sábado, 28 de novembro de 2009

Pai é preso por matar filha viciada em crack com facada no coração


O eletricista Flávio Lima de Souza, de 65 anos, foi preso nesta sexta-feira por policiais da 17ª DP (São Cristóvão). Ele estava foragido desde 6 de novembro, por ter matado sua filha, de 42 anos, com uma facada no coração. Segundo o inspetor Marco Antônio Carvalho, da 17ª DP, a vítima era usuária de crack e tentou intermediar uma briga do pai com seu marido, também usuário. O conflito teria começado após Flávio chegar para almoçar e ver Denise e o marido tentando agredir sua mulher. Depois de ter sido atingida por acidente, ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
- É um crime hediondo. Mas há atenuantes, porque ele é pai e já sofre com a dor da perda da filha. A briga não era com ela e há a questão social de pano de fundo - explicou o inspetor.
A polícia vai intimar para depoimento três vizinhos, a mulher de Flávio e o marido da filha. Os agentes teriam chegado a ele por meio de uma denúncia anônima feita na manhã desta sexta, informando que ele faria, às 11h, um telefonema do orelhão em frente à quadra da escola de samba Mangueira.
Visivelmente abalado, o homem afirmou ter um problema no coração e pediu para falar pouco:
- Eu estou sofrendo muito. É horrível, é horrível.
Segundo a Associação de Moradores do Buraco Quente, a localidade em que todos moravam e onde o crime foi cometido, Flávio estaria se dirigindo para o orelhão com o objetivo de telefonar para a polícia e se entregar.


Extra Online

Bombeiro explica como salvar criança engasgada



Pais devem manter a calma para ajudar o filho.
Mães têm que deixar bebê com corpo elevado após amamentação.


Os telefones de emergência dos Bombeiros e da Polícia Militar recebem diversas ligações de pessoas pedindo ajuda para salvar uma criança engasgada. O capitão Humberto Leão, chefe da sessão de resgate dos Bombeiros de São Paulo, explica como se deve proceder para salvar bebê e crianças com mais idade.
O capitão aconselha as mães a amamentarem seus filhos com o corpo do bebê para o alto e a cabeça um pouco mais elevada. Depois que a criança acabar de mamar, a mãe deve manter o corpo do filho um pouco elevado para evitar refluxo.
Quando o bebê se engasga e fica sem respirar, a pessoa deve posicionar a criança com a cabeça para baixo, com o corpo em 45º e dar cinco tampinhas de expulsão nas costas. Depois, a pessoa deve virar a criança, mantendo a cabeça ainda um pouco inclinada para baixo para evitar que o líquido entre nos pulmões.
Em seguida, usando dois dedos da mão, a pessoa deve fazer cinco compressões em cima do osso externo. Depois, recomenda o capitão, a pessoa tem que fazer ventilações leves, em direção ao nariz e a boca. “Se fizer forte, pode machucar os pulmões dos bebês”, alerta o bombeiro. Se a criança não se recuperar, a pessoa deve repetir o ciclo começando pela parte de colocar a criança de bruços e dar os cinco tapinhas nas costas.
“Nuca se deve colocar o dedo na boca [da criança] porque pode empurrar o objeto ou alimento mais para dentro”, explica o capitão. Se o alimento for pastoso, o pai e mãe podem tentar fazer uma sucção leve. Os pais podem pedir orientações também aos bombeiros pelo telefone 193.
Na quarta-feira (25), um policial militar ajudou os pais de uma criança de 50 dias a salvar seu bebê com esses procedimentos. Segundo o soldado que fez o salvamento, João Roberto Alves, o mais importante é manter a calma para poder ajudar a criança.


G1

Mãe brasileira luta contra inimigo mortal do filho: o leite

Nicholas se diverte com um esquilo em Framingham, Massachusetts, enquanto os pais, Marcelo e Janaina
observam sorrindo. Foto: Eduardo de Oliveira.


Durante toda a sua segunda gravidez, Janaina Souza pediu aos médicos no MetroWest Medical Center, em Framingham, para tomar conta do seu bebê. Ela sentiu que algo estava errado com o feto.
Janaina, que trabalha como animadora de festas infantis, perdeu o primeiro bebê em Minas Gerais. Ela tinha 19 anos quando a sua menina de apenas 21 dias faleceu. Na época os médicos disseram que ela poderia ter contraído uma infecção hospitalar.
Em março de 2005, Janaina deu à luz um menino saudável durante uma cesariana em Framingham. Nicholas nasceu com bom tom de pele, e imediatamente procurou pelo leite materno. Foi quando os piores medos de Janaina viraram realidade. Nicholas apresentou os mesmos sintomas da irmãzinha que não sobreviveu: manchas na pele, diarréia, vômitos e amarelidão.
Três dias depois, Nicholas foi levado para o Children’s Hospital, em Boston, onde um médico escreveu o diagnóstico num papel: Galactosemia. “Eu nem sei como pronunciar isso, doutor,” disse Janaina. Galactosemia é uma disfunção genética caracterizada pela inabilidade do paciente de transformar açúcar (galactose) e leite (galactose) em glicose. É uma doença rara que afeta 1 em cada 60 mil crianças nascidas nos EUA.
“Mas a incidência é maior na Nova Inglaterra. Nós vemos seis novos pacientes a cada ano,” disse Susan Waisbren, a psicóloga Children’s Hospital que trata do Nicholas desde as suas primeiras semana de vida.
“Foi um choque. Como eu não posso dar o meu próprio leite ao meu filho?” disse Janaina.
Como o organismo do galactosêmico não possui a enzima “galt,” necessária para quebrar a lactose, essa substância pode se acumular, afetando o cérebro e alguns órgão vitais. A galactosemia pode ter sido a causa do óbito da bebê mineira.
Em Boston, os médicos americanos agradeceram muito aos avisos dados por Janaina. Crianças cujos diagnósticos não forem confirmados nos primeiros dias correm o risco de não andar, ver ou falar. Os médicos chegaram a prever que dificilmente Nicholas andaria. Mas na casa dos Souza as palavras de ordem eram reeducação alimentar. O casal Marcelo e Janaina aprenderam a identificar na etiqueta dos produtos quais seriam danosos a Nicholas.
O garoto sobreviveu aos 15 primeiros dias, começou a andar com 9 meses, e a falar com 3,5 anos. Hoje Nicholas frequenta uma escola especial onde as professoras dizem que “ele é a alegria da classe.”
No verão passado os pais de Nicholas foram a um seminário no Children’s Hospital onde 35 adultos galactosêmicos deram dicas sobre conviver com a doença. Para a Maureen Bell, americana de 37 anos que veio da Filadélfia, a parte mais difícil foi descobrir aos 17 anos que nunca poderá ter filhos.
“Meus períodos pararam, e tive sintomas de menopausa. Quando o diagnóstico foi confirmado, comecei a terapia de reposição hormonal. Isso ainda é algo difícil para mim,” disse Maureen.
Apesar da barreira da língua, Janaina se sentiu muito ligada a Bell, que soltou algumas lágrimas quando soube do falecimento da sua filha brasileira. Maureen animou Janaina quando disse que joga golfe, viaja com marido e adora cuidar do jardim da sua casa.
Depois da conversa, Janaina passou a valorizar mais os pedidos de Nicholas por comidas consideradas fora da sua dieta, como tomate e feijão. E saiu do hospital satisfeita, mesmo que tenha que dizer não ao filho o tempo todo.


Pintor usa corpos femininos como tela

Um artista americano se especializou na pintura de corpos e abriu uma galeria dedicada à arte.

Craig Tracy nasceu e cresceu em Nova Orleans, onde os corpos pintados durante o Mardi Gras o inspiraram, desde criança, a se tornar artista plástico.
Nesta obra, Tracy quis mostrar que o sol visto do fundo do mar - como visto pelos mergulhadores - é muito mais interessante. O artista - que trabalha com o volume do corpo feminino - 'encaixa' suas modelos sobre um fundo para finalizar o 'quadro'.

Aos 16 anos, ele trabalhava como ilustrador em um shopping center da cidade, e depois de se formar em Belas Artes, continuou atuando na área por alguns anos, até abandonar a carreira por achar que ela tirava o sentido de sua arte.

A natureza é também uma das paixões do artista, que começou pintando animais nos corpos femininos. Ele leva cerca de 24 horas para completar suas pinturas em estúdio e fotografá-las. Aqui, ele manteve as 'imperfeições' da pintura.

Filho de hippies, apaixonado por pintura corporal, Tracy começou a se dedicar à técnica e levou alguns anos até que se levasse a sério - e levasse a arte a sério.

Em sua obra, Tracy busca unir algumas de suas paixões: a forma do corpo feminino e a arte de pintar sobre ele. Com esta obra, do início da carreira, o artista teve certeza de que estava no caminho certo para se expressar artisticamente.

O artista se tornou um colecionador e em 2006 abriu a primeira galeria de arte do mundo especializada em pintura corporal.
A galeria, em Nova Orleans, tem fotografias, gravuras em papel e tela, além de livros e vídeos sobre o processo de pintura corporal.
Além disso, ele dá palestras semanais sobre o tema.


BBC Brasil

Exercícios físicos não compensam danos causados pelo álcool, diz estudo


Pesquisadores ingleses dizem que atividade física pode até ajudar a diminuir efeitos de uma ressaca, mas não é capaz de deter os danos causados pela bebida no organismo

O exercício físico pode ser uma boa alternativa para ajudar a curar uma ressaca, mas ele não é capaz de deter os danos causados pela bebida ao longo dos anos. Essa é a conclusão de uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde da Inglaterra.
O estudo – feito com 2.421 adultos – mostrou que quase 60% dos bebedores da Inglaterra praticam exercícios regularmente. A pesquisa também constatou que uma em cada cinco pessoas bebe mais que o dobro da quantidade diária recomendada (para as mulheres, isso seria dois pequenos copos de vinho e, para os homens, três).
O objetivo do governo inglês é fazer uma campanha para conscientizar as pessoas de que, apesar da atividade física fazer você se sentir melhor, ela é incapaz de reduzir os danos causados pelo excesso do consumo de álcool.
O ministro da Saúde Pública da Inglaterra, Gillian Merron, disse que todo mundo sabe que a participação regular em uma atividade física é importante para manter a boa saúde, mas uma noite de bebedeira não é “apagada” do organismo no treino do dia seguinte. “O danos para quem bebe regulamente aparecem de forma lenta. Quando você vê, já é tarde demais", diz Merron
Ian Gilmore, presidente do Royal College of Physicians e presidente da Health Alcohol Alliance, disse que é animador saber que as pessoas buscam na atividade física uma vida mais saudável, mas que é evidente que a extensão dos danos que o álcool pode causar para o corpo não é de conhecimento da maioria das pessoas.
"Se as pessoas continuarem a beber acima dos limites de segurança, o exercício físico regular não vai deter o aparecimento de problemas hepáticos e outras doenças relacionadas com o álcool”, diz.

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Estagiário demitido tenta invadir tradicional colégio de SP para matar diretor


SÃO PAULO - Quase três meses após ter sido demitido do tradicional colégio particular Pueri Domus, em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, um estagiário voltou à escola armado e tentou invadir o local para matar o diretor. O acusado tem problemas psicológicos e foi mandado embora por ter dado presentes a alunas, além de ter trocado e-mails particulares com uma garota de 13 anos.
Na manhã da última quinta-feira, Hugo Yendo, de 22 anos, chegou descontrolado à escola, uma das mais conceituadas de São Paulo. Ao tentar invadir a unidade, ele foi detido pelos seguranças, que chamaram a PM. Ele trazia na mochila um pen drive, uma pistola com um dardo, uma garrafa com éter e outra com querosene, uma algema, uma máquina de choque, três facas, e uma caixa do remédio contra enjoo Dramin e outra de Gardenal, remédio de uso restrito, vendido apenas com receita médica.
Levado para o 11º Distrito Policial (Santo Amaro), Yendo contou à polícia que 'pretendia fazer mal ao diretor' José Carlos Martins da Silva, de 58 anos, pois não se conformava com a demissão e queria se vingar. Yendo era estagiário de um professor de inglês do ensino básico e fundamental (de 2ª a 8ª série), cujo nome não foi divulgado. Os ex-colegas do jovem estão chocadas com a atitude de Yendo.
Em depoimento, o rapaz contou que seu plano era transferir os arquivos do pen drive para o computador do diretor. Seriam imagens de crianças nuas e sendo abusadas sexualmente. Ele disse à polícia que sua intenção era acusar e denunciar o diretor do colégio de pedofilia.
- Ele disse que o plano inicial era esse, mas mudou de ideia e estava decidido a matar o diretor - afirma Armando Roberto Bellio, titular do 11º DP e responsável pelo caso.
Yendo foi liberado após seus pais irem buscá-lo na delegacia. Foi registrado um Termo Circunstanciado por porte de arma branca. Os pais contaram na delegacia que o jovem tem problemas mentais, e por isso toma remédios controlados. Ele foi internado em uma clínica psiquiátrica pela própria família.
O diretor do Pueri Domus contou à polícia que Yendo foi demitido depois que a mãe de uma aluna reclamou de seu comportamento. Ele estaria trocando e-mails com uma menina. Outro motivo é que ele distribuía presentes aos alunos, o que desagradou aos pais. A escola afirma, em nota, que a demissão do rapaz, em 31 de agosto, foi 'por deixar de atender o perfil da instituição', e não comenta mais nada sobre o caso.
O pen drive encontrado na mochila de Yendo ainda será analisado pela polícia. O delegado disse que vai investigar o tipo de relacionamento que ele tinha com os alunos da escola.
- Vou instaurar inquérito para investigar o suposto caso de pedofilia, se ele cometeu algum crime nesse sentido - falou.
O jovem não tinha antecedentes criminais.


O Globo

Nomes consagrados do mundo circense se apresentam em Florianópolis


Florianópolis, 28 nov (EFE).- Importantes nomes do mundo circense marcaram presença na 8ª edição do Anjos do Picadeiro, evento que acontece até o próximo domingo, em Florianópolis.
O artista argentino radicado na Espanha Loco Brusca desembarcou no Brasil para a apresentação, nesta sexta-feira, do espetáculo "O Homem Esquizofrênico", que relata as histórias de passageiros que sobem e descem de um ônibus urbano comum.
Além do espetáculo, Loco Brusca mostrou conceitos de projeção, presença, ritmo e improvisação aos moradores da capital catarinense.
Outro nome estrangeiro de destaque a passar pelo festival foi o americano Avner Eisenberg, que apresentou, também na sexta, o espetáculo "Exceptions to Gravity", uma mistura de mímica e teatro físico.
Avner lecionou sobre palhaçaria e performances excêntricas nos Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Finlândia, Bélgica e Japão, desenvolvendo habilidades de teatro silenciosas como uma ferramenta terapêutica.
Já sua esposa, Julie Goell, apresentou no Anjos do Picadeiro, na quarta-feira, uma nova versão de Carmen, de Bizet, combinando teatro físico com uma voz de mezzo soprano.
Vários artistas circenses latino-americanos também passaram ou ainda vão passar pelos palcos de Florianópolis, como Oscar Zimmerman e Kote, do Chile, e os argentinos Tomate e Nana, Marku Jarrak, Chacovachi e o grupo Cancionero Rojo.
No domingo, o encerramento do festival ficará por conta da palhaça suíça Gardi Hutter, que apresentará "O Ponto", um espetáculo em que Joana, personalidade "clown" consagrada na peça "Joana D'arpo", é um "ponto" que vive para o teatro.
No total, a 8ª edição do Anjos do Picadeiro reúne 41 atrações, sendo 12 internacionais e 29 nacionais.
O evento tem espetáculos com entrada gratuita e ingressos a preços populares em vários pontos da capital catarinense.

EFE

G1

Polícia arruma chalé para prisão domiciliar de Polanski na Suíça


Especialistas em segurança começaram a preparar neste sábado (28) o chalé Via Láctea, de propriedade do cineasta franco-polonês Roman Polanski nos Alpes Suíços, enquanto as autoridades suíças decidem a respeito da extradição do cineasta para os Estados Unidos.
Uma caminhonete, com inscrição "DR Securite Services" em francês, estacionou fora da propredade de três andares, enquanto três homens e uma mulher tiravam fotos do interior da propriedade. Eles passaram cerca de uma hora no local.
Eles não deram declarações sobre o que estavam fazendo. A companhia trabalha com serviços de segurança em vídeo, instalações de alarmes e portas blindadas.
Uma das imposições da Justiça para a prisão domiciliar de Polanski é que ele permaneça com uma pulseira eletrônica, que vai monitar caso ele se afaste do chalé --o bracelete custou US$ 4,5 milhões ao cineasta.
As autoridades exigem ainda que o bracelete esteja funcionando antes que Polanski seja transferido ao chalé --o que, provavelmente, vai acontecer na segunda-feira. Por enquanto, Polanski está em uma prisão fora de Zurique, segundo informou o porta-voz do Ministro da Justiça, Folco Galli. Oficiais não disseram como a transferência de Polanski será feita.
Polanski está detido na Suíça desde 26 de setembro a pedido da justiça dos Estados Unidos, que solicitou sua extradição para um julgamento por ter mantido relações sexuais com uma menor de idade há 32 anos.

Associated Press, em Gstaad


Folha Online

Suspeito de abusos sexuais contra filhos e enteada é preso pela Polícia Civil de Juína, interior de Mato Grosso


Um homem que pela ficha criminal pode ser considerado “maníaco sexual”. Foi preso na manhã dessa sexta-feira dia 27 de novembro em uma residência no bairro Palmiteira no município de Juína

Laercio Mendes dos Santos de 45 anos está respondendo a pelo menos cinco processos por violência domésticas ocorridos em 2007 e 2008, responde ainda, por atentado violento ao pudor contra dois meninos e outro por estupro praticado em uma adolescente de 15 anos, que segundo informações na época era sua enteada e acabou ficando grávida.
O agressor estava foragido da justiça, em seu desfavor havia um mandado de prisão preventiva expedido pela vara da infância e da juventude do município de Juína.
Segundo informou o chefe de operações da Polícia Civil Gustavo Amorielo uma denúncia anônima relatou que Laércio estava residindo no município de Apiacás e que estaria no município escondido no endereço citado.
Em posse do mandado de prisão os investigadores Jean Adriano, Henrique, Ricardo e Gustavo prenderam Laércio na manha dessa sexta-feira.
Na delegacia o acusado não mostrou nenhuma reação de preocupação com as acusações” Não quero falar sobre o assunto não me tortura com essas perguntas, isso é coisa da mãe dela para me prejudicar” contou Laércio.
Encaminhado a cadeia pública do município Laércio ficará a disposição da justiça. Na data em que comemorou o dia Mundial de Prevenção ao Abuso Infantil. O presidente da ONG MT Contra Pedofilia, vereador Toninho do Gloria, ressaltou mais uma vez a importância de combater a pedofilia em Mato Grosso.
É grande o número da ocorrência desse crime. Segundo o Comitê de Enfrentamento contra o Abuso Sexual da Criança e Adolescente, ocorre cinco a seis casos por dia no estado. Em 2008, foram registrados 2.195 abusos sexual contra crianças e adolescentes.
“Diante dessa situação é preciso refletir e, juntos, nos mobilizarmos, enquanto sociedade, para fazer um enfrentamento a esse tipo de crime hediondo, que avassala as nossas crianças. A população precisa se conscientizar da importância que tem uma denúncia. Isso pode evitar que outras crianças venham a ser abusadas por um pedófilo reincidente”, declara Toninho do Gloria.
No Brasil, os registros também são alarmantes. A cada oito minutos uma criança é vítima de algum tipo de abuso. A grande maioria são meninas e o crime, em geral, ocorre dentro das próprias residências, sendo seus abusadores parentes próximos.
Em 2008, foram registrados 32.588 casos de pedofilia no país. Com relação ao ano anterior, houve um crescimento no número de registro de 135%.
“Por mais dolorido que seja falar nesse assunto, é necessário. Crianças abusadas levam essa marca para sempre, por mais que tenham acompanhamento psicológico. Sem falar que pesquisas mostram que alguns pedófilos foram abusados na sua infância, repetindo a história”, destaca a o presidente da ONG de MT Contra Pedofilia e vereador Toninho do Gloria.
O presidente da ONG de Combate á Pedofilia e vereador Toninho do Gloria é autor de projetos de lei que é referencia para o Brasil, como o Plano Municipal de Combate á Pedofilia, Conselho Municipal de Combate á Pedofilia e Fórum Permanente de Combate á Pedofilia no âmbito da Câmara Municipal de VG.
Toninho do Gloria finalizou convocando a população a participar denunciando através do Disque 100 e 167 Deddica (Delegacia Especializada da Defesa dos Direitos da Criança e Adolescentes). "O Movimento MT Contra Pedofilia trará grandes resultados para Mato Grosso. Não tenham medo de sacrificar o futuro do seu filho por um dia de penúria".

Fonte: Expresso MT

Situação penal de adolescentes em conflito com a lei será avaliada em Alagoas


A secretária de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda, solicitou à equipe técnica do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas) uma avaliação da situação dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas nas cinco unidades coordenadas pela Secretaria. O objetivo é fazer um levantamento da situação penal de forma individualizada e identificar os casos que realmente precisam de internação.
Na avaliação de Wedna Miranda, a medida de internação, de privação da liberdade, deve ser um caso de excepcionalidade a ser aplicado de acordo com a gravidade do ato infracional praticado, mas a realidade do Núcleo aponta para situações que ferem, inclusive, o que rege o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA. “Muitos dos internos foram encaminhados para o Neas sem mesmo terem seu direito de ampla defesa garantido. Há casos onde penas alternativas seriam muito mais eficazes do que a internação. Esse sistema que está aí não funciona”, argumentou a secretária.
“Nenhum município alagoano possui um trabalho socioeducativo para os adolescentes em conflito com a lei e boa parte dos casos que são encaminhados para o Núcleo poderia ser resolvida sem a necessidade de privação da liberdade. Não defendo a impunidade, mas acredito que medidas como prestação de serviços comunitários, a liberdade assistida, a reparação de danos e o encaminhamento para unidades de tratamento de dependência química podem ser mais eficientes na recuperação de um adolescente cuja infração praticada seja de menor gravidade”, defende Wedna. Ela se refere a ocorrências como tentativa de furto, danos ao patrimônio e consumo de entorpecentes, que resultaram no encaminhamento de muitos deles aos Neas.
A falta de políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, o abandono, o desemprego e a miséria foram apontados como fatores decisivos para o aumento dos índices de jovens envolvidos com as drogas e a criminalidade no Estado. “A luta tem que ser de todos — governo do Estado, Ministério Público, Defensoria, da sociedade em geral; cada um tem que fazer o seu papel para mudar essa realidade que se impõe em Alagoas”, reforçou a secretária.
O Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo abriga cinco unidades de internação: a UIM, Unidade de Internação Masculina; a UIF, Unidade de Internação Feminina; UIP, Unidade de Internação Provisória; a Uija, Unidade de Internação de Jovens e Adultos e a Unidade de Semi-Liberdade. A maioria delas opera acima da capacidade, superando, inclusive, o índice de 25% de ocupação acima da capacidade previsto em lei. O maior entrave é a demanda de processos de progressão da pena à espera de julgamento na Vara da Infância e da Adolescência, o que, na opinião de Wedna Miranda, minimizaria o problema da superlotação.
“Onze processos estão à espera de julgamento desde setembro e a avaliação da situação penal deve ser feita a cada seis meses. É preciso dar celeridade a esses processos para que possamos desafogar o Núcleo e trazer pra cá os jovens que realmente precisam de internação, a exemplo dos envolvidos em homicídio, latrocínio, estupro”.

Reinserção social — Para garantir a ressocialização dos internos e capacitá-los para o retorno à sociedade, o Núcleo Estadual de Atendimento Socioducativo (Neas) oferece oficinas e cursos profissionalizantes. Além de atividades de esporte e lazer e do acompanhamento educacional até o Ensino Médio, eles frequentam aulas de padaria, serigrafia, música, informática, recarga de cartuchos para impressora e artes. Os produtos artesanais confeccionados dentro das unidades são, inclusive, comercializados em feiras, exposições e outros eventos realizados no Estado.(Observatório Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente)

Fonte: Alagoas em Tempo Real

Lula reage a acusação de violência sexual


Em artigo, ex-petista diz que presidente teria tentado abusar de colega na prisão; outros presos contestam

Roldão Arruda, Leonencio Nossa, Felipe Werneck e Marili Ribeiro

"Isso é coisa de psicopata, só a psicopatia pode explicar", disse ontem o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao comentar acusações feitas pelo cientista político e ex-militante petista César Benjamin contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Benjamin - que não quis comentar o assunto ontem - afirmou que Lula tentou abusar sexualmente de um colega de cela, quando esteve preso no Dops, em 1980.
Carvalho também relatou que o presidente ficou "triste" ao ler o artigo. "Ele disse que é uma loucura", afirmou.
Benjamin ajudou a fundar o PT e se manteve ligado ao partido até 1995. No artigo publicado ontem, ele se dedica sobretudo ao relato da convivência com os presos nos anos em que ficou encarcerado, na ditadura militar, por causa de suas posições políticas. Enfatiza que, apesar de ser muito jovem e de ter convivido com presos comuns, nunca sofreu nenhum tipo de abuso sexual. A ênfase é uma espécie de contraponto ao que vem a seguir, sobre Lula.
O autor narra um encontro que teria tido, em 1994, com Lula, então em campanha. Na ocasião, o ex-líder sindical lhe teria feito perguntas sobre a prisão e revelado que não suportaria o isolamento - por não conseguir viver sem relações sexuais com mulheres.
Em seguida, Lula teria narrado a tentativa de violação sexual do companheiro de cela. O trecho do artigo de Benjamin é claro: "Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de "menino do MEP", em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do "menino", que frustrara a investida com cotoveladas e socos." E prossegue: "Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o "menino do MEP" nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas".
A conversa, segundo Benjamin, teria ocorrido durante um almoço, com a participação de mais três pessoas: o publicitário Paulo de Tarso Santos, que coordenava campanha; um segundo publicitário, cujo nome o autor não recorda; e um americano, também não nomeado - que não entendia português.
Procurado para falar sobre o artigo, o publicitário Paulo de Tarso Santos respondeu com uma nota, na qual confirmou o almoço, em caráter informal, e nomeou o americano. Era o publicitário Erick Ekwall, indicado pelo empresário Oded Grajew para ajudar na campanha. Disse, no entanto, não lembrar da presença de Benjamin no almoço, assim como qualquer comentário sobre o tema citado. "Não compreendo qual a intenção do articulista em narrar os fatos como narrou (como disse, sequer me lembro de sua presença na mesa)", escreveu.
Lula foi detido pela polícia política no dia 19 de abril de 1980 e libertado no dia 20 de maio. Nesses 31 dias chegou a dividir a cela com até 18 pessoas. Um de seus companheiros mais jovens, com 23 anos, era o atual presidente do PSTU, José Maria de Almeida - na época militante da Convergência Socialista. Ontem, após ler o artigo, ele comentou: "Tenho motivos para atacar o Lula. O seu governo é uma tragédia para a classe trabalhadora. Mas isso que está escrito não aconteceu. O Benjamim viajou na maionese. Não me lembro sequer de que havia alguém do MEP preso conosco."
MEP era a sigla do Movimento de Emancipação do Proletariado, tendência que surgiu em 1976 e cujos principais dirigentes ficavam no Rio. Entre seus militantes encontrava-se o presidente do PT, José Eduardo Dutra. Ontem ele classificou o artigo de "repugnante".
Na opinião do ex-dirigente sindical Djalma Bom, que foi preso com Lula, seria impossível uma tentativa de violência sexual ter passado despercebida. "O Benjamin enlouqueceu. Ou entendeu errado alguma conversa do Lula". O vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores, Enilson Simões de Moura, o Alemão, também esteve preso na mesma época. Após classificar o comentário de Benjamin como "absurdo", ele disse, contrariando José Maria, que havia alguém do MEP no grupo. "O que eu lembro é que, brincando com uma bola de basquete, Lula acertou sem querer a cara do rapaz do MEP", contou. Não lembrou, no entanto, o nome do rapaz.

Fonte: Estadão

Leitura corporal







Paulo agradecemos a visita ao nosso blog, sua análise sobre a entrevista com o casal merece ser vista por todos , parabéns.


Vídeos e informações do Blog Caso Isabella Oliveira Nardoni

Remédio abortivo é vendido ilegalmente pela internet


O misoprostol serve para induzir o parto em mulheres com dificuldades para ter dilatação e para expulsar fetos presos no útero
Medicamentos abortivos de venda proibida no país, que podem até levar à morte de quem consome, podem ser comprados facilmente pela internet e têm, inclusive, propagandas em sites de relacionamentos, segundo relatos de internautas e conforme constatou reportagem do G1.
Na segunda-feira da semana passada, 16 de novembro, o G1 entrou em contato por e-mail e por MSN com uma mulher, após encontrar no seu perfil no site de relacionamentos Orkut relatos de pessoas que compraram dela o Cytotec – um dos nomes comerciais do misoprostol, substância abortiva. Nas mensagens, adolescentes e mulheres jovens agradeciam pelo fornecimento do remédio.
O misoprostol serve para induzir o parto em mulheres com dificuldades para ter dilatação e para expulsar fetos presos no útero após abortos naturais. Desde 1998, a comercialização para o público em geral é proibida no Brasil – há permissão exclusivamente para uso hospitalar. Atualmente, uma única empresa brasileira detém autorização do governo federal para fabricar e comercializar o misoprostol.
A reportagem manteve contato por dois dias com uma pessoa que dizia vender o medicamento. O valor era de R$ 370 por quatro comprimidos de Cytotec e um de mifepristone, outro abortivo. Na quarta-feira, dia 18, o depósito foi realizado. No sábado, dia 21, o medicamento foi entregue pelo correio.
Em uma caixa plástica de CD vieram quatro comprimidos de Cytotec, fabricado pela indústria farmacêutica Pfizer, e um quinto que não pôde ser identificado – a palavra na embalagem recortada termina em "ida". É possível deduzir que é nacional, devido à inscrição "genérico".
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pela fiscalização e regulação dos medicamentos no país, o governo tem conhecimento da irregularidade e atua para combater a fraude.
"O Cytotec entra geralmente pela fronteira seca do país, pelo Paraguai e pela Argentina. O Cytotec, nesses países, é de venda livre. No Brasil, foi proibido e passou a ser utilizado para fins abortivos. (...) Entram no país por contrabando, geralmente formiguinha", explica o chefe de inteligência da Anvisa, Adilson Batista Bezerra.


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Catadores encontram fetos em sacos plásticos em Salvador


Peritos vasculham lixão nesta sexta-feira.
Eles acreditam que fetos tinham de dois a oito meses de gestação.

Peritos vasculham, nesta sexta-feira (27), o lixão onde catadores encontraram oito fetos, perto da BR-324, em Salvador.
Os fetos estavam dentro de sacos plásticos com formol e, segundo os peritos, tinha de dois a oito meses de gestação. Eles foram localizados na quinta-feira (26).
A polícia suspeita que os fetos tenham sido jogados no aterro por uma clínica clandestina de aborto.

*(Com informações do Globo Notícia e da TV Bahia)


G1

Direitos Humanos: um núcleo comum a preservar


É de todo conveniente que sejam colocadas em pauta neste momento, nas faculdades, escolas, igrejas, jornais, rádio e televisão, nos espaços públicos em geral, as questões relacionadas com os Direitos Humanos, com vistas à celebração, no início de dezembro, da Semana dos Direitos Humanos que alcança sua culminância em 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).
Através deste artigo pretendo contribuir para a reflexão e o debate.
Parece-me rigoroso concluir pela existência de um “núcleo comum universal” de Direitos Humanos.
Este “núcleo comum”, no campo dos Direitos Humanos, corresponde aos “universais lingüísticos” descobertos por Chomsky, na Lingüística.
Sem prejuízo da existência desse “núcleo comum”, há uma “percepção diferenciada” dos Direitos Humanos nos vários quadrantes da Terra.
Os Direitos Humanos são concebidos de uma forma peculiar pelos povos indígenas e pelos povos africanos, vítimas seculares da opressão. Também é bem diversa a percepção dos Direitos Humanos no mundo islâmico, mundo belíssimo que é portador de uma cultura peculiar. Não há qualquer incompatibilidade entre Islamismo e Direitos Humanos, como uma visão imperialista de mundo pretende fazer crer.
Pelos povos indígenas, pelos povos africanos, pelos povos muçulmanos os Direitos Humanos não são percebidos da mesma forma como são percebidos pelos povos europeus.
Também variáveis como “classe, cultura, nacionalidade ou lugar social” influenciam na maneira de perceber os Direitos Humanos.
O grito por Justiça, Liberdade, Dignidade Humana, Solidariedade expressa-se através das mais diversas línguas faladas no mundo: Tous les êtres humains naissent libres et égaux en dignité et en droit. (Francês). Toda persona tiene todos los derechos y libertades, sin distinción alguna de raza, color, sexo, idioma, religión, opinión política o de cualquier otra índole. (Espanhol). Ogni individuo ha diritto alla vita, alla libertà, alla sicurezza della própria persona. (Italiano). No one shall be held in slavery or servitude. (Inglês). La família és l’element fonamental de la societat. (Catalão, língua do povo catalão). Muchi tehemet tiwelit, gan inemit mu ixtiya tuamaw. (Pipil, língua falada em El Savador. A tradução do texto citado é esta: Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa).
Essa multiplicidade de línguas enunciando os Direitos Humanos vem em socorro da hipótese de um dialético antagonismo de divergência e convergência, ou seja, há um núcleo comum de Direitos Humanos e, ao mesmo tempo, há uma percepção diferenciada dos Direitos Humanos, no seio dos vários povos e das várias culturas.
Também as vozes dos poetas ajudam na compreensão dos Direitos Humanos, como ideal que pulsa nas diversas latitudes: A pena que com causa se padece, a causa tira o sentimento dela, mas muito dói a que se não merece. (Camões, poeta português, num grito de revolta contra a pena injusta). Vossos filhos não são vossos filhos. Vêm através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco não vos pertencem. Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, porque eles têm seus próprios pensamentos. (Gibran Khalil Gibran, poeta libanês, exaltando a grandeza da individualidade).
A linguagem da poesia é de tal forma universal que também o poeta brasileiro abre as janelas do mundo: Eu sou aquele que disse – os homens serão unidos se a terra deles nascida for pouso a qualquer cansaço. (Mário de Andrade, num hino à solidariedade). Auriverde pendão de minha terra, que a brisa do Brasil beija e balança, antes te houvessem roto na batalha, que servires a um povo de mortalha. (Castro Alves, mostrando sua indignação diante da bandeira brasileira hasteada num navio negreiro). Se discordas de mim, tu me enriqueces, se és sincero, e buscas a verdade, e tentas encontrá-la como podes. (Hélder Câmara, bispo, profeta, poeta, exaltando o direito à discordância). Folha, mas viva na árvore, fazendo parte do verde. Não a folha solta, bailando no vento a canção da agonia. (Thiago de Mello, enaltecendo o direito de associação e a luta coletiva).
No tributo aos Direitos Humanos não esteve silente a voz dos poetas capixaba: Seja a corte civil ou marcial, que mão lavra a sentença quando o juiz pressente sobre a toga forte espada suspensa? (Geir Campos, denunciando o desrespeito à independência da Justiça, pela força da espada). Esta sensibilidade, que é uma antena delicadíssima, captando todas as dores do mundo, e que me fará morrer de dores que não são minhas. (Newton Braga, celebrando a fraternidade).
Da mesma forma que acontece, com relação às línguas, a presença da poesia, na proclamação dos Direitos Humanos, tem o sentido simbólico da busca de horizontes acima de fronteiras.
Os Direitos Humanos, na sua linha central, desenharam-se como uma construção da Humanidade, de uma imensa multiplicidade de culturas.
Como não são estáticos, a elaboração deles continua no fluxo da História. Consolidar a ideia de Direitos Humanos fundamentais é uma exigência para que a Humanidade possa sobreviver, sem se desnaturar.
Temos que estar atentos à pregação de uma cultura anti-humana, ao lado da cultura humana pela qual lutamos.
Às vezes essa cultura anti-humana estabelece uma tal ruptura de diálogo e compreensão que mundos antagônicos se organizam. A cultura anti-humana tem seus códigos próprios, estabelece um isolamento.
Não será pela imposição que defenderemos princípios fundamentais de Humanismo e de Direito. O caminho será o diálogo, o intercâmbio de ideias, a discussão franca, a tentativa de entender a opinião que nos pareça absurda. Especial cuidado merece a educação para os Direitos Humanos na escola, através da imprensa, através das igrejas.
É um grande caminho, mas caminhar é preciso, construir é preciso, sonhar é preciso.


João Baptista Herkenhoff

Indiciado jornalista que matou menino durante briga de trânsito em Campo Grande


SÃO PAULO - A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul indiciou, por homicídio qualificado , o jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, de 60 anos. Ele é acusado de matar o menino Rogério de Mendonça Pedra Silva, de 2 anos, durante uma discussão de trânsito em Campo Grande, no último dia 18. Gonçalves confessou ter disparado cinco tiros contra o carro em que a criança estava com o avô, João Afonso Pedra, 52 anos e o tio, Aldemir Pedra Neto, 22 anos, que dirigia o veículo. Um dos tiros acertou o pescoço de Rogério.
A polícia acredita que o acusado teve a intenção de matar os ocupantes do carro. Se condenado, o jornalista pode ficar preso por até 30 anos. Agnaldo está preso no Instituto Penal de Campo Grande.
A briga ocorreu às 11h10m, na avenida Mato Grosso, esquina com a rua Rui Barbosa. Gonçalves e Aldemir teriam trocado socos e pontapés na rua. Depois, eles voltaram para os seus carros e, num semáforo de outra rua, Gonçalves sacou uma arma e disparou contra a caminhonete.
À polícia, o jornalista, que é proprietário de um jornal Independente, disse que foi ameaçado pelo condutor da caminhonete L-200 após ter sido 'fechado' no trânsito. Por esse motivo, justifica ter atirado em direção ao veículo. Além do menino, Gonçalves atingiu o rosto do avô da criança, que foi operado na Santa Casa da cidade. Ele teria avisado o jornalista que havia uma criança no carro antes dos disparos.


Restaurantes fazem campanha pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids

RIO - A rede de restaurantes Chaika e o Rei do Bacalhau da Ilha do Governador fazem campanha pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1 de dezembro (terça-feira) em prol do trabalho desenvolvido pelo Grupo Pela Vidda.
A renda arrecadada com a venda de todo milkshake (qualquer sabor) da rede Chaika, no dia 28 de novembro (sábado), será doada para o Grupo Pela Vidda. Serão distribuídos informes pelas duas lojas e os clientes serão avisados da campanha.
O restaurante Rei do Bacalhau da Ilha também vai participar da campanha no auxílio à Grupo Pela Vidda através da doação de todo valor arrecadado com a venda de bolinhos de bacalhau no dia 1 de dezembro (terça-feira), a partir das 18h.
Após contabilizar os lucros, os três restaurantes vão se organizar para definir como serão feitas as doações. No momento, as maiores demandas da Grupo Pela Vidda são por alimentos, roupas, material gráfico e de escritório.
Fundado em 24 de 1989 pelo escritor Herbert Daniel, o Grupo Pela Vidda do Rio de Janeiro (GPV-RJ) foi o primeiro grupo fundado no Brasil por pessoas vivendo com HIV e Aids. O Grupo faz um trabalho de orientação e divulgação da Aids e oferece palestras e peças de teatro que esclarecem formas de conviver com a doença, além de oferecer reuniões com pacientes, psicólogos, corpo jurídico, agentes capacitados que dão orientação em empresas e etc, além do Disk Aids.


Golpe da laranja faz novas vítimas nos bancos de Alagoas



É uma versão do “Boa noite, Cinderela”. Frutas recheadas com sonífero estão sendo usadas para atordoar aposentados.

Um novo tipo de golpe está sendo aplicado em Maceió. É uma variação do famoso "Boa noite Cinderela". Os golpistas usam alimentos ou bebidas para drogar e roubar as vítimas nas portas das agências bancárias.
A ida ao banco foi como de costume. Já a saída: em um descuido, o aposentado Genivaldo Pimentel de Emeri perdeu os documentos, R$ 700 em dinheiro e a consciência. “Insistiu e eu aceitei a laranja”. Foram dois dias internados.
A aposentada Maria Alice de Oliveira Santos, de 73 anos, também aceitou a fruta de um estranho. Ficou sem R$ 2 mil, o relógio e foi parar na internação do hospital. “Pensavam que tinha sido um AVC, mas eu fui envenenada”.
A substância que os dois idosos ingeriram é um mistura de medicamentos controlados. “É o famoso ‘Boa noite, Cinderela’, que é formado por um coquetel de tranquilizantes com anestésico poderoso e causa sonolência, perda de memória, delírios, alucinações”, explica a farmacêutica Paula Lacerda.
Até um policial militar caiu na conversa dos bandidos no dia em que foi sacar o pagamento no banco e apagou. Só na delegacia responsável pela área central de Maceió foram registrados 10 casos semelhantes de outubro pra cá. Mas a polícia acredita em mais. O que dificulta as investigações é que muitas vítimas preferem assumir o prejuízo a expor que foram enganadas.
O delegado que investiga os golpes faz um alerta: “Se alguém oferece uma fruta, um biscoito, pode estar escondida uma atividade criminosa”, diz.


Bom Dia Brasil

Risco de surto de dengue


Segundo o Índice de Infestação Predial divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, na região de Ramos, Penha, Ilha do Governador, além dos complexos da Maré e do Alemão, 5,2% dos imóveis têm pelo menos um foco do Aedes. Já em locais como Irajá, Madureira, Anchieta e Pavuna, 4,2% dos imóveis vistoriados apresentaram o problema.

“É fundamental que o governo intensifique as ações de combate ao mosquito nas áreas onde o índice de infestação é maior do que o tolerado. O trabalho tem que ser contínuo”, disse o chefe do departamento de Medicina Preventiva da UFRJ, Roberto Medronho.
A média geral do município, é 2,9%. Segundo o balanço, regiões de outras sete cidades apresentam risco de surto.

ALERTA EM 31 CIDADES
De acordo com o Superintendente de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, Victor Berbara, 31 municípios do Rio serão acompanhados mais de perto pelos técnicos do estado por serem consideradas áreas de risco potencial.Berbara explica que, nessas regiões, há significativa presença do mosquito e pessoas não imunes à doença.
O especialista disse que o vírus em circulação atualmente no estado é o tipo 2, o mesmo da epidemia de 2008. Berbara lembra que a pessoa só é afetada uma vez pelo tipo do vírus e que boa parte da população já é imune ao 2.
“Estamos atentos e vigilantes, porque, principalmente na época de férias, outros tipos podem acabar entrando no Rio com os turistas ”, declara.

MUNICÍPIOS COM MAIS RISCO
Nas cidades que têm índice de infestação média do mosquito maior do que 4% — o que significa risco de surto — os bairros mais críticos são:

QUEIMADOS (infestação de até 5,4 %)
Valdariosa e Santa Catarina.

ITABORAÍ (até 5,4 %)
São Joaquim, Ampliação e Engenho Velho.

CAXIAS (até 7,4 %)
Capivari, Santa Cruz da Serra, Parque Fluminense, Jardim Gramacho, Jardim 25 de Agosto, Vila São Luiz, Periquito, Mangueirinha, Parque Paulista, Jardim Anhangá e Parada Morabi.

CAMPOS (até 6,1%)
Parque Fazendinha, Parque Jóquei Clube, Penha, Centro.

NOVA IGUAÇU (até 7,1 %)
Os mais críticos são Ponto Chique, Posse e Cerâmica.

SÃO JOÃO (até 8,2 %)
Vila Tiradentes e Engenheiro Belford têm maior risco.

SÃO GONÇALO (até 6,9 %)
Boaçu e Palmeiras


Martin Carnoy: "Aproveitar melhor o tempo de aula é o caminho cubano"


Pesquisa de economista americano, realizada em países da América Latina, mostra que as práticas de classe são o motivo do sucesso na ilha

Em 1997, uma pesquisa conduzida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) testou os conhecimentos em Matemática e linguagem de 4 mil alunos de 3ª e 4ª séries de 13 países latino-americanos. Os cubanos têm desempenho muito melhor que os das outras nações. Em 2005, num novo exame, novamente Cuba ocupou o topo da lista. Qual o segredo da ilha para obter resultados tão bons? A pergunta motivou Martin Carnoy, que leciona Educação e Economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, a realizar um estudo comparativo entre Cuba, Chile e Brasil. Após filmar aulas de Matemática (disciplina em que o desempenho foi mais desigual nos três países) em 36 escolas e entrevistar funcionários da área de Educação de todos os níveis de governo, além de professores, diretores, estudantes e pais, o americano concluiu que boa parte das diferenças está dentro das próprias salas. "Em Cuba, a turma trabalha mais, as perguntas do educador levam todos a pensar e ele não para a toda hora para pedir atenção." Isso, no entanto, dentro de um ambiente ideologizado e repressivo, o que sugere a necessidade de adaptar as soluções para um contexto democrático. A convite da Fundação Lemann, Carnoy esteve no Brasil em agosto para lançar o livro A Vantagem Acadêmica de Cuba, em que relata as descobertas da pesquisa. Na ocasião, ele detalhou a NOVA ESCOLA o que viu nos três países.


De acordo com sua pesquisa, por que os alunos de Cuba obtêm resultados superiores aos dos outros países da América Latina?
MARTIN CARNOY - Há diversos fatores em jogo, mas eu diria que o principal é o uso eficiente do tempo em sala. Filmamos aulas de Matemática da 3ª série em 36 escolas de Cuba, do Chile e do Brasil e descobrimos que, na ilha, elas são mais focadas na aprendizagem do que nos outros dois países. Como escrevo em meu livro, a qualidade de um sistema educacional depende da qualidade das experiências desenvolvidas em sala de aula.

Com qual atividade o professor brasileiro gasta mais tempo?
CARNOY - Com o trabalho em grupo. Na média das escolas em que pesquisamos, 30% do tempo é dedicado a essa tarefa. No Chile, o índice foi ainda maior, 34%, enquanto em Cuba caiu para 11%. O grande problema é que, na maioria das vezes, os brasileiros estão apenas sentados juntos, ou seja, com as carteiras unidas, mas sem interagir para resolver problemas matemáticos. Cada um trabalha por si ou apenas conversa com os colegas. O verdadeiro trabalho em equipe, que inclui a discussão para resolver a questão proposta, ocorre muito pouco tanto no Brasil como no Chile.

O que toma mais tempo das aulas nas escolas de Cuba?
CARNOY - Lá, 41% do tempo é reservado às tarefas individuais. A vantagem é que os alunos realmente trabalham em 38% do período resolvendo problemas e fazendo exercícios. Enquanto isso, o professor circula entre as carteiras, orientando e tirando dúvidas. Por outro lado, o período dedicado à cópia de instruções é baixo: apenas 2%.

No Brasil, o tempo usado com cópia é maior do que na ilha?
CARNOY - Sim. É três vezes superior ao verificado em Cuba. Numa das salas brasileiras que observamos, a garotada chegou a ficar uma hora copiando enunciados de problemas no caderno, algo que poderia ser resolvido com uma fotocópia ou uma folha mimeografada. Para piorar, não foi explicado o porquê daquele trabalho. Não estou dizendo que o quadro-negro não deva ser utilizado: ele é importante para apresentar conceitos e discuti-los, mas acho que seu uso deve ser rápido. Passar a aula toda escrevendo é, sem dúvida, uma perda de tempo.

Que outras diferenças importantes a pesquisa revelou no que se refere ao uso de tempo?
CARNOY - Descobrimos que no Chile e no Brasil despende-se o dobro dos minutos em transições de atividades ou interrupções, como pedidos de silêncio. Isso indica que a prática cubana é mais eficiente, mas também pode ter a ver com o tamanho médio das turmas. Em Cuba, as classes que analisamos tinham em média 17,9 crianças, enquanto nas brasileiras havia 27,9, e nas chilenas, 37,1.

O estudo enfoca ainda o tipo de pergunta feito à meninada. O que os dados demonstram?
CARNOY - Dividimos as questões em três categorias: as repetitivas, as que têm respostas curtas e as mais complexas, que exigem a explicação do raciocínio usado - em Matemática, é essencial descrever o processo que se está aprendendo. Em Cuba, perguntas desse último tipo aparecem em 55% das aulas. Percebi que no Brasil o mesmo não ocorre. Aqui, predominam as perguntas repetitivas, geralmente respondidas em coro. Isso quando são feitas, pois em 25% das aulas brasileiras a que assistimos elas não existiram. Também há pouca discussão sobre os equívocos. Quando alguém comete um erro, o educador geralmente apaga e chama outro para o quadro. Seria muito mais produtivo perguntar: "Onde está o problema? Por que a solução está incorreta?" Do contrário, ninguém entenderá onde errou.

O material didático apresenta diferenças significativas nos três países?
CARNOY - No Brasil, os livros didáticos são abrangentes, mas pouco profundos. Digo que têm 1 quilômetro de diâmetro e 1 centímetro de profundidade. Eles também possuem muitas informações teóricas, provavelmente para servir como guia de apoio ao docente, já que a formação dele é fraca. Na maioria das vezes, ele não consegue apresentar todo o conteúdo trazido pelo material. Em Cuba, há menos variedade de temas, mas cada assunto é explorado detalhadamente e com mais exercícios. O resultado é que no Brasil é bem menor a exigência em termos de habilidades cognitivas.

Como todos esses fatores interferem no desempenho dos alunos?
CARNOY - Entre as três nações, o Brasil ficou em último no nível de proficiência matemática. Em uma escala que vai até 5, ele tirou 2,2, enquanto o Chile ficou com 3,2, e Cuba, com 3,8. Numa das salas brasileiras, a compreensão dos conceitos não atingiu nem o nível básico, pois as atividades se baseiam quase exclusivamente na memorização e na cópia mecânica. O país também teve a pior posição quanto à média de atenção dos estudantes e ao grau de disciplina. Pela linguagem corporal e pelas atitudes em sala, é visível quando os brasileiros ficam entediados. Aí, se desligam da tarefa e passam a brincar ou a participar de conversas paralelas. No outro extremo estão os cubanos, que têm um envolvimento maior. Muito disso se deve ao bom planejamento. Quando alguém termina uma tarefa, já se apresenta outro desafio. Então, não dá tempo de se aborrecer.

Por que os educadores cubanos conhecem os alunos melhor do que os brasileiros?
CARNOY - Primeiro porque a rotatividade dos estudantes cubanos é bem menor do que nas escolas brasileiras. Eles tendem a ficar por vários anos na escola em que ingressam. Segundo porque em Cuba os mestres seguem com a mesma turma da 1ª à 6ª série. Além de terem maior familiaridade com ela, já conhecem os problemas e se esforçam para que não se repitam no ano seguinte.

De que maneira a equipe gestora colabora para a qualidade do ensino?
CARNOY - O ponto principal é que, em Cuba, diretores e vice-diretores supervisionam de perto o trabalho docente entrando constantemente em sala para ver se o currículo está sendo cumprido e como é ensinado. Os educadores estão acostumados a ser apoiados didaticamente e ser avaliados pelos gestores. É um trabalho focado no aprendizado. Além disso, os diretores conhecem muito bem os estudantes e as medidas adotadas para garantir que cada um avance.

Além do que ocorre dentro da escola, que outros fatores podem influenciar a aprendizagem?
CARNOY - O modelo que utilizamos inclui o chamado capital social gerado pelo Estado, que diz respeito à atuação do governo na organização do sistema educacional. Ao definir o currículo, a distribuição de alunos pelas escolas, o recrutamento e a formação docente em serviço, o Estado tem um impacto importante na atmosfera da sala. Isso se reflete no comportamento dos pequenos, nas poucas faltas dos professores e no compromisso deles e dos gestores com a melhoria da aprendizagem, além da expectativa dos pais em relação à escola. Somam-se a esse cenário a garantia de condições de saúde e de segurança e o combate ao trabalho infantil, que também são essenciais à aprendizagem. No entanto, em virtude da atuação da administração governamental centralizada e hierárquica, os métodos de ensino e o currículo são rigidamente impostos. Como não se trata de uma democracia, o ambiente estimulante para o estudo não ocorre com a participação das famílias em reuniões de conselhos escolares, por exemplo.

A formação dos professores em Cuba é de melhor qualidade?
CARNOY - Sim, especialmente em Matemática. Primeiro porque os estudantes aprendem um bom conteúdo no Ensino Médio e isso tem um efeito importante na forma de atuar quando se tornaram professores. Segundo porque a formação inicial tem foco claro em como ensinar o currículo nacional. No Brasil, além de a Educação Básica ser mais fraca, a formação inicial ou é insuficiente, ou é excessivamente teórica. Os recém-formados sabem muito sobre teorias do ensino e pouco sobre como ensinar.

Como a ilha consegue atrair bons profissionais pagando salários de cerca de 35 reais?
CARNOY - Os salários lá são fixados pelo Estado - que supre necessidades básicas, como moradia e alimentação - e, de fato, os educadores ganham mal. Mas, como a economia de mercado é muito pequena, as outras profissões também são mal remuneradas. Essa situação vem mudando nas províncias turísticas, onde as economias são dolarizadas e uma arrumadeira de hotel pode ganhar o triplo de um professor. Por enquanto, quem se sai bem no Ensino Médio ainda é atraído para o Magistério, considerado uma profissão de relativo prestígio. No Brasil, é preciso recuperar o salário do setor para que ele se equipare ao de outras ocupações de nível superior e atraia os melhores. O Chile deu um passo importante: nos últimos 13 anos, triplicou o salário dos docentes. Como resultado, a nota mínima para ingresso nas faculdades de Educação subiu até 10% entre 1998 e 2001.

Seu livro afirma ainda que a desigualdade também interfere no resultado educacional. Como isso ocorre?
CARNOY - Em geral, as crianças frequentam escolas com colegas muito parecidos em termos socioeconômicos. No Brasil, 80% das famílias que estão entre os 20% mais pobres da pirâmide social mandam os filhos para escolas que atendem moradores de lares com rendas similares. De um lado, o resultado é uma concentração dos que têm origem semelhante em uma mesma instituição. Nas escolas de classe baixa, como a clientela tem uma procedência familiar muito parecida - em geral, com pais pouco escolarizados -, não há bons modelos em que se inspirar. Além disso, nossa pesquisa mostra que esse tipo de escola atrai os piores mestres, que possuem expectativas reduzidas sobre o que a garotada pode aprender.

Para finalizar, quais lições de Cuba o Brasil não deveria seguir?
CARNOY - Penso que por aqui existe muito mais liberdade de crítica e de questionamento. Há mais caminhos para ser criativo no Brasil do que em Cuba. A possibilidade de um profissional de Educação dizer "Eu não concordo com isso" e não ser punido de alguma forma simplesmente por não se ajustar à ideologia dominante é fundamental.

Assalto em academia assuta moradores de Vista Alegre



O crime aconteceu na terça-feira (24). O aluno da academia fazia esteira quando foi rendido. As câmeras de segurança flagraram o momento da ação. O bandido fugiu com um comparsa

Globo Vídeos

Americano é indiciado por trancar filhos em porta-malas do carro


Pai disse à polícia que filhos gostam de brincar no porta-malas

A Justiça de Fall River, no Estado americano de Massachusetts, indiciou um homem de 35 anos que trancou seus filhos "por vários minutos" no porta-malas do carro, um Pontiac Trans Am, enquanto fazia compras em uma loja.
Michael Monahan foi acusado de praticar violência física e colocar seus filhos, de três e seis anos de idade, em perigo – mas negou as acusações. Segundo a TV local WPRI, Monahan disse à polícia que seus filhos "gostam de brincar no porta-malas", mas os investigadores decidiram prendê-lo mesmo assim.
Após pagar fiança, ele foi liberado, mas teve de passar o Dia de Ação de Graças, celebrado na quarta-feira nos Estados Unidos, longe da família. Ele deve se apresentará à Justiça em janeiro.
As crianças estão sob custódia da mãe. O carro de Monahan, o Pontiac Trans Am, que não é mais fabricado nos Estados Unidos, é o mesmo modelo usado no seriado de TV dos anos 80 A Super-Máquina, estrelada por David Hasselhoff.


Doméstica é presa acusada de matar a patroa por inveja em São Paulo


SÃO PAULO - Uma empregada doméstica foi presa acusada de matar a patroa, a a empresária Kátia Bedinger, de 48 anos, em Indaiatuba, a 105 km da capital paulista. O crime foi cometido em fevereiro deste ano. Segundo a secretaria de Segurança de São Paulo, a funcionária teria arrumado a cena do crime para simular um suicídio. Incriminada há dois meses, a empregada foi presa apenas nesta quinta-feira, em uma fazenda nas proximidades de Guairá, no Paraná, na divisa com o Paraguai.
No dia 20 de fevereiro deste ano, véspera de Carnaval, a empresária foi encontrada morta no banheiro do duplex onde morava, no Centro de Indaiatuba. De acordo com a secretaria de Segurança, o corpo da vítima estava pendurado, como se ela tivesse cometido suicídio. No entanto, o fato de a empresária estar com uma costela quebrada e marcas no pescoço chamou a atenção dos policiais.
- Estava tudo muito arrumado e até o tapetinho do banheiro estava no lugar - disse Paulo Afonso Tucci, delegado seccional de Campinas.
No local do suposto suicídio, havia também um celular com uma mensagem de despedida.
- O texto estava cheio de erros de português, o que não condizia com a condição intelectual da empresária - explicou Tucci.
Em 18 de setembro, a 1ª Vara Criminal de Indaiatuba determinou a prisão da empregada doméstica. Como a polícia paulista já sabia que a acusada estava no Paraná, montou um cerco em uma fazenda no município de Pato Branco. No entanto, a empregada conseguiu escapar. Ela só presa nesta quinta.
- O principal motivo do crime foi a inveja que a empregada sentia da empresária - disse Carlos Donizette de Faria Souza, titular da Delegacia de Polícia de Indaiatuba.
A acusada será indiciada por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, traição e asfixia.


O Globo

Britânico volta a enxergar com uso de 'olho biônico' pioneiro


Um homem britânico que havia perdido a visão na juventude se tornou uma das primeiras pessoas do mundo a voltar a enxergar com o uso de um "olho biônico" desenvolvido nos Estados Unidos.

Peter Lane, de 51 anos, da cidade de Manchester, é uma das 32 pessoas que estão sendo submetidas uma experiência internacional com o equipamento.
Ele recebeu um implante de um receptor eletrônico, instalado dentro do globo ocular e ligado ao nervo óptico e a óculos especiais.
Uma câmera colocada nesses óculos capta a imagem e a envia a um processador portátil, que transforma a imagem em sinais eletrônicos enviados ao receptor. Este, por sua vez, envia impulsos até a retina e o nervo óptico, fazendo a pessoa finalmente enxergar.

'Pequenas palavras'
Lane, por enquanto, consegue apenas ler palavras pequenas em uma tela especial.
"É um começo", disse ele. "Os médicos vão me dar uma dessas telas para eu ler em casa, e espero um dia poder voltar a ler cartas sozinho."
"Além disso, quando saio, o equipamento me dá mais segurança e mais independência."
Lane começou a perder a visão por volta dos 20 anos por causa de uma retinite pigmentosa, uma doença degenerativa da retina com origem genética.
O "olho biônico" foi desenvolvido pela empresa americana Second Sight e está sendo testado por apenas 11 médicos de todo o mundo.
Os especialistas, no entanto, acreditam que inicialmente o aparelho será útil apenas para as pessoas vítimas da retinite pigmentosa.
Em março, outro paciente que ficou cego por causa de rinite pigmentosa, um britânico de 73 anos identificado apenas como Ron, disse ter começado a ver "flashes de luz" depois de ter sido submetido a um implante de um olho da Second Sight em um hospital em Londres.
"Durante 30 anos eu não vi nada. Tudo era preto. Mas agora a luz começa a aparecer. Poder ver a luz de novo é algo maravilhoso", disse Ron, que não revelou seu sobrenome, em entrevista à BBC.
"Eu posso ver a diferença entre as meias brancas, cinzas e pretas. E minha ambição agora é sair em uma noite de céu limpo e poder ver a lua", disse.


BBC Brasil

Relatório diz que Igreja Católica escondeu abuso de menores na Irlanda


Um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Justiça da Irlanda acusa autoridades da Igreja Católica do país de acobertarem casos de abusos de crianças cometidos por sacerdotes entre os anos de 1975 e 2004.
O documento traz os resultados de investigações sobre como autoridades irlandesas e da Igreja lidaram com denúncias de abuso sexual contra 320 menores cometidas por 46 padres da arquidiocese de Dublin, 11 dos quais já foram condenados.
Nesta “amostra representativa” investigada, as denúncias de abusos contra meninos representam quase o dobro das denúncias cujas vítimas são meninas.
Segundo o relatório, ao lidar com estes casos, as autoridades eclesiásticas priorizaram a proteção da reputação da Igreja e não a proteção das vítimas.
“A preocupação principal da arquidiocese de Dublin ao lidar com os casos de abuso sexual de crianças, pelo menos até meados dos anos 1990, era a manutenção do segredo, a busca de se evitar o escândalo, a proteção da reputação da Igreja e de seus bens”, diz o documento.

Abusos
Para os autores da investigação, os líderes da arquidiocese estavam mais preocupados em evitar que os casos fossem a público do que em impedir que os responsáveis pelos crimes cometessem novos abusos.
Assim, no lugar de serem denunciados à polícia, os sacerdotes acusados costumavam ser transferidos de paróquias.
De acordo com o relatório, a arquidiocese “fez de tudo para evitar a aplicação da legislação” nestes casos. Além disso, quatro arcebispos, três dos quais já morreram, são acusados de não entregar informações sobre os suspeitos às autoridades.
O documento afirma ainda que as autoridades irlandesas facilitaram o acobertamento dos casos ao permitir que a Igreja operasse acima da lei.
Segundo os autores, foram registrados casos em que policiais reportaram denúncias de abusos contra padres às autoridades da Igreja no lugar de investigarem as acusações.

“Vergonha”
O ministro da Justiça da Irlanda, Dermot Ahern, cuja pasta foi responsável pelo relatório, afirmou que as informações contidas no documento são “um escândalo de grande escala” que mostram “que o bem-estar das crianças não valia nada”.
Ele prometeu levar à Justiça os responsáveis pelos abusos, não importando quando tempo tenha se passado desde os crimes.
Após a divulgação do relatório, o atual arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, afirmou que “nenhum pedido de desculpas seria suficiente” e afirmou sentir “vergonha e tristeza com o que ocorreu”.
A publicação do documento acontece seis meses depois da publicação do chamado relatório Ryan, que continha denúncias de abusos físicos e psicológicos contra quase duas mil pessoas em instituições católicas na Irlanda.

Leia também na BBC Brasil: Inquérito denuncia abuso sexual ‘endêmico’ de meninos na Irlanda


BBC Brasil

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A dor das mães que sofrem ao ver os filhos no mundo do crack


Elas não sabem mais a quem pedir ajuda: foram ao conselho tutelar, ao fórum, procuraram atendimento, mas não conseguiram resolver o problema

O problema da dependência química vai além do usuário: chega às famílias, que perdem a esperança na luta contra as drogas. São mães que não sabem mais a quem pedir ajuda depois de tentar de tudo: foram ao Conselho Tutelar, ao Fórum, procuraram atendimento, mas não conseguiram resolver o problema dos filhos. Mas há esperança: a quarta reportagem da série “Pedra da Morte” traz histórias de pais que conseguiram vencer o crack.
A recicladora Rosângela Francisca Correia é mãe de nove filhos – o mais velho está preso no Centro de Triagem (Cotel) em Abreu e Lima. O de 14 anos, já causa grandes problemas. “Até me espancar, ele me espanca. Eu amarro ele, tem horas que preciso amarrar de corrente nas pernas , porque eu não aguento. Ele dá nos meninos em casa, ele quebra as coisas”, comenta.
Na vizinhança de Rosângela há outras famílias devoradas pelas drogas. “Ele rouba, faz pequenos furtos. Então, o povo procura saber onde ele mora e vem à procura. Eu mesmo pago. É um pequeno furto de bicicleta, de panela, de roupas e mais que eu não posso dizer. Pago para não ver eles ‘estirados’ no chão”, comenta Elianai Albuquerque .
O desespero se reflete nos rostos de diversas mães que passam pelo mesmo sofrimento. “Eu moro em Camaragibe. Anteontem, vim buscar meu menino que está roubando, cheirando cola, fazendo tudo o que não presta na vida. Eu não sei mais o que faço”, desabafa uma das mães encontradas pela reportagem
As instituições que deveriam ajudar essas famílias acabam se distanciando do problema. “A gente já foi para o Conselho Tutelar, para o Ministério Público, para o Fórum. Já falou com juíza, com tudo. Ontem, a gente foi para o Conselho Tutelar de Olinda de novo. Eu falei para eles que meu filho estava violento. Era para eles virem aqui em casa, mas não vieram”, explica Rosângela.
De acordo com o coordenador dos Conselhos Tutelares de Olinda, Robson Catanheiras, o órgão apenas orienta os pais a procurarem os programas indicados para casos de dependência. “Enquanto órgão de defesa sentimos muita dificuldade nessa orientação. Quem pratica os serviços de fato são as Secretarias de Políticas Sociais dos municípios e estadual. Nós apenas encaminhamos para esses serviços”, explica.
O conselheiro explica também que o órgão não pode obrigar a criança ou o adolescente a se tratar. “Nós orientamos os pais , mas não podemos obrigar a criança ou o jovem a freqüentarem os locais indicados. Eles devem ir por vontade própria”.

DINHEIRO

A droga não poupa ninguém. “Eu tenho um acesso fácil ao dinheiro, porque o meu avô me proporciona uma mesada toda sexta-feira. Toda sexta-feira era o dia de eu receber. Ele me dava R$ 350 e colocava gasolina no carro”, explica o estudante Felipe Flamarion , 24 anos. O rapaz é descendente de uma família de políticos em Alagoas, trancou duas faculdades e está no terceiro internamento para se curar da dependência de crack.
Roberto Caldas já passou por onze internações. Depois da última tornou-se coordenador de uma comunidade terapêutica. Ele está sem drogas há um ano e sete meses, graças à ajuda dos pais. “Eu me lembro quando, antes da minha última internação, meu pai me pegou em casa e disse ‘você tem três opções’. Uma seria eu me tratar; a outra seria sair de casa com a roupa do corpo, porque eu não tinha nada, tudo era a minha mãe que me dava, nunca tive responsabilidade”, admite. A terceira opção seria ser algemado pelo pai para andar com ele no carro e dormir amarrado na cama, com uma corrente e um cadeado.
A enfermeira Edilene Félix já passou 48 dias em um presídio esperando pelo filho de 20 anos, preso por tráfico. “Eu não ia desistir dele nunca, o que eu pudesse fazer, nós iríamos fazer para resgatá-lo. E foi o que nós fizemos”, explica. O pai do jovem, Eduardo Viana, é mais duro. “Ele foi uma pessoa de sorte porque está apenas preso, poderia estar morto”, comenta.
Quando o filho do casal concordou com um internamento, a mãe comprou um enxoval para o rapaz. “O sentimento de culpa é muito grande e a gente fica pensando o que podia ter feito para poder ter resgatado ele antes que tudo isso viesse a acontecer”, desabafa Edilene. Os pais esperaram seis meses – período da internação. Quando o filho voltou, procuraram facilitar o tratamento, que deve durar a vida toda. “Estávamos ansiosos, então resolvemos pintar o quarto dele”, conta. Decidiram pintar a casa toda para recebê-lo em um ambiente diferente. “Queremos que ele entenda tudo isso e também seja diferente do que era, espera Eduardo Viana.

Fonte: Pe360°

Casos de HIV dobraram em 10 anos no País



O número de casos de contaminação pelo vírus HIV em pequenos municípios do País dobrou no período entre 1997 e 2007. Boletim Epidemiológico de DST-Aids divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde mostra que, em cidades com menos de 50 mil habitantes, a taxa de incidência da doença passou de 4,4 casos por 100 mil habitantes para 8,2 por 100 mil.
Tendência inversa é registrada nos grandes centros urbanos. Em cidades com mais de 500 mil habitantes, a taxa de incidência doença caiu 15% entre 1997 e 2007: de 32,3 para 27,4. Nas regiões Norte e Nordeste, no entanto, esse comportamento não se repete. Ali, a doença aumenta tanto em pequenas quanto em grandes cidades
Esse fenômeno preocupa a diretora do departamento de DST-Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariangela Simão. "Os números mostram que é preciso ações específicas em cada localidade, abordagens diferentes para que resultados de prevenção da doença sejam bem sucedidos", observou. Mariangela observa que na região Norte há um complicador: por questões geográficas, o acesso é mais difícil e a estrutura existente para tratamento não é grande

Um país, várias epidemias


O Boletim retrata que o Brasil vive hoje várias epidemias de aids, em cada localidade, com características diferentes. Quando se analisa números gerais, vê-se que a doença está estabilizada no País: com cerca de 33 a 35 mil casos por ano. Mas quando se analisa por regiões, a situação muda. Além de Norte e Nordeste, a doença aumenta de forma expressiva no Sul - empurrado pelos indicadores do Rio Grande do Sul. Em apenas dois anos (entre 2005 e 2007), a taxa da doença no Estado saltou de 32,2 por 100 mil habitantes para 43,8 por 100 mil habitantes. De acordo com Mariangela, a principal causa de expansão da doença no Estado é transmissão heterossexual.
Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as taxas de incidência caíram. Mas no Sudeste, os números são considerados ainda elevados
O boletim confirma ainda tendências registradas em anos anteriores, como o aumento de caso de aids entre meninas. Na faixa etária entre 13 e 19 anos, a cada 8 casos em meninos, são registrados 10 casos em meninas
A tendência de aumento da incidência entre gays jovens também é visto como um fato preocupante. Na faixa etária entre 13 e 24 anos, o número de registros passou de 29% para 43,2%, no período entre 1997 a 2007.

Fonte: Gazeta Online

Maioria das mulheres que denunciam violência é negra, casada e tem entre 20 e 40 anos


BRASÍLIA - A maioria das mulheres que buscaram a Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) entre 2007 e 2009 é negra (43,3%), tem entre 20 e 40 anos (56%), está casada ou em união estável (52%) e possui nível médio (25%). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e indicam que 93% das denúncias foram feitas pelas próprias vítimas.
O estudo mostra ainda que a maioria dos casos (78%) é de crimes de lesão corporal leve e ameaça. A metade dos agressores são cônjuges das vítimas.
Outro destaque do balanço indica que 69% das mulheres que recorreram ao serviço relataram sofrer agressões diariamente e que 34% delas se sentem em risco de morte. Entre os agressores, 39% não fazem uso de substâncias entorpecentes ou de álcool e 33% vivem com a vítima há mais de dez anos.
Dos 86.844 relatos de violência, registrados entre 2007 e 2009, 53.120 foram de violência física, 23.878 de violência psicológica, 6.525 de violência moral, 1.645 de violência sexual, 1.226 de violência contra patrimônio, 389 de cárcere privado e 61 de tráfico de mulheres.
Apenas entre janeiro e outubro de 2009, a Central de Atendimento à Mulher registrou 269.258 denúncias - um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2008, quando houve 216.035. Do total de atendimentos, 47% foram buscas por informações sobre a Lei Maria da Penha, com 127.461 atendimentos.(Agência Brasil)

Fonte: Globo

Aluno falta e mães são detidas


O Ministério Público de Mirassol, a 453 km de São Paulo, pediu a prisão de quatro mães por ausência escolar e mau comportamento dos filhos. Para o promotor José Heitor dos Santos, da Vara da Infância e da Juventude, os pais cometeram abandono intelectual ao não explicar por que os filhos estariam faltando às aulas e usando drogas. As mães negam o abandono e acusaram o promotor de abuso de poder e de humilhá-las.
Nenhuma delas foi presa. A delegada da Mulher de Mirassol, Junia Cristina Macedo, não aceitou a voz de prisão e decidiu liberá-las. Para a delegada, não havia justificativa social nem legal para colocar as mães atrás das grades. “Todas separadas judicialmente ou divorciadas, são trabalhadoras e cuidam dos filhos como podem. Legalmente, não havia dolo específico que justificasse a prisão”, disse. Segundo ela, as mães têm dificuldade de receber ou não recebem as pensões dos ex-maridos. “Se eu prendê-las, vou causar uma situação pior ainda.”
As mulheres prestavam depoimento no fórum quando tiveram a voz de prisão dada pelo promotor. Em seguida, foram colocadas em camburões e levadas para a Delegacia da Mulher. “Quando chegamos lá, jornalistas estavam nos esperando. Ele queria era fazer show”, disse Rosangela Soares Andrade, que passou mal quando soube que ia ser presa. “Não sou criminosa, não sou bandida. Trabalho de noite cuidando de doentes, e ainda queriam me levar para o hospital de viatura”, disse. “É só o promotor ir à escola e ver que fui em todas as reuniões, minha assinatura está lá”, afirmou.
C.A.F., de 33 anos, uma das mães, tem hepatite C e cirrose hepática e respira com ajuda de aparelhos. Há dois anos, amarrou o filho de 15 anos na cama para evitar que ele se drogasse. “Não tenho muito o que fazer, preciso cuidar de mim. Não tenho condições de vigiá-lo o tempo todo.”
O promotor não foi localizado para comentar o assunto ontem. Em entrevistas anteriores, ele disse que os jovens usam drogas e são acompanhados há mais de um ano pelo MP.

Chico Siqueira
Fonte: Jornal da Tarde

Violência contra a mulher lembrada em sessão no TST


Pesquisas recentes indicam que a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil”. Com essa informação, a juíza convocada Maria Doralice Novaes, da Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, destacou a importância do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher – 25 de novembro. Na abertura da sessão, a juíza Doralice registrou a data com a intenção de alertar contra a situação ainda vigente no país.
Em seu pronunciamento, a mais recente componente da Sétima Turma fez questão de enfatizar a relevância do próprio reconhecimento do fato. Segundo a juíza Doralice Novaes, isso já fará “com que se possa travar uma luta em todas as frentes contra esses preconceitos, esses estereótipos, e os tabus, que contribuem para difundir e legitimar essa violência. Tenho pra mim que esse tipo de violência mata muito mais que qualquer guerra ou qualquer câncer que o mundo sofra”.
Admirado com a notícia, o presidente da Sétima Turma, ministro Pedro Paulo Manus, fez questão de divulgar o registro da juíza. O ministro Manus falou da grande importância de se difundir esse dado, ”que é alarmente, para tentar se não erradicar, pelo menos diminuir muito esse tipo de violência”, concluiu o presidente. Para a juíza Doralice, a divulgação vale para “tentar encontrar um meio de começar a tratar do assunto de frente”.
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher foi uma data instituída em 1999 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo informações do site da Agência Brasil, manifestações públicas, debates e exposições sobre as formas de violência contra as mulheres estão sendo realizados desde 20 de novembro. Os eventos se estendem até 10 de dezembro como parte da campanha Dezesseis dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. Para acompanhar a agenda dos eventos, a Agência Brasil divulga o blog ww.agende.org.br/16 dias.

Tribunal Superior do Trabalho


Revista Jus Vigilantibus


Maternidade atrás das grades

Como é a vida no presídio modelo de Minas Gerais onde as detentas podem ser mães com dignidade


O pequeno e calmo G*, de apenas 9 dias, nem abre os olhos durante o passeio no colo da mãe, Carla, numa manhã de sol em um pátio de paredes cor-de-rosa. Y, 12 dias, mama com vontade, enquanto Francislaine acaricia o cabelo macio da filha recémnascida. Sorridente e esperta, M.L., 1 ano e 2 meses, faz gracinhas para Wagnéia, que, em troca, enche a menina de beijos e abraços. Doces cenas entre mulheres e seus bebês, que remetem a um dia tranquilo num parque ou numa praça ensolarada. Mas, na verdade, elas estão num lugar onde ninguém gostaria de criar um filho: um presídio. Por sorte, são detentas do Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade, em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Inaugurada em janeiro, é a primeira unidade do País com condições dignas de receber presas com filhos de até 1 ano. Uma iniciativa que faz do Estado pioneiro de um movimento pela humanização dentro do sistema prisional brasileiro, abarrotado com cerca de 30 mil mulheres num total de 470 mil confinados. O número de presas cresce 11% ao ano, enquanto o de homens aumenta a um ritmo de 4%. A expansão da população carcerária feminina trouxe o desafio evidente de lidar com cada vez mais detentas grávidas ou com filhos pequenos.
Com 47 mulheres acompanhadas de seus bebês, o Centro de Referência é livre de celas e grades nos seus quatro mil metros quadrados cercados por árvores. São alojamentos com até oito camas e oito berços, que permanecem de portas abertas, dando acesso à brinquedoteca, aos banheiros, à área para banho de sol, ao espaço com tevê. Nas paredes, fotos da família - inclusive de outros filhos - e desenhos de personagens infantis como decoração. Nos corredores, ouve-se o chorinho delicado e os gritinhos alegres dos pequenos, à vontade no lar que conhecem desde que nasceram. No alto das portas, bonequinhos coloridos com dizeres como "Seja bem-vindo", tal qual nas maternidades tradicionais. O espaço alugado foi no passado uma clínica psiquiátrica. A reforma custou ao governo estadual R$ 150 mil. E a demanda é tão expressiva que as gestantes já nem vão mais para lá (apesar do nome). Elas permanecem em uma ala no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, até darem à luz e seguirem com suas crianças para o centro. A ideia é ampliar o local no ano que vem, para oferecer 100 vagas e ter capacidade para receber também as grávidas.
"Começamos a pensar nesse projeto em 2007", diz Maurício Campos Júnior, secretário de Defesa Social do Estado. "No ano seguinte, percebemos o aumento no número de mulheres presas e que elas precisavam urgentemente de uma unidade adequada às necessidades da maternidade."
Enquanto isso, no resto do País, muitos meninos e meninas passam a infância em presídios e cadeias, pois não têm quem possa cuidar deles. A maioria nem tem infraestrutura para abrigar adultos, o que dirá crianças. Superlotação, falta de condições de higiene, goteiras e infiltrações em tetos e paredes, insetos por todos os lados. Boa parte divide colchonetes com outras presas. Alguns tantos dormem direto no chão. Sem contar os maustratos que as mães sofrem e os filhos presenciam. Gestantes não costumam ter regalias. Vão para o banho frio e são obrigadas a aceitar a comida intragável - ou ficar com fome. No final de outubro, por exemplo, uma denúncia mostrou que 88 mulheres viviam presas em quatro contêineres no Presídio Feminino de Tucum, no Espírito Santo. São fatores que fazem da unidade de Vespasiano um sonho perfeito dentro do sistema prisional. As agentes penitenciárias são firmes, mas conseguem ser gentis. Todas têm formação técnica em enfermagem. Há uma equipe multidisciplinar à disposição: ginecologista, pediatra, enfermeira, psicóloga, dentista, assistente social e advogada. As presas participam de cursos de artesanato, cabeleireiro e auxiliar administrativo para, no futuro, terem maiores chances de reinserção social. Também se ocupam dos cuidados com os filhos e são responsáveis por lavarem a própria roupa e as do bebê, além de se revezarem na faxina. O clima é de paz, ornamentado por onipresentes sorrisos maternos orgulhosos.
A maioria das mulheres do sistema prisional brasileiro - 90% - está atrás das grades cumprindo pena por tráfico de drogas. Há as que atendam aos apelos do parceiro preso para lhe levar drogas na cadeia ou dar continuidade ao "negócio". Ou simplesmente vivem na companhia de traficantes e acabam consideradas cúmplices. Outras veem como sendo a saída para manter a casa. Wagnéia Aparecida Silva, 29 anos, ajeita o uniforme (camiseta branca e calça verde-água) antes de se sentar para contar sua história. Vem com a alegre M.L. no colo. "Fui representante de vendas. Fiquei viúva, faltou dinheiro, me desesperei", diz. "Amigos me disseram que no crime eu me daria bem." O marido, faz questão de frisar, era trabalhador. O segundo companheiro, pai da menina, também está preso. "Mas foi porque eu traficava e ele via eu fazer isso em casa. Ele não mexia com droga diretamente", defende. Taciana Pereira, 21 anos, mãe de J., 9 meses, diz que nunca foi criminosa. Gostava, no entanto, de ser mulher do patrão da favela pelo respeito e status da posição e o dinheiro que chegava a suas mãos. "Hoje, sei que era uma ilusão." Wagnéia e Taciana foram umas das primeiras detentas a chegar ao Centro de Referência. Gostam do conforto e da liberdade que o lugar oferece. Mas sabem que estar ali obriga suas filhas ao confinamento também. E a culpa por isso geralmente vem à noite, junto com as lágrimas.
A iniciativa do governo mineiro se adiantou à lei sancionada em maio, que obriga os Estados a oferecer espaços adequados para as presas mães poderem criar seus filhos. O projeto é de autoria da deputada federal Fátima Pelaes (PMDB), do Amapá, que luta pela sua aprovação há 14 anos. Fátima nasceu e viveu num presídio até os 3 anos de idade. A mãe dela cumpria pena por crime passional e engravidou da deputada já na prisão mista (ainda existem 426 penitenciárias nesse modelo). "Há quem diga que cadeia não é lugar de criança. Não é mesmo. Mas há milhares nessas condições, que dividem celas com outros detentos. É uma saída necessária", diz Fátima. O confinamento pode prejudicar o desenvolvimento psicológico infantil, a capacidade de aprendizado e levar ao sentimento de rejeição. Um ponto polêmico da lei é a obrigatoriedade de as crianças permanecerem até os 7 anos com a mãe. Seria muito tempo, dizem os críticos. A deputada garante que elas poderiam sair para ir à escola e que é melhor ficar com a mãe do que sozinho ou malcuidado. São Paulo é um dos primeiros Estados a se adequar. Já estão em construção dois presídios femininos, um em Tupi Paulista e outro em Tremembé, com alas especiais. Outras cinco penitenciárias estão em processo de licitação. O Ceará também estuda licitações. "Quando o homem é preso, é a mulher que mantém a unidade familiar em casa", afirma Andréa Neves, presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e irmã do governador Aécio Neves. Se a presa for ela, o mais comum é que os filhos sejam entregues aos parentes e o marido a abandone. Fortalecendo a relação mãe-bebê, o risco e o impacto são menores.


NINHO - Os alojamentos são claros e espaçosos, com as camas das mães ao lado dos bercinhos. Personagens infantis e fotosde família decoram as paredes. O mais jovem morador, de 9 dias, no colo da mãe. Taciana brinca com a filha J.


O Centro de Referência de Vespasiano trabalha insistentemente essa ligação. Mas também foca no momento da separação. "Lembramos as mães que é apenas um até logo", diz a psicóloga Diana Mara da Silva. As crianças são encaminhadas para as famílias das presas. Raramente, garante a psicóloga, elas acabam em abrigos. "Procuramos alguém, nem que seja um parente mais distante ou um amigo, que possa cuidar bem desse bebê." Todas são gratas por estarem onde estão, pela oportunidade de poderem presenciar o primeiro ano das crianças e ter a chance de amamentar. No entanto, por melhor que seja essa fase, nada ameniza a hora de entregar o bebê. Parece ser o único assunto que faz as mães-detentas olharem com tristeza para seus filhos, demonstrando medo pelo futuro. "Dói só de pensar", diz, entre lágrimas, Francislaine Garcia, 19 anos, mãe da pequena Y. "Não quero acreditar que vai acontecer", diz a séria Carla Souza, 20 anos, mãe de G. Para Taciana, mãe de J. "não existe se preparar para se separar de filho". M.L., filha de Wagnéia, deixou a mãe na sexta-feira 20 para viver com uma tia. A detenta tem sido acompanhada de perto pela psicóloga. "Mas não há tratamento que faça alguém aceitar a dor de perder um pedaço da vida", diz, enquanto a menina lança mais um sorriso encantador para a mãe guardar de lembrança. E ter um motivo forte para nunca mais cometer qualquer ato que possa jogá-la atrás das grades.

Suzane G. Frutuoso, de Vespasiano (MG)

* Foram usadas só as iniciais das crianças para preservá-las


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