sábado, 10 de outubro de 2009

PERCEPÇÃO E REAÇÕES DA SOCIEDADE SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


Cresce preocupação com a violência contra a mulher

De 2004 a 2006 aumentou o nível de preocupação com a violência doméstica em todas as regiões do país, menos no Norte / Centro-Oeste, que já tem o patamar mais alto (62%). Nas regiões Sudeste e Sul o nível de preocupação cresceu, respectivamente, 7 e 6 pontos percentuais. Na periferia das grandes cidades esta preocupação passou de 43%, em 2004, para 56%, em 2006.

• 33% apontam a violência contra as mulheres dentro e fora de casa como o problema que mais preocupa a brasileira na atualidade.

• 51% dos entrevistados declaram conhecer ao menos uma mulher que é ou foi agredida por seu companheiro.

• Em cada quatro entrevistados, três consideram que as penas aplicadas nos casos de violência contra a mulher são irrelevantes e que a justiça trata este drama vivido pelas mulheres como um assunto pouco importante.

• 54% dos entrevistados acham que os serviços de atendimento a casos de violência contra as mulheres não funcionam.

• Nove em cada 10 mulheres lembram de ter assistido ou ouvido campanhas contra a violência à mulher na TV ou rádio.

• 65% dos entrevistados acreditam que atualmente as mulheres denunciam mais quando são agredidas. Destes, 46% atribuem o maior número de denúncias ao fato de que as mulheres estão mais informadas e 35% acham que é porque hoje elas são mais independentes.

• 64% acham que o homem que agride a mulher deve ser preso (na opinião tanto de homens como mulheres); prestar trabalho comunitário (21%); e doar cesta básica (12%). Um segmento menor prefere que o agressor seja encaminhado para: grupo de apoio (29%); ou terapia de casal (13%).

• Perguntados sobre o que acham que acontece quando a mulher denuncia, 33% dos entrevistados afirmaram que “Quando o marido fica sabendo, ele reage e ela apanha mais”; 27% responderam que não acontece nada com o agressor; 21% crêem que o agressor vai preso; enquanto 12% supõem que o agressor recebe uma multa ou é obrigado a doar uma cesta básica.

PESQUISA APONTA PERCEPÇÃO DE IMPUNIDADE PARA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Em cada quatro entrevistados, três consideram que as penas aplicadas nos casos de violência contra a mulher são irrelevantes e que a justiça trata este drama vivido pelas mulheres como um assunto pouco importante. Com relação aos serviços de atendimento, 54% dos entrevistados acham que os mesmos não funcionam. Esta percepção é maior na periferia das cidades (59%).
Por outro lado, 49% concordam que, de maneira geral, a Justiça brasileira pune os agressores e 60% acham que isso acontece nos casos de homicídios de mulheres.

Pesquisa Ibope - Instituto Patrícia Galvão 2006


Portal da Violência contra a Mulher

Levantamento Nacional das Crianças e Adolescentes em Serviços de Acolhimento


Técnico da Fiocruz faz levantamento em abrigos de Foz do Iguaçu e visita FNL

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz – Fiocruz, está promovendo o “Levantamento Nacional de Crianças e Adolescentes em Serviços de Acolhimento” com o objetivo de identificar e caracterizar a rede de serviços de acolhimento existentes no país (abrigos e programas de famílias acolhedoras) bem como as crianças e adolescentes neles atendidos.
O projeto conta com o apoio do Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).
A construção de informações detalhadas sobre esses serviços, e sobre as crianças e adolescentes atendidos, possibilitará aprimorar as normas, diretrizes e estratégias voltadas para a garantia dos direitos das crianças e adolescentes e contribuirá para a implementação do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.
A primeira etapa do Levantamento, realizada no primeiro semestre deste ano, consistiu em levantar a quantidade e a localização dos serviços de acolhimento existentes no país (abrigos e programas de família acolhedora). Com a colaboração das Secretarias Municipais e Estaduais de Assistência Social, o MDS identificou aproximadamente 2.800 abrigos governamentais e não-governamentais, nos quais se estima que haja mais de 50.000 crianças e adolescentes acolhidos.

Coleta de dados

Agora, estão sendo realizadas visitações de equipes técnicas coordenadas pela Fiocruz, para que seja realizada a coleta de informações in loco por meio da aplicação de questionários e de entrevistas com os técnicos ou dirigentes dos abrigos.
Nas visitas aos abrigos são aplicados dois modelos de questionários.
O primeiro questionário coleta informações sobre o abrigo, tais como: identificação da instituição, perfil do coordenador, características do serviço e das ações desenvolvidas, quantidade de crianças acolhidas, recursos humanos, instalações físicas e recursos financeiros.
O segundo modelo de questionário coleta dados específicos sobre cada criança/adolescente, tais como: nome, sexo, idade, nome da mãe, data de entrada na instituição, motivo do abrigamento, situação legal, vínculos familiares e comunitários etc. Também haverá um formulário específico para os programas de famílias acolhedoras.
Todas as informações são coletadas, exclusivamente, por meio de consulta documental e de entrevistas com os técnicos e dirigentes dos abrigos. Após o preenchimento de cada formulário eletrônico o arquivo é automaticamente criptografado e enviado a um banco de dados com acesso restrito, resguardando assim o sigilo de todas as informações.
Nos cinco estados nos quais o Levantamento teve início no mês de setembro (SP, RJ, ES, PR e SC), encontram-se 65% de todas as instituições que serão visitadas no país. Nos demais estados, as visitas terão início a partir do mês de novembro.
Em Foz do Iguaçu, além da Fundação Nosso Lar, outras quatro instituições não-governamentais fazem o trabalho de abrigamento de crianças e adolescentes: Casa Família Porta do Céu, Lar de Apoio às Crianças e Adolescentes – LACA, Comunidade de |Pequenos Trabalhadores – CDPT e Centro de Acolhimento Temporário e Atendimento ao Adolescente – CATAA.

Aprofundamento

O projeto prevê, ainda, uma terceira etapa, que terá início em março de 2010. Nela serão realizados estudos qualitativos em 30 cidades, com objetivo de aprofundar a compreensão acerca do funcionamento dos abrigos e dos serviços de famílias acolhedoras, visando conhecer os aspectos sobre o cotidiano desses serviços, as ações e interlocuções com a rede de apoio (Saúde, Educação, Justiça e outros atores sociais), além dos desafios encontrados do dia-a-dia desses serviços. As cidades ainda não estão definidas, pois serão selecionadas com base na análise dos dados produzidos pelas etapas anteriores.

Fonte:Fundação Nosso Lar

Câmeras que flagraram estupro em Botucatu já ajudaram a esclarecer morte



Taxistas que trabalham na praça afirmam que há pouco movimento no local.
Equipamento flagrou suspeitos de homicídio em boate em 2004.


As câmeras de segurança que ajudaram a polícia de Botucatu, no interior de São Paulo, a identificar e prender o homem suspeito de estuprar uma adolescente de 16 anos são as únicas armas contra o crime durante a madrugada na praça Comendador Emílio Peduti, de acordo com taxistas que trabalham no local.
Um deles contou que as mesmas câmeras já ajudaram a identificar os suspeitos pelo assassinato de uma pessoa em uma boate de Botucatu em 2004. O crime ocorreu na parte interna do prédio, mas os homens foram filmados ao pegar armas dentro de um carro estacionado na rua.
“É a câmera aqui e o papai do céu lá em cima. Essa é a nossa única proteção”, afirma o taxista Paulinho Bretanha, que costumava trabalhar durante toda a noite na praça, mas atualmente encerra o expediente por volta das 23h. “Eu já deixei de trabalhar até tarde por falta de segurança. Essa câmera já pegou muita coisa, desde assassinato até roubo de celulares”, diz.
Taxista na praça há 18 anos, Isaías Ferreira de Souza afirma que a vítima e o rapaz suspeito do crime não costumam frequentar a praça. De acordo com ele, a maioria dos estabelecimentos comerciais fica fechada depois das 22h. “O lugar não é perigoso, mas tem pouco movimento. Ela (a vítima) estava no lugar errado e encontrou um cara mais errado ainda”, afirma.
No caso do suspeito preso por estupro após ser flagrado pelas câmeras, as imagens gravadas mostram o momento em que a menina é abordada por um homem em uma praça quando voltava sozinha de uma festa. Ela tenta fugir, mas é agarrada por ele.
“Ele perguntou se eu sabia andar de moto. Dai eu fui meio que andando assim. Daí eu peguei o celular e deixei discado o 190. Eu ia tipo discar assim, chamar. Daí ele roubou o celular da minha mão. Daí ele me levou”, contou a jovem.
A adolescente chegou a acenar para um motorista, mas ninguém a socorreu. As imagens foram gravadas pela câmera de um banco, operada por um segurança. Segundo os funcionários da agência bancária, o segurança ligou para a polícia assim que percebeu a ação. Entretanto, durante os 25 minutos de gravação, nenhum carro da Polícia Militar foi visto.
“A viatura até compareceu nas imediações, mas não foi gravado. A policia se deparou com um individuo com as mesmas características, o levou para a delegacia, mas não era a pessoa que a PM estava procurando naquela ocasião”, contou o capitão da PM José Semensati.
De acordo com o boletim de ocorrência, apesar do abuso, não houve o ato sexual. “Atos libidinosos contra a vitima já configuram por si só a pratica do crime de estupro. E ainda com a qualificadora de a vítima ser menor de 18 anos”, explicou a delegada Simone Sampaio
O suspeito de 32 anos foi preso. Ele tem passagem por vários crimes, entre eles estupro. Por ter levado o celular da vítima, também vai responder por roubo. Se condenado, pode ficar preso por até 22 anos.



G1

Estudo liga origens da família de Michelle Obama à escravidão


HISTÓRIA :Fraser Robinson III e sua mulher, Marian, com os filhos, Craig e Michelle, atualmente a primeira-dama dos Estados Unidos

Pesquisa genealógica publicada pelo jornal The New York Times mostra como a história da primeira-dama dos EUA representa um pedaço importante da história do país

Um estudo realizado pela genealogista Megan Smolenyak e publicado pelo jornal The New York Times conseguiu elaborar a árvore genealógica da primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, e mostrar como suas origens podem ser traçadas de volta para o século 19, período em que a escravidão ainda vigorava nos Estados Unidos.
A antepassada de Michelle que mais chama a atenção é sua tataravó, Melvinia, cujo primeiro registro aparece na divisão dos bens de David Patterson, um branco dono de terras na Carolina do Sul que morreu em 1850. Na época, Melvinia tinha apenas 6 anos e se tornou propriedade de Henry Shields, filho de David, e Christianne, a mulher de Henry.
A propriedade de Henry Shields ficava no Estado da Geórgia e tinha apenas três escravos, incluindo Melvinia. Segundo o NYT, não há registros de quais atividades ela cumpria, mas um censo da agricultura americana realizado em 1860 mostra que a propriedade tinha plantações de trigo, milho, batata doce e algodão, além de três cavalos, cinco vacas, 17 porcos e 20 ovelhas.
Melvinia teve um filho, Dolphus, quando tinha cerca de 15 anos, mas a paternidade é desconhecida. Segundo um censo de 1870, Dolphus era mulato, o que indica que ele era filho de um homem branco. O garoto recebeu o sobrenome Shields, mas é impossível saber se foi Henry ou um de seus quatro filhos que engravidou a ancestral de Michelle. Segundo Jason A. Gillmer, profesor da universidade Texas Wesleyan ouvido pela reportagem, estuprar as escravas era praticamente um hábito no século 19. Entretanto, era comum também que os escravos adotassem os sobrenomes de seus proprietários.
Enquanto a história de Melvinia tem poucos detalhes, a vida de Dolphus foi recuperada em grande parte pelo jornal e pela genealogista. Sua primeira mulher foi Alice, a trisavó de Michelle Obama, e o casal se mudou em 1888 para Birmingham, também na Geórgia. Dolphus era carpinteiro, sabia ler e escrever e, em 1900, já tinha casa própria, um feito e tanto para quem nasceu como escravo. Em 1911, o censo mostrava que ele era dono de uma carpintaria.
Dolphus foi co-fundador de duas igrejas Batistas que se tornaram centros importantes na luta pelos direitos civis nos EUA na metade do século 20 e era um homem “muito sério”, segundo Helen Heath, de 88 anos, entrevistada pelo NYT e que frequentava a mesma igreja que Dolphus.


O trisavô de Michelle se casou quatro vezes e, com a quarta mulher, Lucy, criou Bobbie Holt, hoje com 73 anos. Segundo ela, Dolphus “claramente tinha parentes brancos” – por conta da dor da pele e da textura do cabelo – e não gostava de falar de seu passado, já que os EUA daquela época eram rigidamente segregados, com os negros proibidos de votar, de entrar em determinados restaurantes e de ter propriedades em bairros de brancos.
A carpintaria de Dolphus, no entanto, era uma ligação entre brancos e negros. “Os brancos iam à sua loja, sentavam e conversavam”, disse Bobbie Holt. Segundo ela, Dolphus acreditava que as relações entre brancos e negros “um dia melhorariam”.
Um dos filhos do primeiro casamento de Dolphus, Robert Lee Shields, se casou com Annie Lawson em 1906 e provavelmente morreu aos 32 anos. Foi o filho deste casal, Purnell Shields, que levou a família para Chicago. Pintor, Purnell se casou com a enfermeira Rebecca Jumper, com quem teve sete filhos, incluindo Marian Lois Shields, a mãe de Michelle.
Segundo o NYT, Michelle preferiu não se manifestar sobre a reportagem, mas certamente deve ter ficado surpresa, como ficou Bobbie Holt, a mulher criada pelo trisavô da primeira dama, quando soube que seu pai de criação era parente da mulher de Obama. “Eu sempre o admirei muito, mas eu nunca teria imaginado algo assim. Louvado seja Deus, nós percorremos um longo caminho”, disse ela.



Época

Menino de 5 anos volta a viver com pai alemão após morar dois anos com a mãe no Brasil

RECIFE - Uma briga de dois anos entre uma pernambucana e um alemão pela guarda do filho, de 5 anos de idade terá novo capítulo na semana. Mathias Kübel aguarda apenas uma publicação no Diário Oficial de Pernambuco para levar o filho de volta para a Alemanha, onde a família morava até junho de 2007, quando a mãe da criança, Camila Pinheiro, pediu autorização ao marido para passar férias no Brasil, acompanhada do menino. A defesa da mãe diz que vai recorrer da decisão, já que não foi considerado o que é melhor para a criança.
A autorização para a viagem foi dada pela Justiça Federal de Pernambuco. Porém, não acaba com a disputa do casal pela guarda do filho. A guarda definitiva da criança será decidida pela Justiça alemã, local de domicílio fixo da família. O casal viveu junto na Alemanha, em união estável, desde 2002.
Em julho de 2007, porém, a mãe veio com o filho para o Brasil. Um mês depois, o pai veio também e foi informado de que mãe e filho não retornariam mais à Europa.
Ela apresentou a ele uma decisão liminar que deu guarda provisória a ela e que proibía a saída do menor do país - contou a advogada de Mathias Kübel, Marisa Hardman Paranhos.
Segundo Marisa, o alemão voltou para o seu país e decidiu buscar apoio jurídico para lutar pela guarda do filho.
- Na Alemanha, ele se informou melhor e viu que a Convenção de Haia, da qual o Brasil é signatário, diz que uma criança retida ilicitamente num país signatário deve ser imediatamente devolvida e que a guarda deve ser decidida no local de residência habuitual da criança, que, neste caso, é a Alemanha - explica a advogada.
Segundo Paranhos, Kübel conseguiu que a Justiça Estadual de Pernambuco reconhecesse que o Brasil não tem competência para julgar a causa. Além disso, o alemão conseguiu que as autoridades de seu país solicitassem ao governo brasileiro a devolução do menor. Mas, de acordo com Marisa, como a mãe teria se recusado a entregar o filho, a União entrou com ação requerendo a busca e a apreensão do menino, pois entendeu que o Brasil deveria cumprir a convenção internacional assinada.
A advogada de Kübel conta que a tutela antecipada foi concedida em junho de 2008. A criança chegou a ser entregue ao pai, mas, antes que ele retornasse à Alemanha, a mãe conseguiu reavê-lo ao entrar com um recurso de urgência na Justiça.
Nesta quinta-feira, porém, a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região em Pernambuco, confirmou que o menor deve voltar imediatamente para a Alemanha, onde se decidirá o mérito da guarda da criança. O acórdão deve ser publicado na quarta-feira e, segundo a advogada de Mathias, ele deve embarcar com o filho para a Europa no máximo um dia depois da publicação.
- Ele ficou muito feliz com a decisão. O que ele sentiu é que tardou mas não falhou. O Brasil honrou o seu compromisso internacional - afirmou a advogada.
Segundo Marisa, quando pela primeira vez a Justiça brasileira determinou o retorno da criança para a Alemanha, o pai decidiu adiar a viagem, pois a ex-companheira disse que retornaria também. Mas, enquanto a renovação do passaporte da pernambucana era providenciada, ela conseguiu liminar na Justiça para a criança permanecer no Brasil.
De acordo com a advogada, Kübel é um bom pai e não esperava que a ex-companheira decidisse ficar no Brasil.
- Eles mantinham uma vida estável lá, como uma família. A criança tinha escola, aula de música. Ele não esperava que ela não fosse voltar. Ela deixou muita coisa lá, roupas. Ele sempre foi presente, levava o filho para a escolinha, para o médico. Quando ele vem para Brasil, ele sempre vê o filho, brinca com ele - disse.
A advogada Gisele Martorelli, que defende a mãe da criança, vai recorrer da decisão da Justiça Federal de Pernambuco. A advogada diz que a decisão afronta a Convenção de Haia e a Constituição Federal, que devem considerar qual o melhor interesse para o menor.
- Nesses casos, é preciso avaliar em que situação haverá menor prejuízo psicológico para a criança. É necessário ouvir a mãe, o pai, testemunhas e, caso seja possível, até mesmo a criança, com ajuda de psicólogos, para que se avalie onde ela ficará melhor. Isso é um princípio constitucional e não foi cumprido. Houve a supressão de provas de que seria melhor a criança ficar com a mãe ou com o pai. Por isso, vamos recorrer da decisão - afirmou a advogada Gisele Martorelli.

E complementa:
- Uma das partes (a mãe) se apõe ao retorno da criança. Por isso, a Justiça brasileira poderia se opor à volta do menino, se ficasse provado que ela teria prejuízo psicológico ou físico.
Ela diz que na Alemanha, a guarda da criança já está decidida e é do pai.
- Se essa criança for repatriada, ela perde a mãe - afirma a advogada.
Para o desembargador Paulo Roberto de Oliveira Lima, relator da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Pernambuco, que determinou a volta do menino, foi tomada com base na Convenção de Haia.
- A Convenção de Haia, nesse caso, estabelece o seguinte: quando uma das partes do casal de nacionalidade diferente decide levar o filho para um país signatário sem consentimento da outra parte, que nesse caso também está num país signatário, o próprio país, no caso o Brasil, é obrigado a restabelecer a situação anterior. E foi o que aconteceu. A ação não foi proposta pelo pai e sim pela União, para cumprir uma obrigação que ela assumiu - salienta o desembargador.
Lima ressaltou que agora cabe à Justiça alemã, e não ao Brasil, decidir a guarda definitiva da criança.
- É o juiz do domicílio escolhido pelo casal, no caso a Alemanha, quem deve decidir a guarda. O que aconteceu foi uma desestruturação de um relacionamento, já que ela já iniciou um outro relacionamento e já tem até outro filho.

Marcelle Ribeiro, João Sorima Neto, Leonardo Guandeline, O Globo




Veja:
http://anjoseguerreiros.blogspot.com/2009/10/advogados-defendem-punicao-para.html

http://ponderantes.blogspot.com/2009/09/professores-do-brasil-blogagem-coletiva.html

IBGE: Terceira idade se aproxima do número de jovens no Rio, o que indica que população deve diminuir


RIO - Na cidade olímpica, os idosos devem chegar a 2016 na frente dos jovens. Estado com maior percentual de maiores de 60 anos no país (14,9%), o Rio caminha a passos largos para equiparar sua população da terceiro idade à de menores de 14 anos, segundo a Síntese dos Indicadores Sociais , divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. O índice de envelhecimento - calculado levando-se em conta a proporção entre pessoas de 0 a 14 anos e aquelas com mais de 64 - da Região Metropolitana do Rio chegou a 0,9 em 2008. Já está próximo do do Japão, um país onde a população vem diminuindo há muitos anos, e onde o índice é de 1.
- Isso indica que a população do Rio deve começar a diminuir num futuro muito próximo, bem antes do prazo estimado para o Brasil, que é 2030 - avalia Ana Lucia Saboia, coordenadora-geral do estudo e gerente de Indicadores Sociais do IBGE.

Taxa de fecundidade é a menor do país
Na equação que deve levar ao recuo no número da população está também a taxa de fecundidade total do Estado do Rio, que é de 1,54, a menor do país. O perfil antecipa a tendência de envelhecimento do país: numa década, a proporção de idosos passou de 8,8% para 11,1% do total da população. A expansão da população mais idosa se explica, segundo especialistas, por avanços na medicina, melhorias no mercado de trabalho e na renda dos trabalhadores e maior cuidado com a alimentação.
O atual contingente de idosos brasileiros, de 21 milhões, já é superior ao de crianças de 0 a 6 anos - que é de 19,4 milhões. É maior também, em números absolutos, do que a projeção da Organização das Nações Unidas (ONU) para o número de pessoas com mais de 60 anos de França, Inglaterra e Itália (entre 14 milhões e 16 milhões cada) - países com população envelhecida. Mas, diferentemente do que ocorria na Europa, 32,2% dos idosos brasileiros não sabiam ler e 51,4% eram analfabetos funcionais.
- O que importa, contudo, é a proporção de idosos sobre o total da população. Na Europa, eles representam 18% do total. Já no Brasil, essa proporção é de 11%. Ainda estamos envelhecendo - comentou Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De 1998 a 2008, o grupo etário de 80 anos ou mais foi o que mais cresceu, chegando a quase 70% ou 3 milhões de pessoas. Segundo especialistas, essa expansão indica aumento da taxa de longevidade no Brasil, mas requer medidas para garantir atendimento a esses idosos na rede pública.
- No país, as pessoas estão vivendo mais, e nasce menos gente. E, com isso, essa população idosa crescerá muito mais nos próximos 30 anos. A grande questão é: temos condições de cuidar dessa população idosa? - questiona a especialista do Ipea.
- No Rio, onde já está se equiparando a quantidade de jovens e de idosos, os números indicam que esse processo deve se acelerar no pais. O Brasil inteiro deve chegar a essa curva antes do previsto. Isso se deve especialmente ao avanço rápido da medicina - diz Lúcia Cunha, pesquisadora do IBGE sobre indicadores sobre idosos.
Aos 90 anos, Djamira Esteves, ou Dona Mirinha, mora com dois filhos e com uma das irmãs em uma casa na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Sua família é um exemplo da longevidade do morador do Rio: tem duas irmãs - a caçula com 81. Orgulhosa de nunca ter feito uma cirurgia, ela afirma que gosta de viver na cidade e que nunca se sentiu sozinha ou desamparada.
- Eu sou uma criatura feliz. Para chegar nessa idade, o que fiz foi viver bem, desde a infância - disse, ressaltando que sempre esteve cercada pela família e por enfermeiros.
Dona Mirinha faz bem de morar com a família. Segundo especialistas, a rede de apoio familiar mostra-se fundamental para a saúde mental dos idosos. No país, a proporção de idosos que moravam com filhos era, em 2008, 33,3. Nas regiões Norte e Nordeste, esse percentual é bem mais elevado: mais de 50% dos idosos moram com os filhos.
O Estado do Rio, que tinha, em 1998, cerca de 11% da população com mais de 60 anos, tem características que ajudam a entender o motivo da longevidade de seus moradores, como a qualidade de vida na cidade e a média de anos de estudo da população idosa. Na Região Metropolitana do Rio, é um das mais altas do país, de 6,5 anos - acima da média do país, de 4,1.

Esperança de vida é de 73 anos
Os avanços obtidos no Brasil nos últimos anos ainda mantêm o país numa posição incômoda em relação a outros países. Ao cruzar os dados da síntese com informações da Organização das Nações Unidas, o IBGE detectou que a esperança de vida brasileira, de 73 anos, deixa o país atrás de nações como Costa Rica, Panamá, Equador e Venezuela.
De acordo com o levantamento a esperança média de vida ao nascer era de 69,7 anos, em 1998. A projeção mais recente é mais favorável para as mulheres, com 76,8 anos, do que para os homens, com 69,3 anos.
Os desníveis entres as regiões persistem, embora tenham diminuído. A diferença entre o Distrito Federal, o maior número com 75,6 anos, e Alagoas, o menor com 67,2 anos, ficou em 8,4 anos, em 2008, enquanto, em 1998, era de 9,7 anos. Em relação à América Latina, o Brasil situa-se em um grupo intermediário, tendo como o topo da lista a Costa Rica, com 78,8 anos, e o menor valor o Haiti, com 61,2.
A comparação dos dados sobre mortalidade infantil também são desfavoráveis ao Brasil. Enquanto em Cuba e no Chile a mortalidade infantil ao nascer é de 5,1 e 7,2 a cada mil nascimentos, no Brasil o patamar é de 23,5 por mil, uma queda de 30% em relação a 1998, quando a taxa era de 33,5 por mil.
"A melhoria das condições de habitação com saneamento básico e ampliação dos serviços de saúde vêm contribuindo para reduzir as mortes infantis", revela o IBGE.

Maiá Menezes, Fabiana Ribeiro e Cássia Almeida - O Globo; Agência Brasil
Reuters



10 de outubro - Dia do Enfrentamento à Violência Contra a Mulher


VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER É UM CRIME (QUASE) SEM CASTIGO

Entre 2000 e 2006, houve 109.786 denúncias contra 2252 condenações

Nunca as forças de segurança lidaram com tantos casos de violência doméstica. O número de ocorrências registadas na PSP e na GNR já ultrapassou a barreira das 20 mil por ano, mas o de condenações é tão baixo que até "choca" o psicólogo criminal Carlos Poiares.
A violência doméstica passou a ser crime público em 2000. A lei previu a criação de uma rede de casas-abrigo e de centros de atendimento às vítimas, o reforço da possibilidade legal de afastamento do agressor e outros mecanismos de combate.
Cresceu a coragem para romper o silêncio. As forças de segurança registaram 11.162 ocorrências em 2000, 12.697 em 2001, 14.071 em 2002, 17.527 em 2003. A tendência sofreu uma quebra em 2004: 15.541. E recuperou quase de imediato: 18.193 em 2005, 20.595 em 2006, 21.907 em 2007.
Poucos casos, porém, sobem à barra dos tribunais. Em 2000, apenas 213 processos de maus tratos do cônjuge ou análogo chegaram à fase da sentença: 71 resultaram em condenação. Desde a alteração legislativa, houve uma subida tímida, gradual, do número de arguidos: 284 em 2001, 463 em 2002, 680 em 2003, 864 em 2004, 1035 em 2005, 1033 em 2006. E do de condenações: 128, 228, 344, 460, 527, 495.
Os dados provisórios apurados a 19 de Janeiro pelo Ministério da Justiça referem 1480 acusações e 704 condenações de maus tratos do cônjuge ou análogo em 2007. Houve um salto? Não se sabe. O método de recolha foi alterado. Até 2006, contava-se uma acusação ou uma condenação por pessoa: a mais grave. A partir de 2007, explicou José Carlos Costa, do gabinete de imprensa, "passaram a ser contabilizadas todas as acusações e condenações".
Não se pode estabelecer uma ligação directa entre estas denúncias e estas condenações, adverte a procuradora-geral ajunta Joana Marques Vidal: os casos julgados num ano não são os casos denunciados nesse ano; o agressor nem sempre é o cônjuge ou análogo (uma pequena parte das denúncias de violência doméstica diz respeito a menores maltratados por pais e idosos maltratados por filhos); e, quando o é, o acto pode ser enquadrado noutro crime (como ameaça ou injúria).
A também presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima congratula-se com o aumento de condenações. Mesmo sabendo que as denúncias "são uma pontinha da violência doméstica" - e que "as condenações são uma pontinha das denúncias": "Há muitos processos que nem chegam à fase de acusação porque não se consegue prova: muitas vezes, na fase de inquérito, a vítima nega o que disse".
É um crime de grande densidade psicológica. Há ambivalência, justifica Teresa Rosmaninho, da organização não governamental de mulheres Soroptimist. E a pressão exercida sobre a vítima é grande - até dos filhos, que tendem a não querer ver o pai atrás das grades.

Tribunal único
Carlos Poiares avança outras explicações. A violência doméstica é um crime que ocorre entre quatro paredes. Faltam testemunhas. E, quando as há, grande parte prefere não se envolver: "O velho ditado português 'em briga de marido e mulher não se mete a colher' continua a ter aplicação".
"Apesar das campanhas, muitas pessoas aceitam a violência doméstica com alguma normalidade", observa Poiares. E, por vezes, a imagem que o agressor passa para o exterior "é de grande dedicação". Se se pergunta aos familiares e amigos se há violência, "juram que não". E acontece o agressor minar a reputação da vítima, "dizer que se mete nos copos".
Na opinião do professor da Universidade Lusófona, "os dispositivos de controlo social têm de ser mais eficazes". Joana Marques Vidal também foca a necessidade de "uma recolha rápida e eficaz [de prova] na fase inicial" do processo. A nova legislação confere urgência a estes casos, o que lhe parece positivo. Todavia, a recolha de prova "tem de evoluir". Em Espanha, por exemplo, há equipas multidisciplinares, médico legista e psicólogo incluídos, que actuam logo.
Esta semana, numa audição parlamentar promovida pelo Bloco de Esquerda, Elisabete Brasil, da União de Mulheres Alternativa e Resposta, defendeu "um único tribunal" para tratar de casos de violência doméstica. Acha que este seria "um sistema que potenciaria um ressarcimento às vítimas".
Teresa Rosmaninho advoga relatórios sociais sobre as vítimas, como os que se fazem sobre quem é acusado de cometer um crime. Está convencida de que os juízes tomariam "decisões mais justas" se conhecessem todas as implicações. Se soubessem, por exemplo, "que a vítima ficou sem emprego porque o agressor ia lá, que a vítima perdeu o apoio da família porque o agressor ia lá".

Postado em 22.02.2009 - 09h04 Ana Cristina Pereira


Público

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual já pensaram em suicídio


Cerca de 61% das crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual no Brasil já pensaram em suicídio. Destes, mais de 58% já tentaram de fato praticá-lo. Entre os motivos apresentados, 20% relacionaram a vontade de morrer à violência sexual. É o que revela uma pesquisa inédita sobre o perfil de meninos e meninas explorados que estão em instituição de atendimento.
Os dados foram encomendados pela World Childhood Foundation (WCF) no Brasil, entidade internacional que trabalha no combate à exploração sexual. Foram ouvidas 66 meninas e 3 meninos entre 10 e 19 anos de oito Estados (Pará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul), que foram vítimas de exploração sexual e hoje são atendidas por instituições especializadas.
O índice de crianças e jovens que já pensaram em suicídio nos chamou muito a atenção. É muito grave. Ele reforça a existência de uma situação de exploração e abuso, que provoca angústia e o sentimento de ´falta de sentido para viver´, por isso precisa ser aprofundado, disse a coordenadora de programas da Childhood, Anna Flora Werneck.
Segundo ela, pesquisas anteriores apontaram que 6% dos jovens em situação de risco no Brasil apresentavam esse comportamento. O percentual obtido neste levantamento é, portanto, dez vezes maior.
O relatório mostra ainda que o abuso leva também a outras situações traumáticas, como a gravidez indesejada, o aborto e o abandono dos filhos. Três em cada dez meninas vítimas de exploração sexual já ficaram grávidas pelo menos uma vez na vida, sendo que 17% delas perderam os filhos por abortos naturais (6%) ou provocados (11%). Das que levaram a gravidez adiante, apenas 5,8% vivem com seus filhos hoje.
Violência sexual e consumo – Outro dado que chama a atenção é o de que muitas das vítimas não estão em situação de miséria a ponto de trocar sexo por comida. A pesquisa aponta uma clara relação entre a manutenção da exploração e o benefício econômico declarado pelas vítimas.

O que faz com o dinheiro
Compra objetos 65,00%
Sustenta-se 39,50%
Compra drogas 30,20%
Ajuda a família 25,00%
Dá para alguém 5,60%
Sustenta a família 2,50%

Dos entrevistados, 40% dizem que usam o dinheiro recebido no abuso para autossustento, mas 65% relatam que gastam comprando objetos pessoais, como celulares e roupas de marca.
Não podemos generalizar, mas constatamos histórias de vida semelhantes em todos os Estados. Temos que questionar que sociedade de consumo é essa que leva a esse tipo de comportamento, que leva as crianças a venderem o corpo para conseguir esse dinheiro, avaliou Werneck.
Para 30% das vítimas, o dinheiro obtido com o sexo é usado para comprar drogas, especialmente álcool (88%) e cigarro (63%) — substâncias lícitas no Brasil, mas proibidas para menores de 18 anos. Maconha (32%), inalantes (32%), como loló e cola, e remédios (23%) também aparecem como as drogas mais procuradas por crianças e jovens.
Diante da fissura por consumir droga, 42% das vítimas disseram que transam ou fizeram sexo oral para conseguir dinheiro, ressalta Werneck.

Tipo de violência sofrida
Conversar sobre sexo 74,20%
Mexer com o corpo 50,70%
Pedir para ser tocado 43,10%
Forçar o sexo 22,40%
Fazer fotos sensuais 20,30%
Forçar ver filme erótico 12,30%

De acordo com o relatório, o valor médio recebido pelas relações é de R$ 37, mas varia entre R$ 10 e R$ 150. O pagamento acontece na forma de dinheiro em 82% dos casos, mas ele também pode ser feito na forma de presentes (26%) ou favores (14%).
Vale ressaltar que, além da relação sexual, a violência contra crianças e adolescentes acontece mais comumente na forma de conversas sobre sexo (74,2%), manipulação de partes íntimas do corpo da criança/adolescente (50,7%) e pedidos para ser tocado (43,1%).

Família desestruturada – A coordenadora ressalta que a falta de uma família estruturada, onde é evidente a ausência da figura do pai, e o abandono da escola estão entre os principais fatores para que as vítimas continuem sendo exploradas sexualmente.
Mais de 88% dos entrevistados moram com a família, apesar de frequentarem as instituições e mesmo tendo relatado história de abuso dentro da família ou envolvimento dos parentes na manutenção da situação de exploração. Mas 20% não moram com a mãe e mais de 70% não moram com o pai.
De acordo com o relatório, nota-se em geral uma família abusadora e conivente, mas que não recebe nenhum tipo de assistência.
Quanto mais cedo as crianças começam a ter uma vida sexual, e em grande parte das vezes isso acontece em forma de abuso sexual, mais chances elas têm de permanecer na situação de exploração. Então, a escola tem papel fundamental. Quem se manteve na escola conseguiu sair da situação de exploração mais rapidamente. Ou seja, é preciso investir nisso, disse Werneck.
Além disso, percebemos também que as instituições especializadas tem falhado e não conseguem atuar sozinhas. É preciso atuar em rede, com as escolas e os postos de saúde, por exemplo, e envolver a família, completou.
Outro dado que a pesquisa destaca é o alto percentual de abuso cometido por colegas, amigos da família e namorados, que normalmente acontece em motéis (45,7%), em casa (24,4%), na rua (20,5%), em bar ou bordel (17,8%) e também em posto de combustível (10,9%).
Mais da metade das meninas acaba em situação de exploração sexual por influência de amigas (52%) ou de cafetões (38%).

Fonte: FAXAJU

Família de garoto portador de vírus HIV sofre com preconceito


Às lágrimas, mãe do garoto de quatro anos portador de vírus HIV diz: ``Não quero pensar como será quando ele começar a entender. Não me imagino contando a ele que não irá poder namorar``, desabafa

Emmanuel Macêdo
emmanuelmac@opovo.com.br

Ao ver o menino sorrindo e correndo pela pequena sala da casa da tia, não se imagina um drama em sua vida. Nem ele imagina. A mãe pede justiça. ``Claro que não vão resolver meu problema. Mas queremos saber de quem é a culpa e vamos acionar a Justiça``, desabafa.
Aos cinco meses o menino, hoje com quatro anos, deu entrada no hospital Albert Sabin com quadro de infecção intestinal e anemia. Uma transfusão foi feita. Dois anos depois, o garoto retorna ao hospital com novas infecções e com febre. Após bateria de exames, constatou-se anemia e precisou ser feito uma nova transfusão. A partir de então, o hospital passou a rastrear vírus, que foi detectado em abril deste ano, como sendo o vírus HIV.
A família conta que desde os cinco meses ele sempre frequenta hospitais por problemas de saúde. ``Ele já teve infecção intestinal e tuberculose. É um garoto muito frágil``, relata, contrastando com a esperteza do garoto. ``Mas graças a Deus que pelo menos agora ele ta dando esse trabalho todo correndo por aí. Nem parece que está passando por tudo isso.``
A mãe vai às lágrimas ao falar de como será uma conversa com o menino quando ele entender tudo que acontece em sua vida. ``Agora ele brinca e não entende. No momento eu procuro ficar orientando para ele tomar cuidado e não se ferir, mas nessa idade é difícil. Meninos nessa idade se cortam e querem mostrar para os colegas o sangue. Não me imagino contando a ele que não irá poder namorar. Na época que isso acontecer, toda a tristeza vai voltar. Se já está sendo difícil agora, vai ser muito mais ainda no futuro``, lamenta. E completa: ``Eu não sei o que faria se perdesse meu filho. Nós já vivemos em uma dificuldade tão grande. Depois que tudo começou, tive que trabalhar mais ainda. A gente vive só com meu dinheiro``.
O pai não quer falar com ninguém. Ele se recusou a fazer exame de HIV. O irmão e mãe já fizeram e tiveram resultado negativo .Diante de todo o problema do menino, a família prefere esconder tudo, principalmente da escola, para preservar o garoto de preconceito.
``A gente sabe que existe preconceito. Muita gente próxima não tem (preconceito) porque gosta da gente. Mas sabemos que existe, pois os poucos que sabem, já tratam ele diferente``, conta a tia do garoto. Segundo a tia a pessoa acostumada a cuidar da criança disse que não podia mais.
A família quer entrar na Justiça. Desde abril, quando os pais souberam da infecção do filho, procuraram a Defensoria Pública para conseguir um advogado. Apenas ontem, 7, tiveram a certeza do nome de quem pegaria o caso.

Indenização
Em outubro de 2005, a Justiça condenou ao Estado do Ceará a pagar R$ 150 mil à família de um menino que foi internado no Hospital Infantil Albert Sabin ainda bebê. O menino passou por transfusões de sangue antes de ser diagnosticado o vírus HIV.

ENTENDA MAIS SOBRE O CASO

> O garoto foi internado em 2005, no Hospital Infantil Albert Sabin, quando tinha apenas cinco meses, encaminhado pelo Centro de Assistência à Criança Lúcia Fátima. Na época foi constatado um quadro de infecção intestinal e uma transfusão de sangue foi feita.

> Em 2007, a criança foi internada no hospital Albert Sabin mais uma vez, com novas infecções e febre. Uma segunda transfusão foi realizada.

> Foi solicitado ao Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), que enviasse ao Ministério Público Estadual, informações sobre os métodos utilizados nas análises de recolhimento de sangue com o objetivo de saber como funciona os métodos utilizados nos bancos de sangue.

> Também foi solicitado ao Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec) a abertura de uma sindicância para apurar possíveis irregularidades ocorridas no tratamento de pacientes nas entidades envolvidas: Centro de Assistência à Criança Lúcia Fátima (Croa), Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e Hemoce.

> Além do Hias, onde recebeu a transfusão, o menino também foi internado no Centro de Assistência à Criança Lúcia Fátima (Croa), na Parangaba, e nos Hospitais Waldemar Alcântara e Luís de França.

Fonte: O Povo

Com ajuda, cerca de 30% dos moradores de rua se recuperam em SP


SÃO PAULO - Pelo menos 30% dos moradores de rua que recebem apoio de ONGs e órgãos do governo conseguem se recuperar e voltar a levar uma vida normal, com casa e trabalho. Os dados são da secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Atualmente, segundo levantamento da secretaria, há cerca de 13 mil moradores de rua na cidade de São Paulo.
- O caminho de volta para a sociedade é complexo. Além de apoio, essas pessoas precisam ter esperança e de um encontro transformador - diz a psicóloga Aparecida Magali de Souza Alvarez, especialista que acompanhou, por 10 anos, grupos de moradores de rua da capital.
A situação miserável em que vivem, a higiene precária e a violência a que são submetidos dão a sensação de que não há qualquer perspectiva para essas pessoas. Mas a decadência que parece definitiva pode, sim, ser revertida.
- Eu bebia, estava totalmente desiludido com tudo. Demorou até conseguir dar um passo para fora da rua. Só aconteceu depois que encontrei pessoas que acreditaram em mim - relata o ex-morador de rua Antônio Carlos Araújo, de 47 anos.
Do instante em que resolveu deixar as ruas até arrumar um emprego, Araújo contou com a ajuda de uma assistente social. Hoje, recuperado e com muitos planos dedica-se a ajudar outras pessoas. Trabalha justamente com o grupo de funcionários da Prefeitura responsável por fazer as abordagens aos moradores de rua e quer fazer faculdade de Direito.
- Agora uso meu exemplo para ajudar os outros.
O motivo que levou Araújo para as ruas é parecido com o de tantos outros: desemprego, alcoolismo e quebra de laços familiares. O taxista Raul de Almeida, de 50anos, relata ter enfrentado um drama idêntico.
- Perdi o emprego, comecei a beber e, quando vi, já passava o dia bebendo e pedindo dinheiro na região central da cidade. Eu não estava ali porque queria. Sempre trabalhei, sempre cuidei da minha vida e, de repente, estava numa situação daquelas -lamenta.
Raul ficou assim por dois anos, até procurar o apoio de uma casa de recuperação para tratar do alcoolismo.
- A ajuda foi boa. Mas, se a pessoa não quiser sair daquilo, não adianta nada. Tem que ter vontade - conclui.
Para incentivar a independência de ex-moradores de rua, a secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social vai fornecer bolsas de auxílio-aluguel de R$ 300, por um período de 30 meses.
- A idéia é que a pessoa possa conseguir se restabelecer ao longo desse tempo - explica o secretário Floriano Pesaro.
Segundo ele, num primeiro momento, serão 800 beneficiados.
- Vamos priorizar as famílias. Além disso, essas pessoas terão acompanhamento social.
Para viabilizar a locação dos imóveis, a secretaria pagará os três primeiros meses adiantados.
- Essas pessoas não têm crédito ou fiador. Então, os três primeiros meses poderão ser usados como depósito de garantia do aluguel - diz.
Pesaro avalia que o índice de 30% de reinserção da população em situação de rua na capital ainda é baixo.
- Em Nova York, esse índice é de 70%. Lá, o investimento em moradia e saúde para essa população é bastante forte. Nesse quesito, ainda estamos engatinhando - reconhece.
Para a pesquisadora Aparecida Magali de Souza Alvarez, que há mais de 10 anos estuda a população de rua na cidade, é preciso haver iniciativas que de fato promovam a melhoria da vida de toda essa gente.
- Não é só arrumar um emprego para essas pessoas. Elas precisam de cuidados específicos para que o processo seja contínuo - conclui a pesquisadora.

Fonte: Globo
Publicada em 24/02/2008

Prevenção aos maus-tratos infantis deve ser prioridade


MONTEVIDÉU - A América Latina deve priorizar a execução de políticas públicas de prevenção aos maus-tratos contra crianças para ter uma resposta mais eficaz a esse problema, é o que opina María Soledad Larraín, especialista do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Larraín, psicóloga chilena, fez o alerta hoje na capital uruguaia, Montevidéu, ao participar da jornada "Maus-tratos infantis: políticas de prevenção e atenção. Uma visão regional".
"Temos que fazer altos investimentos na prevenção, com políticas que devem ser mantidas com o tempo, sem alterações a cada governo", explicou a chilena ao jornal El País. A especialista ainda definiu maus-tratos infantis como "um abuso de poder que ocorre nas relações entre pais e filhos" e que podem "ser físicos ou psicológicos" e também "por omissão, quando não se dá à criança os cuidados necessários para o seu desenvolvimento".
No entanto, muitos pais assumem tais comportamentos com o objetivo de disciplinar a seus filhos, o que é reprovado por Larraín. No Uruguai, segundo citou a especialista, um estudo apontou que 82% dos pais reconheceram que, em algum momento, já praticaram atos de violência física ou psicológica em relação aos seus filhos. Já no Chile, uma pesquisa inversa, na qual as crianças foram entrevistadas, apontou que para 75% delas seus pais tinham comportamentos violentos. Por fim, Larraín ressaltou que o país que apresenta os índices mais elevados de violência contra menores é o Peru.

DCI

O custo da palmada no Q.I das crianças


Pesquisas mostram que crianças castigadas com surra tiveram baixo desempenho cerebral na faixa que inclui neurônios

O Quoeficiente de Inteligência (QI) apresenta queda de 5.5 pontos em decorrência de palmadas, mas o declínio do estímulo intelectual é o efeito mais importante, diz estudo conduzido pelo sociólogo Murray Straus, da Universidade de New Hampshire, em Durham, e Mallie Paschall, do Centro de Pesquisa e Prevenção em Berkeley, na Califórnia. Os pediatras e psicólogos precisam começar a fazer o que nenhum deles fez até agora, e dizer, "não batam, sob qualquer circunstância", alertam os pesquisadores.
Essas não são as primeiras evidências de que bater em crianças traz um sério custo para o desenvolvimento infantil. Muitos estudos prévios já sugeriam a associação, e uma pesquisa recente (a partir de tomografias do cérebro) descobriu que crianças castigadas com surra tiveram baixo desempenho cerebral na faixa "verde" (que inclui neurônios) comparadas com outras crianças. Estresse, ansiedade e medo talvez expliquem por que surras tornam lento o desenvolvimento cognitivo.
No entanto, os novos pesquisadores fazem uma ligação mais forte no relacionamento de causa e efeito entre surras e inteligência do que outros estudos, afirma Elizabeth Gershoff, estudiosa de desenvolvimento infantil da Universidade do Texas, que não participa do novo trabalho. Isso porque ele examina crianças no decorrer de quatro anos, além de calcular dados como a etnia dos pais e se eles faziam leituras para as crianças.
Straus e Paschall analisaram dados coletados nos anos 80. Em 1986, um estudo anterior mensurou o Q.I. de 1.510 crianças (de 2 a 9 anos) e observou como suas mães as submetiam a punições corporais. Os testes, repetidos quatro anos depois, analisaram crianças (2 a 4 anos) e (5 a 9 anos), pois alguns psicólogos afirmam que surras ocasionais são aceitáveis em crianças mais novas, mas não em crianças mais velhas.

Diário do Nordeste

Justiça anula casamento de ex-sogro com ex-nora


Os nomes são fictícios.

Joana, 40, se separou de Carlos e casou com Gustavo, divorciado e pai de Carlos, portanto seu ex-sogro. Rita, filha de Gustavo, recorreu à Justiça contra a validade do casamento e ganhou a causa.
Por unanimidade, a 2ª Câmara de Direito Privado do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo confirmou a anulação em primeira instância do casamento porque ex-sogro e ex-nora não podem se unir por serem parentes. No caso de Joana, mesmo separada de Carlos, não se extinguiu o seu grau de parentesco por afinidade civil com Gustavo.
A decisão do TJ teve como base o artigo 1.521, inciso II, do Código Civil, que proíbe casamento entre pessoas afins em linha reta. A lei também vale para união informal, ou seja, não registrada em cartório.
O argumento de Joana no TJ foi de que o seu ex-sogro se casou com ela sabendo muito bem o que estava fazendo porque estava em seu pleno discernimento, além de não ter nenhum problema de saúde.
Ela reconheceu que manteve um relacionamento com Carlos, mas, alegou, a união não se firmou.
Para os desembargadores, pelo Código Civil, não só ex-sogro não pode como se casar com ex-nora como viúvo, por exemplo, não pode se casar com enteada, nem a viúva com o enteado, e assim por diante. As informações são do site do Tribunal.
Gustavo não chegou a tomar conhecimento da decisão do TJ porque morreu antes.


IBGE divulga retrato de um novo Brasil


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje números que preocupam por ameaçar o futuro do Brasil. Suas crianças e adolescentes estão vivendo sem as condições adequadas para se desenvolverem e se tornarem os cidadãos que o país precisam que sejam. De acordo com a pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais (SIS 2009), que traz os dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD) e compara os resultados entre os anos de 1998 e 2008, metade das famílias brasileiras ainda vive com menos de R$ 415, e mais da metade das mulheres sem cônjuge e com todos os filhos menores de 16 anos ganham menos de R$ 249, que é considerado o valor limite para pobreza relativa.
De um modo geral, a situação do país melhorou, já que o número de famílias com rendimento familiar per capita de até meio salário mínimo caiu de 32,4% para 22,6%, nos últimos dez anos. Mas 44,7% das crianças e adolescentes ainda vivem em situação de pobreza (com renda per capta de meio salário mínimo) e 18,5% em extrema pobreza (com rendimento de até um quarto de salário mínimo per capita).No Nordeste, a situação é ainda mais grave: a situação de pobreza atinge 66,7% da população.
Em 2008, o valor médio do rendimento familiar per capita no Brasil foi de R$ 720, mas a distribuição de renda - um dos grandes problemas históricos no país - está longe de estar regularizada. No Nordeste do Brasil, a renda é de R$ 250, contra R$ 500 do registrado na região Sudeste.
Se há uma boa notícia em relação à distribuição de renda é que o maior percentual de melhoria, entre os anos de 1998 e 2008, foi registrado entre a população que vive com até meio salário mínimo. Há dez anos, 32,4% do país viviam nestas condições. Em 2008, este índice caiu para 22,6%. A análise dos dados do IGBE relaciona esta melhoria às políticas públicas voltadas às populações mais pobres, como o programa Bolsa Família, por exemplo.

Educação - A pesquisa do IBGE faz a relação entre a renda familiar e a frequência à escola, que apresentam crescimentos diretamente proporcionais. Entre a população que vive com até meio salário mínimo per capita, apenas 18,5% das crianças com idade entre 0 e 3 anos frequentam a escola. Já quando a faixa salarial sobe para mais de três salários mínimos, o percentual sobe para 46,2%.
No grupo de 4 a 6 anos, a taxa é de 77,1% para as crianças pobres, e de 98% para os de família com renda mais alta. Dos 7 aos 14 anos de idade, o acesso à escola está praticamente universalizado (100%) em todos os níveis de rendimento. Já entre os adolescentes (de 15 a 17 anos), a frequência escolar é de 78,4%, nas famílias do primeiro quinto de rendimento (os 20% mais pobres), e de 93,7%, nas famílias do último quinto, as 20% mais ricas.
Quanto ao acesso ao ensino superior, os números são mais positivos. Na faixa entre 18 a 24 anos, entre 1998 e 2008, praticamente dobrou o número de jovens cursando a faculdade: de 6,9% para 13,9%. O percentual, no entanto, ainda é baixo, se comparado a países como França, Espanha e Reino Unido, onde o índice supera 50%. Na América Latina, o Chile - um dos países que mais investe na educação no continente - o percentual chega a 52%.

Mulheres - A Síntese dos Indicadores Sociais (SIS 2009) revela o que muita gente já percebeu, dentro de casa ou nos ambientes de trabalho: as mulheres estão assumindo cada vez mais espaço no orçamento familiar. Em dez anos, a participação delas no mercado de trabalho passou de 42,0% para 47,2%. De cada cem mulheres, 52 estavam ocupadas ou procurando trabalho. Entre as mais jovens (de 15 a 19 anos), o número é bem maior do que a taxa dos países latino-americanos, como Argentina (22,3%) e México (24,9%), e a dos europeus, como Alemanha (27,8%), Espanha (24,8%) e França (11,4%).
Provavelmente como reflexo da necessidade de uma renda para complementar as aposentadorias, as mulheres idosas brasileiras também trabalham mais: Cerca de 20% delas trabalham no Brasil, contra menos de 10% do que é registrado na Europa. As mulheres que entram no mercado de trabalho no Brasil são mais bem formadas que os homens. Em 2008, na área urbana, as mulheres ocupadas tinham uma média de 9,2 anos de estudos, contra 8,2 dos homens. Os salários, no entanto, não espelham esta diferença: os homens continuam ganhando mais no Brasil. De acordo com o estudo, os salários deles são cerca de 22% mais altos.

Raça - Assim com as desigualdades de gênero, a pesquisa do IBGE revela também as questões raciais brasileiras. O número de negros e pardos declarados (no questionário do IBGE, o entrevistado é quem informa a que raça pertence) cresceu de 39,5% para 43,8%, entre 1998 e 2008.
Os brancos, no entanto, ainda têm mais acesso à educação do que os pretos e pardos, com uma média de quase dois anos a mais de estudos. Nos cursos superiores, a diferencia é ainda maior. Em 1998, um terço dos brancos com idades entre 18 e 24 anos frequentava o ensino superior, contra apenas 7,1% de pretos e pardos. Em 2008, o índice subiu para 60% entre os jovens brancos e para 28,7%, no outro grupo.
A diferença acompanha a questão racial também no mercado de trabalho e, consequentemente, na renda. Entre os 10% mais pobres da população, apenas 25,4% se declararam brancos, enquanto 73,7% eram pretos e pardos. Já entre o 1% mais rico, 82,7% eram pessoas brancas e apenas 15,0% eram de cor preta e parda.

Saúde - A melhor notícia entre os dados da SIS 2009 vem da redução do índice de mortalidade infantil. Nos dez anos analisados no estudo, a taxa caiu de 33,56‰ para 23,59%, o que significa uma redução de quase 30%.

População - Em 2008, havia 22,3 brasileiros por quilômetro quadrado. A Região Norte concentra 45,2% da área total do País, e apenas 8,1% da população. Já o Sudeste abriga 42% da população brasileira, a apresenta densidade de 86,3 habitantes por quilômetro quadrado.

Idosos - A imagem do Brasil como um país de jovens está com os dias contados. O estudo do IBGE aponta que o país tinha 21 milhões de idosos em 2008, superando países como França, Inglaterra ou Alemanha. A proporção de idosos (60 anos ou mais) cresceu de 8,8% para 11,1%.


Encontro nacional reúne vítimas da violência em Curitiba

Emily
Grupo propõe plebiscito para rever maioridade penal e limite de 30 anos de reclusão

Parentes e amigos de vítimas da violência urbana promovem neste domingo (11), em Curitiba, a 2ª edição do "EUVI" - Encontro Unificado das Vítimas da Impunidade.
Além de discutir ações antiviolência, o encontro nacional tem como objetivo divulgar um abaixo assinado que poderá se tornar uma ação popular a ser entregue pessoalmente ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ação propõe a aprovação de um plebiscito para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente, determinando que um menor que pratique crime hediondo seja considerado emancipado, independentemente da idade. A intenção da medida é garantir que os acusados de crimes desta natureza sejam responsabilizados criminalmente.
Outra proposta é a revogação do artigo do Código Penal que limita em 30 anos o tempo máximo de reclusão no País.
Os grupos pretendem reunir 1,4 milhão de assinaturas, que devem estar anexadas do número do título de eleitor.
O evento é organizado por Wilson Caetano de Araújo, pai de Emily, 13 anos, morta por um garoto da mesma idade em maio de 2007, em São Vicente (SP), para roubar uma máquina fotográfica, e Elizabeth Metynoski, mãe de Giorgio Renan, menino de 10 anos morto por um adolescente de 14 em 2002, em Curitiba.
Segundo os organizadores, já confirmaram presença Carlos Santiago, do Grupo "Gabriela Sou da Paz" e pai de Gabriela Prado, que morreu aos 14 anos, em 2003, ao ser atingida por um tiro disparado por assaltantes em fuga dentro de uma estação de metrô no Rio de Janeiro, e Ari Friedenbach – pai da Liana Friedenbach, jovem de 16 anos, violentada e assassinada em 2003 junto com o namorado Felipe Silva Caffé, 19, em Embu-Guaçu (SP), por um grupo liderado por "Champinha", então com 16 anos.
Do Paraná, participam ainda Michael Genofre, pai de Rachel Genofre, a garota encontrada esquartejada dentro de uma mala na rodoferroviária de Curitiba no ano passado, e Gilmar e Cristiane Yared, pais do Gilmar Rafael Yared, um dos jovens mortos no acidente provocado pelo ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho, em maio de 2009.
O evento está marcado para as 13h de domingo, no auditório do Colégio Estadual Júlia Wanderley (Av. Vicente Machado, 1643, Curitiba). Outras informações podem ser obtidas no endereço www.umapaixaopelavida.com.br, criado por Wilson Caetano de Araújo.


Situação espinhosa


Os animais pequeninos estão mesmo atraindo a atenção. Há quem pague quase 2 mil reais por um micro-porco, por exemplo. Mas outra espécie de tamanho diminuto acabou dando é muito trabalho para Ashleigh Hunt. Não é para menos: ela passou a criar 24 ouriços-pigmeus bebês em sua casa, em Northamptonshire, na Inglaterra.
A britânica ganhou os três primeiros animaizinhos de um amigo, há 18 meses. Depois, ganhou mais sete. E o grupo acabou procriando, adicionando mais 14 mini-ouriços à criação – o que transformou a casa de Ashleigh num lugar onde todo cuidado é pouco na hora de caminhar ou de se sentar.
Originários do Egito, esses animais cabem na palma da mão, pesam em torno de 340 gramas, e podem custar o equivalente a R$ 560. Os bichinhos de Ashleigh dormem em gaiolas. “Mas eles têm o hábito de escapar e correr pela casa à noite. Eles são muito rápido e aparecem nos lugares mais estranhos”, afirma. Os animais se refugiam nos armários da cozinha, nos cantinhos do banheiro e até se aconchegam na cama da dona.
Por sorte, os pais de Ashleigh têm um pet shop, por isso ela consegue descontos na compra de alimentos para os pequenos. E haja comida, já que mais três bebês ouricinhos estão a caminho.

Mariana

Barbie negra chega ao mercado neste Natal

Primeira boneca com traços negros terá lábios e nariz mais grossos, além de bochechas mais pronunciadas

No ano em que comemora seu aniversário de 50 anos, a Barbie ganha finalmente uma versão com traços negros. Até agora, as bonecas negras comercializadas pela Mattel, fabricante do brinquedo, desde 1980, eram apenas uma versão pintada do modelo da clássica loira. Agora, a boneca ganhará feições realmente negras, com lábios mais cheios, nariz mais grosso e bochechas mais pronunciadas.
A designer responsável pela boneca, Stacey McBride-Irby, que é negra, disse que ela queria criar uma linha para inspirar sua filha de seis anos e milhões de outras crianças afro-descendentes. “Eu quero que elas se vejam nas bonecas e que saibam que ser negra é bonito”, disse ela ao jornal britânico Daily Mail.
As bonecas criadas, Grace, Kara e Trichelle, têm cada uma um estilo diferente e inspiram suas irmãs menores: Courtney, Janessa e Kianna. As Barbies terão como motivação temas de formação acadêmica e carreira, fugindo do estereotipo do hip hop e dos esportes.
A coleção de bonecas virá nas cores marrom claro, chocolate e caramelo e chegará ao mercado neste Natal. A Mattel não se arrisca em divulgar expectativas de venda, mas diz que a boneca está tendo uma boa recepção entre garotas de todas as idades e cores.
A empresa já prevê a expansão da linha em 2010, com as novas bonecas Chandra e sua irmã menor, Zahara, além de Darren, jovem negro que também terá um irmão mais novo.


Uma escola sem barreiras: espaços adaptados para alunos com deficiência


Com criatividade o envolvimento da equipe, medidas simples podem facilitar o acesso e a inclusão de todos

Quando a Educação começou a se massificar no Brasil, na primeira metade do século 20, crianças com deficiência ainda eram tratadas como caso de saúde. Estavam fora das escolas, que foram construídas sem que se levassem em consideração as necessidades especiais que elas pudessem ter. A transformação do espaço físico, portanto, é um dos desafios a superar neste momento, em que todos os que têm deficiência devem estar matriculados na rede de ensino regular.
Adequar apenas a escola, porém, não basta. As mudanças necessárias são maiores do que a instalação de rampas, elevadores e banheiros adaptados. Elas precisam chegar à sala de aula, onde muitas vezes atitudes são mais bem-vindas do que grandes reformas. Na EM Coronel Epifânio Mendes Mourão, em São Gonçalo do Pará, a 118 quilômetros de Belo Horizonte, a professora Amanda Rafaela Silva procurou a direção e a coordenação pedagógica quando soube que receberia João Vitor Silva, 7 anos, com deficiência múltipla, em sua turma de Educação Infantil.
"Transferimos a turma para uma sala maior porque o João Vitor se locomove em cadeira de rodas, e passei a organizar a classe em grupos, dois de cinco e dois de seis, para abrir mais espaço para a circulação dele", explica Amanda. "Além disso, em grupos também podemos desenvolver diversas atividades." A psicopedagoga Daniela Alonso, consultora da área de inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, aprova a iniciativa da professora. "A reorganização do espaço físico é a função inicial da escola e pequenas mudanças podem garantir a acessibilidade da criança às aulas."
João Vitor é o único com necessidades educacionais especiais nessa escola, que não se limitou a rever o espaço. Uma das providências tomadas foi colocar uma monitora para acompanhar o garoto. "Isso facilita muito o trabalho da professora Amanda, que pode se dedicar igualmente aos demais membros da turma", afirma Sonia Aparecida do Amaral Silva, mãe de João Vitor. "Ele foi muito bem recebido pela escola, que adapta tudo às suas necessidades."
Muitos dos conteúdos são relacionados à linguagem oral e escrita e, nessa fase, aprender a redigir o próprio nome e reconhecer o dos colegas é fundamental. Para isso, a turma trabalha a escrita com letras móveis e incentiva a leitura de crachás. Eu coloco os pequenos sentados no chão, em círculo, em volta dos crachás. "Cada um vai até o meio da roda e pega o seu", descreve Amanda. "Assim eles aprendem a reconhecer o próprio nome e o dos colegas." João Vitor também vai para a roda, apoiado pela professora monitora, Maria Helenita de Faria.
Quando os colegas estão trabalhando com as letras móveis, a alternativa encontrada para João Vitor, que tem baixa visão, é o uso de letras feitas de borracha em tamanho ampliado. Maria Helenita ajuda o garoto a reconhecer, pelo tato, o formato da primeira letra de seu nome. "Como ele não desenvolveu a linguagem oral, o fato de manusear a letra e mostrá-la é uma maneira de participar do conteúdo proposto pela professora", analisa Daniela. "Utilizar a percepção tátil com a ajuda da monitora é uma forma de reconhecer as competências do menino e pode ser um estímulo para novas aquisições." Daniela também elogia a designação da professora monitora. "O quadro docente foi reorganizado para atender a uma necessidade específica. É importante que as duas participem de reuniões periódicas, integrando o trabalho com especialistas da Educação Especial", aconselha.
"A professora Amanda é muito dedicada e aceitou meu filho como um desafio no trabalho dela. Sei que o João Vitor tem dificuldades, mas só o fato de ele participar dessa rotina já é ótimo. Acho que ele queria frequentar a escola havia muito tempo e eu não tinha percebido", diz a mãe, Sonia.

Arremessos pelo som
Em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, a EMEF Antônio Fenólio trabalha com 25 incluídos em salas regulares. A unidade, que desde 2002 mantém uma sala de recursos, também conta com o apoio de uma equipe preparada para dar suporte pedagógico aos professores e orientações aos jovens no contraturno. Ali, algumas flexibilizações de espaço foram feitas pelo professor Anderson Martins para permitir a participação de quem tem deficiência visual nas aulas de Educação Física.
Martins leciona há mais de cinco anos para turmas das quais fazem parte alunos com necessidades educacionais especiais. Entre eles estão alguns adolescentes cegos. Para que todos pudessem participar de uma disputa de arremessos de basquete, ele fez adaptações na quadra de esportes da escola. "Pesquisei maneiras de adaptar o espaço", explica Martins. "O primeiro objetivo era permitir que os jovens pudessem identificar a área do arremesso."
Para isso, ele providenciou um tapete que foi colocado na área do garrafão. Assim, os que apresentam deficiência visual sabem, com a identificação de um piso com textura diferenciada, o local de onde arremessar a bola. No início, os que não se sentiam seguros eram acompanhados por um colega até o local. O passo seguinte foi facilitar a localização da cesta. "A única maneira era acrescentar um sinal sonoro à tabela", explica Martins. "Com um bastão, eu bato no aro e o som ajuda na orientação. Na hora do arremesso, os colegas ajudam avisando quando é necessário colocar mais força ou mirar melhor. Após algumas tentativas, eles conseguem acertar a jogada", diz.
Para Daniela Alonso, Martins acertou ao flexibilizar o espaço e os recursos. "Essa proposta mostra como é possível garantir a participação, o respeito à diversidade e a consideração das necessidades individuais", analisa. De acordo com a consultora, o professor deve planejar, mas também contemplar ajustes sugeridos pelos alunos. Assim, o próprio estudante com deficiência pode indicar suas necessidades. "É importante salientar que as práticas f lexibilizadas podem ser momentos de aprendizagem para todos. Aqueles que participam das estratégias diferenciadas também têm a oportunidade de reforçar ou desenvolver novas habilidades", destaca Daniela.
Apesar da dificuldade de encestar a bola, a aluna Tainara Monteiro Maria, 13 anos, conta que se diverte durante a atividade. Aluna da 6ª série, ela tem baixa visão (enxerga sombras). "A maioria dos meus arremessos bate no aro e não entra, mas eu acertei uma vez", conta, comemorando. "É difícil acertar. Muitos dos meus colegas que enxergam também não conseguem." Renato Barbosa de Almeida, 14 anos, que cursa a 7ª série e também tem deficiência visual, aprova o jogo. "Eu gosto de Educação Física, principalmente quando tem futebol e basquete. Com o tapete e o bastão na aula de arremesso, eu também participo."
Além das propostas diversificadas, também podem fazer parte das aulas de Educação Física, nos conteúdos correspondentes, o estudo e o conhecimento de práticas específicas para deficientes. "Um bom exemplo é o reconhecimento das modalidades paraolímpicas, que crescem no Brasil", sugere Daniela.

Momento da roda
Em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, o Centro Educacional Sesc Ananindeua trabalha com inclusão desde 1995 e, atualmente, conta com dez crianças com deficiência em salas regulares. Na Educação Infantil, está Glenda de Moraes de Magalhães, 5 anos, que não anda e tem comprometimento motor.
Para que ela pudesse participar das várias atividades, a professora Andreza Roseane da Silva Gomes fez algumas adaptações no espaço. No momento da roda, por exemplo, quando a meninada se senta no chão, ela forma o círculo próximo da parede. Assim, com o uso de almofadas e travesseiros, Glenda pode ficar encostada e junto aos colegas. Nesse momento, a professora trabalha com fichas em que o nome dos pequenos é escrito. "Cada um pega a sua e coloca no quadro de chamada. Para que Glenda possa fazer isso como os demais, coloquei o quadro mais próximo ao chão. Ela se arrasta e dá conta da tarefa", conta Andreza. O objetivo da atividade é criar uma relação de identidade com os nomes. Em roda, a garotada conversa, ouve histórias, canta e trabalha sequências numéricas.
Outra adequação foi feita nas atividades diversificadas (ou cantos). Em geral, os pequenos trocam de mesa para realizar todas as propostas. Com a flexibilização adotada por Andreza, eles permanecem nos grupos e os diversos materiais percorrem as mesas. "Assim a Glenda não precisa se locomover e pode participar também." Nas atividades diversificadas, são trabalhados ao mesmo tempo jogos educativos, como quebra-cabeça, dominó e jogo da memória, leitura de histórias, desenho etc.
Segundo Liliane Garcez, coordenadora da área de Educação e do Serviço de Apoio à Inclusão Escolar da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em São Paulo, as atividades flexibilizadas evidenciam o ganho que a inclusão proporciona. "Os exemplos revelam quanto todos podem se beneficiar com a inclusão escolar se tiverem uma postura aberta e ética, já que ela pressupõe o respeito e a valorização das diferenças", analisa Liliane.



Nova Escola

Foto de "pênis" de planta ganha concurso de microfotos da Nikon


Uma fotografia de uma antera --ponta do órgão sexual masculino-- da planta Arabidopsis thaliana, parente florida da mostarda, ganhou o concurso Microfotografia do Pequeno Mundo 2009, realizado pela Nikon.
Considerada pelo concurso um "retrato da essência da vida floral", a foto, ampliada 20 vezes, foi feita por Heiti Paves, pesquisador da Universidade de Tecnologia de Tallinn, na Estônia. A planta é importante para estudos de genética, e foi a primeira com genoma sequenciado.
O segundo lugar ficou com uma foto de haste da flor de Sonchus asper, planta de folhas espinhudas e folhas amarelas semelhante ao dente-de-leão, ampliada 150 vezes e produzida por Gerd A. Guenther, de Düsseldorf, Alemanha.
O terceiro lugar foi para uma imagem de uma emulsão fotolitográfica utilizada na fabricação de semicondutores, ampliada 200 vezes. Foi feita por Pedro Barrios-Perez, do Instituto de Ciências Microestruturais, de Ottawa, Ontário, Canadá.

Casal bebe demais e põe menino de 13 anos para dirigir jipe


Adolescente foi flagrado dirigindo Land Rover.
Mãe e namorado dela se beijavam no banco de trás.

Um casal foi preso em San Anselmo, na Califórnia (EUA), depois de beber demais durante o jantar e colocar um adolescente de 13 anos para dirigir de volta para casa.
De acordo com reportagem da emissora de TV "CBS", Heather Choulos, de 32 anos, e o namorado dela, Donald Hughes, de 29, já tinham sido detidos algumas vezes por dirigirem embriagados.
Na noite de domingo (4), o casal foi jantar em uma pizzaria com o filho de Heather. Depois de alguns copos a mais, eles decidiram que o adolescente deveria voltar para casa dirigindo o Land Rover.
Segundo o policial Rob Schneider, o casal estava se beijando no banco de trás do veículo quando o carro foi abordado. O adolescente, que nunca tinha dirigido, estava em pânico. Ele parou o carro no meio da rua e acabou chamando a atenção dos policiais.



Tráfico de seres humanos cresce 100% no Ceará


Em 2008, foram registradas 29 ocorrências. Entre janeiro e setembro de 2009, o número pulou para 58

O desaparecimento da adolescente A.L., de 14 anos, há quatro meses, é o mais recente caso do Escritório de Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humano e Assistência à Vítima (EEPTSH). A forma como ocorreu o sumiço da garota e os pedidos de socorro ela começou a fazer para a mãe, Elenisa Ferreira de Lima, a pouco mais de dois meses, levaram a coordenadora do Escritório, Eline Marques, a investigar a ocorrência como tráfico interno de ser humano – aquele que fica no território brasileiro. “A suspeita é de que A.L. esteja em cárcere privado, podendo ser vítima de exploração sexual”, explica Eline.
O caso da garota engrossou a lista das denúncias apuradas pelo Escritório. A relação só faz crescer. Em pouco mais de nove meses – janeiro deste ano a início de outubro – os registros saltaram para 58 ocorrências no Ceará. Em todo o ano de 2008, aconteceram 29 apurações de tráfico de seres humanos. Um aumento de 100%. “Isso se deve em parte ao trabalho que fazemos com resultados positivos. A confiança traz os pais ou parentes a fazer a denúncia”, avalia a coordenadora do Escritório.
Segundo ela, no ano passado, operações em municípios como Quixadá, Quixeramobim, Mauriti, Morada Nova, Juazeiro do Norte e Crato resultaram na prisão de oito pessoas. Este ano, a equipe resgatou em Belo Horizonte uma jovem cearense, vítima de exploração sexual por parte de uma quadrilha. Outro caso resolvido foi o de dois rapazes, envolvendo cárcere e trabalho escravo no Rio de Janeiro.
O Escritório começou a apurar o desaparecimento de A.L. a partir da denúncia da mãe da adolescente, na última quarta-feira. Elenisa Ferreira conta que a garota saiu de casa, no bairro Água Fria, pela manhã. “Levo meus outros dois filhos, que são especiais, para a escola e só volto ao meio-dia. Nesse dia, quando cheguei, o canto mais limpo. A vizinha me disse que ela havia saído com uma amiga e que iria passar uma semana na casa de outra menina, em Messejana. A partir desse dia, nunca mais vi minha filha”, narra Elenise, muito emocionada.
A mãe ainda conta que por causa de más companhias, a garota havia deixado de frequentar a escola e, vez por outra, passava de dois a três dias fora de casa. “Ela sempre ligava e eu sabia onde estava, mas dessa vez, é diferente. Alguma coisa aconteceu com minha filha”.
Depois desse sumiço, a mãe recebeu dois telefonemas da filha. O primeiro, em julho. “Ela não falava direito, meio baixo, me disse que estava em Jaguaruana e que, mesmo querendo voltar, não tinha como”. O segundo, no início da semana, ela mal dizia coisa com coisa e pediu socorro”. Nas duas, afirma, um homem falava primeiro e depois passava o telefone para a garota A.L.
A coordenadora do EEPTSH adianta que as buscas estão sendo feitas com o apoio da Delegacia de Combate à Exploração de Criança e Adolescente. Ela já encaminhou a foto da menina e cópia do depoimento da mãe para todos os conselhos tutelares do Ceará e para a Polícia Rodoviária Federal. “Também enviamos material e contatamos com a Delegacia de Polícia de Jaguaruana, onde a garota disse estar”, declara.
A mãe da desaparecida conta, chorando, que está dormindo à base de tranquilizantes e não tem mais a quem apelar. “Minha família está em desespero. Eu só quero saber onde minha menina está e mais nada”.
O tráfico de ser humano é crime, com pena de três a oito anos. Se houver comprovação de exploração sexual, a pena pode chegar a 18 anos de prisão para o criminoso.

Mais informações
Escritório de Enfrentamento e Prevenção do Tráfico de Seres Humanos
Rua Antônio Augusto, 555 – Praia de Iracema
As denúncias podem ser feitas pelos telefones: 3454.2199 ou 100


Lêda Gonçalves

Mundo tem 1,5 bilhão de muçulmanos, indica pesquisa


WASHINGTON - A população mundial de muçulmanos é de 1,57 bilhão de pessoas. Isso significa que 1 em cada 4 pessoas pratica a religião, segundo um relatório publicado ontem e considerado o mais abrangente sobre o assunto. O documento do Pew Forum on Religion and Public Life fornece um número preciso sobre uma população cujo tamanho tem sido alvo de suposição.
Embora o coração do Islã seja o Oriente Médio, os maiores números da religião estão na Ásia: mais de 60% dos muçulmanos vivem no continente. Cerca de 20% vivem no Oriente Médio e no norte da África; 15% estão na África subsaariana; 2,4% na Europa e 0,3% nas Américas.
O projeto, que está no terceiro ano, também apresente curiosidades, como: a Alemanha tem mais muçulmanos que o Líbano; a China abriga mais muçulmanos do que a Síria. "A ideia de que muçulmanos são árabes e árabes são muçulmanos é destruída por este relatório", disse Amaney Jamal, professor-assistente de política da Universidade de Princeton.
A tarefa de determinar a população muçulmana em 232 países e territórios envolveu a análise de relatórios de censo, estudos demográficos e pesquisas populacionais. Nos casos nos quais os dados eram de alguns anos atrás, os pesquisadores projetaram números para 2009.


Estadão

Zoológico de Gaza usa burros pintados para substituir zebras mortas

Crianças palestinas brincam com zebras 'falsificadas' no zoológico da Faixa de Gaza (Foto: AP)

Atração 'falsificada' foi alternativa´para voltar a atrair público.
Duas zebras do zoo Marah Land morreram durante a guerra contra Israel.

Dois burros foram pintados com listras pretas em zoológico de Gaza, encantando as crianças que nunca viram uma zebra de verdade em carne e osso. Segundo Nidal Barghouthi, filha do dono do zoológico Marah Land, as duas fêmeas foram pintadas usando fita crepe e tintura de cabelo, aplicada com pincel. (Foto: Marco Longari/AFP)

O diretor do zoológico, Mahmud Barghut, mostra uma das 'falsas zebras'. Graças a um bloqueio israelense, os zoológicos palestinos não podem buscar zebras de verdade. (Foto: Marco Longari/AFP)


G1

Mãe é presa por suspeita de manter filho de 9 anos acorrentado no interior de SP


Mãe é presa por suspeita de manter filho de 9 anos acorrentado no interior de SP

Caso aconteceu na quinta-feira (8) em São Carlos.
Vizinhos chamaram o Conselho tutelar; criança foi para albergue.
Uma auxiliar de limpeza foi presa na quinta-feira (8) em São Carlos, a 232 km de São Paulo, por suspeita de manter o filho de 9 anos acorrentado na cama.
O menino foi levado para a delegacia ainda acorrentado. Só quando a mãe chegou com a chave é que o cadeado foi aberto.
Foram os vizinhos da família que chamaram o Conselho Tutelar. A mãe disse que prendeu a criança porque ela estava dando muito trabalho em casa e na escola. O menino foi levado para um albergue, e deve ser encaminhado nesta sexta-feira (9) para o Juizado da Infância e da Juventude.



G1

Barack Obama leva o prêmio Nobel da Paz


OSLO - Nove meses após assumir a liderança dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama conquistou nesta sexta-feira o Prêmio Nobel da Paz. Reconhecido por seus esforços pelo desarmamento nuclear e por trabalhar pela retomada do processo de paz no Oriente Médio desde que tomou posse em janeiro, Obama é o terceiro presidente americano em exercício a levar o prêmio.
"O presidente Obama venceu o Nobel da Paz por seus extraordinários esforços para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos", disse um comunicado do comitê do Nobel.
A notícia deve gerar polêmica no mundo, já que Obama não comanda os EUA há nem um ano. Em 2009, houve um número recorde de 205 indicados para o Nobel da Paz. O favorito para ganhar o prêmio era o primeiro-ministro do Zimbábue, Morgan Tsvangira. Entre os nomes também cogitados para o prêmio estavam o dissidente chinês Hu Jia, a ex-refém e ativista colombiana Ingrid Betancourt e a negociadora colombiana Piedad Cordoba.
Mas o comitê não está preocupado com as críticas:
"Muito raramente uma pessoa com a mesma amplitude de Obama capturou a atenção do mundo e deu ao seu povo a esperança de um futuro melhor. Sua diplomacia é fundamentada no conceito de que aqueles que lideram o mundo devem fazê-lo em uma base de valores e atitudes compartilhados pela maioria da população mundial", acrescentou o comitê.
O comitê destacou que deu especial importância à visão de Obama de um mundo sem armas nucleares:
"Obama criou como presidente um clima novo na política internacional. A diplomacia multilateral recuperou uma posição central, com ênfase no papel que podem ter as Nações Unidas e outras instituições internacionais".
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, Obama se sentiu sensibilizado pelo prêmio. O presidente foi acordado às 5h (horário local) para receber a notícia. O vencedor não recebeu a costumeira ligação do Comitê Norueguês Nobel para avisá-lo sobre a conquista do Prêmio Nobel da Paz.
- Acordar um presidente no meio da noite não é algo que você deve fazer - disse o chefe do comitê na Noruega, Thorbjoern Jagland, a repórteres. Geralmente o vencedor recebe um telefonema de Oslo cerca de um hora antes do anúncio às 06h (horário de Brasília).
Jagland afirmou que os cinco membros do comitê também temiam que o nome do vencedor vazasse antes do anúncio oficial em Oslo, como algumas vezes ocorreu.
No ano passado, o prêmio Nobel da Paz foi entregue ao ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari, que esteve envolvido em várias negociações de conflitos como o de Kosovo e Iraque.
Em 2007, o prêmio foi para ex-vice-presidente americano e ativista Al Gore, juntamente com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. Já em 2006 o escolhido foi o bengalês Muhammad Yunus, pioneiro na implementação do microcrédito para pessoas em extrema pobreza (2006).
O vencedor do Nobel da Paz - escolhido por um comitê formado por cinco membros - ganha uma medalha de ouro, um diploma e um prêmio em dinheiro de 10 milhões de coroas suecas (1,4 milhão de dólares) - o equivalente a cerca de R$ 2,5 milhões.


O Globo
Agências internacionais


Primeiro Vídeo da Homenagem das crianças para suas Madrinhas e Padrinhos

Não sei se vocês conhecem o livro "Segredo da Felicidade", ao escrever o ensinamento, Mokiti Okada disse: “Sabemos que serão fellizes aqueles que praticarem maior número de ações louváveis. Já imaginaram que povo e que nação surgiriam se todas as pessoas se unissem para praticar o bem?”
Ser feliz é simples e possível. Acreditem sempre nisso! Façam sempre o bem!
Beijos,
Simone


Grupo Girassol
Apadrinhamento do dia das crianças 2009
ONG Tia Lucia


Enviado por e-mail pela colaboradora da ONG, Simone Neves

Verbratec© Desktop.