sábado, 12 de dezembro de 2009

Reconhecimento social é a principal razão para jovens pobres entrarem no tráfico, diz pesquisa

Jovens que entraram para o crime e conseguiram sair com a inclusão - Michel Filho


RIO - Conquistar meninas, ter poder na comunidade e ostentar armas. Reportagem de Cláudio Motta publicada na edição deste domingo do Globo mostra que depois de sete meses de entrevistas, pesquisadores constataram que o maior fator de atração dos jovens para o crime é o reconhecimento social. A conclusão é da pesquisa inédita "Meninos do Rio: jovens, violência armada e polícia nas favelas cariocas", promovida pelo Unicef e coordenada pela cientista social Sílvia Ramos, do Centro de Estudos de Criminalidade e Cidadania (Cesec), da Universidade Candido Mendes. O trabalho será lançado no próximo dia 21, com o objetivo de explicar as razões pelas quais os jovens entram no crime, além dos motivos alegados para sair da criminalidade.
De acordo com a pesquisadora, mitos sobre as razões do envolvimento de rapazes com traficantes estão caindo. Roubar para comprar um tênis, porque a família é desestruturada ou para compensar sua pobreza não foram os principais motivos apontados. Além disso, os entrevistados revelaram que os rendimentos do tráfico vêm caindo. Muitas vezes, um traficante fica uma semana sem receber. Quando há o boato de que uma Unidade de Polícia Pacificadora será implantada na favela, tende a aumentar a procura de emprego pelos jovens.
- Por que entram para um negócio tão ruim, que maltrata tanto, é tão perigoso? Porque ainda há um apelo simbólico. As meninas reconhecem os bandidos, têm essa questão da sexualidade, que foi um tema não previsto, mas que se impôs à pesquisa - diz Sílvia Ramos.
Outro fator importante para atrair jovens de comunidades para a ilegalidade, de acordo com a pesquisa, é a proximidade com os bandidos que controlam os locais onde eles crescem. O gestor de programas do Unicef no Rio, Jacques Schwarzstein, salienta que a pesquisa revela a importância de uma abordagem individual do problema e de se evitar estereótipos:
- As razões ditas são sempre socioeconômicas: o jovem entra no tráfico para comprar um tênis. Essa explicação é simplória. Evidentemente, o tênis é um objeto de desejo, mas, para um adolescente optar pelo tráfico, há um conjunto de fatores certamente muito mais complexos do que o tênis na vitrine.
Foram entrevistadas formalmente 104 pessoas. Além disso, uma pesquisa quantitativa foi realizada com a participação de 14 jovens, que entrevistaram 241 rapazes e moças de 14 a 29 anos no Complexo do Alemão e na Zona Oeste. Para Sílvia Ramos, é necessário complementar o trabalho, fazendo uma abordagem semelhante, mas focada em jovens de classe média.


Especialistas avaliam Suzane Richthofen



A jovem que participou do assassinato dos pais, em 2002, já cumpriu um sexto da pena. Entrevistada por psicólogos, psiquiatras e uma assistenta social, ela pediu uma segunda chance


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Clima: manifestantes do mundo inteiro pedem pelo clima; incidentes em Copenhague


Milhares de manifestantes saíram às suas neste sábado em vários países para pedir um acordo ambicioso e empenhado à Conferência sobre o Clima de Copenhague, onde foram registrados alguns incidentes.

A capital dinamarquesa recebe desde segunda-feira passada, até 18 de dezembro, delegados de 193 países, encarregados de assinar um acordo que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2013.
A região Ásia-Pacífico, que abriga inúmeros Estados, entre eles algumas ilhas, particularmente vulneráveis ao aquecimento global, deram início às manifestações, com 50.000 pessoas, segundo organizadores, nas ruas de Austrália, Camberra, Sydney e Melbourne principalmente, usando laços azuis.
Em Manila, centenas de pessoas, a maioria estudantes, manifestaram vestidas de vermelho, com faixas defendendo a energia solar, em frente à prefeitura da capital filipina.
Em Hong Kong e Jacarta, grupos de centenas de manifestantes se juntaram para pedir uma ação contra a mudança climática.
Em Copenhague, 30 mil manifestantes, segundo a polícia, e 100 mil de acordo com os organizadores, foram às ruas enfrentando o frio no início da tarde.
Do Parlamento, no centro da cidade, o cortejo saiu em direção ao Bella Center, onde está sendo realizada a Cúpula sobre o clima da ONU, a 6km ao sul da cidade.
Centenas de metros após a largada, um grupo de quase 300 manifestantes inteiramente vestidos de preto, munidos com picaretas e martelos, atacou vitrines no percurso, constatou um jornalista da AFP no local. Eles foram cercados por 50 policiais antimontins, que os mobilizaram no chão para depois interrogá-los.
Os desordeiros se dispersaram em seguida em pequenos grupos de cinco ou seis para se juntarem ao cortejo, de onde saem pontualmente para quebrar vidraças.
"Estamos vigiando os grupinhos extremistas", disse antes à AFP o porta-voz da polícia, Henrik Jakobsen, enquanto helicópteros das forças de ordem circulam no espaço aéreo da manifestação.
O pequeno grupo de extrema esquerda "Never Trust a Cop" ("Nunca confie em um policial", nota da redação) convocou uma manifestação anticapitalista no centro da cidade.
A maioria dos manifestantes, vindos de carro e de trem das grandes cidades da Alemanha, de Londres, de Amsterdã ou ainda de Milão, é de origem europeia, mas inúmeros asiáticos, entre eles chineses e coreanos, estão presentes, assim como alguns africanos.
A manifestação está sendo acompanhada por dezenas de delegados nas televisões instaladas nos corredores da conferência de Copenhague.
Quase 3.000 pessoas, a maioria vestida de azul claro, formou péla manhã um primeiro ato em Copenhague, convocadas pelo grupo Amigos da Terra, que pretendem formar uma "maré azul" para a justiça pelo clima.
Um manifestante fantasiado de Papai Noel dizia com um cartaz que o aquecimento avança duas vezes mais rápido no Ártico: "Meu Rudoph (a rena que o acompanha) não pode mais suportar".
Sexta-feira, 75 pessoas foram interrogadas e três, dois britânicos e um francês, foram expulsos.
"Toda semana, ouvimos muitas desculpas da parte dos países do norte, responsáveis da crise ecológica", disse Lidy Nacpil, militante filipina da Jubilee South Coalition em Copenhague. "Hoje, estamos nas ruas para pedir o reparto da dívida ecológica em favor do Sul".
Pela primeira vez na história da diplomacia climática, nascida em 1992 com a adoção da Convenção da ONU, o movimento antiglobalização se aproximou das organizações ambientais.
O eurodeputado francês José Bové, símbolo da luta contra a globalização, declarou à AFP ter ido a Copenhague "aliar justiça climática à justiça social": "hoje, não existe diferença entre o combate ao aquecimento climático e luta por um outro mundo".
A organização Oxfam mobilizou várias personalidades, entre elas a modelo dinamarqueza Helena Christensen, a cantora Angelique Kidjo, a ex-comissaria da ONU para os refugiados Mary Robinson, que devem falar à multidão.
No final da tarde, o ex-arcebispo sul-africano do Cabo Desmond Tutu deve participar de uma vigília no Bella Center.

AFP


12 de dezembro - Dia de Salvar o Clima


Chegou a hora de agir. A maior ameaça? Que entre a politicagem e a burocracia, o mundo se esquece o que está em jogo.

Clique aqui para cadastrar uma vigília pelo clima.

Então o plano é o seguinte: durante as negociações, organizar vigílias à luz de velas em cada canto do planeta, dando assim uma face humana à crise climática. Será a maior mobilização climática já vista, um evento que os líderes mundiais e meios de comunicação não poderão perder.
Para começar, basta escolher um bom local para a vigília e cadastrá-lo no nosso mapa. Organizar o evento é mais fácil ainda - basta trazer algumas velas e distribuir mensagens (que serão disponibilizadas por nós) para as pessoas se revezarem na leitura. Demora menos de uma hora para organizar - e os membros da Avaaz na sua área serão convidados a participar.
O clima precisa de nós, vamos reagir à altura.

http://www.avaaz.org/po/real_deal_hosts

Faltam poucas semanas para o momento mais importante na luta contra o aquecimento global. Nós não esperamos, nem admitimos, nada menos do que é necessário para salvar o nosso planeta.

Veja como cada evento vai fazer a diferença:
Pressão nacional - nas negociações globais cada país faz a diferença, para melhor ou para pior. O problema é que na maioria das vezes as negociações internacionais não são acompanhadas ao nível nacional. Portanto, eventos locais mostrarão aos governantes que no/em Brasil nós estamos atentos , e contamos com o poder de um movimento internacional coordenado para identificar e denunciar os países que boicotarem o progresso.
Mídia internacional - para gerar uma história para a mídia internacional é preciso colocar o mundo em ação. Precisamos mostrar aos jornalistas que este não é só mais um protesto: é um dia de ação global coordenado e em escala maciça. Nós já demonstramos que isto funciona – a nossa Hora de Acordar Global e o dia de ação 350, geraram uma enorme cobertura da imprensa internacional este ano. Durante as negociações de Copenhague o interesse da mídia será ainda maior. Milhares de vigílias em todo o planeta irão dar à este evento a escala que precisamos para ter um impacto midiático.
Registro fotográfico - Fotos das vigílias ao redor do mundo serão impressas e entregues aos negociadores e líderes globais em Copenhague. Eles são a prova de que pessoas do mundo todo esperam uma solução ambiciosa para o nosso planeta: um acordo climático pra valer. As fotos da ação serão colocadas na Internet para milhões de membros da Avaaz verem e também serão distribuídos para a mídia internacional.

O clima não pode esperar – todos nós podemos fazer a diferença.

http://www.avaaz.org/po/real_deal_hosts
Obrigado por fazer parte disso tudo,
Alice, Ricken, Ben, Taren, Iain, Graziela, Sam, Milena, Paul, Luis, Julius, Lisa e toda a equipe Avaaz

SOBRE A AVAAZ
Avaaz.org é uma organização independente sem fins lucrativos que visa garantir a representação dos valores da sociedade civil global na política internacional em questões que vão desde o aquecimento global até a guerra no Iraque e direitos humanos. Avaaz não recebe dinheiro de governos ou empresas e é composta por uma equipe global sediada em Londres, Nova York, Paris, Washington DC, Genebra e Rio de Janeiro. Avaaz significa "voz" em várias línguas européias e asiáticas.

Telefone: +1 888 922 8229

Fonte para edição no Rema:
Leinad Carbogim - leinad@webcabo.com.br

por João Suassuna — Última modificação 02/12/2009 00:36


Polícia investiga exploração de menores

Segundo denúncia anônima, adolescentes trabalhariam como garçons em festas e alguns deles sofreriam abuso sexual
Maíra Soares
Após receber uma denúncia de exploração trabalhista e sexual de menores, membros do Conselho Tutelar de Bauru, Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e Polícia Civil abordaram dois ônibus na quadra 27 da rua Bernardino de Campos, no Parque Viaduto em Bauru, na manhã de ontem. Os veículos levariam adultos e cerca de 20 adolescentes para trabalhar como garçons em festas promovidas por empresas do setor de eventos, entre elas a bauruense Ticomia, em diversas cidades do Interior.
Por segurança, os menores foram impedidos de viajar, levados ao Conselho Tutelar e entregues aos responsáveis. Três mulheres foram presas. A delegada titular da DDM, Luciana Claro Rodrigues, informou que abrirá inquérito para apurar a veracidade das acusações.
Segundo relato das vítimas ao Conselho Tutelar, os adolescentes, meninas e meninos de 15 e 16 anos, eram contratados por uma empresa que prestava serviços terceirizados representada por Getúlio Valentim, e receberiam R$ 40,00 por dia de trabalho como garçons.
A denúncia anônima feita na manhã de ontem aponta que, depois das festas, drogas e álcool seriam oferecidos aos menores e alguns deles seriam abusados sexualmente.

“São menores trabalhando, isso não poderia acontecer. Há uma ilegalidade em relação à legislação trabalhista, fora a denúncia de que, após as festas, elas seriam abusadas sexualmente”, diz Rodrigues.
Em entrevista à TV TEM, o empresário e ex-garçom Getúlio Valentim negou as acusações de assédio sexual, mas confirmou que empregava adolescentes irregularmente em sua empresa.
Equipes da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) revistaram os ônibus e os pertences de todos os seus ocupantes, mas nenhum tipo de droga foi encontrada. Apenas um menor foi apreendido por possuir mandado de busca e apreensão.
Outros dois ônibus que levavam funcionários para festas contratados pela mesma empresa já haviam partido no momento da chegada da polícia. Os destinos dos veículos eram Ourinhos, Araçatuba, São Carlos e Sorocaba.
Três funcionárias maiores de idade, que estavam nos ônibus e preferiram não se identificar, confirmaram ao JC a natureza exploratória do trabalho e o emprego de menores, mas negaram o uso de drogas e o abuso sexual.
“A gente vai mesmo porque precisa, porque aquilo lá é trabalho escravo. Trabalhamos para uma festa de oito mil pessoas em São Carlos no fim de semana passado. Foi cansativo, cheguei a passar mal. Mesmo assim, pediram para eu continuar trabalhando”, alegou uma delas.

Convite

Uma mãe, que também preferiu permanecer no anonimato, conta que a filha de 15 anos e algumas amigas trabalharam em festas anteriores. Segundo ela, as meninas recebiam do contratante convite para ir ao motel.
“É um trabalho escravo, os meninos trabalham da hora que chegam até hora que saem e têm só cinco minutos para descansar. O que as meninas contam é que o ‘seo’ Getúlio chamava as meninas para ir para o motel”, relata.
A delegada da DDM afirma que agora o trabalho será de averiguar a veracidade das denúncias. “Por medida de segurança, impedimos os ônibus de sair com os menores. Agora vamos investigar se os fatos são verdadeiros ou não. Vou abrir inquérito para apurar a exploração de menores, o abuso sexual deles e o uso de álcool e entorpecente. Será investigado o senhor Getúlio Valentim, e também foi citado o nome de Cléber e da empresa Ticomia/Comiato”, afirma.
Maurício Pugliese, um dos proprietários da Ticomia, alega que a empresa é vítima do serviço terceirizado que contratou. “A verdade é que esse (trabalho de garçons) é um serviço terceirizado. Essa denúncia está sendo apurada e averiguada, mas não tem nada a ver com a Ticomia. É uma empresa que é contratada, terceirizada para contratar os garçons para a gente. Fiquei sabendo agora (ontem) que tinham alguns menores, para a surpresa nossa. A gente contratou uma empresa, e ele (Getúlio) é que estava errado”, diz.
Pugliese ainda alega que a empresa não permite trabalho de menores em seus eventos. “Quando a gente chega nos nossos eventos, fazemos essa conferência (checam os documentos para se certificar da idade das pessoas contratadas). Isso ocorreu antes de chegar no nosso evento. A gente não permite, de forma alguma, o trabalho de menor”, frisa.
Pugliese acrescenta que, na Ticomia, quatro adolescentes executam trabalhos internos por meio do programa “menor aprendiz”, nos setores de despacho operacional e área fotográfica.
“O ônibus onde foram encontrados esses menores de idade também iria transportar pessoas para trabalhar em cidades onde nós nem temos eventos agendados hoje (ontem), como Sorocaba, por exemplo”, acrescenta.

Fonte: Jornal da Cidade

Jovens de favelas têm postura conservadora em relação às drogas


Jovens de favelas têm postura conservadora em relação às drogas, diz especialista

Rio de Janeiro - Os jovens moradores de favelas têm uma visão mais conservadora e crítica em relação às drogas do que a classe média. A postura é fruto da convivência diária com o tráfico, como forma pragmática de garantir a própria sobrevivência. A análise é do coordenador do Programa de Jovens em Território Vulnerável (Protejo) no Complexo da Maré, Carlos Costa.
“Eles têm uma posição muito rígida em relação às drogas. A grande maioria não aceita a descriminalização do usuário e é mais favorável à punição, tanto para usuário quanto para traficante. Além disso, acham que a flexibilização de pena para o usuário faz ele ficar mais vulnerável, porque cria uma possibilidade maior de ser usado pelos traficantes para transportar drogas”, afirmou Costa.
O assunto será debatido hoje (12) no 1o Seminário de Drogas e Dependência Química do Protejo-Maré, que reunirá jovens, lideranças comunitárias e especialistas, a partir das 9h30, no auditório do Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam), em Bonsucesso, zona norte do Rio.
Ligado à ONG Viva Rio, Costa morou durante 40 anos na favela da Rocinha e atualmente é responsável pelo Protejo-Maré, que atende 500 jovens. A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, e oferece oficinas profissionalizantes e atividades educativas, esportivas e culturais para jovens em situação vulnerável.
Segundo ele, a repulsa que a maioria das famílias de comunidades tem em relação às drogas é muito mais uma questão de sobrevivência do que uma posição cultural ou religiosa.
“O conservadorismo é menos pautado pelo posicionamento político e muito mais pelo risco, pelo medo e pela vulnerabilidade que as próprias famílias dos usuários ficam, pela ação policial ou pela retaliação de outra facção criminosa. O envolvimento com drogas na favela é perigo de vida. É literalmente o caminho da morte”, sustentou.
Entre as drogas mais devastadoras, ele citou o crack, lembrando que ele é consumido tanto na periferia quanto na classe média, mas com uma diferença: “O garoto favelado conhece a pedra de crack antes de conhecer o primeiro professor. Isso não acontece no asfalto, onde o contato com as drogas é uma questão de opção, ao contrário da favela.”
Outra diferença apontada por ele é a falta de serviços de saúde voltados à recuperação dos viciados pobres, que não dispõem de meios particulares de tratamento, como a classe média. Também a abordagem policial é diferenciada, segundo classe social.
“O Estado é ausente nas favelas em relação à prevenção às drogas. Você não tem nenhuma ajuda terapêutica. Na classe média, existem alternativas e a droga é coibida de forma diferente. A gente sabe claramente que a maior boca de fumo no Rio de Janeiro é o Posto 9 [em Ipanema], mas a relação com os usuários é diferente da com os usuários da Rocinha e da Maré”, comparou.

Por: Vladimir Platonow
Fonte: Agência Brasil

PI: Mulher foi grande vítima dos assassinatos no ano de 2009


O número de denúncias de violência contra a mulher vem crescendo no Piauí. A delegada da Mulher, Vilma Alves, afirma que depois de sancionada a Lei Maria da Penha, que protege mulheres contra violência física e psicologia, as vítimas se encorajaram a denunciar seus parceiros. "Na medida em que a mulher toma consciência de seus direitos, ela passa a não temer as reações dos agressores porque sabe da existência de uma lei que a protege e garante sua integridade física e metal", afirmou a delegada.
A delegada esclarece que caminhadas e campanhas de conscientização servem como parâmetro de amostragem da força de qualquer movimento que vise o bem estar do cidadão. "Tivemos uma belíssima participação de todas as mulheres da capital. A campanha tem por intuito alertar e despertar sobre a violência física e psicológica, esta última, que maltrata mais. A agressão contra a mulher não pode ser banalizada", definiu a delegada.
Ela afirma que o ano de 2009 foi considerado o ano do assassinato contra as mulheres. Segundo a delegada, mais de 20 mulheres foram vitimas de homicídios no Piauí. "Este dado nos chocou muito. É preocupan-te saber que, mesmo depois da Lei Maria da Penha, crimes como este ainda acometem a sociedade. Uma lei tão fortale-cida e de conhecimento profundo", pontuou a delegada.
Em 2008, a Delegacia da Mulher registrou um grande incidente de estupros no Piauí, que, de acordo com a delegada Vilma Alves, teve um declínio. "Este ano não, graças a grandes campanhas de conscientização tivemos um número reduzidos de casos de violência sexual contra as mulheres do Estado. Esperamos, também, a cons-cientização dos homens para que os dados sejam diminuídos em todos os tipos de agressão", conclui a delegada.

Fonte: TV Canal 13

Lojas vendem produto com amianto em SP


SÃO PAULO - A Vigilância Sanitária (Visa) de São Paulo realizou no início do mês uma fiscalização em lojas de materiais de construção de 24 cidades para monitorar o comércio de produtos feitos à base de amianto. O uso dessa matéria-prima, considerada nociva à saúde, está proibido no Estado desde 2008. Ainda assim, 54 dos 79 estabelecimentos inspecionados estavam irregulares. Segundo a diretora da Divisão de Saúde do Trabalho da Visa, Simone Alves dos Santos, as cargas foram interditadas e deverão ser devolvidas pelos lojistas aos fabricantes ou descartadas em aterros apropriados.
Entre outubro de 2008 e outubro de 2009, a Visa inspecionou fábricas que utilizavam a substância no Estado. Das 19 cadastradas no Ministério do Trabalho, afirma Simone, apenas duas não suspenderam o uso - uma no município de Leme e outra em Hortolândia. Elas tiveram a produção interditada até realizarem a substituição por fibra alternativa.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Produtos de Fibrocimento (Abifibro), João Carlos Duarte Paes, diz que, embora o número de lojas fiscalizadas seja pequeno, a iniciativa tem uma função educativa. "Muitos desses comerciantes provavelmente ignoravam a legislação estadual que proíbe a produção e o comércio de produtos contendo amianto. A autuação fará com que os demais também se adaptem", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado

Pai biológico ganha direito de visitar filho de casal de lésbicas


A Suprema Corte da Irlanda decidiu nesta quinta-feira que um homem gay que doou seu esperma para um casal de lésbicas deve ser autorizado a ver regularmente o seu filho --em parte porque a Constituição da Irlanda não reconhece que homossexuais formem uma unidade familiar válida.
A decisão foi a primeira do tipo na Irlanda, onde a homossexualidade era ilegal até 1993 e casais homossexuais não possuem muitos dos direitos garantidos aos casais heterossexuais casados legalmente. Críticos afirmam que o caso destaca como a Constituição de 1937 se choca com as normas europeias contemporâneas e falha em tratar do fato de que centenas de casais homossexuais na Irlanda têm filhos.
Na decisão unânime, os cinco juízes da autoridade máxima constitucional da Irlanda disseram que um tribunal inferior cometeu um erro ao tentar aplicar a Convenção Europeia dos Direitos Humanos em favor do casal de lésbicas. A Suprema Corte concluiu que quando as duas normas estão em conflito a Constituição irlandesa é superior à lei europeia de direitos humanos.
A juíza da Suprema Corte Susan Denham disse em sua sentença que o casal de lésbicas proporciona um lar amoroso e estável para o filho, mas que a Constituição define os pais como um homem e mulher casados, e os gays não têm permissão para se casar na Irlanda.
Ela disse que o direito irlandês identifica o doador de esperma como o pai, e ele, portanto, tinha direito a ter um relacionamento com seu filho.
"Há benefício para uma criança, em geral, ter relação com seu pai", escreveu Denham. "Estou convencida de que o douto juiz da Alta Corte deu peso insuficiente a esse fator".
Em abril de 2008, o juiz da Alta Corte de Justiça John Hedigan decidiu em favor do casal de lésbicas e negou o pedido do homem para ter direitos de visita ou tutela. O homem imediatamente recorreu.
Em sua decisão, Hedigan disse que direito irlandês não continha nada explícito sugerindo que duas mulheres e uma criança possuíssem "qualquer direito menor de ser reconhecidos como uma família de facto que uma família composta por um homem e uma mulher não casados entre si e uma criança".
Hedigan argumentou que o artigo 8º da carta europeia de direitos não discriminava entre heterossexuais e homossexuais na consagração do direito a uma vida familiar privada.
O homem de 42 anos, cuja identidade foi preservada durante dois anos de disputas jurídicas, foi ao julgamento desta quinta-feira e disse que estava contente com o veredicto.
O casal de lésbicas não compareceu.
A Suprema Corte pediu que as duas partes negociassem um acordo sobre quando o homem poderia começar a visitar o filho. A questão da concessão de direitos plenos de tutela ao homem foi enviada de volta para a Alta Corte.
O homem declarou que era amigo do casal de lésbicas e que havia concordado em doar o esperma a uma delas, na condição de que ele seria tratado como o "tio favorito" da família.
Mas após o nascimento, em 2006, a relação entre o casal e ele se deteriorou, chegando a um ponto de ruptura quando as duas mulheres decidiram se mudar para a Austrália com o menino.
O homem recorreu com sucesso à Justiça para impedi-las de sair da Irlanda antes de uma decisão sobre a custódia.
O Parlamento da Irlanda ainda precisa aprovar leis que regulem eficazmente as clínicas de fertilidade e definam regras para o conflito de direitos entre casais gays e doadores de esperma.
No início deste mês, o governo abriu um debate sobre uma lei de parceria civil, que, se aprovada, daria a casais homossexuais muitos direitos semelhantes aos dos casais casados, especialmente em relação à propriedade, herança e finanças. Mas o projeto não inclui o reconhecimento legal do direito de paternidade aos casais gays.
Com forte tradição católica, a Irlanda é ciosa de sua autonomia jurídica e administrativa em relação às leis europeias. O país rejeitou em referendo o Tratado de Lisboa, mas acabou aprovando-o em uma segunda votação neste ano, após receber a garantia reiterada de que o tratado não afetaria a sua neutralidade, a tributação e leis sobre o aborto.

da Associated Press
da Folha Online

Pesquisadores gaúchos tentam traçar o perfil psicológico do brasileiro

Pesquisa ajuda a identificar traços da personalidade e risco de transtornos mentais

Com a ajuda da internet, pesquisadores pretendem traçar o perfil psicológico do brasileiro. Depois de dois anos e meio de trabalho, psiquiatras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) estão lançando um questionário online que permite a cada participante conhecer mais sobre seu temperamento, sua personalidade e o risco de desenvolver transtornos psiquiátricos.
O estudo está centrado no site www.temperamento.com.br. Voluntários com mais de 18 anos são convidados a participar. Até o momento, 2 mil pessoas já responderam ao questionário, avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital São Lucas.
De acordo com o psiquiatra Diogo Lara, professor das faculdades de Biociências e Medicina e coordenador do Grupo de Pesquisa Temperamento e Transtornos Mentais da PUCRS, o objetivo é relacionar o temperamento com a história pessoal, traços psicológicos e transtornos psiquiátricos.
– Vamos começar a analisar os dados a partir de 10 mil participantes e, de março em diante, devemos gerar um artigo científico por mês. Alguns dados mais complexos, porém, só poderão ser analisados quando a amostra chegar aos 50 mil – afirma Lara.
Além de identificar os transtornos mais comuns, os especialistas poderão analisar dados secundários, como o perfil psicológico de homens e mulheres que já fizeram cirurgia plástica estética, fumantes e não fumantes, viciados em chocolate, café ou videogame. Outra possibilidade é verificar se pessoas mais calmas respondem melhor ao tratamento com antidepressivos, por exemplo.
São centenas de perguntas pessoais, divididas em três fases. As questões abrangem o passado e o dia a dia dos participantes, estilo, comportamentos específicos diante de algumas situações e hábitos de saúde, entre outras abordagens.
Ao final de cada fase, o respondente receberá por e-mail um relatório descrevendo o seu temperamento (fase 1), a probabilidade de ter transtornos psiquiátricos (fase 2) e características de personalidade (fase 3). A participação é anônima, mas é preciso informar um e-mail para receber a senha de acesso. Os dados individuais não serão divulgados sob hipótese alguma.
Apesar do resultado individualizado, os participantes não devem encará-lo como definitivo:
– Nada substitui uma avaliação de psiquiatras ou psicólogos para dar um diagnóstico. O questionário serve como triagem, um indicativo de problemas que devem ser confirmados ou não pelo especialista – explica a psiquiatra Miriam Brunstein, pesquisadora colaboradora do estudo.

Sistema identifica desatenção
Para garantir a confiabilidade do estudo, alguns mecanismos foram criados para identificar questionários respondidos sem critério pelos participantes. Algumas perguntas são repetidas propositalmente para comparar possíveis respostas discordantes.
Outra forma de identificar pessoas que respondem qualquer alternativa, sem pensar, é por meio de perguntas que podem induzir a erro. Por exemplo, em determinada ponto, o participante é estimulado, no enunciado da questão, a marcar a opção “às vezes”. Se não seguir a orientação, a atitude é interpretada como falta de atenção.
Os questionários respondidos sem critério são automaticamente excluídos da amostra final. O participante, entretanto, não saberá, e poderá chegar ao fim sem interrupções. Dos 50 mil questionários esperados, a expectativa do psiquiatra Diogo Lara é de que 25% sejam descartados. O índice é considerado normal.

Maicon Bock


Luz misteriosa intriga noruegueses



Uma luz misteriosa apareceu no céu norueguês na quarta-feira de manhã, mostrando o que parecia ser uma explosão na atmosfera.

Algumas testemunhas descreveram o fenômeno como um show de fogos de artifício, mas até agora não há explicação oficial para o que ocorreu.
Kristoffer Rakoczy, que filmou o fenômeno, disse que o clarão começou como uma pequena luz, que teria crescido e se transformado em um círculo maior, para em seguida desaparecer.
Autoridades norueguesas acreditam que pode ter sido o lançamento mal-sucedido de um foguete russo.


BBC Brasil

Polícia divulga retratos falados de bandidos que tentaram assaltar o Espaço Parlapatões e balearam Mário Bortolotto

SÃO PAULO - A polícia divulgou retratos falados de três dos quatro bandidos que tentaram na madrugada do sábado passado assaltar o Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo. Testemunhas ajudaram aos policiais a desenhar o rosto dos três jovens. Além da tentativa de roubo, os bandidos balearam o dramaturgo Mário Bortolotto e o cartunista Henrique Figueiroa (Carcarah).
Mário Bortolotto, de 47 anos, permanece internado na UTI da Santa Casa de São Paulo devido à gravidade do quadro clínico em conseqüência das lesões decorrentes dos três tiros que levou. Segundo boletim médico, ele está consciente e colaborativo, apresenta funções vitais estáveis e respira sem ajuda de aparelhos. Cararah, que levou três tiros na perna, recebeu alta na tarde de segunda-feira do Hospital Sírio Libanês.

As imagens da câmera de segurança do térreo do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, mostram que o dramaturgo Mário Bortolotto, de 47 anos, foi agredido com uma coronhada e chegou a cair no chão antes de ser alvejado por um dos quatro bandidos que tentaram assaltar o teatro na madrugada de sábado. O vídeo mostra também que os bandidos não usaram violência nem se aproveitaram da chegada da atriz Fernanda D'Umbra (ex-mulher de Bortolotto) para entrar no Espaço Parlapatões, como havia sido relatado em versões anteriores. Os quatro assaltantes chegam à frente do teatro muito tempo depois da chegada de Fernanda D'Umbra, passam cerca de meio minuto se preparando, batem à porta e têm a entrada liberada pelo vigia.
Pode-se ver no vídeo que os bandidos vão de mesa em mesa roubando pertences das cerca de 20 pessoas que estavam no local no momento do assalto. Não fica claro o momento da agressão a uma das atrizes que estava no local, Guta Ruiz, mas é possível ver que Bortolotto é agredido e chega a cair no chão. Quando o dramaturgo se levanta, ele e o bandido saem do enquadramento da câmera, portanto, não é possível ver o momento dos disparos. O que se vê é muita correria, pessoas se protegendo e se escondendo atrás do balcão do bar que funciona no local. Todas as imagens capturadas no local na noite do crime estão em poder da polícia.
Mário Bortolotto já respira sem ajuda de aparelhos desde a tarde desta quarta-feira. O médico Vicente Dorgan Neto, da Santa Casa de São Paulo, especialista em cirurgia toráxica, está otimista com a recuperação do paciente. Bortolotto já foi submetido a duas cirurgias - uma para tratar os ferimentos causados pelos projéteis e outra para corrigir uma fratura no braço, causada pela queda.
- Aparentemente Bortolotto não tem nenhuma lesão neurológica e está reagindo bem ao tratamento. Tudo caminha dentro do previsto. Nas primeira horas após o acidente, tínhamos medo de complicações cardíacas, renais e pulmonares, mas felizmente nada disto aconteceu - disse Dorgan Neto.
A mais preocupante, segundo o médico, é uma lesão no coração, feita por uma das balas. Outra delas entrou pelo ombro do dramaturgo e saiu pelo pescoço, perto da coluna cervical. Os exames feitos até agora não mostram nenhuma lesão neurológica, apesar da arriscada trajetória da bala no pescoço.
- Todos os exames feitos até agora mostram que Bortolotto não apresenta nenhuma sequela - disse o especialista.
As câmeras de segurança do Espaço Parlapatões capturaram imagens nítidas do rosto dos quatro assaltantes que invadiram o Espaço Parlapatões .
Para a polícia, os quatro bandidos queriam roubar pertences das cerca de 20 pessoas que estavam no local e o caixa da bilheteria do teatro e do café que funcionam ali. Apenas um deles estaria armado.
A polícia já sabe que a arma que efetuou os disparos tem calibre 380. No local do crime, foram recolhidos pela perícia 7 cápsulas de projéteis disparados e uma cheia, que falhou. As munições usadas contra Bortolotto estavam velhas, o que pode ter salvado a vida do dramaturgo. Além disso, disparos de calibre 380 tem menor impacto que os de calibre 38.
Na noite desta sexta-feira, a partir das 19h os artistas Lourenço Mutarelli, Laerte, Rafael Grampá, Gabriel Bá, Fábio Moon, Rafael Coutinho, Angeli, Guazzelli, Fábio Cobiaco, André Kitagawa, Caco Galhardo, Marcelo Campos vão pintar juntos dois grandes painéis no Espaço Parlapatões, que serão rifados. A verba será revertidada para ajudar Mário Bortolotto e sua família. Também haverá uma apresentação da peça "Brutal", escrita por Bortolotto com verba revertida para o dramaturgo.
No domingo, atores e amigos do dramaturgo, além de frequentadores da Praça Roosevelt, fizeram uma manifestação de repúdio à violência.
Márcia Abas


Leão de zoo de SP faz vasectomia para ganhar companheira


SÃO PAULO - leão Nero, do zoológico de Guarulhos, na Grande São Paulo, passou por uma vasectomia nesta sexta-feira. O objetivo é que o animal possa ganhar uma companheira. A vasectomia foi necessária porque o Ibama proíbe a reprodução em cativeiro de grandes felinos. O leão estava há oito anos sozinho.
Para fazer a cirurgia, os veterinários do zoo tiveram um pouco de trabalho. Nero conseguiu escapar do primeiro dardo com tranquilizantes e do segundo também. Só na terceira tentativa os veterinários acertaram o alvo. Minutos depois, o leão se renderia ao sono. Em seguida, eles tiveram que carregar o animal de 200 quilos até a sala de cirurgia do hospital veterinário.
Os veterinários também aproveitaram para olhar os dentes do leão. Nero passou a infância no circo e os caninos estavam serrados. Depois de se recuperar da operação, Nero vai ficar na mesma jaula de Maya, uma leoa viúva. A cirurgia foi um sucesso e o bicho já está de volta ao zoológico. Mas só vai poder ficar com a companhiera em 40 dias. Será o fim da solidão de Maya e para Nero, e o começo de uma vida ao lado da primeira companheira.


Perícia tem urina, e não sangue dos Nardoni, diz defesa do casal



Roberto Podval contesta exame de DNA feito no Instituto de Criminalística.
Casal cedeu saliva e cabelo para confronto a pedido da Justiça.

Para o advogado de defesa do casal Nardoni, a amostra que o Ministério Público afirma ter sido colhida dos acusados de matar Isabella e que está no Instituto de Criminalística (IC) não é sangue, mas sim urina. De acordo com Roberto Podval, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina morta em 29 de março de 2008, cederam urina e não sangue quando foram realizar exames toxicológicos pela primeira vez no Instituto Médico Legal (IML), em São Paulo. Eles estão presos em Tremembé, a 147 km da capital, e negam o crime.
A afirmação de Podval foi dada nesta sexta-feira (11) por telefone ao G1, dois dias após o IC ter divulgado resultado de um exame de DNA que comprovou que o material genético que está guardado no instituto desde 2008 pertence mesmo ao casal. O teste foi feito pelo IC a pedido pelos defensores dos Nardoni e autorizado pela Justiça, porque os advogados alegaram que Alexandre e Anna Carolina jamais haviam fornecido sangue no IML e existia dúvida sobre a procedência do material armazenado. Em 6 de novembro, eles cederam fios de cabelo e saliva para o confronto genético.
“O que a acusação diz ser sangue é, na verdade, material genético retirado da urina do casal. O que estou dizendo é que não é sangue que está guardado no IC porque eles [peritos] não colheram sangue, mas sim urina. Falei com os pais do casal. Disseram que seus filhos fizeram exame de urina. Portanto, todos os exames que a polícia diz terem sido feitos a partir do sangue que está guardado lá foram tirados do exame toxicológico feito na urina do casal. Só posso constatar que o exame de DNA não foi correto. Não confio no resultado”, afirmou Podval.
O advogado disse que vai entrar com um novo pedido na Justiça, na próxima segunda-feira (14). Dessa vez, ele quer que o juiz Maurício Fossen autorize a realização de um novo exame, mas agora, em um laboratório particular para saber se o que está no IC é mesmo sangue.

'Molho de tomate'
Desde o início das investigações, a Promotoria, a Polícia Civil e os peritos da Polícia Técnico Científica sempre sustentaram o contrário: que foi feita a coleta de sangue de Alexandre e Anna Carolina com a autorização deles. Essas amostras de sangue que estão no IC foram utilizadas para comparação com manchas encontradas nas roupas e no chão do apartamento onde Isabella estava. Segundo a polícia, o sangue do casal foi utilizado para gerar parte das provas contra eles.
Procurado para comentar as declarações do advogado, o promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação, disse que o material genético que está guardado no IC é sangue do casal. “O material é sangue, a não ser que ele [Podval] ache que é molho de tomate”, afirmou Cembranelli.
Segundo o promotor, o exame de DNA de quarta-feira não foi feito para comprovar a autencidade do sangue que ele diz estar no IC. Cembranelli afirma que o resultado do teste serviu apenas para mostrar que o material colhido em 2008 é compatível geneticamente com os fios de cabelo e saliva do casal retirados no mês passado. “A pergunta que foi feita para o juiz [no pedido de exame] era se o sangue pertencia ao casal e não se aquilo era sangue. Agora ele diz que o que está lá é urina? Está bom. Ele precisa ler o processo: são ampolas de sangue que foram lacradas e abertas na nossa frente e de advogadas do escritório dele. Esse tipo de crítica é inaceitável.”

Julgamento
O resultado do exame de DNA irá à Justiça, na segunda, para ser anexado aos autos do processo contra o casal. O objetivo da defesa em questionar se o sangue no IC é mesmo do casal é tentar descaracterizar e encontrar falhas no trabalho da perícia e da acusação.
Em princípio, essa tática não vai modificar a acusação sobre os Nardoni terem matado Isabella. Isso porque há outros indícios apontados pelo Ministério Público para culpar o casal (nenhuma terceira pessoa foi encontrada no apartamento; o tempo que os Nardoni alegam que ficaram fora do quarto não seria compatível para um criminoso matar Isabella e fugir; testemunhas afirmam que só os dois haviam estado com a menina no momento do crime).
A discussão sobre o sangue pode, no entanto, protelar a data do julgamento dos réus. O dia em que eles irão a júri popular deve ser anunciado ainda nesta semana. Para o promotor, Alexandre e Anna Carolina devem ser julgados no primeiro semestre de 2010.

Caso
sabella Nardoni morreu após ter sofrido esganadura e ter caído da janela do sexto andar de um apartamento na Zona Norte da capital, na noite de 29 de março de 2008. Para a Promotoria, a madrasta agrediu a criança, que tinha 5 anos na época, e o pai a jogou do quarto até o chão. O motivo apontado pelo MP é uma discussão. Alexandre e Anna Carolina negam que tenham matado Isabella. Eles alegaram à época que um desconhecido entrou no quarto da menina e a matou. Essa pessoa nunca foi encontrada pela polícia. Recentemente, os defensores do casal cogitaram a possibilidade de ter ocorrido até mesmo um acidente doméstico com a garota: Isabella poderia ter caído sozinha da janela.

Kleber Tomaz

G1

Parece que as Fast-Foods se tornaram saudáveis

Dá para manter dieta e a boa forma sem passar vontade

Depois de dar a largada na dieta, o jeito é equilibrar as refeições e cortar um pouco das calorias e da gordura. Se manter a decisão de emagrecer já é difícil dentro de casa, perto do prato de alface, imagine diante das inúmeras tentações que aparecem em um passeio com os amigos nos restaurantes fast foods. Difícil, não é?
Mas nem tudo está perdido. O que antes parecia impossível, virou tendência nas redes: há versões leves e saudáveis para quem se preocupa com a balança. Selecionamos 8 dicas especiais que vão te ajudar a manter a forma sem passar vontade.
"As gorduras são essenciais para o correto funcionamento do organismo. São fonte de energia e estão presentes na corrente sanguínea, por isso não devemos cortá-las radicalmente, porém, controlá-la é fundamental na fase do regime", explica a nutricionista Daniela Hueb.

Natalia do Vale


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

No Dia dos Direitos Humanos, Lutamos por Justiça, Reparação e Liberdade!


Lutamos por Justiça, Reparação e Liberdade!

Nós, familiares de vítimas da violência do Estado Brasileiro, jovens negras e negros, moradores de favelas e periferias, militantes e cidadãos que lutam e são solidários, levantamos nossa voz no dia 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Mais uma vez denunciamos o genocídio, as execuções sumárias, as torturas, o encarceramento em massa, a brutalidade dos policiais e agentes carcerários (agentes do Estado) . O Brasil, apresentado como um paraíso tropical onde serão realizadas a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, parece mais um gigantesco campo de concentração e extermínio.
Denunciamos os interesses econômicos e o racismo das elites, a corrupção política e policial que estão por trás de tanta morte e violência. Manifestamos nossa solidariedade aos movimentos sociais que lutam pelos direitos do povo e são por isso criminalizados e perseguidos, como os sem-terra, sem-teto, povos originários, quilombolas, comunidades ameaçadas de despejo, sindicalistas.
O Judiciário não pode contribuir para o extermínio da população negra e pobre! O sistema judiciário brasileiro (juízes, desembargadores, promotores, etc) tem ampla parcela de responsabilidade nessa situação.
Crimes supostamente cometidos por negros e pobres são investigados e julgados muito rapidamente, sentenças são proferidas tendo às vezes como "prova" apenas o depoimento de policiais. As horrendas cadeias brasileiras estão superlotadas de pobres e negros, muitos com pena vencida ou direitos não atendidos. Indenizações e reparações para vítimas de violações de direitos também são negadas ou demoram anos para serem concedidas.
Por outro lado, crimes cometidos por agentes do Estado, políticos e empresários levam anos para serem investigados e julgados, quando o são. Criminosos dessa classe são irresponsavelmente libertados para recorrerem em liberdade mesmo quando fazem parte de quadrilhas poderosas.
Uma parte da sociedade, muitas vezes representada nos júris populares, também contribui com essa situação. Com seu preconceito e manipulada por um sistema de desinformação, ajudam a condenar os oprimidos e a absolver os poderosos.

Estamos de pé e resistindo!

Mas a resistência negra, indígena e popular tem crescido em todo o país. As vítimas começam a ser mais do que vítimas quando se unem e lutam. Somos seres humanos em busca de justiça e dignidade!

PELO QUE LUTAMOS:
- Julgamento e punição também para oficiais superiores, superiores hierárquicos, autoridades da segurança pública e do sistema prisional, responsáveis pelos agentes do Estado que cometeram ou cometem abusos, tortura e execuções sumárias;
- Reparação e Indenização a tod em s familiares de vítimas do Estado Brasileiro;
- Efetivação real do controle externo da atividade policial pelo ministério público; Controle externo da polícia e do MP por organismos da sociedade civil;
- Ampliação de espaços, efetivamente democráticos e populares, com poder deliberativo, para aumentar o acompanhamento, fiscalização, transparência e controle da população em relação à atuação do Ministério Público, Desembargadores e Juízes;
- Revisão dos critérios, divulgação e informação para formação do Júri Popular, de modo que represente efetivamente a sociedade (que em sua maioria é mulher, pobre e não branca) e seja corretamente informado e motivado;
- Não aceitação judicial do registro de investigação de todas as mortes provocadas por agentes do Estado como homicídios;
- Contra a proibição de familiares e amigos de vítimas comparecerem com roupas com símbolos e fotos nas sessões de julgamento de agentes do Estado violadores de direitos humanos;
- Contra as decisões judiciais que concedem liberdade a agentes do Estado acusados de violações de direitos humanos, quando tal liberação significar ameaça e intimidação a familiares, testemunhas, movimentos sociais e defensores dos direitos humanos;
- Contra as decisões judiciais de adiamento de julgamentos de agentes do Estado acusados de violações de direitos, por alegações fúteis ou duvidosas como problemas de saúde de advogados dos réus;
- Condenação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e outros semelhantes, vigentes no sistema prisional brasileiro, como contrários à dignidade e aos direitos humanos e como forma de tortura;
- Respeito à integridade física d em s pres em s e de suas famílias (sobretudo na decisão sobre transferências e nas visitas), e aplicação efetiva de todos os direitos assegurados a em s pres em s pela Lei de Execuções Penais;
- Ampla vistoria pelo Judiciário dos abusos ocorridos em todo sistema prisional brasileiro (incluindo as verdadeiras prisões de menores, crianças e adolescentes), e aceleração da soltura das milhares de pessoas que já cumpriram suas penas e/ou poderiam ser beneficiadas tendo-as reduzidas;
- Acompanhamento mais ativo pelo Poder Judiciário do cumprimento do Estatuto da Criança e Adolescentes integralmente;
- Criação de Comissões Especiais no Judiciário que aprofunde medidas efetivas para diminuir as violências contra Mulheres, Negros, Indígenas e Ciganos;
- Imediato agendamento do novo júri do processo que julga o homicídio de Pedro Nacort Filho, assassinado por policiais militares em Vitória (ES);
- Pelo Imediato julgamento dos crimes cometidos pelo Cel. PM Ferreira, um dos braços armados do crime organizado capixaba;
- Pela apuração e punição dos crimes cometidos pelo Batalhão de Missões Especiais - BME durante as operações em unidades prisionais do Espírito Santo;
- Por reparação imediata às vítimas da violência estatal, principalmente para os familiares de Lucas Costa de Jesus, baleado dentro da Casa de Custódia de Viana por policiais e que está paraplégico; Romário Batista da Silva, 11 anos, morto pela polícia em Ibatiba, após ser acusado de roubar uma loja de doce; e Tcharles da Silva, 14 anos, executado por policiais da ROTAM (Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas-PM) em 1º de Maio - Vila Velha/ES;
- Apuração dos recentes seqüestros em série e adoções irregulares de crianças negras e pobres de Itaquaquecetuba-SP;
- Pelo desarquivamento dos casos das Chacinas do Caju (2004) e do Maracanã (1998); pela retomada e continuidade da investigação do Caso dos jovens desaparecidos de Acari (1990, caso que ameaça prescrever ano que vem); todos casos do Rio de Janeiro;
- Intervenção rigorosa do MP nas investigações paralisadas na 25a DP, de assassinatos cometidos por policiais no Jacarezinho (Rio de Janeiro), principalmente os de Elisângela Ramos da Silva, Lincoln da Silva Rezende, Fábio Souza Lima, Leandro Silva Davi e Bruno Ribeiro de Macedo;
- Julgamento dos agentes penitenciários responsáveis pela morte de Andreu Luis da Silva de Carvalho (em janeiro de 2008 nas dependências do Degase - Rio de Janeiro) por homicídio qualificado, e não apenas por lesão corporal como determinou o MP;
- Desarquivamento imediato dos processos e investigações referente aos ?Crimes de Maio de 2006? (São Paulo) cometidos por agentes policiais e seus braços paramilitares: Federalização das investigações e dos processos;
- Desarquivamento e Federalização do caso da Chacina de 2004 contra a População de Rua no centro de São Paulo-SP;
- Pelo desarquivamento e punição dos altos responsáveis pelo Massacre do Carandiru (1992, São Paulo), Luis Antônio Fleury à frente;
- Auxílio Psicológico Imediato para mães e familiares de vítimas dos Crimes de Maio de 2006, que têm sofrido com uma série de sequelas (depressão, AVC, pânico etc);
- Condenação e proibição das chamadas ?Operações Saturação? como as ocorridas recentemente nas comunidades de Paraisópolis, Heliópolis e na Cracolândia em São Paulo-SP;
- Interdição e desativação Imediata da Casa de Custódia de Viana (ES);
- Imediata recondução da Familia de Ricardo Matos ao Programa de Proteção a Testemunhas (Provita) do qual foram retirados arbritrariamente por questionarem falhas no referido programa - Ricardo Matos de 17 anos foi Morto por uma guarnição da Policia Militar da Bahia em 2008;
- Por uma investigação rigorosa e federal da morte de Clodoaldo Souza, 22 anos, em 2007 (BA), o Negro Blul e a investigação de centenas de execuções sumárias e extrajudiciais no âmbito do anterior e do atual governo que mantém a mesma prática genocida;
- Pela imediata interdição, desativação e desocupação da Colônia Penal de Simões Filhos (BA), construído em área quilombola, área de reserva ambiental e que expõe prisioneiros a gazes tóxicos que podem matá-los em caso de vazamento;
- Pela imediata demissão do Secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia Cesar Nunes e a consequente mudança na política de segurança pública racista, letal.
- Interdição e desativação Imediata da Colônia Penal de Simões Filho (BA);
- Contra a privatização do sistema penitenciário capixaba;
- Fim da Fundação Casa (SP);
- Liberdade imediata para o refugiado político italiano Cesare Battisti: repúdio à postura reacionária do STF em relação ao caso.

No dia 10/12 estivemos nos manifestando:
No Rio de Janeiro - em frente ao Tribunal de Justiça (Av. Antônio Carlos - Centro), das 7:30 às 14h

Em Santos (SP) - caminhada a partir das 12:30hs da Prefeitura de Santos (Praça Maúa s/n) até o Ministério Público (Praça José Bonifácio s/n), onde haverá vigília até as 18h, seguida de um debate na OAB-Santos (Praça José Bonifácio, 55).

Em Vitória (ES) - em frente ao Tribunal de Justiça (Rua Desembargador Homero Mafra, nº. 60, Enseada do Suá), das 9 às 12h

Em Salvador (BA) - em frente ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (5ª Av. do CAB, nº 560), das 9 às 12h.

Familiares de Vítimas da Violência do Estado (RJ) - Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência (RJ) - Mães de Maio (SP) - Associação Amparar (SP) - Fórum da Juventude Negra (ES) - Associação de Mães e Familiares de Vítimas da Violência (ES) - Campanha Reaja ou será Mort@! (BA) - Associação de Familiares e Amigos de Presos do Estado da Bahia (ASFAP-BA) - Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) ? Sindsprev Comunitário (RJ) ? Associação de Moradores do Morro do Estado (Niterói/RJ) - Passa Palavra - Grupo Tortura Nunca Mais (SP) - Movimento Nacional da População de Rua (SP)

Site da Rede contra violencia

http://www.redecontraviolencia.org/

Bombeiros localizam corpos de crianças desaparecidas em lagoa em SP



Os corpos de duas crianças que se afogaram em uma lagoa no Jardim Helena, na Zona Leste da capital paulista, foram localizados por volta das 16h30 desta sexta-feira (11), de acordo com informações do Corpo de Bombeiros.

O bairro onde está lozalizada a lagoa é perto do Jardim Romano, no extremo da Zona Leste e que ainda está alagado desde as fortes chuvas que castigaram a capital na terça-feira (8).
Na quinta-feira (10), tinha sido informado que apenas uma criança havia desaparecido, mas nesta sexta foi confirmado o sumiço de mais uma.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 16h e enviou cinco equipes para o local para fazer as buscas. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, chegou a ser acionado para auxiliar, mas retornou à base. As buscas foram retomadas às 6h desta sexta.


G1

Menina escreve carta para professora e denuncia o pai por abuso sexual em SP


SÃO PAULO - O cozinheiro T. C. A. M., 29 anos, foi preso na noite da quarta-feira por policiais da 2ª Companhia do 37º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano. Ele é acusado de molestar a filha dele, de 10 anos, que relatou os abusos sofridos em uma carta endereçada aos professores da sua escola. A prisão ocorreu no Jardim Guarujá, na Zona Sul da capital.
Os policiais foram chamados por dois professores da escola onde a vítima estudava. Ao chegar no local, eles contaram que a estudante escreveu uma carta pedindo ajuda. Dentre outras coisas, ela dizia ter sido molestada no dia anterior, em sua residência, e que sua mãe não acreditava nela.
A partir das informações da menina, os pais foram chamados à escola e encaminhados ao Conselho Tutelar do M' Boi Mirim, sendo levados depois ao 47º DP (Capão Redondo), onde a ocorrência foi registrada.
Na delegacia, a vítima descreveu novamente os abusos praticados pelo pai, afirmando que ele agia na ausência da mãe. Diante do relato, o cozinheiro foi detido preventivamente pela prática de estupro de vulnerável. O caso está sendo investigado pela delegada titular do distrito.
A vítima realizará exame sexológico no Hospital Pérola Byington, através do Programa Bem-Me-Quer. A carta escrita pela menina foi apreendida para fazer parte do inquérito instaurado para apurar o caso.


30% das imagens de pedofilia têm presença de mulher


Segundo PF, cresce a atuação feminina nesse tipo de crime; para os especialistas, elas são 10% dos pedófilos

Nos vídeos e fotos de pornografia infantil apreendidos pela Polícia Federal, um registro cada vez mais recorrente tem colocado em xeque o perfil do pedófilo clássico. Cerca de 30% do material investigado tem a presença de mulheres, participando ou produzindo cenas de abuso sexual. “Desde 2001, trabalhamos com esses casos e podemos dizer que a atuação feminina vem aumentando sensivelmente”, diz o chefe da Divisão de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, delegado Adalto Martins. “Isso faz cair por terra a idéia de que só quem pratica a pedofilia é o homem.”
Classificada como transtorno sexual, a pedofilia atinge mais homens. Especialistas estimam em quase 10% o número de pedófilas. Por razões que variam do machismo à ausência de sinais claros de abuso, casos femininos são de difícil identificação. A Operação Carrossel 2, no início deste mês, prendeu apenas três homens. “Não tivemos a ‘sorte’ de pegar nenhuma pedófila no momento em que enviava ou recebia filmes de pornografia infantil”, diz Martins.
A ONG SaferNet, que combate abusos na rede, recebe denúncias contra mulheres. A pedido do Estado, a entidade analisou 500 casos do primeiro semestre deste ano. Embora não tenha sido possível quantificar as envolvidas, foram apurados três casos emblemáticos: uma mulher fazendo sexo oral em um menino de 12 anos, um casal abusando de crianças e homens vestidos de mulher que molestam meninos e meninas. “Entre os casos envolvendo mulheres, constatamos que a maioria age com homens. Quando os pais abusam dos filhos, muitas vezes a mulher não é apenas cúmplice, também participa”, diz o psicólogo Rodrigo Nejm, diretor de Prevenção e Atendimento da ONG. “A literatura internacional aponta que, em geral, essas mulheres foram vítimas de abusos na infância.”
“A questão da pedofilia feminina é muito recente em termos de divulgação”, afirma a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria da USP. “Mas, a partir do momento em que ela entra no mercado e passa a ter uma vida mais social, adquire comportamentos do gênero masculino.”

ATENTADO AO PUDOR
Na semana passada, uma mulher de 27 anos foi indiciada em São Paulo por atentado violento ao pudor. Há dois anos, ela teria iniciado relação com um garoto que hoje tem 14 (mais informações nesta página). Em dezembro, a Justiça condenou o professor Carlos Ivancko, de 47 anos, e Ana Paula Silva, de 27, de Uberlândia (MG), a 54 anos de prisão por praticarem sexo com a filha dela, de 6 anos.
“É relativamente comum a participação de mulheres em pedofilia”, diz o promotor Carlos Fortes, curador da Infância e Juventude em Divinópolis (MG). “Em muitos casos, a mãe é conivente. Outras até agenciam filhos a pedófilos.” Martins também diz que há casos de agenciamento em São Paulo.
Por outro lado, destaca a psiquiatra Carmita Abdo, muitas mães se culpam por se sentirem atraídas pelos bebês. “Elas dizem: ‘tenho vontade de morder, de pegar’. Mas desse apego até chegar à conotação erótica há longo caminho”, diz. “A pedófila é aquela que tem no carinho a busca pela excitação. Esse ciclo não se desencadeia em carícia feita em uma criança que tem início e fim nela própria.”

O Estado de S. Paulo - 17/09/2008
Mariana Franco

Estadão


Médico Vanderson Bullamah é condenado a 18 anos por morte de estudante após lipoaspiração em SP


SÃO PAULO - O médico Vanderson Bullamah foi condenado a 18 anos de prisão, em regime fechado, nesta madrugada pela morte da estudante Helen Buratti, 18 anos, em julho de 2002. O julgamento, que durou 15 horas, ocorreu no Fórum de Ribeirão Preto.
A jovem morreu após se submeter a uma lipoaspiração no abdome feita pelo médico. A estudante passou mal ainda na clínica de Bullamah. A família afirma que na lipoaspiração teria sido retirada gordura superior aos 5% relativos à gordura corporal permitidos.
O médico, que foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, foi acusado de outras duas mortes em cirurgias de lipoaspiração. O registro dele foi cassado.
Em 1996, a bancária Vera Lúcia Caressato fez uma lipoaspiração no abdome e morreu horas depois na cidade de Serrana. O Ministério Público de Serrana indiciou Bullamah por homicídio culposo, sem intenção de matar. Na época, ele foi beneficiado pelo artigo 89 da lei 9099/95. A lei prevê a suspensão do processo em crimes em que a pena seja igual ou inferior a um ano, desde que o acusado não esteja sendo processado por outros delitos. O processo de Vera foi suspenso e arquivado.
Bullamah foi acusado ainda pela morte de Maria Inês Guerino, 39 anos, também após lipoaspiração.
A defesa de Bullamah informou que vai recorrer. Ele foi acusado de homicídio com dolo eventual, porque, segundo o Ministério Público, ele sabia dos riscos quando fez a lipoaspiração na estudante. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou uma grande perda de sangue.


A síndrome de Kabuki - pessoas com doenças muito raras


"Quando estava grávida da Victoria, estava bastante confiante de que as coisas iriam correr tão bem como na minha primeira gravidez. Não houve quaisquer sinais específicos de que ela iria ter uma doença muito rara», recorda-se Kathy Beuzard-Edwards. Victoria nasceu prematura em Agosto de 1999. Logo que nasceu foi posta na incubadora e, mais tarde, levada à pressa para os cuidados intensivos do Hospital Pediátrico Necker, em Paris. «Não fazíamos ideia do que se estava a passar e esperávamos trazê-la para casa connosco», continua Kathy. Mas Victoria ficou no Hospital Necker durante seis meses... «Antes dela ter alta, os médicos apresentaram-nos um cenário bastante desolador e cheio de incertezas: ficámos sem saber se a Victoria iria ser capaz de falar ou de andar. Foi-nos recomendado um centro especializado porque a Victoria precisava de cuidados médicos constantes, incluindo alimentação forçada e tratamento com hormona de crescimento.» Só quando Victoria tinha quase quatro anos, em 2003, é que lhe foi finalmente diagnosticada a síndrome de Kabuki.
A síndrome de Kabuki é uma doença genética normalmente caracterizada por expressões faciais pouco comuns, anomalias do esqueleto e atraso mental ligeiro a moderado. Esta síndrome foi assim designada por causa da semelhança das expressões faciais provocadas pela síndrome com a maquilhagem usada no teatro tradicional japonês, o teatro Kabuki. A dificuldade do diagnóstico deve-se ao facto de ainda não haver exames para identificar definitivamente esta doença muito rara e da sensibilização pública em relação à síndrome de Kabuki ainda ser muito escassa. O Dr. David Geneviève do Hospital Pediátrico Necker, um especialista conceituado na síndrome de Kabuki na Europa, estima que existam cerca de 15 000 doentes com a síndrome de Kabuki na Europa. «Foi um alívio enorme quando a Victoria foi diagnosticada e eu fui imediatamente procurar grupos de doentes e famílias na Internet», prossegue Kathy. Na altura Kathy descobriu uma associação francesa recém-criada, a ASK, da qual ela é agora uma associada activa. A ASK conta actualmente com 70 associados, incluindo 38 famílias afectadas directamente pela síndrome de Kabuki. Para os pais e para as famílias que convivem com esta doença rara, está praticamente tudo por fazer. «Tive que procurar constantemente ao longo de dois anos até finalmente descobrir o centro especializado em que a Victoria está agora, tendo chegado a enviar cartas para os responsáveis pela tomada de decisões, incluindo o próprio Presidente da República francês! Tornei-me uma mãe militante» continua Kathy. «Um dos principais objectivos da ASK é a investigação sobre a síndrome ao nível nacional e europeu.
Os médicos do Hospital Pediátrico Necker candidataram-se ao financiamento da Agence Nationale de la Recherche (ANR) para um projecto de investigação especificamente sobre a síndrome de Kabuki. Um projecto destes iria ajudar-nos no trabalho para conseguir um diagnóstico precoce da síndrome. Já é a segunda vez que eles se candidatam e desta vez esperamos que consigam mesmo!» Kathy e outros pais têm falado sobre a síndrome de Kabuki em encontros com geneticistas, com o público em geral e através da televisão e de notícias na imprensa. «O nosso objectivo é fazer passar a palavra», refere Kathy.
A maioria das crianças com esta doença muito rara consegue andar e falar, mas infelizmente Victoria tem uma forma mais grave da síndrome, daí que viva com a mãe apenas durante algum tempo e o resto num centro especializado. «Graças a um programa intensivo de fisioterapia e de terapia da fala, Victoria já aprendeu a movimentar-se na cadeira de rodas e utiliza pictogramas e fotografias para comunicar.» Kathy acredita que o mais difícil para uma mãe trabalhadora na situação dela é tentar conciliar todas as necessidades «especiais» próprias da família resultantes da doença rara de Victoria, sem esquecer que ela tem uma irmã mais velha. Actualmente, Kathy trabalha na área das doenças raras, uma área em relação à qual ela sente um forte comprometimento pessoal.
Quanto ao que o futuro reserva, Kathy é cautelosa: «É muito difícil imaginar o que nos espera, mas uma coisa é certa: a Victoria tem vindo a pouco e pouco a conseguir uma certa autonomia, assim como uma verdadeira qualidade de vida. Ao acelerar avanços sociais e médicos, incluindo a muito esperada Lei da Deficiência de 2005, em França, está a contribuir-se para o aumento das oportunidades para crianças como a Victoria.»

Este artigo publicou-se previamente no número de Abril de 2007 de nosso boletim informativo.
Autore : Nathacha Appanah
Traduttrice: Roberta Ruotolo
Fotos: Victoria e Kathy/Victoria e a sua irmã © Beuzard-Edwards; ASK/paciente © ASK
03/2007


Dia Mundial de Apoio ao Portador de Doenças Raras
28 de fevereiro de 2010 - Parque da Juventude São Paulo

Novo julgamento, pressão e ação popular no caso Sean


Foi marcado para quarta-feira o julgamento na Justiça Federal do Rio de Janeiro da apelação da decisão judicial que determinou a entrega do menino Sean Goldman a David Goldman, o pai biológico, que mora nos EUA. Sean, 9 anos, é objeto de uma disputa judicial por sua guarda, que opõe pai americano e o padrasto brasileiro.
Isso significa que o caso, que estava desde o meio do ano em fogo brando, voltará com força total nos próximos dias. De um lado, a pressão dos EUA recrudesceu: o governo americano quer que Sean volte para o pai antes do Natal - uma data carregada de simbolismos evidentes.
De outro lado, o lado brasileiro se movimenta. Ontem, Sérgio Tostes, advogado da família brasileira de Sean, entrou com uma ação popular na 20ª Vara da Justiça Federal de Brasília contra a União, a AGU e a Autoridade Central Administrativa Federal (ACAF), órgão da Secretaria Especial da Defesa dos Direitos Humanos encarregada da execução da Convenção de Haia. Na ação, proposta também contra David Goldman, pai de Sean, Tostes fala em “atuação sob veementes indícios de fraude” realizada pela ACAF - uma acusação grave. Tostes questiona também a atuação da AGU em favor de David, que é americano.

Lauro Jardim


Polícia prende pedófilo em Carapicuíba, em SP


SÃO PAULO - Um homem de 54 anos foi preso acusado de manter relações sexuais com crianças e adolescentes em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Contra o acusado, que é trabalhador autônomo, havia um mandado de busca e apreensão expedido pela Comarca de Carapicuíba. Segundo a secretaria de Segurança, o homem também é acusado de registrar em vídeo as relações sexuais que teve com crianças.
Com o acusado, a polícia apreendeu farto material pornográfico, registrado em CD's e DVD's. O suspeito disse que as imagens foram capturadas da internet. A polícia encontrou ainda uma câmera filmadora, uma câmera fotográfica, três vibradores, 78 CD's, um caderno contendo anotações de sites, 42 DVD's, entre outros objetos.
Também foram apreendidos com o acusado 16 cartões de crédito em nome de terceiros e 36 folhas de cheques preenchidas.
O suspeito negou ter praticado atos sexuais com menores e disse que apenas se satisfazia com as imagens gravadas. Ele admitiu apenas que mantinha relações sexuais com homens e mulheres e que, muitas vezes, gravava os atos para divulgar a conhecidos.


Irmãs removem estômago para evitar câncer genético


Mulheres herdaram gene que resulta em 80% de chance de ter doença.

Duas irmãs tiveram o estômago removido na Grã-Bretanha para prevenir o desenvolvimento de câncer gástrico.
Ravindra Singh, de 29 anos, e Meeta Singh, de 25, herdaram um raro tipo de problema genético que resulta em uma chance de 80% de desenvolver um tumor no estômago.
Por precaução, Ravindra teve o estômago retirado em junho. Dias depois, exames mostraram que ela já tinha câncer gástrico em estágio inicial.
Na segunda-feira, também por precaução, Meeta passou por uma cirurgia semelhante, segundo informações do hospital St James University Hospital, em Leeds, no norte da Inglaterra.
"Eu estava um pouco relutante no começo, mas decidi optar pela cirurgia antes de desenvolver o câncer. Você não pode botar um preço na sua vida", disse Meeta em declarações à agência South West News reproduzidas na imprensa britânica.

Linhagem paterna
Segundo os jornais The Times e The Daily Telegraph, as irmãs herdaram o gene mutante CHD1, que afeta apenas cerca de cem famílias no mundo, de sua linhagem paterna.
O pai das duas mulheres, Baldave, morreu de câncer pouco antes do Natal de 1995. Elas também perderam dois tios, uma avó e um primo de 20 anos para a doença.
Após a cirurgia, Ravindra e Meeta passam bem e devem poder levar uma vida praticamente normal, mas só poderão se alimentar em pequenas quantidades.
A expectativa é de que, por conta da pouca ingestão de comida, elas percam 20% de seu peso.


Pequenos Anjos de Pedra


No ano de 1850, o explorador alemão Alphons Stubel descobre estranhos sítios minerais no Peru.
Nos dias atuais duas expedições partempara os altiplanos peruanos.
A primeira, liderada pelo jovem geólogo e historiador alemão Sebastian Sherer, que, acompanhado pela jornalista americana Vivian McNeil, perfazem dois lados de um triângulo amoroso.
Irão à procura de relíquias do Doktor Alphons.
A segunda, pertencente ao sanguinário mafioso russoSerguei Lissenko, que, orientado pelo lobista americano Willian Black estarão à procura de uma mina de ósmio, metal que terá seu valor inflacionado no mercado
em função de uma nova utilização tecnológica.
As duas irão se cruzar nas majestosas montanhas andinas em torno do pequeno Manuelito, um cativante meninode apenas 7 anos de idade, mas que já trabalha em uma mina de extração de ouro.
Um perigoso e desumano trabalho infantil.

Sem roupa pelo planeta - Cop -15


Ativistas do grupo U.S. Youth Climate protestam do lado de fora da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague


Escultura do globo terrestre é vista do lado de fora da sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.


MSN

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Pedofilia agride ser humano


Entrevista com Dra Olga Inês Tessari

*o texto está registrado de acordo com a Lei de Direitos Autorais

Publicada no site do Padre Marcelo
por Rodrigo Herrero
2004

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) existe para protegê-los, a sociedade reprova os atos contrários, as pessoas possuem discursos longos e severos contra a prática de pedofilia. Mesmo assim, a cada dia que passa o número de casos registrados eleva-se e crianças e adolescentes se perdem em meio aos abusos cometidos pelos adultos.
A pedofilia refere-se à atração sexual de crianças e adolescentes. A classificação internacional das doenças classifica a pedofilia como um dos transtornos de preferência sexual e uma doença quase que exclusiva dos homens. O indivíduo deve ter mais de 16 e ser cinco anos mais velho que sua vítima para se caracterizar o caso.
Para se ter uma idéia, desde 1997 a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a Infância e à Adolescência (Abrapia) possui desde 1997 um telefone para denúncias sobre violência sexual contra crianças e adolescentes, através do número 0800-99-0500. Entre fevereiro daquele ano e o mesmo mês de 2003, foram registradas 55.706 ligações, com 5.070 definindo-se como denúncias corretas. Desse total, 63% consistem em abuso sexual e 37% em exploração sexual. No caso do abuso, 40% acontecia fora da família, mas 60% verificou-se dentro da família (pai, padrasto, tio).
E é na família que são contadas as piores histórias. É o caso de Cristina (nome fictício), 17, que começou a ser abusada sexualmente por seu pai com oito anos de idade. Ela relata que seu pai costumava abusá-la das mais variadas formas quando não havia ninguém em casa e dizia que ela não devia contar para ninguém, senão ele ia deixar de gostar da filha.
Cristina conta que na adolescência ela passou a fugir dos desejos do pai, porém ele começou a bater na moça e ameaçá-la, caso contasse para sua mãe. “Eu achava tudo aquilo (sexo) muito nojento, tentava não fazer. Eu tinha muito medo do meu pai e do que ele fosse capaz de fazer comigo, por isso acabava consentindo e fazendo”, conta.
Seu pai não a deixava sair de casa, ter amigos. Até que um dia, uma amiga de sala que achava estranho o comportamento de Cristina – tão apagado e sempre com alguma desculpa para não passear com as colegas – notou uma mancha preta no corpo da garota e fez Cristina contar toda a história. Ambas levaram o caso até a orientadora da escola que tentou ajudar e acabou por mudar o rumo daquela jovem.
“Minha mãe não acreditou em nada do que a orientadora disse, dizia que eu era uma vagabunda e que ficava tentando o meu pai. Ela me botou para fora de casa, fui morar com minha tia que também achava que eu era a culpada. As pessoas da família toda me olhavam esquisito, eu queria morrer”, diz Cristina.
Essa situação é comum, segundo a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, pois os familiares costumam omitir-se ao problema e defendem o adulto. “A família deveria ser totalmente solidária à criança, uma vez que ela é um ser em formação ainda, que não sabe se defender e que muitas vezes ainda nem tem idéia definida do que seja sedução ou sexualidade”,considera.
Após o episódio, Cristina fugiu de casa e rumou para São Paulo para tentar vida nova, até que encontrou uma mulher que lhe deu assistência, moradia e a encaminhou para uma psicóloga para tentar superar esse trauma. “Não consigo namorar, pois tenho muito nojo que alguém encoste em mim. Morro de inveja de minhas amigas”, coloca.
Tessari afirma que essa aversão ao sexo oposto é algo também normal de acontecer na vítima de pedofilia, que passa a ver o sexo como um ato repulsivo. “Um tratamento psicológico é fundamental para que a pessoa reveja suas crenças e conceitos a respeito da sexualidade, aprender que sexo é algo que faz parte da natureza humana e que pode sim trazer muito prazer”, acredita.
Outra recomendação da psicóloga é que a vítima seja afastada do convívio familiar, pois, as crianças “dificilmente” retornam à família e optam por iniciar uma nova vida. “Vejo que minha vida tomou um rumo totalmente diferente por causa disso tudo e acho que todas as meninas que passam por esse problema devem denunciar sem medo das conseqüências, porque eu sei o sofrimento que elas passam com o pai que não está sendo um pai de verdade”, finaliza Cristina.
Nota da Redação: A pedido da entrevistada, seu nome, bem como o local onde tudo aconteceu foram omitidos da reportagem.

É preciso coragem
Para entender a pedofilia é necessário compreendê-la sob vários pontos de vista, desde o agressor até o da vítima, passando pela família, que muitas vezes se omite nesses casos e vai contra a criança que sofre o abuso sexual.
Com esse objetivo entrevistamos a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, que vai esmiuçar em detalhes o que acontece com a pessoa violentada e as conseqüências disso em seu desenvolvimento. Ela também explica se há relação de um pedófilo com sua infância e dá um recado a quem já foi vítima disso. Confira os principais trechos da conversa feita por email.

Site Padre Marcelo Rossi – O que leva uma pessoa a abusar sexualmente de uma criança/adolescente?

Dra. Olga Tessari: As explicações para este tipo de comportamento são várias: pode ser uma pessoa que apresenta uma dificuldade em relacionar-se sexualmente com adultos, que se sente insegura e ansiosa diante desta situação e que, na relação com as crianças sente que tem o controle e o poder em suas mãos. Muitas vezes, a figura da criança tem um valor emocional muito grande para o agressor e ela satisfaz algumas de suas necessidades psicológicas, como por exemplo, sua imaturidade emocional, sua baixa auto-estima, seu desejo de ter o controle sobre suas mãos, etc...

Site Pe. Marcelo – O fato de um adulto vir a cometer isso pode ter ligação a algum trauma quando criança?

Dra. Olga Tessari: Alguns pedófilos foram vítimas de abuso sexual em sua infância e aprenderam, erroneamente, que este tipo de comportamento traz prazer para o adulto. Então, quando eles se tornam adultos, eles supõem que seu prazer sexual será maior e mais intenso se mantiverem relações com uma criança.

Site Pe. Marcelo – Por outro lado, a pessoa que sofre isso na infância pode vir a ser um pedófilo na maioridade?

Dra. Olga Tessari: Nem toda pessoa que sofreu de abuso sexual na infância torna-se um pedófilo na idade adulta. Pelo contrário, na maioria dos casos, crianças que sofrem abuso sexual e não tem seu desenvolvimento sexual de forma natural e saudável são adultos com muitas dificuldades em manter relações sexuais ou mesmo de confiar nas pessoas de uma forma geral, tornando-se pessoas inseguras e muito ansiosas, sempre fugindo de situações onde possam estar a sós com alguém do sexo oposto.

Site Pe. Marcelo Rossi – E quando esse abuso ocorre dentro de casa, por um padrasto, tio, pai, etc?

Dra. Olga Tessari: É muito comum a mãe não acreditar que o seu marido seja um pedófilo e incutir a culpa do ato do marido na criança, como se ela houvesse provocado este adulto para o ato sexual. Em geral, quem denuncia o pedófilo é um vizinho ou um amigo que percebe o comportamento estranho da criança.

Site Pe. Marcelo – Há alguma forma de perceber isso?

Dra. Olga Tessari: É importante estar atento ao comportamento da criança diante de seu pai, tio, etc. Se ela evita de ficar perto desses homens ou mesmo tem uma expressão de medo diante deles, deve-se ficar atento e tentar fazer o flagrante quando pai e filha estiverem a sós. Muitas vezes a criança começa a chorar quando a mãe vai sair, implora que ela fique em casa, tem um comportamento desesperado quando percebe que vai ficar sozinha com o homem.

Site Pe. Marcelo – É possível superar tal trauma?

Dra. Olga Tessari: É difícil porque, se a criança não pode confiar em seus pais, vai confiar em quem? Mas o tratamento psicológico é fundamental e na medida em que ele avança, a criança/adolescente vai superando este trauma e consegue chegar a ter uma vida normal. É importante que o tratamento seja feito até o final, mesmo que seja longo.

Site Pe. Marcelo – Qual recado que você pode dar a uma adolescente que tenha sofrido abuso sexual?

Dra. Olga Tessari: Não tenha medo de denunciar a pessoa que abusou sexualmente de você, ela é uma pessoa doente e precisa de tratamento e você é a vítima, embora sua família possa dizer o contrário, que você é a culpada de ter seduzido a pessoa! Você vai passar por maus momentos a princípio, mas no final, vai agradecer a si mesma por se livrar do fardo de se sujeitar aos caprichos de uma pessoa insana.

Dra Olga Inês Tessari
Psicóloga e Psicoterapeuta desde 1984
Pesquisas - Consultoria - Supervisão - Cursos
Escritora - Palestrante
Terapia Individual - Grupo - Casal - Familiar
CRP06/19571-6
Visite meu site: www.ajudaemocional.com

Consultórios em São Paulo - SP
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Tel: (11) 2605-6790 - Cel: (11) 9772-9692


E-mail gentilmente enviado por Dra.Olga Tessari

Cientistas conseguem tratar fobias interferindo na forma como as memórias são reconsolidadas pelo cérebro


RIO - Pela primeira vez, o medo foi eliminado da mente humana através de uma série de experiências pioneiras que podem abrir as portas para novos tratamentos para diversos tipos de fobias e ansiedades, com a terapia substituindo os remédios.
Os cientistas conseguiram bloquear, de forma seletiva, sensações de medo ao interfefir na forma como as memórias são "reconsolidadas" pelo cérebro. O fato pode levar a formas inéditas de cuidar de milhares de pessoas cujas vidas são constantemente paralisadas por medos e ansiedades relacionados a fobias e lembranças do passado.
Realizada pelo Instituto de Saúde Mental dos EUA, a pesquisa pode oferecer tratamentos alternativos ao uso de drogas, que muitas vezes trazem efeitos colaterais. O trabalho sugere que pode ser possível erradicar para sempre um medo paralisante simplesmente com a ajuda de terapia.


- Tentativas anteriores de bloquear tais lembranças de medo se baseavam no uso de medicamentos. Nosso estudo mostra que essas técnicas invasivas podem não ser necessárias. Procedimentos mais naturais podem nos levar a impedir o retorno dessas memórias de forma mais segura - diz Elizabeth Phelps, pesquisadora da Universidade de Nova York, que conduziu o estudo, publicado na revista "Nature".
Terapias convencionais trabalham com a exposição dos pacientes às suas fobias - aranhas, por exemplo - em um ambiente "seguro". A nova técnica vai além, propositalmente provocando a liberação de um medo para depois interferir com a forma como ele é reconstituído pelo cérebro nos momentos críticos após essa lembrança ser reativada.
De acordo com a pesquisadora, a diferença fundamental da nova técnica é o tempo em que ela atua.
- Ao prestar atenção à forma como essas memórias são restauradas, podemos dirigir a terapia e suas intervenções - conta Elizabeth.
A ideia, dizem os cientistas, não é criar uma nova memória, dizendo que a fobia em questão não é mais um problema, mas despertar a lembrança original e manipulá-la assim que ela se manifestar, fazendo com que ela não seja mais ameaçadora para o paciente.
- Nossa pesquisa sugere que durante o tempo de vida de uma memória existem brechas ou janelas nas quais elas podem ser permanentemente modificadas. E ao entendermos como funciona a dinâmica das memórias, poderemos, um dia, criar novos tratamentos para doenças ligadas a lembranças ruins - afirma Daniela Schiffer, que também participou do estudo.
A descoberta acontece após um estudo feito com camundongos, mostrando que era possível eliminar o medo associado a um som em particular, causado por um choque elétrico. Isso foi conseguido através de "treino de extinção" no qual as cobaias eram expostas repetidamente aos sons, sem os choques elétricos. Mas o tempo desse treinamento era crucial. O medo do som só foi eliminado daqueles animais que foram treinados logo após a reativação do medo.
- Esse timing é mais importante do que imaginávamos. Nossa memória reflete a última ativação dela e não a exata lembrança do evento original - conta Elizabeth Phelps. - Isso quer dizer que podemos trabalhar melhor essas janelas nas quais elas ressurgem. Em termos de tratamento terapêutico, precisaremos fazer mudanças sutis assim na esperança de termos resultados melhores.


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