sem a agressão, quando você toma a posição de não defesa, você está sendo conivente. Todos temos algum preconceito em algum nível. Esse exercício de reconhecer nosso preconceito e trabalhar contra ele precisa ser feito todo dia.”

Fonte: Agencia Brasil

A homofobia (homo= igual, fobia=do Grego φόβος "medo"), é um termo utilizado para identificar o ódio, aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais e, consequentemente, a homossexualidade, que pode incluir formas sutis, silenciosas e insidiosas de preconceito e discriminação contra homossexuais.

CCJ votará castração química de pedófilos


Está na pauta da próxima reunião da Comissão de Constituição e Justiça – CCJ – o PLS 552/2007, de autoria do Senador Gerson Camata, que prevê a castração química de pedófilos condenados. O projeto, considerado polêmico, respalda-se pela já consagrada aceitação deste tipo de pena em países como Suécia, Itália e Alemanha.
De acordo com Camata, já está comprovado que os pedófilos são irrecuperáveis e somente uma legislação mais rigorosa poderá coibir a ação dos criminosos. Além disso, para ele não adianta fazer CPI, se não for para endurecer a lei.
O senador destaca o trabalho realizado pelo Ambulatório de Transtornos de Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC em Santo André, São Paulo, que já vem aplicando hormônio feminino como inibidor sexual em pedófilos.“Eu defendo e faço…ou faço isso ou eles farão sexo com crianças”. Afirmou, em entrevista ao Jornal Estado de São Paulo, o Dr. Danilo Baltieri – Psiquiatra – Doutor pela Universidade de São Paulo – integrante do Conselho Penitenciário do Estado e responsável pelo tratamento em Santo André.
Gerson Camata revelou também que vários médicos brasileiros já realizam a castração química, por meio da administração de hormônios, a pedido de pedófilos que reconhecem a sua condição e querem evitar o cometimento de crimes. Segundo assinalou, pesquisas apontam que o procedimento leva à redução da reincidência em até 70%.



Site Barra

Tranquilidade e ‘morabeza’ conquistam brasileiros em Cabo Verde

Músico paulista se mudou para país africano após apresentação.Empresário cearense 'descobriu' clientela ávida de novidades.

Tranquilidade e “morabeza”, expressão local que pode ser traduzida como algo entre gentileza e hospitalidade, são algumas das qualidades evocadas por brasileiros quando questionados o que os fez trocar o país pelo arquipélago de dez ilhas que compõem Cabo Verde, localizado na costa oeste da África.
Colônia portuguesa até 1975, o país que tem uma comunidade brasileira de apenas cem pessoas registradas, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, vem atraindo mais brasileiros nos últimos anos seja por um emergente intercâmbio comercial ou a busca de um estilo de vida diferente.
“As pessoas são muito gente fina. Há uma “morabeza”, como eles falam, uma amizade. Você que está habituado a uma correria, principalmente em São Paulo, se adapta a uma vida mais tranquila, em que tem duas horas e meia de almoço, que quase para a cidade”, conta o músico paulista Ricardo de Deus, 31 anos, há dez em Cidade de Praia, a capital.
Paulista de Suzano, ele esteve pela primeira vez no país para uma apresentação com uma banda de Porto Seguro e acabou ficando. Casou-se com uma cabo-verdiana, acompanhou artistas locais em turnês pelo país e pela Europa e, há dois anos, gravou seu próprio disco, o instrumental “Fragmentos”, que une temas brasileiros, ritmos cabo-verdianos e até standarts de jazz.
Além da “morabeza”, Ricardo conta ter aprendido, “com forte sotaque português”, um pouco do crioulo, dialeto local que é falado junto com o português, a língua oficial. “Todo mundo fala crioulo, mas tem pessoas mais humildes que não falam português”, conta Ricardo, que pratica o dialeto com a mulher e os alunos nas aulas de piano e teoria musical que ministra no Centro de Cultura Brasil-Cabo Verde.
Diretora do centro, a mineira Marilene Pereira mudou-se para Cabo Verde também após conhecer e casar-se com um cabo-verdiano. No país há 21 anos, nacionalizada há oito, ela diz fazer parte de um perfil muito comum dos brasileiros que chegam ao país. “Normalmente é mulher que casa com cabo-verdiano. Os homens são muito poucos, mas mulheres há muitas”, conta.

Intercâmbio comercial
Além da receptividade cabo-verdiana – “quando você fala que é brasileiro, o sorriso abre logo” -, ela afirma que o intercâmbio comercial com o Brasil tem atraído brasileiros, após a inauguração de voos diretos para o país africano. “Os brasileiros estão fazendo negócios aqui e o produto primeiro da pauta de exportação é o produto de beleza. Dentre eles, o alisante de cabelo”, conta.
O empresário cearense Ricardo Alencar, 42, confirma. No país há sete anos, ele diz que “devagarinho, os produtos brasileiros estão entrando no mercado de Cabo Verde”. Dono de duas lojas de importação e exportação, ele leva do Brasil, além dos cosméticos, uma grande variedade de mercadoria, que vai de equipamentos para aquários a artigos para festas de aniversário. Mas diz que precisou de muita “persistência” para se estabelecer na ilha.
Cabo-verdianas testam produtos em loja brasileira em Cidade de Praia, Cabo Verde (Foto: Divulgação / Arquivo pessoal)

"A modalidade de comércio aqui é totalmente diferente do Brasil. Aqui, o que faz você girar mercadoria é novidade e não quantidade. Muitas vezes [os comerciantes brasileiros] vêm e trazem uma quantidade de roupas, várias do mesmo modelo. Até vendem no início, mas depois se esgota a clientela. Aqui eles procuram sempre novidades”, diz o empresário, que diz viajar pelo menos quatro vezes a Fortaleza em busca de produtos novos para a exigente clientela.
Desde que se mudou, ele afirma ter trazido 18 parentes e conhecidos brasileiros para trabalhar nas lojas, que acabaram retornando ao Brasil por não se adaptarem ao país.
Eles não demoram, não se adaptaram com a cultura. Aqui não tem a mesma qualidade de vida do Brasil, de diversão, é mais trabalho”, diz. Por outro lado, o cearense também aponta a tranquilidade da vida cabo verdiana como vantagem. “Minha adaptação é porque simplesmente aceitei a vida aqui como ela é. É um lugar bem mais tranqüilo que o Brasil. Não se ouve falar em assalto, assassinato, em roubo.”

Feijoada, cachaça e novela
Para além da língua portuguesa, os brasileiros que vivem no arquipélago africano também veem semelhanças entre os dois países que ajudam a amenizar a saudade da terra natal, como a cachupa, prato que se assemelha à feijoada, mas feito à base de milho; o grogo, a aguardente local e a popularidade das novelas brasileiras.
Após alguns anos de convivência, também ajudam a vencer certos estereótipos comuns por aqui sobre o continente africano. “As pessoas falam da África [no Brasil] como se fosse um país, tem aquela idéia de que tem leões e elefante nas ruas. E a África é um continente com muitos países, muita diversidade”, afirma Ricardo de Deus.
Para o músico, o que se fala sobre o continente na mídia ajuda a reforçar “uma imagem deturpada”. “Acho que aqui há pobreza tanto quanto algumas regiões do Brasil. Se você vai para Rodonia, Mato Grosso ou Acre também há muita pobreza. Isso é muito relativo.”
G1

Governo vai bancar formação de quem quiser ser professor, afirma Haddad


RIO - Para impulsionar a formação de professor e estimular que jovens talentos ingressem na carreira, o governo estabeleceu uma série de medidas que vão custear a formação desses profissionais.
- Quem quiser ser professor não vai pagar a sua formação - diz o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Segundo Haddad, o jovem interessado pode procurar o curso de uma universidade pública ou de uma instituição particular com financiamento.
Projeto de lei enviado pelo Ministério da Educação (MEC) ao Congresso Nacional prevê que estudantes de pedagogia possam pagar com trabalho o empréstimo obtido por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies).
- Se ele for atuar em escola pública não terá que retornar ao fundo o que recebeu para pagar sua mensalidade. Se o jovem tiver boa nota no novo Enem 2009 e quiser trabalhar na rede pública, não terá que pagar por isso - explica.
A ideia é que o estudante possa financiar 100% dos custos com atividade profissional. Para cada mês de trabalho, 1% da dívida consolidada será abatido.
A medida também será estendida aos estudantes de medicina. Após a formatura, o profissional terá que trabalhar no Programa Saúde da Família (PSF) em regiões onde há carência de médicos.



O Globo

Governador advoga responsabilização criminal de seitas religiosas com casos de feitiçaria



O governador do Uíge, Mawete João Baptista, pediu (quinta-feira), no município do Dange-Quitexe, 40 quilômetros a Sul da capital da província, a responsabilização criminal das seitas religiosas e pessoas que acusam crianças de práticas de feitiçaria.
Mawete João Baptista, que manifestou este posicionamento durante o ato de apresentação da nova administradora municipal de Dange-Quitexe, Maria Fernanda Cavungo, disse que as instituições e pessoas que acusam as crianças de feitiçaria violam os direitos destas, pelo que “devem ser responsabilizados criminalmente”.
“Não queremos que a nossa criança seja molestada, ou então seja acusada de feiticeira. Estes problemas todos queremos eliminá-los do nosso convívio”, referiu, acrescentando que “quando uma criança é chamada de feiticeira, os colegas e amigos se afastam dela”.
Para o governador, a criança merece uma atenção especial de vida para que cresça de forma sã.
O governante denunciou existirem na província seitas religiosas que acusam crianças de práticas de feitiçaria, contrariando os pressupostos da palavra de Deus, contidos na Bíblia.
Contudo, deu a conhecer que a Polícia Nacional está orientada a acompanhar o comportamento de todos que assim procedem para que sejam encaminhados a Justiça.
“Apelamos às igrejas e as autoridades tradicionais a absterem-se deste tipo de comportamento e responsabilizamos a Polícia para acompanhar esta situação na nossa província”, reforçou Mawete João Baptista.
A nova administradora municipal de Dange-Quitexe foi recentemente nomeada em despacho do ministro da Administração do Território, Virgílio de Fontes Pereira.
Membros do Governo da Província e da Administração Municipal, autoridades tradicionais, entidades políticas e religiosas presenciaram ao ato.


Angola Press

Pastores nigerianos punem crianças por práticas de bruxaria
Pastores de igrejas evangélicas, na Nigéria, estão acusando crianças do país de serem bruxas e levando-as ao abuso e crueldade. O motivo de tal ato parte de suposições de que as crianças estejam enfeitiçadas e sejam “bruxas”.
Os pastores do país prometem um exorcismo que irá livrá-las da maldição, isso tudo mediante pagamento dos familiares. O tratamento leva de três a quatro meses.
As crianças estão sendo abandonadas pelos pais que não possuem dinheiro para a cura, ficando à deriva esperando a morte, isso quando não são espancadas, queimadas, envenenadas, enterradas vivas, amarradas em árvores ou sofrem outros tipos de crueldade.
Estima-se que cerca de 5.000 crianças foram abandonadas desde 1998, e que de cada cinco crianças abandonadas, uma acaba morrendo. As que sobrevivem à punição ficam em estado de choque.

Para refletir: Há quinze anos Roger Abdelmassih estupra mulheres com a ajuda dos médicos


Para uma reportagem no Domingo Espetacular, da Record, entrevistei mulheres estupradas por Roger Abdelmassih.

. Todas elas bateram na porta do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, o Cremesp, para denunciá-lo.

. Eram recebidas não como vítimas, mas como quase-criminosas.

. Uma delas mereceu a seguinte pergunta de uma médica a serviço do Cremesp: ele (o Dr Roger, o estuprador) ligou para a senhora no fixo ou no celular ?

. Na comunidade dos médicos de São Paulo, muitos sabiam que o Dr Roger estuprava pacientes.

. Uma entrevistada me contou que foi a outro médico e ao narrar os crimes do Dr Roger, foi recebida com uma reação de naturalidade e frieza.

. Ora, todo mundo sabe disso, disse o novo médico.

. Quer dizer, os médicos de São Paulo são responsáveis, pela omissão, por crimes que o Dr Roger cometeu, pelo menos, ao longo dos últimos quinze anos.

. Há quinze anos, uma das vítimas, Vanuzia Leite Lopes, contou tudo ao Cremesp.

. Outra paciente, que a Folha (*) – clique aqui para ir à pagina C1 – chamada de Cristina, foi ao Cremesp em 1998.
. E o Dr Roger, impune, a estuprar mulheres dopadas e a atacar mulheres não dopadas.

. Agora, com a casa arrombada, quando a opinião pública já sabia dos estupros, o Cremesp se sentiu na obrigação de suspender o direito de o Dr Roger continuar a estuprar.

. O Ministério Público arrolou como testemunha – o crime está prescrito – uma jovem que, em Campinas, no início da carreira dele, em 1970, chegou com dores nos rins.

. Ele era residente de Urologia.


. Ele enfiou um tubo na vagina da jovem. Por que ?

. Percebeu que ela era virgem.

. E perguntou quanto ela queria para que ele pudesse deflorá-la.

. O Ministério Público bem que poderia ter uma conversinha com o Cremesp.

. O Cremesp está ali para ajudar os pacientes, ou acobertar crimes ? – pergunta elementar.

. O Dr Roger fazia o que fazia porque contava com a impunidade.

. Ele era o médico das estrelas, o médico “Caras”.


. Segundo vítimas que entrevistei, não tinha nada de louco ou tarado


. Era um homem normal, dos nossos tempos (*): que gosta de dinheiro e mulheres.

. Às mulheres constrangidas, ele dizia: você deve se sentir honrada por eu me interessar por você.


. E se dizia enviado por Deus.


. Assim que recebeu ordem de prisão, o Dr Roger correu para o banheiro: teve um desarranjo intestinal.

. Foi preso no banheiro de seu gabinete, com as calças na mão.

. A primeira reação que teve, ao entrar no carro da Polícia, foi dizer: “perdi a minha clínica”.

. Era um empresário.

. Bem sucedido.

. Que contava com a omissão da sociedade

. Do Cremesp, por exemplo.

Paulo Henrique Amorim



Blog do Mario

Morte de Michael Jackson foi homicídio, diz legista de LA


Marcas de agulha no corpo de Jackson

O legista de Los Angeles anunciou formalmente nesta sexta-feira que a morte de Michael Jackson foi classificada como homicídio.
A causa da morte do cantor teria sido uma intoxicação aguda causada pelo anestésico propofol e pelo sedativo lorazepam.

Segundo o relatório divulgado pelo legista, estas seriam as “drogas primárias responsáveis pela morte de Michael Jackson”.
Além das duas, outras quatro drogas foram encontradas no corpo do cantor, entre elas diazepam, lidocaína e efedrina.
Os detalhes finais sobre a autópsia serão mantidos em sigilo até o final das investigações policiais.
A polícia de Los Angeles afirmou que entrevistou o médico de Michael Jackson, Conrad Murray, mas ele não foi indicado como suspeito.
De acordo com um relatório divulgado anteriormente, o médico afirmou que estava tratando o cantor com o anestésico propofol para um problema de insônia.
Murray afirmou, no entanto, que estava preocupado já que o cantor estaria se viciando no remédio e tentou mudar a medicação.
O corpo do cantor será enterrado no dia 3 de setembro no cemitério Forest Lawn Memorial Park em Glendale, nos arredores de Los Angeles, em uma cerimônia privada.



BBC Brasil

Esculturas de gelo na China


Esculturas de gelo feitas por membros do Greenpeace para alertar sobre a mudança climática foram exibidas nesta sexta-feira em Pequim, capital da China.



Revista Veja

Especialistas afirmam que usuários de crack têm entre 13 e 15 anos


Fórum Regional do Crack aconteceu nesta quinta-feira (27) na UERJ.Conflitos familiares levam ao vício, dizem palestrantes.

Os usuários de crack têm entre 13 e 15 anos, e mais de 50% deles se tornaram dependente da droga por causa de algum conflito familiar. Esses são dados apresentados e discutidos no “I Fórum Regional do Crack da Segunda Coordenadoria de Assistência Social”, realizado na UERJ nesta quinta-feira (27).
Representantes dos órgãos municipais da Saúde, Segurança, Educação, Esporte e Lazer, dentre outros, discutiram o combate ao consumo crescente do crack. O perfil dos usuários foi traçado de janeiro a agosto desse ano.
Além de conflitos familiares levarem a dependência, o usuário recorre à droga quando é vítima de violência doméstica e de trabalho infantil.
Baixada
A pesquisa desmistificou que o crack se concentra na Baixada Fluminense. Segundo o estudo, 56% dos casos são do município do Rio.
Segundo o secretário de Assistência Social, Fernando Wiliam, o crack é prioridade já que já virou epidemia na população mais pobre.
“O crack não é uma droga como outra qualquer, devido ao seu enorme poder viciante já virou uma epidemia que está envolvendo especialmente a população mais pobre”, disse.



G1


Veja também:

http://brasilcontraapedofilia.wordpress.com/2009/07/17/crack-criancas-e-adolescentes-sao-as-principais-vitimas/

Sindicato: Lei que garante estacionamento gratuito para idosos é inconstitucional


RIO - Idosos e deficientes que tentarem estacionar de graça seus carros em estacionamentos particulares do Rio de Janeiro, conforme estabelece a Lei 5.522, sancionada na última quarta-feira pelo governador Sérgio Cabral, podem encontrar bastante dificuldade. O Sindicato das Atividades de Garagens, Estacionamentos e Serviços do Estado do Rio de Janeiro (Sindepark Rio) está orientando os estacionamentos particulares a não cumprirem a determinação. De acordo com o presidente do sindicato, Hélio Cerqueira, a lei aprovada pelo governador altera os artigos de uma outra lei estadual que há três anos foi considerada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça do Rio.
- A lei aprovada pelo governador faz menção a alteração dos artigos 1º e 5º da Lei 4049 de dezembro de 2002. O problema é que essa lei foi declarada inconstitucional pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça em 28 de agosto de 2006. Por isso o sindicato está orientando a todos para não conceder desconto nenhum e nem gratuidade, pois essa lei não existe mais. Eu considero que houve um erro do Legislativo - afirmou Cerqueira.
De acordo com o sistema do Tribunal de Justiça, o Estado do Rio de Janeiro chegou a recorrer da decisão, mas em dezembro de 2006 uma nova decisão do Órgão Especial confirmou a sentença e declarou a lei inconstitucional. Segundo Hélio Cerqueira, o sindicato já está estudando quais medidas deve tomar:
- Estamos reunidos com nossos advogados, e na segunda-feira nós devemos tomar uma providência. Para mim, isso foi um erro do Legislativo. O que não pode é o usuário arcar com essa decisão.
O deputado Glauco Lopes (PSDB), autor da lei sancionada pelo governador, no entanto, tem outra visão. Para ele, uma vez que a lei foi aprovada pelo Executivo, ela é válida.
- O Executivo pode retomar isso, pode fazer valer a lei, tanto que o Detran está orientando as pessoas. Em minha visão, essa é uma nova lei. Eu acredito que agora passa a ser uma nova discussão - afirmou Lopes, que acrescentou ainda que se precisar irá brigar na Justiça:
- Vai ser uma luta deles [sindicato] com a nossa lei, e eu apelo para o bom senso da Justiça. Eu entendo que vamos brigar de novo por essa lei, até que se faça Justiça com esse segmento da sociedade. Eu quis fazer uma correção adequando a realidade ao Estatuto do Idoso, que até então previa gratuidade apenas para maiores de 65 anos.
De acordo com a lei sancionada por Cabral, o descumprimento pode gerar ao concessionário ou proprietário do estacionamento uma multa de mil Ufirs. Caberá ao Detran fiscalizar os locais. A assessoria de imprensa do Detran afirmou que o órgão não vai se manifestar quanto ao assunto, uma vez que sua função é apenas cumprir o que manda a lei.
Desde a quinta-feira o Detran já está recebendo as solicitações do cartão especial que permite aos idosos maiores de 60 anos estacionar gratuitamente em vagas públicas e privadas. O documento é emitido em até 30 dias após a requisição e terá a mesma validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista beneficiado. Além de pessoas maiores de 60 anos, têm direito ao benefício portadores de deficiência física e mental, com comprovada dificuldade de locomoção.



O Globo

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Manifesto Mundial pela Inclusão – Ser Diferente É Normal



Caríssimos colegas de luta pelos direitos das pessoas com deficiência,

O Instituto MetaSocial, ONG do Rio, que há 15 anos trabalha pela promoção da inserção da pessoa com deficiência na sociedade, está coordenando a campanha “Ser Diferente é Normal – Manifesto Mundial pela Inclusão e contra o Preconceito” e de promoção da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a ser lançado proximamente. A campanha consiste basicamente em um site-manifesto, em que cada pessoa assina com o próprio rosto. Ao tirar uma foto dentro do site, ela é manipulada para que o manifestante mude seus olhos aparentando que tenha síndrome de Down. Com isso, convidamos o cidadão comum a “vestir a imagem” de um dos segmentos mais excluídos, as pessoas com deficiência intelectual, assumindo que “ Ser Diferente é Normal”. O site do Manifesto já está em português e inglês e está sendo traduzido para o espanhol, para podermos espalhar a idéia o mais abrangentemente possível.
Na imagem, captura de tela do site www.serdiferenteenormal.com.br, onde vê-se o painel de fotografias e a tela principal do site.
O MetaSocial sempre trabalhou por meio de parcerias, com agências de publicidade, mídia e empresas, entre outros, para promover a conscientização em massa. Dessa maneira conseguimos emplacar várias vitórias como campanhas publicitárias de sucesso, a novela Páginas da Vida, bonecos com síndrome de Down, tema de Escola de Samba carioca, personagem e revista do Mauricio de Sousa, entre muitas outras ações com grandes resultados de mídia que podem ser conferidas no site www.metasocial.org.br
Quando lançamos a primeira versão do Manifesto no dia Internacional da síndrome de Down, tivemos um resultado fenomenal (600 mil acessos em uma semana) o que nos levou a ambicionar o lançamento da campanha mundial. Desde março temos tido reuniões com técnicos e publicitários responsáveis pelo projeto na tentativa de encontrar um meio de tornar o Manifesto acessível a todos. Infelizmente, não conseguimos uma alternativa satisfatória.
Como todos os envolvidos no movimento pelos direitos das pessoas com deficiência, sabemos que a acessibilidade deve ser condição primordial para qualquer ação em que estivermos envolvidos. A situação em que estamos é a seguinte: se lançamos o Manifesto da forma como está, certamente desagradaremos aos colegas com deficiência visual e suas entidades. Se não o lançamos, perdemos a oportunidade de usar uma ferramenta que já comprovou sua eficácia e poder de mobilização a nível internacional, e que beneficiará a todos os que se sentem excluídos, não apenas pessoas com deficiência. Lembro que nunca houve no mundo uma campanha contra o preconceito deste escopo.
Decidimos seguir adiante e gostaríamos de convidar todas as organizações e indivíduos para serem parceiros neste Manifesto Ser Diferente é Normal, ajudando a promovê-lo o mais amplamente possível. Precisamos da indicação de pessoas com deficiência dispostas a falar com a imprensa em cada cidade brasileira para explicar a intenção da campanha. Queremos aproveitar a oportunidade para divulgar e defender o desenvolvimento inclusivo: a inclusão na escola regular e no mundo do trabalho, o livro acessível, a audiodescrição, o desenho universal e a acessibilidade de modo geral, inclusive na internet, além de promover e popularizar nossa Carta Magna, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência que, como vocês sabem, pouquíssimos sabem que existe.
Na imagem, a tela inicial do site, onde vê-se Breno Viola, jovem de 26 anos com síndrome de Down e o texto principal do manifesto: "MOSTRE DE CARA QUE VOCÊ ACREDITA - Se você acredita que diversidade não é problema, é solução, se você acredita que cada pessoa merece sua oportunidade de ser feliz, se você acredita que somos capazes de aceitar e conviver com as diferenças, e que quanto mais gente se unir em torno dessa idéia, mais rapidamente chegaremos a uma sociedade justa, pacífica e igualitária, seja bem-vindo. Junte seu rosto a todos que, além de acreditar, estão tomando atitudes para mudar a cara do mundo. SEJA DIFERENTE."
O Instituto MetaSocial é uma entidade apolítica, que não recebe doações nem faz atendimentos. Nosso trabalho é todo voltado para a transformação da sociedade através da informação. Tudo o que estamos preparando é através de parcerias com quem conhece a seriedade e independência de nosso trabalho e reconhece a importância de nossa missão.
Contamos com o apoio e a ajuda de todos vocês. Teremos no site uma lista de entidades parceiras e colaboradoras.
O pré-lançamento do Manifesto Ser Diferente é Normal ocorrerá em Nova York, em 6/9, durante as comemorações do Brazilian Day, festa da comunidade brasileira nos Estados Unidos. O lançamento mundial está previsto para 3 de dezembro, dia internacional da pessoa com deficiência (mais informações no texto em anexo).

Forte abraço e esperamos contar com a colaboração de todos para levar esta campanha o mais longe possível.

Patricia Almeida
Coordenadora Estratégica do Instituto MetaSocial
www.serdiferenteenormal.com.br

Quanto custa combater o trabalho infantil


Governo gasta R$ 832 mil por dia para erradicar e prevenir o uso de mão de obra infantil

Por Amanda Costa, do Contas Abertas

O trabalho precoce faz parte da vida de pelo menos 4,8 milhões de crianças e adolescentes que, todos os dias, deixam para trás bonecas e carrinhos e vão para carvoarias, canaviais e metalúrgicas ou são aliciados em atividades ilícitas, sendo expostos a abusos físicos, psicológicos e até sexuais. Apesar de proibido pela Constituição Federal, o trabalho infantil continua fazendo vítimas e deixando sua marca na história de meninos e meninas de todo o país. Nos últimos seis anos, contabilizando 2009, o governo federal aplicou quase R$ 2 bilhões em ações de enfrentamento ao problema, em valores atualizados. Apenas este ano, foram R$ 193 milhões aplicados na principal política pública para coibir a exploração da mão-de-obra infantil, o programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).
O valor aplicado até agosto, mês em que se comemora o Dia da Infância (24), representa 68% do orçamento previsto para o programa, estimado em R$ 283,8 milhões. Para cada dia deste ano, o governo desembolsou, em média, R$ 832 mil no combate ao trabalho infantil (dados até 20 de agosto). A média de gastos nos últimos cinco anos é um pouco maior, chega a R$ 989,2 mil (em valores atualizados). O maior valor médio desembolsado por dia, desde 2004, no entanto, foi registrado em 2005, quando foi liberado R$ 1,8 milhão diariamente. Naquele ano, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou um aumento no índice de trabalho infantil na faixa etária de 5 a 17 anos, passando de 5,3 milhões em 2004 para 5,45 milhões em 2005.
Foi também em 2005 que o PETI teve o maior orçamento em seis anos: R$ 660,5 milhões, já descontada a inflação acumulada no período, o dobro do previsto para este ano. Em 2005, o programa registrou 99,97% de execução, aplicando R$ 660,3 milhões do orçamento autorizado. O investimento per capita chegou a R$ 121,15 para cada criança e adolescente em situação de trabalho. No ano seguinte, em 2006, o investimento per capita – considerando apenas os 5,1 milhões que, segundo a PNAD, exerciam trabalho infantil –, foi de R$ 60,65. Em 2007, subiu para R$ 64,88.
Considerando apenas os gastos realizados até julho, desde 2005, o melhor percentual de execução, ou seja, a aplicação de recursos sobre o orçamento autorizado, 2009 sai na frente. Até julho deste ano, o programa teve 60% de execução. Perde apenas para 2004, quando o percentual atingiu 61%. O índice mais próximo é verificado em 2005, quando é registrada uma execução de 46%. No final daquele ano, ocorreu a integração dos programas Bolsa Família e PETI. A medida foi adotada para evitar que a mesma família recebesse mais de um benefício. Com a integração, a maior parte dos recursos destinados ao PETI está alocada para co-financiar ações sócio-educativas e de convivência no contra-turno escolar nos municípios. Este ano, 85% do orçamento previsto para o programa, o que equivale a R$ 242 milhões, estão alocados na ação. Apesar da integração, a especificidade dos programas foi mantida, o que passou a ocorrer foi a potencialização das ações e a unificação das condicionalidades.
No período entre 2004 e 2008, já descontando a inflação acumulada, o PETI teve um orçamento de quase R$ 2 bilhões. Desse total, R$ 1,8 bilhão foi, de fato, desembolsado. Com isto, o equivalente a R$ 152,8 milhões deixou de ser utilizado no período.

Política pública central

A Constituição Federal, por meio do artigo 227, assegura à criança e ao adolescente o acesso a programas assistenciais e os coloca a salvos de toda e qualquer forma de exploração, violência e opressão. Uma vez que o trabalho precoce interfere no desenvolvimento físico, mental, social, educacional e democrático surge o PETI, que ambiciona retirar crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos da prática do trabalho precoce, exceto na condição de aprendiz, permitida pela legislação brasileira a partir de 14 anos. O programa é tocado pelos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Trabalho e Emprego (MTE). Contudo, os maiores valores são administrados pelo MDS; cerca de 99% de todo o orçamento do programa. O PETI atende famílias com crianças e adolescentes retirados de situações de trabalho e é executado em parceria com estados e municípios.
Este ano, de acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA), onde se encontram todos os objetivos e metas do governo federal, a intenção é fiscalizar e regularizar a situação de trabalho de 22.500 crianças e adolescentes, desenvolver ações sócio-educativas e de convivência para 828.579 infantes em situação de trabalho e conceder 96.703 bolsas para aqueles em situação de trabalho. Além disto, estão previstos no programa a atualização do mapa de focos de trabalho infantil e publicidade de utilidade pública.
No orçamento deste ano, o equivalente a R$ 16,9 milhões foram utilizados – de um total estimado em R$ 38 milhões – para assegurar proteção social especial a crianças e adolescentes retirados do trabalho, de forma que permaneçam na escola. A garantia é feita por meio do pagamento de bolsas às famílias daqueles que foram protegidos da mão-de-obra infantil.
Outros R$ 135,1 mil foram destinados a publicidade, informando, orientando, alertando e mobilizando a população para adotar comportamentos afim de coibir a prática do trabalho infantil. Mais R$ 673,1 mil foram empregados na ação “fiscalização para erradicação do trabalho infantil”, tocado pelo Ministério do Trabalho, cujo objetivo é inspecionar estabelecimentos ou locais de trabalho e identificar crianças e adolescentes, com idade inferior a 16 anos, que estejam sendo submetidas ao trabalho precoce. Além disso, faz parte do programa de trabalho da ação aconselhamentos técnicos e orientações aos empregados e às crianças e adolescentes em situação irregular de trabalho.
Os maiores valores desembolsados no programa foram direcionados ao atendimento, no contraturno escolar, de crianças e adolescentes retirados do trabalho, ofertando-as atividades multidisciplinares para desenvolver habilidades e fortalecer a auto-estima. A perspectiva do trabalho sócio-educativo é ao mesmo tempo desenvolver habilidades pessoais e exercitar a cidadania. As ações sócio-educativas e de convivência, em conjunto com a frequência escolar, são condicionalidades do PETI. Para o desenvolvimento desta ação, foram aplicados, até a última segunda-feira (24/08), R$ 175,3 milhões.

Fonte: Portal dos Direitos da Criança
Foto: Karina Bertoncini (Olhares.com)

O sentido depoimento da advogada abusada pelo médico



Amigo de famosos, respeitado na medicina, Roger Abdelmassih, o mais conhecido especialista em reprodução assistida do país, teve o registro suspenso e foi parar na cadeia sob a acusação de abusar de pacientes.
Sua rotina agora mudou. Desde que foi recluso e teve três habeas corpus negados, Roger Abdelmassih levanta-se, faz a barba, passa perfume e, depois, uma vassoura na cela.
Na edição desta semana da revista Veja, um excelente texto das jornalistas Bel Moherdaui, Laura Diniz e Suzana Villaverde revela detalhes novos e traz quatro depoimentos comoventes, entre os quais o de uma advogada carioca.
Nenhum homem e poucas mulheres sabem o que é o impulso consumidor da maternidade frustrada – mas todos conseguem entender de alguma forma que o desejo de ser mãe "chega a queimar por dentro, de tão intenso".
As ex-pacientes ouvidas por Veja, fazem relatos parecidos. São mulheres de classe média, com bom nível de instrução, capacidade plena de distinguir o certo do errado e, hoje, de expor com lucidez o que aconteceu. Mas queriam desesperadamente engravidar e pagaram um bom preço, em dinheiro – 30 000 reais era o valor médio cobrado pela clínica Abdelmassih por três tentativas – e principalmente em investimento emocional.
"Você saía de lá se sentindo grávida. Ele te olhava nos olhos e dizia que ia dar o seu filho", conta I.V.S. Sindicalista, ela narra ter acordado da anestesia sentindo o corpo do médico "em cima de mim, com a calça arriada e o pênis na minha mão, suja de esperma". Ela engravidou de trigêmeos em outra clínica e até hoje teme que "meus filhos achem que precisei passar por isso para tê-los".
Por motivos parecidos, na maioria dos casos, as ex-pacientes não interromperam o tratamento mesmo diante das investidas que denunciam. Até os maridos a quem contavam os avanços se sentiam intimidados, tanto pelos filhos que almejavam ter com o tratamento quanto pela importância profissional e social de Abdelmassih, cuja clínica fica num casarão imponente num dos lugares mais caros de São Paulo, hoje com trinta funcionários – já chegou a ter 45 antes das denúncias – e pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
O caso contra Abdelmassih foi iniciado por uma ex-funcionária da clínica, que procurou o Ministério Público de São Paulo querendo prestar depoimento contra ele. O testemunho dela estava comprometido – a certa altura, tentara chantagear o médico. Mas as pacientes cujo nome ela deu foram confirmando o que se configurou como uma cadeia de abusos.
Com a divulgação das denúncias, mais mulheres se apresentaram espontaneamente com histórias semelhantes: achavam que haviam sido as únicas e carregavam sentimentos de culpa, ressentimento e impotência. Algumas acabaram o casamento; outras, que conseguiram engravidar, temiam que fossem lançadas sombras terríveis sobre a geração de seus filhos. Mas, ao perceberem que havia mulheres em situação parecida, sentiram-se encorajadas a vir a público.

Depoimento

"Enquanto meu marido assinava um cheque, o doutor Roger me puxou para dentro de uma sala. Tentou me beijar e enfiou a mão dentro da minha blusa. Saí correndo".
"No dia da aspiração dos óvulos, acordei da sedação e o doutor Roger estava me abraçando e me dando parabéns. Depois, começou a me lamber. Dizia ‘você é linda, é muito especial, vem cá’, enquanto colocava a mão no meu peito por dentro do avental.
Também pôs o pênis para fora e levou minha mão até lá. Colocou um dedo dentro da minha vagina. Eu estava confusa e fraca, me joguei no banheiro e tranquei a porta.
Ele batia e dizia: ‘Sai, carioca, vai ser muito bom pra você’. Pensei em fazer escândalo, mas também pensava que meus filhos já estavam ali dentro da clínica. Enquanto meu marido assinava um cheque, o doutor Roger me puxou para dentro de uma sala. Tentou me beijar e enfiou a mão dentro da minha blusa. Saí correndo.
Passei a noite tomando banho e fingindo estar com dor. Engravidei, mas perdi pouco depois. Na segunda tentativa, ao encontrar o doutor Roger no corredor, saí correndo e não quis voltar nunca mais. Não procurei outro tratamento e não fui mais a médico homem.
Quando li as primeiras denúncias na imprensa, comecei a chorar e decidi contar para o meu marido, apesar do medo de que ele fosse ter nojo de mim. Ele disse que estava ao meu lado.
Antes de denunciar, não me sentia digna porque não estava fazendo a minha parte, que era falar, para impedir que outras mulheres sofressem. Só no dia do meu depoimento consegui fazer uma oração de novo."

C., 37 anos, advogada - Rio de Janeiro (RJ).

Fonte: Espaço Vital

ONU denuncia aumento da “horrível prática” dos desaparecimentos forçados


Genebra – Os desaparecimentos forçados são uma “horrível prática” cada vez mais frequente no mundo, alertou o grupo de trabalho do Conselho de Direitos Humanos da ONU que lida com esse fenômeno.

É de vital importância que haja uma maior atenção para o assunto dos desaparecimentos involuntários, já que em certas regiões do mundo não existem informações sobre isso”, declarou nesta quinta-feira o presidente deste grupo de trabalho, Jeremy Sarkin, por ocasião do Dia Internacional dos Desaparecidos, 30 de agosto.
Sarkin destacou que, apesar disso, o grupo lidou com cerca de 50 mil casos do gênero desde sua criação, em 1980.
Os desaparecimentos forçados “afetam muitas pessoas no mundo todo e têm um impacto especial em mulheres e crianças”, lembrou.
“Quando as mulheres são vítimas dos desaparecimentos, são especialmente vulneráveis a sofrer violência sexual ou de outro tipo”, acrescentou o grupo em seu relatório.
Quanto às crianças, seu rapto “ou a perda de um de seus pais em um desaparecimento forçado são sérias violações de seus direitos”.
Os especialistas expressaram sua preocupação com algumas medidas adotadas por Governos na luta contra o terrorismo e sublinham que “as detenções realizadas em operações militares e as detenções arbitrárias também são consideradas como desaparecimentos forçados”.
Também são preocupantes “os desaparecimentos em curto prazo em certas partes do mundo”, assim como as detenções seguidas de execuções extrajudiciais por parte de grupos ou indivíduos que trabalham a mando de um Governo e que rejeitam dar informações sobre o destino dessas pessoas.
O grupo de trabalho voltou a pedir aos Estados que ainda não tenham assinado ou ratificado a convenção internacional para a proteção contra os desaparecimentos forçados a fazê-lo o mais rápido possível.
Além disso, ressalta que “a cooperação entre Estados é indispensável para descobrir o destino ou o paradeiro das pessoas desaparecidas.

Fonte: Brasil contra a Pedofilia

Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas

Segundo a Covenção da ONU de 2006,o desaparecimento forçado é definido como o seqüestro ou a privação de liberdade de uma pessoa por parte das autoridades do Estado, acompanhada da recusa dessas autoridades em revelar o paradeiro ou o destino da pessoa.A convenção tem quatro aspectos principais:

O combate à impunidade – A convenção obriga os Estados a trazer para a Justiça as pessoas que praticaram o desaparecimento forçado.

Prevenção – A convenção estabelece vários procedimentos e garantias para evitar o desaparecimento de pessoas: as pessoas privadas de liberdade precisam ser mantidas em um local publicamente conhecido, ser cadastradas e ter todos os seus movimentos registrados. Mas o mais importante é que qualquer pessoa privada de liberdade deve poder estabelecer contato com o mundo exterior, principalmente se comunicar com os familiares e o advogado; a família e o advogado também devem ter direito a informações sobre a detenção e o paradeiro da pessoa.

Direitos das vítimas – Esta é a primeira convenção que reconhece que as vítimas de desaparecimentos forçados não são apenas as próprias pessoas que desaparecem, mas também seus parentes. Reconhece o direito de as famílias conhecerem o destino de seus familiares, e também reconhece que as vítimas de desaparecimento forçado têm o direito a um ressarcimento pelo mal que lhes foi causado.

Obediência – A convenção estabelece um comitê internacional de dez especialistas internacionais para monitorar a obediência.

Fonte: Comitê Internacional da Cruz Vermelha

A história do juiz pedófilo


Solto, juiz pedófilo, pede aposentadoria no TRT do Amazonas
Por S.Beredicth , do blog Fórum do S.Beredicth

"Tio Branquinho" gosta de meninas - quanto mais novas, melhor. Ele mora na pequena Tefé, no interior do Amazonas, cidade de 65 mil habitantes, onde só se chega por barco, numa aventura que se prolonga por quatro horas partindo de Manaus.
"Tio Branquinho" - como é chamado pelas alunas da Escola Estadual Frei André da Costa - comunga de uma mentalidade tristemente comum nos Estados do Norte e do Nordeste: a iniciação sexual de meninas, sejam crianças ou adolescentes, por homens mais velhos. Todo mundo em Tefé conhece há anos os hábitos sexuais de "Tio Branquinho".
Sobre o juiz preso no final de junho,a revista Veja publicou matéria "Cultura da Pedofilia" ( em julho), onde revela que "a permanência na prisão do magistrado foi de meros cinco dias - ele foi solto depois de a polícia ter cumprido os mandatos judiciais em busca de mais provas contra ele".
As primeiras evidências sobre os abusos sexuais cometidos por Antônio Carlos Branquinho surgiram em março deste ano. Uma moradora de Tefé enviou um email ao Tribunal Regional do Trabalho, em Manaus. Nele, além de fazer a denúncia de pedofilia, ela anexou fotos tiradas pelo próprio Branquinho, nas quais crianças estão nuas e o magistrado aparece fazendo sexo com algumas delas, na própria sede da vara de Trabalho de Tefé.
As fotos acabaram no Ministério Público Federal, que detém a prerrogativa de investigar o juiz – ele tem foro privilegiado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que fica em Brasília. Assim que perceberam a gravidade do caso, os procuradores de Brasília viajaram até Tefé. Ao lado de policiais federais, descobriram duas testemunhas, antigos funcionários da justiça trabalhista, que confirmaram a constância e a natureza das práticas sexuais do juiz.
Contou a revista Veja que um dos servidores - que teme represálias, porque Branquinho tem sete armas registradas em seu nome -, narrou que "via frequentemente, nas dependências da justiça do Trabalho de Tefé, as meninas que eram recrutadas por funcionários de confiança do juiz".
Branquinho prestou depoimento ao desembargador Carlos Olavo, relator do caso no TRF-1.Admitiu a autenticidade das fotos, mas disse que "as meninas, ao que sabia, eram maiores de idade". Agora, Branquinho será denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal.
Enquanto isso não ocorre, ele conta com o corporativismo dos colegas de tribunal, a quem pediu autorização para se aposentar. A julgar pelo modo como os desembargadores do TRT de Manaus trataram seu caso até o momento, "Tio Branquinho" pode ficar esperançoso. "A desembargadora Luiza Maria Veiga, presidente do TRT do Amazonas, recebeu as fotos do juiz em abril - e nada fez" - conta a revista.
A única decisão consistiu em convocar os demais desembargadores do tribunal, para discutir o assunto numa reunião extraordinária de "caráter reservado". Nesse encontro, os desembargadores limitaram-se a abrir um "procedimento interno" para investigar o caso.
Os senhores desembargadores do TRT-AM deveriam convidar a moradora de Tefé, aquela que expôs o juiz, ao ter a coragem de enviar as fotos do juiz pedófilo em ação. Ela poderia lembrar os magistrados amazonenses que as leis do país servem para todos.

19 de agosto - Espaço Vital

O ministro do STF Celso de Mello acolheu o pedido do juiz do Trabalho Antonio Carlos Branquinho e o dispensou, temporariamente, de prestar depoimento à CPI da Pedofilia, na tarde de ontem (18), até que o presidente da comissão, senador Magno Malta, preste informações ao STF sobre a convocação.Ao conceder a liminar em habeas corpus e suspender a convocação do magistrado, o ministro disse considerar, além das razões apresentadas no HC, diversos precedentes da Corte, em situações aparentemente similares à exposta.O juiz Antonio Carlos Branquinho, da Justiça trabalhista do Amazonas, seria ouvido a partir das 14 horas desta terça. A comissão foi instaurada no Senado Federal para apurar a utilização da Internet na prática de crimes de pedofilia e a relação desses crimes com o crime organizado. Segundo o advogado de defesa do juiz, a motivação da CPI para convocar seu cliente seria uma suposta relação entre os fatos investigados pelo TRF da 1ª Região e o tema da CPI. Mas, segundo o defensor, não existe qualquer ligação entre os fatos.Magistrados como o juiz Antonio Carlos Branquinho, têm foro perante o órgão especial do TRF, conforme determina a Lei Orgânica da Magistratura (LC nº 35/79), sustenta o defensor. A CPI do Senado estaria usando, ilegalmente, informações do processo que tramita naquela instância judicial sob sigilo, concluiu a defesa.Branquinho foi preso em Manaus no dia 05 de julho e levado ao 3º Batalhão da Polícia Militar, em Brasília. Ele teve a prisão temporária decretada no dia 25 de junho sob a acusação de pedofilia e exploração sexual de crianças e adolescentes. Branquinho atuava como juiz do Trabalho em Tefé, no Amazonas (523 quilômetros a oeste de Manaus).Sua prisão foi determinada pelo TRF da 1ª Região. O juiz Branquinho - que está solto e responde ao processo em liberdade - foi investigado por cerca de um ano pelo Ministério Público Federal, que apurou sua participação na organização de orgias com menores. Ele está afastado da jurisdição trabalhista. (HC nº 100341 - com informações do STF e da redação do Espaço Vital).
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