sábado, 26 de setembro de 2009

Aluna ameaça professor, desacata policiais e é presa


Ela defendeu amigo que não era estudante e entrou na unidade escolar com maconha

Uma adolescente de 14 anos ameaçou o professor e desacatou policiais da Ronda Escolar ontem de manhã, na Escola Glete de Alcântara, no Parque Ribeirão. A menina ofendeu o professor e os policiais para defender um jovem de 15 anos, que não é aluno da escola, mas entrou escondido na sala de aula. Os dois foram encaminhados à Delegacia da Infância e Juventude (Diju).
De acordo com a Diju, ao perceber que o jovem não era aluno, o professor pediu que ele saísse da sala, o que gerou a discussão com a adolescente. Então, a Ronda Escolar foi chamada para controlar a situação. Ao chegar na escola, os policiais encontraram maconha com o jovem e ao dizer que ele seria levado à delegacia, foram ofendidos pela aluna. “Ela era amiga, tomou as dores dele e decidiu defendê-lo desacatando as autoridades”, disse um policial.
Os dois menores tiveram de prestar esclarecimentos na Diju e em seguida foram liberados. Mas eles responderão por ato infracional equivalente a desacato e porte de drogas. De acordo com a Diju, o adolescente, que invadiu a escola por causa de uma namorada, está em liberdade assistida.
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, o jovem entrou escondido na escola. Os pais da aluna que desacatou os policiais foram chamados para prestar esclarecimentos e o conselho escolar da unidade deve se reunir para decidir qual será a punição para a jovem. “Será avaliado como e qual foi a ameaça que a garota fez ao professor”, informou a assessoria de imprensa da secretaria.
Há duas semanas, um adolescente foi apreendido em flagrante por esfaquear um colega de sala após uma discussão, na escola estadual Jenny de Toledo Piza, no bairro Jardim Presidente Dutra. Ele responde por ato infracional equivalente a uma tentativa de homicídio. (Raissa Scheffer)

Fonte: Gazeta de Ribeirão

Nova vacina contra a Aids fracassa em teste clínico


GIOVANA GIRARDI
Colaboração para a Folha de S.Paulo

O estudo com uma vacina experimental contra Aids que estava sendo considerado um dos mais promissores foi suspenso ontem por falhar em seus objetivos. A vacina não conseguiu impedir que os voluntários se contaminassem com o vírus HIV, nem limitar a severidade da doença.
O anúncio foi feito pela companhia farmacêutica Merck, que desenvolveu o produto e o estava testando desde o final 2005 em 3.000 voluntários sadios. Ao analisar o andamento do teste, a empresa percebeu que 24 entre 741 voluntários que receberam a vacina se infectaram ao se exporem posteriormente ao HIV. Número semelhante ao do grupo controle, que teve 21 infectados entre 762 participantes.
O trabalho estava em fase 2 e envolvia participantes de nove países, incluindo o Brasil. Metade tomava a vacina e metade, um placebo (substância inócua). Os voluntários foram escolhidos entre pessoas com alta vulnerabilidade, como homossexuais e prostitutas.
Ao ingressarem no trabalho, todos receberam orientações para evitar as situações de risco e aumentar a precaução, com o uso de camisinha. Nem todos, no entanto, seguiram a sugestão, como mostra o número de infectados.
"É uma notícia realmente decepcionante", afirmou Keith Gottesdiener, diretor do grupo de pesquisa da Merck para doenças infecciosas e vacina.
"A gente esperava que a vacina, se não fosse capaz de impedir a infecção, conseguiria conter o desenvolvimento do vírus, o que já seria muito bom. Mas o que se observou é que a multiplicação do HIV foi similar entre os que receberam a vacina e os que tomaram placebo", conta o infectologista Esper Kallás, da Unifesp, que coordenava a pesquisa no Brasil. O país contribuiu para o estudo com 125 voluntários -nenhum deles ficou doente no período.
O experimento com a vacina foi o primeiro grande teste de uma nova estratégia contra a Aids. Tentativas anteriores buscavam desenvolver uma vacina que estimulasse os anticorpos a lutarem contra o vírus. O projeto da Merck visava fazer com que o corpo incrementasse seu sistema imune, aumentando a produção das células-T.

Dr. Roger tentou renovar visto americano antes de ser preso


Dias antes de ser preso preventivamente sob a acusação de ter estuprado 56 pacientes, o especialista em reprodução humana assistida Roger Abdelmassih, 65, tentou renovar o seu visto americano. Além de não lhe conceder a renovação, o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo carimbou um ‘cancelado’ no passaporte dele. A informação é de Sonia Racy, colunista do Estadão
Uma das alegações dos advogados do médico para tirá-lo da prisão tem sido de que ele, além de ter endereço fixo, não deixará o Brasil. Mas ex-pacientes temem que ela fuja do país.
No dia 25 de agosto, o criminalista José Luís de Oliveira Lima, um dos advogados do médico, protestou contra a transferência de Abdelmassih da cadeia de uma delegacia de São Paulo para a Penitenciária de Tremembé, a 138 km da capital.
“Ele [Abdelmassih] precisa de cuidados médicos”, disse, alegando que o médico, por ter sido submetido a cirurgias no coração, teria de ficar em São Paulo, perto dos seus cardiologistas. “A partir de agora, o Estado é o responsável pela saúde e segurança do meu cliente.”
Apesar da suposta fragilidade da saúde de Abdelmassih, naquela época o médico tinha acabado de voltar da Europa, onde esteve de férias com sua namorada, a procuradora Larissa Maria Sacco, do Ministério Público Federal, a uma distância maior do que a de São Paulo a Tremembé.


Paulopes Weblog

Alagoas: Reunião discute abordagem policial em templos religiosos


Secretário Paulo Rubim reafirma que policiais são orientados para resolução de conflitos, dentro do respeito à livre manifestação

A intolerância religiosa foi tema de uma reunião realizada nesta sexta-feira (25) com os secretários Paulo Rubim (Defesa Social) e Wedna Miranda (Mulher, Cidadania e Direitos Humanos), junto com representantes de religiões de matriz africana. O encontro, ocorrido na SDS, teve como objetivo discutir critérios para abordagens policiais em cultos religiosos.
“Precisamos entender que há um desconhecimento do que é a religiosidade da matriz africana e isso nos faz assistir a casos de intolerância e racismo. Só este ano, foram registrados oito casos desse tipo. O artigo 5º da Constituição Federal deixa claro que a intolerância religiosa é um desrespeito e uma afronta aos direitos humanos", afirmou Wedna Miranda
Para a secretária, a polícia alagoana — que recebeu um prêmio nacional pelo trabalho em favor dos Direitos Humanos — não pode ir agora de encontro à Constituição Federal, que garante a livre manifestação religiosa. "A nossa polícia tem o dever de cumprir a Constituição e garantir a liberdade de manifestação religiosa em casas de Matriz Africana", disse.
Na reunião, o secretário de Defesa Social garantiu que enviará ao Comando da Polícia Militar um ofício com a determinação de uma nova abordagem da PM em cultos religiosos afrodescendentes. "O papel da polícia quando recebe alguma denúncia de barulho é tentar resolver o conflito, e não agir de forma truculenta", afirmou Paulo Rubim, acrescentando que, caso o problema não seja resolvido naquele momento, deve ser feito um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrênca) e encaminhado o caso à delegacia mais próximo.
Os representantes de religiões de matriz africana disseram que estão sendo alvos de intolerância religiosa, discriminação e de racismo, diante dos últimos casos ocorridos este ano. Segundo eles, na última terça-feira, uma ação da PM no Centro Espírita Africano São Jorge, localizado no Conjunto José da Silva Peixoto, culminou com a interrupção do culto e a apreensão de um dos instrumentos utilizados no culto.
“Precisamos entender que há um desconhecimento do que é a religiosidade da Matriz Africana e isso nos faz assistir a casos de intolerância e racismo. Só este ano foram registrados oito casos desse tipo. O artigo 5º da Constituição Federal deixa claro que a intolerância religiosa é um desrespeito e uma afronta aos direitos humanos. Ir de encontro é rasgar a Constituição. A própria polícia alagoana tem um Centro de Gerenciamento de Crises que é referência para o País e tem o conhecimento do que é direitos humanos”, lembra Wedna Miranda.
Ao final do encontro, a secretária Wedna Miranda lembrou que o respeito à liberdade religiosa deverá ser um dos temas a serem debatidos no curso de Direitos Humanos a ser promovido pela pasta no próximo dia 19 de outubro, na Academia da Polícia Civil. Destinado a policiais e delegados, o curso irá abordar a questão da violência contra a mulher e a aplicação da Lei Maria da Penha. “Mas devemos abordar também a questão do respeito à religiosa", disse.

Fonte: GazetaWeb

Jovens usam até iogurte com álcool para driblar fiscalização


Em busca de diversão, adolescentes de todos os pontos de Bauru costumam reunir-se em grupinhos de amigos nas proximidades de estabelecimentos comerciais e casas noturnas da zona sul da cidade às sextas-feiras e sábado à noite, principalmente. É o local do agito. E, para muitos, também de consumo de bebida alcoólica apesar de existir lei que proíbe os estabelecimentos comerciais a vender o produto a menores de 18 anos. Com ajuda de um colega adulto, facilmente conseguem doses e até garrafas inteiras de bebida alcoólica. Mas agora uma força-tarefa está apertando a fiscalização para que adolescentes não consumam álcool.
Após várias reuniões para discutir o problema, Ministério Público, Conselho Tutelar e o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Centro/Sul decidiram realizar operações conjuntas para procurar adolescente sob efeito de álcool e fiscalizar não só quem vende bebida alcoólica a menores de 18 anos, mas também quem entrega o produto gratuitamente a eles. “O adulto que for pego entregando bebida alcoólica a adolescente é encaminhado para delegacia e terá de responder por contravenção penal”, avisa o promotor da Infância e Juventude, Lucas Pimentel de Oliveira.
A pena para a infração é de prisão simples de dois meses a um ano ou multa. “Como percebemos que muitos adolescentes recorrem a um amigo maior de 18 anos para comprar bebida alcoólica, decidimos sair às ruas à noite nos locais de concentração desse público”, explica. Para a operação, o grupo conta com apoio das polícias Civil e Militar.
Ao encontrar adolescentes em grupos em locais próximos a locais de venda de bebida alcoólica, pede a eles documento de identidade para confirmar a idade e dados como endereço e nome dos pais. Na conversa, já é possível observar se estão sob efeito de álcool. Geralmente, a operação é feita com a presença da Polícia Militar tanto para evitar que os adolescentes se neguem a prestar as informações quanto para, se for o caso, que sejam revistados.
Ontem à noite por exemplo, na terceira sexta-feira consecutiva, a força-tarefa saiu às ruas de Bauru. Os conselheiros tutelares, com apoio de policiais militares, estiveram nas proximidades de um supercenter da zona sul, onde os adolescentes se reúnem no estacionamento.
O conselheiro tutelar Felipe Del Mando Lucchesi relata que durante as operações, em locais com mais de 100 adolescentes, geralmente vários deles estão sob efeito de álcool. “Infelizmente é comum encontrarmos adolescentes sob efeito de álcool”, conta. Quando o adolescente está embriagado, os conselheiros orientam sobre os riscos do uso de álcool.
E se o jovem tiver mais de 18 anos, o orienta de que se ele entregar bebida alcoólica a adolescente estará cometendo uma infração penal e pode ser preso. Lucchesi relata que a força-tarefa tem encontrado adolescentes entre 14 e 17 anos sob efeito de álcool. A maioria é menino, mas também há meninas no grupo. As bebidas preferidas pelos adolescentes são as destiladas, como vodca.

Até iogurte com álcool

Para evitar que as pessoas percebam o que estão bebendo, os adolescentes misturam à bebida alcoólica refrigerante e até iogurte. Quem conta a estratégia usada pela molecada é o conselheiro tutelar Felipe Del Mando Lucchesi. Em uma das operações da força-tarefa para coibir uso de álcool por adolescentes ele viu iogurte no corpo de um deles.
Mas ao cheirar o produto, verificou que havia álcool misturado. Outra tática é esconder a bebida alcoólica em mochilas para consumi-la em local e momento que considerem mais “seguros”.

Operação tem foco em três vertentes

A Promotoria da Infância e Juventude de Bauru e do Conselho Tutelar, preocupados com o fato de adolescentes serem encontrados na cidade sob efeito de álcool, decidiram realizar uma força-tarefa para tentar evitar que menores de 18 anos ingiram a bebida. Após sete reuniões entre representantes dos dois órgãos, do Conseg, da Polícia Militar e até com o prefeito Rodrigo Agostinho, eles definiram a estratégia de ação em três áreas.
A primeira, que já foi realizada pela força-tarefa, foi reunir representantes dos estabelecimentos comerciais que vendem bebida alcoólica mais procurados pelos adolescentes. “Nestas reuniões, orientamos sobre a proibição de vender bebida alcoólica para menores de 18 anos e pedimos que o estabelecimento repasse a orientação a seus funcionários”, diz o promotor da Infância e Juventude de Bauru, Lucas Pimentel de Oliveira.
A segunda é a abordagem aos adolescentes em locais de aglomeração de balada e verificar se estão bebendo ou portando bebida alcoólica. E a terceira é observar se há adulto entregando o produto a adolescentes. E caso haja, encaminhá-lo para delegacia para que responda por ato infracional.
Os pais ou responsáveis do adolescente encontrado sob efeito de álcool são chamados ao Conselho Tutelar e à Promotoria da Infância e Juventude. “Chamamos os pais, explicamos o que está acontecendo, o dano que o álcool provoca e pedimos a compreensão deles. Em caso de reincidência, podemos aplicar multa por infração administrativa por não zelar do filho menor”, frisa o promotor.

Cadastro de consumidores

Após as reuniões da força-tarefa para coibir que adolescentes consumam bebida alcoólica, os estabelecimentos que comercializam o produto estão reforçando a observação à idade do cliente, afirma o promotor da Infância e Juventude de Bauru, Lucas Pimentel de Oliveira. Um supermercado, conta ele, além de solicitar um documento que comprove a maioridade caso a pessoa aparente ter menos de 18 anos, adotou a prática de cadastrar o cliente jovem que compra bebida alcoólica.
Isso exatamente para casos de jovens maiores de 18 anos que compram o produto e o entrega a adolescentes. Se essa pessoa for vista entregando bebida a adolescente fora do estabelecimento, há como comprovar que foi ela quem comprou. “E cadastra até pessoas mais velhas se elas estiverem comprando álcool juntamente com adolescente em horário suspeito”, relata o promotor.

Ieda Rodrigues
Jornal da Cidade de Bauru

Famílias reconstituídas: Qual é o papel de padrasto e madrasta?

Por Ceres Araújo
Os contos de fada são terríveis em relação aos padrastos e madrastas. Interpretados literalmente falam da perda dos pais e sua substituição por pessoas, em geral, más. Madrasta é uma palavra que vem de mater, madre, mesma forma que a palavra mãe e não deve ser associada à má, como muitos, errônea e preconceituosamente consideram.
Simbolicamente, porém, outra interpretação merece ser dada: padrastos e madrastas podem representar um polo oposto e importante das relações pais-filhos. A criança precisa de amor, carinho, aconchego, proteção, esse é um polo, mas precisa também do estímulo para o crescimento, para a autonomia, o outro polo. Padrastos e madrastas, com mais objetividade, podem ajudar muito nesse sentido. Caso a criança seja superprotegida e não incentivada à independência, ela não crescerá psicologicamente e permanecerá para sempre o filhinho da mamãe ou o filhinho do papai.
Na vida real, na atualidade, a relação entre enteados, padrastos e madrastas é muito mais frequente que em épocas anteriores, dada a elevada porcentagem de divórcios entre os pais. Essa relação é muito delicada e merece cuidados.
Para o crescimento da criança ou do jovem, ter padrastos ou madrastas e também conviver com eles, é melhor com que conviver apenas com a mãe separada ou o pai separado, que, declaradamente, abdicaram de uma nova conjugalidade. Isso porque, caso um novo casal não se constitua, existirá uma grande possibilidade da inflação no papel de mãe ou de pai, com ônus futuros sérios para o filho.
Cumpre salientar que o papel de padrasto e madrasta é fundamentalmente diferente do papel de pai e mãe. Confundir tais papéis significa ter que lidar com conflitos, muitas vezes sem chance de resolução satisfatória.
Nas famílias que se reconstituem, observa-se algumas vezes um convívio adequado e outras vezes uma impossibilidade de convívio de mãe e madrasta, pai e padrasto. Porém, a criança e o jovem precisam ser ensinados a esse convívio. Sentimentos de ciúmes, inveja e traição, feridas e mágoas antigas dos pais separados podem ser administrados, se não superados, em prol de um ambiente físico e psicológico melhor para os filhos.
A relação padrasto/madrasta - enteado(a) é uma relação a ser construída bem devagar, frequentemente com avanços e recuos. Respeito e amor se conquistam, jamais podem ser exigidos. É necessária paciência, persistência e otimismo. É preciso inteligência e sabedoria para lidar com tentativas de manipulação e controle do enteado(a) de todas as idades. Por um lado, jamais um adulto pode ficar refém de uma criança ou um adolescente. Tal submissão é ruim para o adulto e péssima para a criança e o adolescente que automaticamente se percebem todo poderosos e, consequentemente, desprotegidos, por estarem rodeados de adultos frágeis. Por outro lado, confrontos diretos e uso de autoritarismo estão fadados a insucessos.
Como, então proceder? Uma pré-condição é gostar de lidar com desafios: um enteado(a) sempre trará o desafio de uma relação a ser estabelecida. Interessar-se de verdade pela vida dessa criança é um excelente modo de aproximação. Descobrir interesses em comum e partilhar sonhos pode ser muito prazeroso. Frente aos conflitos, cabe ao padrasto ou madrasta observar cuidadosamente o que ocorre. Com frequência, eles terão mais objetividade que os pais para entenderem o que está ocorrendo com a criança ou com o jovem, porém, não cabe a eles a intervenção direta. Se a criança ou o jovem tem pai e mãe, cabe sempre a eles a atitude educativa direta. A intervenção de padrasto ou madrasta precisa ser indireta, via o cônjuge, que é a mãe ou o pai da criança. A esses cabe o controle e o domínio do filho.
Entretanto, padrasto e madrasta não devem ser considerados em posição marginal à família. Ele e ela pertencem, de fato, ao núcleo expandido da família. O novo casal constituído dirige e controla as coisas da sua casa - isso precisa ficar claríssimo para as crianças, mas quem dá ordens diretas para o filho é o pai ou a mãe, não deve ser a madrasta ou o padrasto. Conselhos para os enteados em geral são bem recebidos. Imposições, entretanto, jamais devem ser estabelecidas. Essas ficam por conta do pai e da mãe.
Nas famílias reconstituídas, os modelos de identificação da criança, são formados primariamente pela mãe e pai, mas também pelo padrasto e/ou pela madrasta e depois por todos os adultos significativos da vida da criança. Padrastos e madrastas podem ser até melhores modelos que os pais. Conviver junto a pessoas íntegras, éticas, responsáveis e amorosas é um enorme benefício para a constituição da identidade da criança.
Em muitas famílias reconstituídas, pai e mãe têm novos casamentos e com o padrasto e a madrasta o filho ganha também os "avós-drastos", além de mais tios e primos e além dos possíveis meio-irmãos. A família dos tempos contemporâneos é, assim, muitas vezes um "condomínio", mais difícil de administrar, mas se olhada sem preconceito, pode ser perfeitamente viável e sem patologias.

Fonte: ViaEstelar
Imagem: obra de Tarsila Amaral



‘Resposta a um defensor dissimulado do monstro de jaleco’


por Teresa Cordioli

Olá, Gustavo, meu nome é Teresa Cordioli. Sou vítima de Roger Abdelmassih. Veja: o seu texto fez com que eu saísse do anonimato, em uma reação de quem teve uma ferida cutucada.
Não sou jovem como a maioria das vítimas. Tenho 58 anos. Sou viúva, formada em direito, escritora, cristã, temente a Deus – tenho uma fé inabalável.
Sou mãe de três filhos e avó de duas meninas. Tenho uma família linda! Advogados e engenheiros bem sucedidos.
Com tudo isso, perguntou-lhe: por que eu inventaria que fui assediada pelo dr. Roger?
Para que eu seja abordada por pessoas que querem saber ’se tudo é verdade’?
Para me constranger (e também a minha família) diante da curiosidade pública, como se já não bastasse a violência que sofri?
Talvez você, Gustavo, nem sequer desconfie como tem sido difícil para as vítimas levar adiante as acusações. Comparecer à Delegacia, ao Ministério Público e ao Conselho de Medicina. Ter de contar episódios os quais gostaríamos de apagar da memória, porque doem.
Ainda assim, quanto a mim, nada se compara aos dias de terror e humilhação pelos quais passei na década de 70 sob as mãos imundas do dr. Roger. Eu era adolescente e ingênua. Indefesa.
Vejo a sua foto, Gustavo, e noto que você tem uma cara bonitinha. Sorriso largo e olhar tranquilo. Você ainda é moço, tem 32 anos.
Tenho filhos de sua idade que, pela formação cristã deles, não se sujeitariam ao papel (dissimulado, é verdade) que você faz, o de defensor do monstro de jaleco. Um dia talvez se descubra o por quê.
Ao fazer uma comparação descabida entre o caso da Escola da Base com o do monstro, sem levar em conta as particularidades de cada um deles (não se deve comparar laranja com banana, menino!), você colocou sob suspeição mais de 60 mulheres, mantendo-nos no mesmo patamar do médico, que é, afinal, o acusado pela Polícia e pelo Ministério Público.
Quanta insensibilidade, Gustavo! Ou seria perversidade?
Você escreveu também que o número de mulheres molestadas é pequeno em relação ao total das pacientes do médico. Que é de 0,2%.
Só mais uma perguntinha, Gustavo: para você, a partir de quanto o número de vítimas do médico deixaria de ser insignificante? 1% do total das pacientes? 10%? 99%?
É de supor que, para as pessoas dignas, uma única vítima já seria muito, não é mesmo?
Mande meu abraço às mulheres de sua família.


Paulopes Weblog

Pichadora da Bienal é condenada a quatro anos de prisão pela Justiça de SP


SÃO PAULO - A Justiça de São Paulo condenou Caroline Pivetta, de 24 anos, que ficou conhecida como a pichadora da Bienal, a quatro anos de prisão, em regime semiaberto. Ela foi acusada de formação de quadrilha e destruição de bem público, segundo o Tribunal de Justiça. A pichação aconteceu no ano passado e Caroline ficou presa por 50 dias. Em janeiro deste ano, ela foi presa novamente sob suspeita de tentar furtar uma loja na zona sul de São Paulo, mas acabou sendo solta cinco dias depois. O advogado de Caroline, Augusto de Arruda Botelho, afirmou que irá recorrer da decisão, que teria 'defeitos técnicos', segundo ele.
Em seu depoimento à polícia, Caroline Pivetta disse que se sentiu convidada pela curadoria da bienal a pichar o andar que estava vazio no prédio da Fundação Bienal em outubro do ano passado. Caroline confessou o crime, mas disse que foi apenas uma manifestação artística.
- Foi uma manifestação artística. Eu me senti convidada pela curadoria da Bienal para ocupar o andar vazio. O andar vazio era um espaço de contemplação sim e também um espaço de manifestação artística - disse ela.
Para o advogado de Caroline, Augusto de Arruda Botelho, o Ministério Público se equivocou ao considerar a pichação como uma destruição do bem público, que tem uma pena bem mais alta, de até 3 anos. Segundo ele, pichar um prédio vazio é como pregar quadros na parede, que são retirados depois da exposição sem nenhum prejuízo para a patrimônio.
- Não houve qualquer destruição do bem público. Ocorreu, sim, uma pichação. Isso ela não nega, em nenhum momento ela negou isso - disse o advogado.
Enquanto a pena de destruição do bem público é de 3 anos a de pichação não passa de um ano.
- É uma diferença prática na pena e também de conduta. Uma coisa é destruir o bem público, cortar a cabeça de uma estátua, por exemplo. Outra é fazer uma pichação. Guardadas todas as proporções relativas a gosto, se pichação é ou não uma manifestação artística, se é ou não bonita, não cabe a nós e nem a Justiça, afirmar isso - disse Botelho.
No início deste ano, Caroline voltou a ser presa sob suspeita de tentativa de furto de DVDs numa loja do Itaim Bibi, zona oeste da capital. Caroline e outras duas amigas - Amanda Natalia Silva Campolioni Bezerra, de 22 anos, e Rafaela Medina, de 20 - foram acusadas de tentar furtar uma unidade das Lojas Americanas, na esquina das ruas Renato Paes de Barros e Pedroso Alvarenga, no Itaim Bibi. O delegado titular do 15º Distrito Policial (Itaim Bibi), Antonio Carlos Barbosa, disse que a jovem e as amigas tinham intenção de burlar o sistema de segurança da loja.
Elas portavam uma bolsa cinza e uma sacola plástica da loja de roupas TNG revestidas de papel alumínio e com uma fita isolante dentro. Os materiais encontrados dentro da bolsa, de acordo com Barbosa, impediriam que os alarmes colocados na porta da loja fossem acionados quando da saída das três com os produtos que possuem uma espécie de chip.
- Houve uma tentativa de furto, não concretizada. Embora as três não tivessem levado os DVDs da loja elas tiveram a intenção - afirmou o delegado.
Segundo funcionários da loja, câmeras do circuito interno de segurança flagraram uma das meninas colocando cinco DVDs dentro de uma bolsa. A polícia foi chamada e encaminhou as três para o 15º Distrito Policial (Itaim Bibi). Na hora da detenção, ainda de acordo com o advogado de Caroline, nada foi encontrado com as jovens.
- A sacola não foi encontrada em poder de nenhuma das meninas. Não havia a materialidade do suposto furto - diz o advogado Augusto de Arruda Botelho, que defende Caroline.
O advogado acredita em motivação pessoal na nova prisão de sua cliente. - A sacola com os DVDs foi localizada depois durante diligência policial no interior do estabelecimento. Há nesse caso inexistência de qualquer crime - diz Botelho.



O Globo

Liberdade e justiça social


Por Frei Betto *

Na década de 1980 visitei, com frequência, países socialistas: União Soviética, China, Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia e Cuba. Estive também na Nicarágua sandinista. As viagens decorreram de convites dos governos daqueles países, interessados no diálogo entre Estado e Igreja.
Do que observei, concluí que socialismo e capitalismo não lograram vencer a dicotomia entre justiça e liberdade. Ao socializar o acesso aos bens materiais básicos e aos direitos elementares (alimentação, saúde, educação, trabalho, moradia e lazer), o socialismo implantara, contudo, um sistema mais justo à maioria da população que o capitalismo.
Ainda que incapaz de evitar a desigualdade social e, portanto, estruturas injustas, o capitalismo instaurou, aparentemente, uma liberdade - de expressão, reunião, locomoção, crença etc. - que não se via em todos os países socialistas governados por um partido único (o comunista), cujos filiados estavam sujeitos ao "centralismo democrático".
Residiria o ideal num sistema capaz de reunir a justiça social, predominante no socialismo, com a liberdade individual vigente no capitalismo? Essa questão me foi colocada por amigos durante anos. Opinei que a dicotomia é inerente ao capitalismo. A prática de liberdade que nele predomina não condiz com os princípios de justiça. Basta lembrar que seus pressupostos paradigmáticos - competitividade, apropriação privada da riqueza e soberania do mercado - são antagônicos aos princípios socialistas (e evangélicos) de solidariedade, partilha, defesa dos direitos dos pobres e da soberania da vida sobre os bens materiais.
No capitalismo, a apropriação individual e ilimitada da riqueza é direito protegido por lei. E a aritmética e o bom-senso ensinam que quando um se apropria muitos são desapropriados. A opulência de uns poucos decorre da carência de muitos.
A história da riqueza no capitalismo é uma sequência de guerras, opressão colonialista, saques, roubos, invasões, anexações, especulações etc. Basta verificar o que sucedeu na América Latina, na África e na Ásia entre os séculos XVI e a primeira metade do século XX.
Hoje, a riqueza da maioria das nações desenvolvidas decorre da pobreza dos países ditos emergentes. Ainda agora os parâmetros que regem a OMC são claramente favoráveis às nações metropolitanas e desfavoráveis aos países exportadores de matérias-primas e mão de obra barata.
Um país capitalista que agisse segundo os princípios da justiça cometeria um suicídio sistêmico; deixaria de ser capitalista. Nos anos 80, ao integrar a Comissão Sueca de Direitos Humanos, fui questionado, em Uppsala, por que o Brasil, com tanta fartura, não conseguia erradicar a miséria, como fizera a pequena Suécia. Perguntei-lhes: "Quantas empresas brasileiras estão instaladas na Suécia?" Fez-se prolongado silêncio.
Naquela época, nenhuma empresa brasileira operava na Suécia. Em seguida, indaguei: "Quantas empresas suecas estão presentes no Brasil?" Todos sabiam que havia marcas suecas em quase toda a América Latina, como Volvo, Scania, Ericsson e a SKF, mas não precisamente quantas no Brasil. "Vinte e seis", esclareci. (Hoje são 180). Como falar em justiça quando um dos pratos da balança comercial é obviamente favorável ao país exportador em detrimento do importador?
Sim, a injustiça social é inerente ao capitalismo, poderia alguém admitir. E logo objetar: mas não é verdade que, no capitalismo, o que falta em justiça sobra em liberdade? Nos países capitalistas não predominam o pluripartidarismo, a democracia, o sufrágio universal, e cidadãos e cidadãs não manifestam com liberdade suas críticas, crenças e opiniões? Não podem viajar livremente e até mesmo escolher viver em outro país, sem precisar imitar os "balseros" cubanos?
De fato, nos países capitalistas a liberdade existe apenas para uma minoria, a casta dos que têm riqueza e poder. Para os demais, vigora o regime de liberdade consentida e virtual. Como falar de liberdade de expressão da faxineira, do pequeno agricultor, do operário? É uma liberdade virtual, pois não dispõem de meios para exercitá-la. E se criticam o governo, isso soa como um pingo de água submergido pela onda avassaladora dos meios de comunicação - TV, rádio, internet, jornais, revistas - em mãos da elite, que trata de infundir na opinião pública sua visão de mundo e seu critério de valores. Inclusive a ideia de que miseráveis e pobres são livres...
Por que os votos dessa gente jamais produzem mudanças estruturais? No capitalismo, devido à abundância de ofertas no mercado e à indução publicitária ao consumo supérfluo, qualquer pessoa que disponha de um mínimo de renda é livre para escolher, nas gôndolas dos supermercados, entre diferentes marcas de sabonetes ou cervejas. Tente-se, porém, escolher um governo voltado aos direitos dos mais pobres! Tente-se alterar o sacrossanto "direito" de propriedade (baseado na sonegação desse direito à maioria). E por que Europa e EUA fecham suas fronteiras aos imigrantes dos países pobres? Onde a liberdade de locomoção?
Sem os pressupostos da justiça social, não se pode assegurar liberdade para todos.

*[Autor de "Diário de Fernando - nos cárceres da ditadura militar brasileira" (Rocco), entre outros livros.

Fonte: Adital

Honduras: O pesadelo é nosso

Na contramão da tradição diplomática nacional, o Brasil se intromete na política interna de outro país e o faz da pior maneira possível: como coadjuvante de Hugo Chávez

Lula tem na política o instinto matador que caracteriza os grandes artilheiros do futebol tão admirados por ele. Na semana passada, essa habilidade abandonou o presidente da República. Ele esteve em Nova York para discursar na abertura da 64ª Assembleia-Geral da ONU, palco privilegiado para fazer aquilo de que mais gosta e que faz como poucos: enaltecer o Brasil aos olhos do mundo. Em sua fala, Lula assinalou os avanços no uso de energias limpas no Brasil e mesmerizou os burocratas internacionais com ataques à caricatura do mercado onipotente. Ficou nisso. A maior parte do tempo passado sob os holofotes foi dedicada por Lula a falar de um país estrangeiro, Honduras, uma nação paupérrima sem nenhuma relação especial com o Brasil. Politicamente instável, Honduras vem de ejetar do posto e exilar um presidente, Manuel Zelaya, pela tentativa de desrespeitar a Constituição e, por meio da convocação de um plebiscito, perpetuar-se no poder.
Caso típico da contaminação ideológica patrocinada pelo venezuelano Hugo Chávez, Zelaya vendeu a Caracas seu pouco valorizado passado de latifundiário direitista. De repente, começou a se pautar pela cartilha populista chavista de miséria moral e material, supressão de liberdades individuais, desrespeito às leis, aos costumes civilizados, associação com o narcotráfico e, claro, eternização no poder – receita que estranhamente passou a ser chamada de esquerda na América Latina. Em uma operação comandada por Chávez, Zelaya foi conduzido de volta a Honduras e se materializou com numerosa comitiva na casa onde funciona a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Esse hóspede incômodo, de aparência bizarra e com sinais evidentes de distúrbios mentais – ele se diz vítima de ataques por radiação de alta frequência e gases tóxicos que ninguém mais percebe –, foi o grande assunto de Lula em Nova York. O Brasil pode esperar outra oportunidade.
Zelaya é um problema dos hondurenhos que encurtaram seu mandato antes que ele o espichasse indefinidamente. É um problema também de Chávez, que não se conforma em perder o investimento feito na conversão dele ao seu credo. É um problema dos Estados Unidos pela proximidade geográfica e por estar na sua esfera de influência histórica. Pois a semana acabou com Zelaya sendo um problema e constrangimento para o Brasil. Golpe de mestre de Chávez, que evitou alojar Zelaya na Embaixada da Venezuela, ordenando a seus amigos na paradiplomacia brasileira chefiada por Marco Aurélio Garcia que o acolhessem na representação brasileira. "Hoje, o Brasil tem um problema em Honduras e Chávez, que o produziu, não tem nenhum", diz Maristela Basso, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo. Chávez age como o líder do subcontinente americano. Faz troça dos Estados Unidos e ignora Lula.


Com as eleições marcadas para o próximo dia 29 de novembro, o governo interino que derrubou Zelaya se preparava para reconduzir o país à normalidade democrática. O candidato ligado a Manuel Zelaya aparecia até bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Seria uma saída rápida e democrática para um golpe, coisa inédita na América Latina. Seria. Agora o desfecho da crise é imprevisível. O mais lógico seria deixar o retornado sob os cuidados dos amigos brasileiros até depois das eleições, que, se legítimas, convenceriam a comunidade internacional das intenções democráticas dos golpistas. E, claro, com-binar isso com os apoiadores e detratores de Zelaya nas ruas (veja a reportagem da enviada especial de VEJA, Thaís Oyama), já que elas costumam ter sua própria e volátil dinâmica. O Brasil, que poderia ser parte da solução da crise de Honduras, tornou-se, graças a Chávez, o problema. A embaixada brasileira agora tem um hóspede que ouve vozes e uma paradiplomacia que ouve ditadores estrangeiros.
"O Brasil passou à condição de refém de Zelaya. Ele jamais quis nossa proteção, tudo o que quer é usar a embaixada como palanque eleitoral", definiu na sexta-feira passada o embaixador Marcos Azambuja, expoente do passado de diplomacia profissional de padrão mundial que um dia prevaleceu no Itamaraty. O ministro-conselheiro Francisco Catunda Resende, único diplomata brasileiro em Honduras, foi quem recebeu Zelaya, acompanhado da mulher, Xiomara, filhos e bagagem, às 11 horas da manhã de segunda-feira. Catunda Resende já tinha sido informado, em termos misteriosos, da iminente chegada de um visitante ilustre, conforme VEJA apurou no Itamaraty. O que não estava combinado era que Zelaya transformaria a embaixada em comitê de campanha, com centenas de correligionários acampados dentro do prédio. Ele deu entrevistas dentro da embaixada e proferiu um discurso da varanda do 2º andar. Disse que lutaria pelo cargo até a morte e conclamou a população a resistir. Tomou conta do lugar com tal desfaçatez que seu pessoal se recusou a dividir com os funcionários brasileiros a comida enviada pela ONU. A situação é inédita nas relações internacionais (veja o quadro). Em geral, um país dá asilo em sua embaixada a alguém que é perseguido e corre risco no país. Não é o caso de Zelaya, que estava em segurança na Nicarágua e resolveu voltar para Honduras, onde há um mandado de prisão contra ele. A versão oficial do Itamaraty é que está "abrigando o presidente Zelaya numa situação peculiar, na qual ele corre risco" e que ele "não é um asilado". "Se eu estivesse lá, deixaria o presidente deposto entrar na embaixada e o manteria lá. O que não tem cabimento é a chegada de 300 aliados políticos, que passaram a utilizar a embaixada como um comitê", diz Roberto Abdenur, que foi embaixador em Washington.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra
Fonte: Revista Veja
Fotos Henry Romero/Reuters e Franklin Rivera/AFP
Com reportagem de Thomaz Favaro

Campanha antitabagismo



A agência Dr. Foster fez o vídeo acima para a campanha antitabagismo do National Health Service de Birmingham, da Inglaterra.
As cenas são violentas. Mas não gratuitas.
Os males que o cigarro causa ao organismo são até mais dramáticos do que as consequências de uma surra, ainda que eles não ocorram em curto espaço de tempo, durante uma caminhada.
A mensagem final do vídeo é: “Fume e o seu corpo será espancado. Revide. Pare agora”.



Paulopes Weblog

Mãe é quem cria


Parece que fazer “troca de família” virou moda no mundo animal. Desta vez, uma cadela adotou um porquinho, depois que o pequenino foi rejeitado pela mãe verdadeira, em uma fazenda em Hoerstel, na Alemanha. A cadela Katjinga, de oito anos, ficou tão confortável no “novo posto” que até se pôs a amamentar o porquinho Paulinchen, de apenas duas semanas.


Paulinchen nasceu de um casal de suínos, de uma raça originária do Vietnã, mas foi abandonado logo após o nascimento. Os donos da fazenda, Roland e Edit Adam, encontraram o filhote sozinho na mata. “Sabia que se não o tirássemos de lá, ele seria comido pelas raposas. Então, levei-o para minha casa e coloquei-o próximo de Katjinga”, conta Roland. “A cadela teve uma ninhada já apenas dez meses, então pensei que seu instinto maternal pudesse ajudar a cuidar do porquinho”, completa. E a iniciativa deu certo, como se pode ver nas fotos.

Mariana
Blog da Globo Rural

Famílias separadas pela Guerra da Coreia se encontram


Trata-se da 1ª reunião de famílias separadas desde outubro de 2007.
97 idosos sul-coreanos se reuniram com seus parentes norte-coreanos.

Da Efe

As famílias coreanas separadas pela guerra que em 1953 dividiu em dois a península de Coreia puderam se ver neste sábado (26) no monte norte-coreano de Kumgang, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Um grupo de 97 idosos sul-coreanos foi ao ponto turístico de Kumgang para se reunir com seus parentes residentes na Coreia do Norte, com bolsas e malas cheias de presentes para eles, principalmente artigos de primeira necessidade.
Trata-se da primeira reunião de famílias separadas desde outubro de 2007 e se estenderá até o próximo dia 1º de outubro por ocasião da festividade de ação de graças coreana, o Chuseok.
Todos os escolhidos para participar destas reuniões são pessoas de avançada idade que ainda guardam na lembrança às esposas, filhos ou irmãos que ficaram do outro lado da linha de demarcação que dividiu Coreia após 1953.
Está previsto que nos primeiros três dias os sul-coreanos se reúnam pela primeira vez com 240 familiares residentes na Coreia do Norte, enquanto outros 99 norte-coreanos farão com 449 parentes do Sul nos últimos três dias de encontros.
Esta nova rodada de reuniões foi estipulada em agosto durante a primeira reunião da Cruz Vermelha entre ambas partes desde que o conservador Lee Myung-bak assumiu a Presidência sul-coreana em fevereiro de 2008.
A piora das relações entre as duas Coreias desde que Lee assumiu a Presidência da Coreia do Sul provocou a suspensão destes emotivos encontros nos quais os sul-coreanos e norte-coreanos podem ver seus parentes.



G1

Privacidade escancarada


A frase “criança precisa de limites” escorre pela boca de muita gente. Tenha você filhos ou não, conviva com crianças ou viva bem longe delas, certamente já ouviu alguém pronunciá-la com ar de sabedoria ou teve vontade de dizê-la. Espero que tenha se contido porque ela não significa boa coisa. Dita assim, parece que consideramos os limites algo importante para os mais novos, mas que, infelizmente, não tivemos como lhes oferecer.
Pois essa pode ser uma parte da nossa realidade. Consideremos, por exemplo, a fronteira -o limite!- entre o público e o privado, entre o que é da ordem da intimidade e o que pode ser partilhado no convívio social. No mundo adulto, essa fronteira parece ter quase se dissipado e o modo como usamos o telefone celular evidencia isso.
Todo assunto é conversado na presença de qualquer pessoa e o tom de nossa voz não demonstra que queremos deixar nossos assuntos protegidos de estranhos. Brigas com cônjuges, comentários sobre um amigo, nossos percalços financeiros, tudo é tratado no trabalho, no restaurante, no bar. Além disso, não há distinção entre vida profissional e pessoal, já que ambas estão sempre se atravessando: fala-se com os filhos no trabalho, trata-se de trabalho no convívio familiar.
Pois bem: as crianças têm reproduzido muito bem essa falta de limites. Na escola, que é onde começam a aprender a viver a vida pública, consideram amigos os colegas com quem mais têm afinidade -sempre temporária, é bom lembrar. E toda sorte do que consideram segredo de suas vidas compartilham com os mesmos. Fatos que acontecem com os pais, o que pensam e sentem, atos que cometeram, eles contam tudo.
Na primeira oportunidade, arrependem-se fortemente do que fizeram porque os segredos passam a ser usados como moedas de troca para pequenas chantagens, são divulgados em atos de represália, servem de motivo para chacotas etc. Mesmo assim, sozinhas, as crianças não conseguem aprender a distinguir colega de amigo, assunto íntimo de assunto social.
Outra evidência de que não sabem nem conseguem proteger sua intimidade de estranhos é quando usam a internet. Confiam rapidamente nas pessoas com quem conversam, publicam experiências muito pessoais na ingênua crença de que apenas quem eles conhecem e querem bem terão acesso, distribuem comentários que deveriam ser feitos a poucos, escrevem seu diário, expõem-se.
Em geral, quando a criança usa a internet, sente-se segura e protegida porque está em sua casa, e isso ajuda a perder a noção de que um pequeno artefato tecnológico a conecta ao mundo todo. Assim, ela constrói a ilusão de que nada do que escreve ou nenhuma imagem que publica será acessada por quem não gosta ou mesmo para ser usada contra ela. Muitas já sofreram experiências dolorosas e pouco aprenderam. É principalmente por isso que as crianças precisam de tutela adulta quando usam a rede.
Se queremos que os mais novos tenham uma vida melhor do que a nossa, precisamos lhes ensinar que é possível e desejável construir uma intimidade e que amigos temos poucos, enquanto os colegas são muitos.

Rosely Sayão



Brasil Contra a Pedofilia

Agentes penitenciários de prisão no Rio Grande do Sul são suspeitos de atirar em cadela e podem perder armas


PORTO ALEGRE - Dois agentes penitenciários da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, são suspeitos de atirar quatro vezes contra uma cadela que era criada na instituição. Eles teriam usado armas do estado para ferir o animal e podem perder os revólveres se ficar comprovado que atiraram na cachorra. O documento de porte de arma já teve que ser entregue. Os dois agentes foram denunciados por outros funcionários da prisão. O caso está com a corregedoria da Secretaria de Justiça e Cidadania. Também há um inquérito policial.
O diretor do Departamento de Administração Penal, Hudson Queiroz, exigiu providências rápidas e rigorosidade nas investigações. Ele classificou o episódio como um caso isolado e enfatizou que os agentes prisionais passam pela Escola Penitenciária antes de começar no trabalho.
Os veterinários que atenderam a cadela, que se chama Pituca, classificaram as pessoas que atiraram na vira-lata como sádicos. A cachorra agonizou uma noite inteira até duas funcionárias da instituição encontrarem o animal estirado na grama.
Levada às pressas ao veterinário, Pituca foi direto para a mesa de cirurgia. Exames apontaram quatro perfurações no abdômen. A forma oval das lesões reforçam que os ferimentos foram causados por tiros. O animal tinha vísceras a mostra e passou quatro horas na mesa de operação.
Pituca ainda inspira cuidados, mas está melhor. Consegue ficar em pé, ingere líquidos, pode comer comidas pastosas e até faz passeios pela vizinhança da clínica onde é tratada, em São José. A alimentação é controlada por uma zootecnista.
Não há previsão de alta. Pituca ainda tem um dreno perto das patas traseiras por causa da infecção causada pelo contato das feridas com terra e grama. Quando sair da clínica, o animal deve ser colocado para adoção.
Dois tiros atingiram a cachorra. As balas entraram pelas costas, perto do rabo, atravessaram o animal e saíram pelas mamas. O veterinário Marcelo Fricki afirmou que nenhum órgão foi afetado. Radiografias foram tiradas, mas não revelaram a presença de nenhum projétil. Por isto, fica impossível realizar o exame de balística que revelaria de qual arma partiram os disparos.



O Globo

Vacina contra dengue é 'coisa para cinco anos', diz Temporão


O Brasil vai desenvolver uma vacina contra a dengue em parceria com a farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), afirmou nesta sexta-feira o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em entrevista coletiva em Londres.
O ministro estimou que o desenvolvimento do medicamento é "coisa para cinco anos", mas alertou para o "longo caminho" até que se possa produzir uma vacina confiável contra a doença.
"Primeiro, é preciso desenvolver um protótipo, depois produzi-lo em escala semi-industrial, depois testar em animais, depois testar em seres humanos, é um longo caminho a ser desenvolvido."
Pela parceria, o governo brasileiro e a multinacional dividirão o custo de 70 milhões de euros destinados a criar uma unidade de pesquisa e desenvolvimento na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
A unidade terá como objetivo desenvolver tecnologias de prevenção às chamadas doenças negligenciadas - grupo que, além da dengue, inclui também malária e febre amarela.
Segundo Temporão, o desenvolvimento da vacina contra a dengue é parte de um acordo mais amplo firmado entre a GSK e o ministério em agosto, que prevê o compartilhamento dos direitos de patente das inovações decorrentes do projeto. Em entrevista coletiva, Temporão afirmou que esta é a primeira parceria público-privada do Brasil na área de desenvolvimento de vacinas.
Ele disse que a ideia é dar prioridade para a vacina contra a dengue, mas que a iniciativa também deve incluir o aperfeiçoamento da vacina contra a febre amarela e a produção da vacina contra a malária.
"Na nossa balança setorial comercial, a diferença entre o que é importado e exportado da saúde - vacinas, medicamentos, fármacos, reagentes para diagnósticos, equipamentos para diagnósticos, equipamentos hospitalares – é negativo em US$ 7 bilhões por ano", afirmou o ministro.
"Mas além do desequilíbrio econômico, o que é mais importante para nós é o desequilíbrio de conhecimento, daí a necessidade de o Brasil fortalecer sua capacidade endógena de inovar e produzir. E principalmente produzir – isso tem a ver com a vacina – tecnologia para os problemas de saúde brasileiros."

Dificuldades
Pesquisas visando ao desenvolvimento de uma vacina contra a dengue já estão em andamento na Fiocruz. Os projetos em andamento, entretanto, não conseguiram proteger contra os quatro sorotipos existentes da dengue.
O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério, Reinaldo Guimarães, disse que uma particularidade complica ainda mais o desenvolvimento de uma vacina.
"Na dengue, quem já foi infectado com um sorotipo, se for infectado com outro sorotipo tem uma probabilidade maior de ter uma doença grave, de virar dengue hemorrágica", avalia.

Vacina da dengue deve tratar quatro sorotipos distintos
"Portanto, se você tiver uma vacina contra um sorotipo, você está aumentando os casos graves dos demais sorotipos. É preciso uma conjugação dos quatro, não adianta fazer uma vacina para três, senão é uma vacina que vai contra os outros sorotipos."
Segundo dados do Ministério, nos primeiros seis meses do ano foram notificados no Brasil cerca de 387 mil casos de dengue, quase a metade dos 743 mil casos registrados no mesmo período de 2008.
A queda foi atribuída a ações para eliminar os criadouros do mosquito transmissor, como limpeza urbana e mobilização da população.

Gripe suína
Sobre outra ameaça global, a gripe suína, o ministro disse que o Brasil dará início, nas próximas semanas, a um processo para escolher os fornecedores de cerca de 60 milhões de doses a serem compradas pelo Ministério.
Outras 18 milhões de doses serão fabricadas no Brasil pelo Instituto Butantan, o único na América Latina com tecnologia para a tarefa.
No total, entre compra e produção de cerca de 80 milhões de doses, o país deve gastar R$ 1 bilhão.
Temporão afirmou que as autoridades de saúde pública brasileiras ainda estão definindo se a prevenção contra a gripe suína vai requerir a aplicação de uma ou duas doses do medicamento, e se a estratégia priorizará determinados grupos ou será mais ampla.

Pablo Uchoa
BBCBrasil

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Três Lagoas: Cartilha orientará servidores contra maus tratos às crianças


Mais de 1,5 mil cartilhas começaram a ser distribuídas ontem em toda Rede Municipal de Educação (Reme). O tema abordado é o “Combate aos maus-tratos contra crianças e adolescentes”. O material foi escrito e elaborado pelo psicólogo, Sydnei Ferreira, e foi apresentado e entregue ontem, na Escola Municipal Ramez Tebet.
O projeto que tem parceria com Ministério Público, Prefeitura e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), simboliza o começo de um novo trabalho. Segundo a promotora de justiça Ana Cristina Carneiro, a intenção agora é expandir o trabalho alcançando também os Centros de Educação Infantil (CEI), Escolas Estaduais e também particulares.
“É importante oferecer a funcionários, desde merendeira até o diretor, conhecimento para identificar essa violência. As crianças se sentem protegidas por todas essas pessoas. Nós estamos trabalhando para que a violência, os maus tratos, a negligencia e os abusos sejam percebidos”, disse.
A utilização das cartilhas tem como objetivo mostrar como a violência se manifesta em crianças e adolescentes, a ideia é que os servidores possam contribuir identificando os vários tipos de violência. “Só assim conseguiremos prevenir e avisar os órgão competentes para agir. Estamos com um projeto inovador em todo o Estado”.
No primeiro semestre desse ano, o psicólogo, Sydnei Ferreira, visitou e realizou consultas em todas as escolas da rede municipal. “Queremos interromper o ciclo da violência, seja ela domestica ou sexual. Não é apenas violência física, muitas vezes é moral. Uma desencadeia a outra, e é na escola que isso se manifesta”.
Ferreira explica ainda que é a mudança de comportamento é visível. “Quando a criança sofre algum tipo de violência tende a se isolar, ela muda a rotina. Tudo se manifesta por meio do comportamento. É preciso ficar atento quando isso ocorre. Por isso, além da cartilha, os servidores também receberam palestras de orientação e prevenção”.
Para a prefeita, Simone Tebet, é importante que a família também esteja interada. “A violência também acontece fora de casa. Os pais precisam saber identificar a violência física e psicológica. Por isso, as palestras também serão voltadas aos pais”.

Gabriela Carvalho



Jornal do Povo de Três Lagoas

Menino de 11 anos é hospitalizado após ser espancado pelo pai


Agressor foi preso nesta quinta, em São Gonçalo dos Campos (BA).
Vítima deixou casa da mãe para morar com o pai em abril deste ano.

Um menino de 11 anos foi hospitalizado após ser espancado pelo pai, em São Gonçalo dos Campos (BA), nesta quinta-feira (24). O pai, de 44 anos, foi preso no mesmo dia da internação do filho e deve responder pelo crime de tortura.
A criança está internada com vários ferimentos no Hospital Municipal, onde recebeu a visita de membros do Conselho Tutelar da cidade. O menino fala com dificuldade, mas teria relatado aos conselheiros que foi amarrado e ameaçado de morte pelo pai.
O quadro clínico do menino é estável, mas ele deve ser transferido para o Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana (BA), nesta sexta-feira (25), onde deve ser submetido a uma tomografia.
De acordo com a polícia, o menino morava com a mãe, em outra casa na cidade. Em abril deste ano, o garoto teria fugido para morar com o pai. “Eu quero que ele vá preso e pague pelo que fez”, disse a mãe da vítima.
Na delegacia, o pai teria confessado à polícia que bateu no menino com um arreio de cavalo e disse que fez isso para educar o garoto, que teria pego dinheiro sem permissão. “Eu fiz isso para tentar fazer o melhor. Não posso deixar ele apanhando as coisas dentro de casa. Se ele não aprender, vai sair por aí tomando a bolsa dos outros e roubando as pessoas”, disse o pai à reportagem da TV Bahia.
O delegado Jean Silva Souza disse que o menino deve ser submetido a exames de lesões corporais. O pai deve ser indiciado por crime de tortura.


Do G1, em São Paulo, com informações da TV Bahia

Cantar o Hino Nacional agora é lei federal



Todas as escolas públicas e privadas estão obrigadas a colocar seus alunos de ensino fundamental para cantar o Hino Nacional pelo menos uma vez por semana. É o que diz a nova lei federal 12.031/09, sancionada segunda-feira. Acho que esse é um assunto que não precisa de lei, vai da consciência de cada escola, comentou Cristiane Rodrigues Leite, mãe de Amanda Leite, 11 anos, que estuda na escola municipal Achilles de Almeida, onde entoar o hino semanalmente já é rotina. Eu acho que faz parte da responsabilidade da escola ensinar o hino. Ninguém aprende em casa, opinou, assumindo que ela mesma atropela alguns trechos quando precisa cantar.
Apesar da nova lei ser de âmbito federal – ou seja, vale em todo o Brasil, para estabelecimentos públicos e privados – sua aplicação dependerá muito mais da consciência dos dirigentes de cada escola ou rede de ensino. Isso porque ela não prevê qualquer tipo de esquema de fiscalização ou punição, nem detalhes como, por exemplo, se os alunos precisarão cantar o hino todos reunidos ou podem fazer isso uma turma de cada vez.
A obrigatoriedade também não é novidade. No Estado de São Paulo existe desde 1990 legislação sobre que obriga a execução do hino e o hasteamento da bandeira nacional no ensino de 1.º grau. Em Sorocaba, a Câmara aprovou no último dia 1.º a lei 106/09, sobre a obrigatoriedade do ensino, interpretação e canto do Hino Nacional nas escolas municipais em efemérides e solenidades.
Ana Clara Sauer de Arruda Pinto, diretora de um colégio particular da cidade, considera a iniciativa positiva, porém acredita que há necessidade que mais ações sejam tomadas de estímulo à cidadania e amor à pátria, além da simples obrigatoriedade de entoação do hino. Quando se trata de valores, precisamos trabalhar a cidadania por meio de reflexões. É um trabalho lento, que não se resume a cantar o hino, comentou a diretora. Ela terá que adaptar os horários dos alunos para cumprir a legislação. Até o ano passado tínhamos essa prática, que suspendemos neste segundo semestre porque o conteúdo está apertado, por conta da prorrogação das férias em razão da gripe suína, alegou.
A grande maioria das escolas de Sorocaba já mantém, ao menos uma vez por semana, uma cerimônia para que os alunos cantem o Hino Nacional, por vezes acompanhado do hasteamento da Bandeira Nacional. No núcleo Monteiro Lobato do Colégio Politécnico de Sorocaba, mantido pelo Jornal Cruzeiro do Sul/FUA, isso é feito as quartas-feiras pela manhã, pelos alunos do ensino fundamental.


Desde cedo
Entender, desde muito cedo, a importância do Hino Nacional é o objetivo de um colégio particular da cidade que cultiva os exercícios de cidadania com seus alunos a partir dos dois anos de idade. Todas as semanas, num dos dias antes das aulas, eles se reúnem em posição de respeito para hastear a bandeira e cantar o hino do Brasil e o da escola. Apesar da pouca idade e de sabermos que nesta faixa etária eles (alunos) não conseguem se concentrar por muito tempo, eles aprendem. É de pequeno que conseguimos trabalhar esse amor à pátria, comentou a professora Bianca Molina.
Para Regina Célia Crippa, coordenadora da escola, é importante manter essa rotina. Falta patriotismo para os brasileiros. Veja o exemplo dos americanos: eles sabem seu hino e se orgulham de sua bandeira. A professora – que aprendeu a cantar o Hino Nacional na escola ainda quando criança, com aulas de música e entoação de voz – não se incomoda que o papel de ensiná-lo às crianças fiquei a cargo da escola. Temos o dever de ensinar os valores que estão acabando. Já assumimos muitos papéis, porque não também o de ensinar o Hino Nacional?, questionou.


Lição importante
Na segunda-feira pela manhã, na escola municipal Achilles de Almeida, o alunos são reunidos para cantar o Hino Nacional. Eu acho importante, pois é uma forma de respeito pelo Brasil, falou Mariana Moreno, de 13 anos. Tem muita gente que fica ‘zoando na hora do hino, cantando errado. Não acho certo, emendou Gleice Flavi, da mesma idade. As dificuldades da letra poética da canção, entretanto, não são esquecidas. Não canto porque não sei direito a letra. Espero que um dia consiga aprender, falou Nayara Michele, 14 anos. Jéssica Ayres, de 13 anos, lembrou dos pontos em que grande parte das pessoas faz confusão com a letra do Hino Nacional. Tem aquela parte do ‘Brasil de um sonho intenso e aquela ‘Brasil de amor eterno. Todo mundo confunde. Eu já decorei, falou. Para sua amiga Camila Roza, da mesma idade, a cerimônia de entoação do hino é bonita, mas só quando o pessoal tem respeito.


Jornal Cruzeiro do Sul


Veja também:
http://brasilcontraapedofilia.wordpress.com/2009/05/27/falta-civilidade-na-educacao-de-nossas-criancas/

Longas horas por dia no computador causam síndrome ocular


Rio - Dor de cabeça, irritação e desconforto nos olhos. Sintomas que costumam ser confundidos com um simples cansaço podem esconder algo mais sério: a Síndrome de Visão de Computador, doença que pode comprometer o rendimento no trabalho. Especialistas alertam que passar duas horas seguidas em frente à máquina já favorece o surgimento do problema.
A imagem apresentada na tela é formada por pequenos pontos (pixels) que os olhos não conseguem focar de imediato, o que exige trabalho reforçado das vistas. Segundo Juan Jimenez, integrante do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, quando se está com a atenção voltada ao computador, o número de piscadas se reduz, deixando os olhos ressecados. “Recebo muitas pessoas com essa síndrome. A luz do monitor favorece o fechamento da pupila e isso faz o músculo dos olhos trabalhar muito. As pessoas ficam com o rendimento no trabalho comprometido”, alerta
Além do ressecamento, os sintomas mais comuns são sensação de areia, vermelhidão e ‘peso’ nos olhos, dor de cabeça e lacrimejamento. Jimenez lembra que é importante trabalhar com a tela do computador com pouco brilho. Afastar as vistas do monitor a cada meia hora e olhar por uma janela durante 30 segundos também ajuda, pois relaxa a musculatura dos olhos. Além disso, fechar os olhos diversas vezes ao longo do trabalho os umedece.
O tratamento para casos avançados é feito com óculos especiais e exercícios para os olhos. “Os filtros de proteção de tela não adiantam. Pelo contrário: geram imagem dupla e forçam mais a vista”, explica.
O fotógrafo Pablo Nicolas, 31 anos, passa muitas horas por dia em frente ao computador, mas procura descansar os olhos. “Quando fico com os olhos ressecados devido ao excesso de computador, eu levanto um pouco, bebo uma água e tento dar um tempo”.



O DIA ONLINE

São Paulo: Lei contra pedofilia acaba de ser sancionada



Nesta quinta-feira (24/9) o Diário Oficial do Município publicou lei de autoria do vereador Marcelo Aguiar (PSC) que prevê campanha de enfrentamento à pedofilia e ao abuso sexual de crianças e adolescentes.
Sancionada pelo Executivo na última quarta-feira (23/9), a lei 14.985 permite que todos os anos, por duas semanas consecutivas, os veículos do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros da Cidade de São Paulo devem divulgar mensagens televisivas e impressas de prevenção e combate à pedofilia.
Primeira lei do mandato do vereador Marcelo Aguiar, também presidente da CPI da Pedofilia e do Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil na Câmara paulistana, a medida, segundo o parlamentar, será uma ferramenta de conscientização da população. “A promulgação desta lei inibe agressores, porque demonstra que o poder público não está de braços cruzado, e ensina a sociedade a denunciar”, explica.
De janeiro a agosto deste ano, segundo site da SPTrans, mais de um bilhão de passageiros utilizaram o transporte público. “Vamos atingir uma parcela considerável de pessoas com mensagens que ajudem famílias e até mesmo crianças e adolescentes a se prevenirem. É importante lembrar que na cidade os ônibus atendem cerca de 70% das viagens por transporte coletivo”, afirma o parlamentar.
A implementação da medida caberá à Secretaria Municipal de Transportes.

O Verbo

TJ nega habeas corpus a Abdelmassih por 2 votos a 1


Por 2 votos a 1, a 6ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo indeferiu nesta quinta (24) o pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados do Roger Abdelmassih, que está preso preventivamente desde 17 de agosto sob a acusação de ter estuprado 56 pacientes.
O voto favorável à soltura do especialista em reprodução humana assistida foi do desembargador Marco Antonio Marques da Silva (foto). A informação é da Agência Estado.
TJ julgou o mérito do pedido do habeas corpus e, por isso, a decisão tem caráter definitivo.
Agora, Márcio Thomas Bastos e José Luís Oliveira Lima, advogados do médico, poderão recorrer às instâncias superiores. No dia 24 de agosto, a ministra Ellen Gracie, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou a examinar um pedido de habeas corpus porque ainda não tinham se esgotados todos os recursos nos demais tribunais.
Os advogados argumentam que não faz mais sentido o parecer do MPE (Ministério Público Estadual) segundo o qual Abdelmassih representa um perigo à sociedade, considerando que ele foi afastado provisoriamente de suas atividades pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado São Paulo).
Para a Kenarik Felippe, juíza da 16ª Vara Criminal de São Paulo, a sanção do Cremesp tem caráter administrativo. No último dia 16 ela rejeitou um pedido de reconsideração da ordem de prisão do médico.
Os advogados de Abdelmassih já tentaram por cinco vezes tirá-lo da Penitenciária do Tremembé (SP), conhecida como Prisão de Caras porque para lá são mandados suspeitos de crime e condenados que têm ou já tiveram grande exposição na imprensa.
Paulopes Weblog

Amador encontra maior tesouro anglo-saxão da Grã-Bretanha

LONDRES - Um inglês que caçava objetos antigos no campo usando um detector de metais encontrou o que especialistas dizem ser a maior coleção de ouro anglo-saxão já descoberta na Grã-Bretanha.
ão 1.500 peças em ouro e prata, a maioria delas artefatos de guerra adornados com pedras preciosas, que os especialistas acreditam datar do século 7.
O tesouro foi encontrado em julho, em uma fazenda no condado de Staffordshire, no oeste da Inglaterra, pelo inglês Terry Herbert.
O achado deve ser assunto de décadas de debates entre arqueólogos e historiadores.
- Isto vai alterar nossa percepção da Inglaterra anglo-saxã - disse a especialista Leslie Webster, ex-funcionária do Departamento de Pré-História e Europa do Museu Britânico.
As peças estão sob a guarda do Birmingham Museum and Art Gallery, na cidade inglesa de Birmingham.
Uma seleção com alguns dos objetos mais importantes vai ficar em exposição no Birmingham Museum entre o dia 25 de setembro até o dia 13 de outubro.
Depois da exposição, a coleção segue para o Museu Britânico para ser avaliada por especialistas, um processo que pode demorar mais de um ano.

Drama
Em termos de quantidade, a descoberta é sem precedentes - cerca de cinco kg de ouro e 2,5 kg de prata.
É impossível, no momento, saber ao certo a história do tesouro. Os especialistas suspeitam, no entanto, de que a história esteja repleta de drama e, possivelmente, sangue.
O arqueólogo Kevin Leahy, responsável por catalogar o material, disse que a qualidade das peças indica que teriam pertencido à realeza anglo-saxã.
São centenas de objetos, entre eles, peças usadas para adornar espadas e fragmentos de elmos (capacetes de armaduras medievais).
O tesouro inclui também três cruzes e uma placa de ouro trazendo uma inscrição bíblica.
- Parece uma coleção de troféus, mas é impossível saber se o tesouro resulta de saques feitos após uma única batalha ou se foi acumulado ao longo de uma longa e bem-sucedida carreira militar - disse Leahy.

Não sabemos como (o tesouro) acabou sendo enterrado naquele campo, talvez tenha sido um tributo aos deuses pagãos - especula o arqueólogo - Ou talvez tenha sido escondido por conta de uma ameaça muito real.
Para Leahy, a terrível ameaça que levou alguém a enterrar o tesouro provavelmente se concretizou, já que as peças nunca foram desenterradas.
- Quando fizermos mais estudos sobre o material, poderemos dizer mais - disse.
BBCBrasil
O Globo

Morte de jovem por violência doméstica choca os brasileiros

A foto do MySpace de Giselle Rodriguez, 23, que foi encontrada morta em Clinton. Abaixo: O ex-namorado Alexander Skowran, 22, supeito do crime, foi encontrado morto no banheiro de um hotel em Virgínia. Tudo indica que o rapaz cometeu suicídio. Fotos: Arquivos pessoais.

“Na linha 2, quem gostaria de participar dessa campanha num momento tão triste para essa família que perdeu uma filha de 23 anos?,” pediu o radialista Leandro Luis no seu programa matinal.
A campanha tomou todo o “Show da Manhã” de hoje e foi feita para ajudar no funeral de Giselle Rodriguez, que tudo indica foi estrangulada pelo ex-namorado no seu apartamento em Clinton, Massachusetts.
A morte da jovem porto-riquenha que tinha várias amizades brasileiras chocou os brasucas de Massachusetts. Giselle ajudou vários evangélicos a aprender inglês.
Imediatamente após encontrar o corpo da jovem no seu apartamento de um quarto, a polícia fez uma caçada por Alex Skowran, ex-namorado da menina que tinha um longo histórico de violência doméstica. Vários meses atrás, Skowran, um universitário nativo de Maryland, invadiu o apartamento de Giselle, tacou cloro e detergente em vários dos seus pertences, e ainda roubou uma caixa onde a ex-namorada guardava diversas lembranças de uma gravidez que não vingou. Ele atirou a caixa num rio.
Ontem um vizinho de Giselle em Clinton disse ao blogueiro que com frequência ouvia barulho de brigas e quebradeira vindo do apartamento dela. Segundo amigos, Giselle já tinha pedido a polícia que emitisse dois “restraining orders,” ordem que restringe o acesso do agressor à vítima, contra Skowran.
Na noite de segunda-feira os contornos da tragédia motivada puramente por violência doméstica ganharam mais um capítulo bisonho. O corpo de Alex Skowran, 22, foi encontrado dentro de um hotel Comfort Inn, na cidade de Stephens, no estado da Virgínia.
A polícia procurava por Skowran nas imediações de Marylan, principlamente na faculdade Fitchburg State College, onde o rapaz estudava. Mas foi após receber uma ligação da mãe de Skowran sobre algo que ela teria ouvido do filho, que os policiais vascularam o estado da Virgínia.
O corpo do rapaz foi encontrado com marca de bala, calíbre 22, no banheiro do hotel.
Para a comunidade brasileira, o que fica é a lembrança de Giselle, uma menina ativa, que quando migrou de Porto Rico para os EUA chegou a trabalhar em três empregos para ajudar a família. Recentemente, Giselle trabalhava Hologic, empresa do ramo da tecnologia utilizada para tratar a saúde da mulher, em Marlboro.
Tudo indica que o crime teve motivação passional. Giselle e Skowran namoram durante cerca de 20 meses até que desmancharam a relação no começo deste ano. Segundo familiares o casal retomou o namoro logo depois, mas a relação não foi adiante.
Giselle então passou a namorar um rapaz de Dudley, mas Skowran nunca aceitou ter perdido a namorada e continuava a persegui-la. Um juiz chegou a ordenar que Skowran atendesse aulas para “gerenciar o ódio,” o rapaz teria que comparecer na corte na semana que vem em que procuradores anunciaram que ele teria que pagar a Giselle US$ 4.400 em restituições.
Todo caso de violência doméstica choca a comunidade brasileira, porque várias mulheres procuram ajuda todos os anos em ONGs especializadas. Giselle foi a 21ª vítima fatal de violência em Massachusetts esse ano.
A cunhada de Giselle, Crystal Henning, disse que “Alex fez coisas horríveis e sempre disse a ela (Giselle)que se ele não pudesse tê-la, ninguém poderia. Ele era muito manipulador.”

Eduardo de Oliveira
Brasil com Z

Menina escapa por pouco de carro em alta velocidade



A menina Yasmin Frausto, de seis anos, escapou por pouco de ser atropelada por um carro em alta velocidade.

Yasmin caminhava atrás de seus pais, depois de fazer compras em um supermercado, na cidade de Sunnymead, no Estado americano de Washington.
Imagens de uma câmera de circuito interno mostram o momento que um carro deu ré em alta velocidade e atingiu a parede ao lado de Yasmin.
Quando o carro deu ré, bateu em uma coluna de proteção e ficou suspenso sobre outra coluna, o que deixou espaço suficiente para a menina escapar.
Yasmin diz que percebeu que o carro iria atingi-la e correu para o outro lado.



BBC Brasil

País tem dados pouco fiéis de desaparecidos


Falta de cadastro faz com que números nacionais e dos estados não coincidam. Rede admite subnotificação

Dados divulgados pela Rede Nacional de Crianças e Adoles­centes Desaparecidos (ReDesap) e comparados com números da Polícia Civil do Paraná mostram a dificuldade atual para se ter uma exata noção dos casos de crianças e adolescentes desaparecidos no estado e no país. Enquanto a ReDesap enumera 62 desaparecimentos no Paraná nos últimos nove anos, o Serviço de Inves­tigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) conta 526 casos em um período de tempo menor, entre 2000 e 2006.
Uma iniciativa que poderia solucionar a discrepância ainda está no Congresso Nacional. Um projeto que cria um cadastro nacional de crianças desaparecidas já foi aprovado pela Câmara e agora tramita no Senado.
Segundo a ReDesap (que colocou os números no site da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República), 1 em cada 4 crianças e adolescentes teriam sido reencontrados no Paraná. Já nas contas do Sicride, o índice de aproveitamento chega a 98%, com apenas 7 casos não solucionados.
A julgar pelo relatório do ReDesap, pouco mais da metade das crianças e adolescentes desaparecidos no Brasil nos últimos nove anos foi encontrada. O Distrito Federal lidera o ranking das unidades da federação com mais registros de desaparecimento de crianças e adolescentes (veja tabela). O Paraná está na décima posição. Segundo a Agência Brasil, o problema ocorre com mais frequência nas regiões metropolitanas das capitais do que no interior.
Procurada ontem à tarde pela reportagem, a delegada titular do Sicride, Ana Cláudia Machado, não foi encontrada para explicar a divergência entre os números. Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná, a delegada, única pessoa que poderia falar em nome do Sicride, participa da 7.ª Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Subnotificação

Em depoimento prestado ontem à Comissão Parlamentar de In­­ quérito (CPI) das Crianças Desaparecidas na Câmara dos Deputados, o coordenador da rede e secretário executivo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), antropólogo Benedito Rodrigues dos Santos, afirma que os números do ReDesap devem estar subestimados, porque os dados são colhidos por telefone e o sistema ainda não permite cadastramento em tempo real dos casos notificados nos serviços de SOS Criança e nas delegacias de proteção às crianças e adolescentes.
O antropólogo disse à Agência Brasil que a maioria dos casos começa com fuga motivada por conflito familiar, envolvendo violência física e até sexual. “O problema é que os desaparecidos ficam vulneráveis às redes de aliciamento para exploração e tráfico”, explica. Ressaltando a nescessidade de educar as crianças com diálogo e sem violência, Santos defende maior proximidade do poder público. Segundo ele, as crianças pobres sofrem mais, por falta de estrutura familiar.

Clique AQUI para ver a lista completa da REDESAP


Fonte: Gazeta do Povo

Pais devem dar exemplos de atitudes maduras e de autocontrole


Na briga entre adolescentes, mãe que incentivou violência errou.
Mãe transformou a filha num joguete para sua própria explosão de raiva.


Ultimamente, temos tido muitas notícias de violência em relação às pessoas. Nada mais surpreende. O limite do agressivo e da maldade parece nunca ter existido. Está tão tênue que ninguém mais consegue notar. E as maiores vítimas são nossas crianças e adolescentes. Nesses casos, a comoção é maior por serem mais frágeis e não terem muitas condições de defesa. Embora também cometam atos maldosos e agressivos.
Todas as pessoas têm uma raiz agressiva que em algum momento se manifesta, principalmente diante das frustrações da vida. Algumas conseguem controlar a raiva com muita dificuldade, mas explodem por qualquer coisa. Outras, aprendem modos diferentes de lidarem com seus dissabores sem precisar lançar mão de atos agressivos. E têm aquelas que a única linguagem que conhecem é a da violência – são indivíduos cuja criação foi pautada numa comunicação em que o tom predominante foi o da rispidez e das ameaças, em que as coisas eram conseguidas por meio do tapa. E aprenderam a ser assim.

Incentivo materno

Uma dessas notícias, publicada na semana passada, foi a da briga entre duas adolescentes cujo motivo parecia ser um rapaz que ambas disputavam. Esse ato é muito antigo, embora ninguém precise se estapear por causa de um namorado. Mas, o que chamou a atenção, é a participação da mãe de uma das adolescentes no episódio como incentivadora da pancadaria. Entre outras coisas, ela disse para a filha: "vai, mete o pé que nem eu te ensinei. Mete um soco na cara."
Como se não bastasse, deu a seguinte recomendação: “bate também, dá pesada, porque se apanhar aqui vai apanhar em casa. Eu não criei filha para apanhar na rua”, disse a mãe Meire Aparecida Fernandes, de acordo com o G1. Ora, se uma mãe, que é quem deve orientar um filho para a vida, formando cidadãos, dá esse tipo de orientação, o que podemos esperar como resultado?
Provavelmente, são pessoas que não sabem conciliar e resolver seus problemas com meios maduros, como uma boa conversa ou recorrendo a uma autoridade competente (consta que a adolescente era ameaçada de apanhar pela outra garota), que poderá tomar as devidas providências. Acabam fazendo a justiça com as próprias mãos, com parâmetros confusos e a predominância da violência.
No caso dessa menina e de muitos outros, não havia muita escapatória: ou batia para se defender da surra na rua e em casa, ou levava duas surras. Um ensinamento e tanto que essa mãe dá para sua filha. Transforma a adolescente num joguete para sua própria explosão de raiva. O que parece querer, com uma atitude assim, é ver o circo pegar fogo. Em nenhum momento percebe-se o desejo de orientar ou proteger sua filha. Que é sua obrigação maior.
Além de tudo isso, era uma pessoa que deveria ser preparada para lidar com crianças, uma monitora escolar, alguém que deveria acompanhar alunos para evitar brigas entre eles. Que ironia, não? Mostrou também não ter condições nem de se autopreservar, quando pôs em risco seu próprio emprego, fazendo, justamente em sua vida, o contrário do que tem que fazer em seu trabalho.

Caminhos da razão

Assim, a violência e a agressividade como formas de resolverem problemas vão se propagando. E com a desculpa cada vez mais comum, para qualquer ato que possa parecer insano e que a pessoa queira se defender depois, de que a culpa é de algum remédio que esteja tomando ou que esqueceu de tomar, de preferência um psicotrópico. Se pudermos ensinar nossos filhos a resolver as coisas pelos caminhos da razão, eles poderão ser mais tranquilos.
Diante de um problema com um colega da escola e que não foi possível resolver diretamente com ele, deve-se recorrer às autoridades escolares em busca de apoio e orientação. Caso não recebam esse suporte ou ele não seja suficiente, os próprios pais podem, entre eles, ajudar seus filhos a resolver suas diferenças, evitando situações extremas.No entanto, muitas vezes os pais tomam para si as dores e as brigas dos filhos, transformando-as em verdadeiras disputas familiares, esquecendo-se de que eles são as partes mais maduras daquela situação. Os filhos contam com eles, sempre. Inclusive para dizer-lhes que eles precisam se controlar.

Por Ana Cássia Maturano ( psicóloga e psicopedagoga)
Para o G1

Ceará: Juiz determina toque de recolher para crianças e adolescentes no Eusébio


O juiz de Direito da 1ª Comarca do Eusébio, Eli Gonçalves Júnior, através da portaria n° 10 de 24 de setembro de 2009, decidiu disciplinar a entrada e permanência de crianças (0 a 12 anos incompletos) e adolescentes (de 12 a 18 anos incompletos) a diversos locais e meios de diversão e à circulação nas ruas e praças, no território do município.
A Portaria foi apresentada na manhã desta quinta-feira (24) em reunião realizada no auditório da Escola Neusa Freitas de Sá, com as presenças do prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves (PSB); do promotor de Justiça, Evilásio Alexandre; do presidente da Câmara Municipal do Eusébio, vereador Joselito Abreu; do Secretário Municipal de Segurança Pública do Eusébio, delegado Lauro Leite, demais secretários municipais e autoridades do município.
De acordo com a Portaria, fica proibida a venda, locação, ou distribuição gratuita a menores de 18 anos de bebidas alcoólicas, cigarros, charutos e congêneres; revistas, jornais, fitas, DVD e congêneres que apresentem em sua capa ou conteúdo cenas de sexo explícito.
Também está proibida, na jurisdição do município, a entrada e permanência de crianças e adolescentes em “festas raves”, bares, boates, salão de bilhar e sinuca e congêneres, ainda que acompanhados por pais ou responsáveis. Já os bares que ofereçam os serviços de restaurantes e shows musicais com serviço de bar aberto ao grande público estarão sujeitos às determinações da Portaria.
O juiz também determinou os limites de idade para a entrada e permanência de menores em shows musicais, bailes, festas e promoções dançantes, estádio, ginásio e campo desportivo e estabelecimentos conhecidos como “lan house”, bem como a circulação nas ruas e praças.
Aos menores de 12 anos fica a proibida a entrada, em horário noturno, acompanhados ou não de pais e responsável, nos locais citados, ressalvado, o acesso durante o dia, acompanhados de pais ou responsável, e somente com estes possam circular nas ruas e praças após as 19 horas.
Para os adolescentes entre 12 e 14 anos incompletos o acesso fica proibido a partir das 20h30min, a não ser que estejam com pais ou responsável, e somente com estes possam circular nas praças e ruas, após esse este horário.
Para os adolescentes de 14 a 16 anos incompletos, a proibição da permanência nos locais será a partir das 22h30min, a não ser que estejam com pais ou responsável e somente com eles possam circular na cidade a partir desta hora.
Já os adolescentes entre 16 e 18 anos incompletas terão acesso aos locais livremente até a meia-noite, a não ser que estejam com os pais ou responsável e somente com eles possam circular na cidade após esse horário.
Os menores de 18 anos terão que portar documento de identificação. De acordo com a norma os responsáveis pelas crianças e adolescentes, para efeito da portaria só poderão ser os parentes até o 3° grau (avós, bisavós, irmãos, tios) ou pessoa devidamente autorizada por escrito pelos pais, com a assinatura reconhecida.
O juiz também proíbe expressamente a entrada de crianças e adolescentes em ‘Lan House’, trajando uniforme escolar. Caso criança e adolescente sejam encontrados em desacordo com as normas de proteção, deve ser conduzido e imediatamente entregue aos pais, ou responsável legal, mediante a lavratura de Termo de Entrega sob responsabilidade.
E no caso de esgotados todos os meios para encontrar os pais, responsável legal ou parente até o terceiro grau, o infrator será encaminhado a uma unidade de abrigo.

Luciano Augusto
Fonte: Ceará Agora
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