sábado, 19 de junho de 2010

Pediatras e psiquiatras se unem para cuidar da saúde mental de crianças de 0 a 6 anos


RIO - Do nascimento à adolescência, a criança terá no mínimo 20 consultas com o pediatra, para avaliar sua saúde física e prevenir doenças. Já a saúde mental só será percebida se virar um problema para pais e mães, a maioria refém do modo de vida contemporâneo, em que predominam o estresse, as muitas horas fora de casa, as dificuldades para impor limites e, muitas vezes, a terceirização da educação a babás e escola. Os reflexos da modernidade e da competitividade incidem sobre os filhos. No corre-corre da rotina, são cada vez mais cedo submetidos a provas rígidas, precisam dar conta de grande quantidade de deveres de casa, têm menos tempo para brincar e muitas vezes isolam-se em frente a telas de TV, videogames, computadores.

Veja como os pais podem ajudar
Mas algumas mudanças já podem ser vislumbradas nesse cenário. Até o fim do ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria, atendendo a um pleito antigo de psiquiatras da área infantil, começará a capacitar os pediatras para que eles identifiquem também a quantas anda a saúde mental da criança. Um dos objetivos é diagnosticar precocemente problemas graves, como o autismo, para o tratamento ser iniciado imediatamente. Mas o desafio não se restringe às patologias: o pediatra também será fundamental para perceber comportamentos inadequados e dificuldades dos pequenos, como agressividade, problemas de aprendizagem, ansiedade e medos. E poderão passar a bola para o psiquiatra orientar a família no tratamento.
-- É muito importante acompanhar as crianças entre 0 e 6 anos, para percebermos os sinais de alerta. Muitas vezes, a criança está só passando por uma fase mais difícil porque vai ganhar um irmãozinho e orientamos a família a ajudá-la. Outras vezes, há uma dificuldade simples que a impede de avançar na escola e ninguém percebe. E há também casos mais graves, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e autismo. O bacana é que todas essas crianças que vão ao ambulatório são acompanhadas até os 15, 16 anos - diz a psiquiatra Gabriela Dias, coordenadora do Ambulatório Pré-Escolar da Santa Casa, autora junto com o marido e psiquiatra Fabio Barbirato, chefe do Setor de Psiquiatria Infanto-Juvenil da Santa Casa, de "A mente de seu filho" (Agir), um guia para a família estimular as crianças e identificar distúrbios psicológicos na infância.

Ansiedade atinge crianças pequenas
O.K., saúde mental é importantíssima, mas será que crianças tão novas precisam realmente de um acompanhamento? Segundo Barbirato e Gabriela, sim. Primeiro, porque nesta fase, até os 6 anos, é possível prevenir problemas mais graves no futuro, só com a terapia familiar e orientações simples, e evitar que um probleminha vire um problemão. E depois porque pesquisas internacionais, como a coordenada pela psiquiatra americana Hellen Egger, mostram que cerca de 10% das crianças entre 0 e 6 anos têm algum transtorno psiquiátrico grave, que causa grande comprometimento em suas vidas.
- Pouco se falava de ansiedade e depressão na infância e hoje já sabemos que 10% das crianças sofrem do problema. É duas vezes mais frequente na infância que TDAH e autismo. E, segundo a Organização Mundial de Saúde, ansiedade e depressão são muito mais incapacitantes na vida $do que qualquer outra doença - explica Barbirato.
Mas aquela criança agitada, ansiosa, ligeiramente estressada se enquadra nesses 10%?
- Não - garante Gabriela. - Nesses 10% é quando ocorre o comprometimento: a criança que não quer mais ir à escola, sair de casa, ver amigos.
Jéssica, de 9 anos, paciente da Santa Casa, faz parte dessa porcentagem. Diagnosticada com Transtorno de Ansiedade Generalizada, ela é tratada com terapia:
- Eu sou muito ansiosa, perco o sono, tenho bruxismo. Estudo, sei a matéria, mas sempre acho que vou me dar mal na prova. E fico estudando mais e mais.
Vitoria, de 9 anos, de olhar sério e poucos sorrisos, sente um enorme complexo de inferioridade, como definiu sua tia, apesar de muito inteligente. É super-responsável, preocupada ao extremo, e agora acha que tem poucos amigos na escola.
- Eu tinha algumas amigas, elas arrumaram novas e eu fiquei sobrando. Agora estou me esforçando para fazer outras amizades - conta.
Dados epidemiológicos apresentados no Congresso da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência em 2007 mostram que os transtornos de ansiedade são os mais comuns na fase pré-escolar, seguidos por transtorno opositivo-desafiador, TDAH e depressão.
- Mas o foco principal do ambulatório pré-escolar e desse trabalho integrado com os pediatras não é a doença. Queremos, sim, identificar logo alterações de temperamento, reconhecer aquele que é mais introspectivo, o mais agressivo, os problemas de convivência em grupo, as dificuldades de cognição, a birra frequente, os comportamentos inadequados, para ajudar a família. O tratamento consiste basicamente na orientação aos pais. Temos que ouvir a família e saber que nela está a chave da mudança - destaca Barbirato.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo Vaz, é o pediatra quem entende de desenvolvimento infantil e daí a importância da parceria com o psiquiatra. As etapas do desenvolvimento cognitivo e físico são muito individuais e compreendem uma faixa etária extensa, mas alguns marcos - como uma criança de 1 ano e meio não estar falando nada - não podem ser desprezados. E compreender essas etapas, serviço que o livro de Barbirato e Gabriela destrincha para os pais, ajuda tanto a não minimizar os diagnósticos como também a não maximizá-los.
- O desenvolvimento do cérebro é muito importante até os 6 anos, mas principalmente até os 3. Quem não recebe afeto nos primeiros anos de vida dificilmente vai gostar do outro. O pediatra precisa entender a dinâmica da família. Temos 35 mil pediatras no Brasil. Se eles estiverem treinados para identificar doenças ou problemas de comportamento da criança, tudo pode ficar mais fácil - explica Vaz, que destaca o trabalho do pediatra Ricardo Halpern, presidente do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP. - Houve uma mudança grande no estilo de vida dos pais e dos filhos. E há uma busca desenfreada pelo sucesso. Isso gera um impacto sobre a saúde mental das crianças.



O Globo

Jovens gays usam menos preservativo, diz estudo


Trabalho do Ministério da Saúde ajuda a explicar por que há mais casos de aids por transmissão homossexual que hetero

BRASÍLIA

Estudo feito pelo Ministério da Saúde revela que jovens gays usam menos preservativo que os jovens em geral. O trabalho, conduzido em dez cidades brasileiras e coordenado pela pesquisadora Lígia Kerr, mostra que 53,9% dos gays entre 13 a 24 anos usaram camisinha na primeira relação sexual, índice abaixo dos 62,3% registrados entre homens em geral, na mesma faixa etária.
Nas relações com parceiros fixos, os porcentuais também são mais baixos entre jovens gays: 29,3% usam camisinha, enquanto entre jovens em geral a média é de 34,6%. Os únicos índices semelhantes entre as duas populações são o de uso de camisinha com parceiros casuais ? 54,3% dos gays entre 13 e 24 anos usam contra 57% dos jovens em geral.
Os números ajudam a explicar recentes dados epidemiológicos divulgados pelo governo. Entre jovens de 13 a 19 anos há mais casos de aids por transmissão homossexual (33,5%) que heterossexual (28,3%). Nas dez cidades analisadas, a taxa de prevalência do HIV entre gays com mais de 18 anos foi de 10,5%. Índice muito acima do que é estimado na população masculina brasileira de 15 a 49 anos, de 0,8%.
"São faixas etárias diferentes, mesmo assim, dá uma boa dimensão do quanto gays estão mais expostos ao vírus", afirma a coordenadora do Departamento de DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariangela Simão.
Grupo de risco. Apesar do maior risco, Mariangela enfatiza que população gay não pode ser chamada de grupo de risco. "A aids não está restrita a alguns grupos, ocorre em toda população." O comportamento de maior risco entre jovens gays destoa de outros dados do trabalho. O estudo indica que a população gay é, em geral, mais bem informada, procura mais centros de saúde para fazer testes de HIV e ter acesso a preservativos.

Lígia Formenti


Estadão

Mães de Isabella e Eloá se solidarizam com família de Mércia, diz irmão



Informação foi dada nesta sexta por Márcio, irmão de Mércia Nakashima.
Missa de sétimo dia da vítima acontece neste sábado, em Guarulhos.

As mães de Isabella Oliveira Nardoni e Eloá Cristina Pimentel telefonaram para a mãe de Mércia Nakashima para prestar solidariedade à família da advogada encontrada morta no dia 11 de junho em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. A informação foi dada nesta sexta-feira (18) ao G1 pelo irmão da vítima, Márcio.
De acordo com ele, Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, e Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, ligaram para sua mãe, Janete Nakashima, após assistirem pela imprensa ao drama dos parentes da advogada que havia desaparecido no dia 23 de maio em Guarulhos, na Grande SP. Foi a partir de um pescador, que viu o carro dela afundar na água, que os bombeiros localizaram o corpo e o veículo de Mércia.
“As mãe da Eloá e da Isabella conversaram com minha mãe, com minha tia. A família da Eloá também falou que pretende ir à missa de sétimo dia de minha irmã”, disse o contador Márcio Nakashima, de 32 anos.
Além delas, o pai de Ives Ota, Masataka, também procurou familiares de Mércia. Ele esteve em Guarulhos para dar as condolências. Foram mais de 10 mil torpedos recebidos pelo telefone celular que os parentes de Mércia chegaram a disponibilizar quando tentavam encontrar pistas ou notícias sobre a advogada. Para a Polícia Civil, o ex-namorado dela, Mizael Bispo, de 40 anos, é considerado o principal suspeito pelo crime.
“Essas pessoas sabem o que estamos passando. Todas tiveram grandes perdas em suas famílias. Agradecemos todo conforto que estamos recendo”, afirmou Márcio. A reportagem não conseguiu localizar Ana Carolina, Ana Pimentel ou Masataka Ota para comentarem o assunto.Ainda segundo Márcio, a missa de sétimo dia em memória de sua irmã acontece neste sábado, em Guarulhos.

Memória
Isabella, de 5 anos, foi morta em março de 2008 na capital paulista. Seu pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, foram condenados neste ano pela Justiça pelo crime e estão presos.
Eloá tinha 15 anos de idade quando foi morta a tiros por seu ex-namorado, Lindemberg Alves, em Santo André, na Grande SP, em outubro de 2008. Ele queria reatar o namoro com a vítima e a manteve refém por mais de 100 horas. Atualmente está preso à espera do julgamento.
Ives Ota morreu aos 8 anos de idade, em agosto de 1997. Os assassinos foram seus sequestradores, dentre eles policiais militares que trabalhavam para o pai da vítima. O garoto foi morto porque reconheceu os criminosos.


G1

Superexposição de casos de pedofilia prejudica vítimas e sociedade


SÃO PAULO, 19 JUN (Agência Brasil) - A superexposição e o sensacionalismo na abordagem de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes acabam trazendo prejuízos para os envolvidos e para a sociedade. O alerta é do presidente da Fundação Criança Ariel de Castro, que é também membro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)
Segundo ele, a maneira como o assunto vem sendo tratado pelos meios de comunicação e pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, no Senado, não é boa para as vítimas desse tipo de crime, nem para a sociedade.
Castro afirma, porém, que a divulgação dos casos é importante, porque encoraja as pessoas a denunciar mais. "Nunca o Disque 100 [serviço telefônico que recebe denúncias de exploração sexual contra crianças e adolescentes] recebeu tantas ligações como atualmente."
Ele atribui ao clamor gerado pela CPI da Pedofilia a alteração no Código Penal que, na prática, transformou o atentado violento ao pudor e o estupro em um único crime, com a intenção de aumentar a punição para os que cometerem o primeiro dos dois delitos. Entretanto, pessoas condenadas pelas duas modalidades acabaram tendo as duas penas reduzidas para apenas uma.
“Como aquilo [mudança na lei] foi feito de forma apressada e sem a análise de uma comissão de juristas, acabou sendo aprovado e agora está sendo um fator que está beneficiando os réus.”
De acordo com Castro, outro problema é a exibição de vídeos de depoimentos das vítimas de abuso. Mesmo com o uso de recursos para ocultar a identidade dos menores, ressalta Castro, os abusados acabam sendo reconhecidos em suas comunidades. “Muitas vezes, vemos vídeos de depoimentos de casos efetivos de abuso e exploração que são transmitidos em rede nacional. Alguns são vídeos da própria CPI da Pedofilia”, diz.
O tratamento dispensado aos acusados de cometer tais crimes também é inadequado, na avaliação do conselheiro. Segundo ele, a exposição excessiva dessas pessoas viola seus direitos e pode prejudicar as investigações. “Quando se expõe demais um caso, a própria investigação acaba sendo prejudicada. A própria CPI da Exploração de Crianças e Adolescentes, em 2003 e 2004 no Congresso, mostrou que a maioria dos casos não teve resultado nenhum.”
Para Ariel de Castro, a cobertura dos veículos de comunicação deve ter foco na melhoria do atendimento as vítimas dos abusos e no aprimoramento da estrutura do Judiciário para acompanhar os casos. “Poucas comarcas têm varas realmente especializadas para crianças e adolescentes, com juízes e promotores dedicados exclusivamente a esse trabalho”, afirma.

O Repórter

Cacique Babau continua preso por decisão da Justiça Estadual da Bahia


Rosivaldo Ferreira da Silva, mais conhecido como cacique Babau, e seu irmão Givaldo Jesus da Silva, também liderança do povo Tupinambá, foram transferidos na noite do dia 16 de junho para a carceragem da Polícia Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. De lá eles serão transferidos para a carceragem da PF em Ilhéus, de onde foram levados no dia 16 de abril. Os dois permanecerão em Ilhéus até que o juiz de Direito da Comarca de Buerarema, Antônio Higyno, que decretou sua prisão preventiva em 12 de abril, determine a prisão estadual onde os dois devem permanecer à disposição da Justiça.
No dia 8 de junho, por maioria dos votos e acompanhando o voto do juiz federal Guilherme Mendonça, a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região julgou procedente o pedido de liberdade para Babau e seu irmão. Nesse julgamento, a Turma cassou os dois decretos de prisão preventiva, sob orientação do desembargador Tourinho Neto, por excesso de prazo. De acordo com o argumento, a PF teria 81 dias para concluir as investigações, mas já haviam se passado mais de 90 dias.
A decisão da 3ª Turma abarca dois habeas corpus, um impetrado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e outro pelo Ministério Público Federal (MPF/BA), titular da ação penal que - neste caso - entende não haver indícios de autoria de Babau e Givaldo nas imputações que lhe são feitas pela Polícia Federal de Ilhéus.
Assim, apesar de o TRF da 1ª Região ter assegurado a Babau e Gil responder aos inquéritos em liberdade, a ordem de prisão emitida por Higyno mantém as lideranças Tupinambá presas. A ordem de prisão do juiz estadual se baseia em ocorrências e inquéritos arrolados pela Polícia Federal a partir de informações e denúncias feitas por fazendeiros, seus empregados e posseiros na Terra Indígena Tupinambá.
Babau, Givaldo, Glicéria - presa no último dia 3 com seu bebê de dois meses ao voltar de uma reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), em Brasília - e outras lideranças Tupinambá foram representados pelo delegado da Polícia Federal em Ilhéus, Dr. Fábio de Araújo Marques. Os crimes pelos quais respondem são "formação de quadrilha ou bando" e "extorsão". (respectivamente, Arts. 288 e 158 do Código Penal Brasileiro)
O cacique Babau e outras lideranças do povo Tupinambá, em especial as que estão sendo processadas, têm estado à frente das mobilizações e lutas de seu povo em busca de seu território tradicional. Um povo indígena quando luta pelo cumprimento de seus direitos constitucionais e fundamentais não "se associa para o fim de cometer crimes". Ao mesmo tempo, manifestar-se pelo cumprimento do Programa Luz para Todos, evitando desvio de finalidade, mesmo que retendo um caminhão e mantendo negociação com as autoridades responsáveis, não configura o crime de extorsão, que exige "o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica". (Arts. 288 e 158 do Código Penal Brasileiro)
O cumprimento da ordem de prisão estadual às três lideranças Tupinambá pela Polícia Federal revela a banalização da prisão preventiva, num ato que é uma verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito. O princípio da presunção de inocência ou quaisquer outros princípios constitucionais são ignorados num típico caso de criminalização do movimento legítimo e democrático pelo cumprimento da Constituição Federal, pela demarcação da Terra Indígena Tupinambá e pela efetivação de seus direitos.
A Polícia Federal vem utilizando o mesmo corolário de ocorrências e inquéritos para representar pela prisão das lideranças Tupinambá indistintamente junto à Justiça Federal e à Justiça Estadual. Ao ser levada denúncia de tais procedimentos à Organizaççao das Nações Unidas (ONU), o coordenador-geral de Defesa Institucional da Polícia Federal, delegado Marcos Aurélio Pereira de Moura, afirma que são distorcidos os fatos relatados na denúncia de abuso por parte de agentes da Polícia Federal contra índios da etnia Tupinambá.

Prisão

Babau foi preso na madrugada do dia 10 de março, enquanto dormia em sua casa com a mulher e o filho. A ação da Polícia Federal aconteceu de forma ilegal, com evidente violação de residência, prisão por policiais federais não identificados e demora na apresentação da liderança à delegacia. A prisão aconteceu às 2h30, mas Babau só chegou à delegacia pela manhã. Alguns dias depois, apresentava hematomas no rosto e dores nos rins.
O irmão de Babau, Givaldo Jesus da Silva, também estava preso preventivamente por decisão do juiz federal Pedro Holliday. Ele foi detido em frente à garagem onde entregava seu carro para consertos, em Buerarema. Os dois foram transferidos no dia 16 de abril para a penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, Rio Grande do Norte.
No último dia 3, feriado de Corpus Christi, Glicéria Jesus da Silva, irmã de Babau, também foi presa pela Polícia Federal. Ela foi detida no aeroporto de Ilhéus, com seu filho de dois meses, quando voltava de uma reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), em Brasília, com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, onde denunciou o processo de criminalização de seu povo.

CIMI

Guia Esporte sem Álcool


Programa Escolha Certa - Esporte sem Álcool: CISA e Instituto Compartilhar juntos

O objetivo do guia, elaborado com uma linguagem simples e divertida e um projeto gráfico dirigido especificamente a crianças e adolescentes, é oferecer mais um instrumento de prevenção e de opção para uma vida saudável, bem como alertar os jovens sobre os riscos que o consumo de álcool representa para a saúde.
O guia traz histórias interativas por meio de personagens que mostram de que forma o álcool pode afetar a vida de quem o consome, dicas e informações gerais sobre os efeitos no organismo e a importância das escolhas. O material conta ainda com depoimentos de nomes importantes do esporte brasileiro como Ricardinho (jogador de futebol), Gustavo Borges (nadador), Daiane dos Santos (ginasta), entre outros, com mensagens de alerta para uma vida saudável.
A distribuição dos guias será feita através de ações de conscientização em escolas públicas do país realizada por especialistas das áreas médica e esportiva e a participação de atletas. A primeira edição do “Escolha Certa – Esporte Sem Álcool” tem o apoio do Instituto de Prevenção e Atenção às Drogas, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR O GUIA
CISA

Docente é despreparado para lidar com diferenças


Para presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, falta de preparo, de incentivo e esgotamento fazem professor ultrapassar seus limites

Sem jamais justificar a agressão de um professor contra um aluno, especialistas acreditam que muitos docentes estão despreparados para reconhecer doenças e lidar com as diferenças de comportamento em sala de aula.
"A falta de preparo, de incentivos e o esgotamento às vezes fazem com o que o professor ultrapasse seus limites", afirma Quézia Bomnonato, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia. "Mas nada justifica que um adulto, sobretudo um professor, amarre uma criança."
Quézia alerta ainda que alguns professores mal preparados, apesar de não amarrarem as crianças, acabam usando de violência verbal, exclusão e rótulos para aprisionar emocionalmente os estudantes. "É muito grave, mas difícil de medir."
Segundo ela, a melhor forma de lidar com um aluno muito agitado é lhe passar tarefas como apagar a lousa e distribuir material aos colegas, fazendo com que fique ocupado e se sinta útil. "O professor precisa entender as diferentes necessidades e possibilitar que a criança dê vazão a sua hiperatividade", diz.
A psicopedagoga reconhece que muitos pais não dão limites aos filhos, o que torna seu comportamento mais difícil em classe. "As famílias não estão dando conta de educar e jogam a responsabilidade para a escola. Mas elas têm de ser parceiras."
Nos casos em que a agitação da criança pareça acima do normal para sua idade, o papel do professor é conversar com os pais para que eles procurem um diagnóstico e, se for o caso, tratamento.
A psicóloga Cleide Heloisa Partel, especialista em Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), afirma que muitas vezes o aluno que tem o problema acaba sendo visto como indisciplinado.
"Infelizmente nem todos conseguem saber a diferença entre malcriação e hiperatividade", diz Cleide. De qualquer forma, condena a forma da professora de Brasília de tratar o aluno. "Isso não se faz em caso nenhum. Alguém assim não tem capacidade para ser professor."
Cleide explica que a indisciplina acontece às vezes; já a hiperatividade é constante, porque o aluno não consegue se controlar.
Além da tarefa extra, a psicóloga recomenda que a criança seja colocada na primeira fila, que seus comportamentos positivos sejam elogiados e seus maus comportamentos, ignorados, na medida do possível. "Ninguém gosta de ser ignorado, especialmente as crianças. Dessa forma, ela vai fazer coisas positivas para chamar a atenção." O desafio e a solução, afirma Cleide, são manter esse aluno sempre motivado.

Luciana Alvarez - O Estado de S.Paulo

Trabalho infantil impulsiona o tabaco


Setor que fatura cerca de R$ 16 bilhões ao ano tem 80 mil crianças empregadas na lavoura e 1 milhão de agricultores em situação análoga à de escravos, segundo denúncia do Ministério Público

A indústria tabagista, que fatura cerca de R$ 16 bilhões ao ano e deixa para os cofres públicos outros R$ 8 bilhões em impostos, só consegue alcançar essas cifras ao custo do trabalho árduo de 80 mil crianças nas lavouras de fumo da Região Sul do país. Além delas, os familiares, aproximadamente 1 milhão de trabalhadores, vivem em condições semelhantes à de escravos. A constatação é do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Segundo uma investigação que durou cerca de dez anos e a que o Correio teve acesso, esses agricultores produzem quase que unicamente para quitar dívidas com as empresas que os contratam, obtendo apenas o mínimo para a subsistência.
Na argumentação do Ministério Público, diversas histórias de lavradores são relatadas. Uma delas, do estudante Jean Lucas de Carvalho, 8 anos. A criança caiu de uma carroça e faleceu. Foi atropelada enquanto ela e o tio, o agricultor Dorneles de Carvalho, 31, transportavam o fumo que tinham acabado de colher juntos. “Esse tipo de situação, de crianças trabalhando, é comum na cultura do fumo”, afirma Amadeu Antonio Bonato, do Departamento de Estudos Socioeconômicos Rurais do Paraná (Deser), pesquisador que acompanhou os procuradores durante parte das investigações. “A gente constatou que a fumicultura oferece uma renda muito baixa. Menos de dois salário mínimos mensais. Em função disso, o produtor obriga a colocar toda a família para trabalhar. Eles têm muita dificuldade de contratar mão de obra externa e por isso colocam as crianças na lavoura”, acrescenta Bonato.

Servidão
A relação entre as empresas e os agricultores vira escravidão, segundo o Ministério Público, por meio de financiamentos. A indústria pega o empréstimo em nome do produtor, vende os insumos para ele e com o dinheiro que o agricultor deveria receber pela safra, quita a dívida com o banco. Enquanto o débito não é pago, o homem do campo tem de continuar a produzir. “Normalmente, a empresa fornece esses insumos e é avalista de crédito. Em contrapartida, assume o compromisso de comprar toda a safra. Quando a indústria recebe a produção, libera parte do pagamento ao produtor e retém a parcela do banco. Eu desconheço que isso possa se comparar a uma relação escrava. É apenas um contrato comercial”, garante Heitor Petri, vice-presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), também citada pelo Ministério Público.
O pesquisador do Deser discorda da avaliação de Petri. “Em nenhum momento do financiamento o agricultor vê o dinheiro”, afirma Amadeu Bonato. “Em uma pesquisa recente constatamos que 73% dos agricultores não continuariam produzindo se tivessem outra opção. Falta mão de obra e não há dinheiro suficiente. Acontece o conflito dos quereres: ele quer sair, mas não pode. Está preso à produção de fumo. Tem de continuar produzindo para pagar a dívida senão vai ser processado e pode perder seu único bem, a propriedade em que planta fumo e vive com a família”, argumenta.
No caso dos financiamentos para investir nas propriedades, a relação é de longo prazo. “A empresa faz um financiamento e constrói uma estufa, por exemplo. Ela mesmo paga o pedreiro e os equipamentos. O produtor paga a fumageira de forma parcelada, por um financiamento, o que significa que ele fica amarrado com a empresa por 10 ou 20 anos”, explica Amadeu Bonato.

Contraponto
Os representantes das empresas e os citados na investigação do Ministério Público discordam das acusações. Para eles, tudo é apenas uma relação comercial normal. “Não concordamos com nada do que foi escrito pelos procuradores. Não existe nada de trabalho escravo na cultura do tabaco. O assunto do trabalho infantil, estamos combatendo isso há mais de 10 anos. Na propriedade, o produtor toma as atitudes que quiser. As decisões são dele”, afirma Iro Schünke, presidente do Sindicato das Empresas de Tabaco (Sinditabaco).
Segundo ele e outros dirigentes do setor, o contrato de compra e venda prevê uma série de protocolos para evitar práticas ruins na cadeia produtiva do fumo. Ainda assim, os problemas acontecem. Quanto à situação análoga à escravidão, eles garantem que não existe. “Temos um contrato claro de compra e venda. Não há nenhum vínculo trabalhista. O financiamento é porque se trata de pequenos produtores rurais, na sua grande maioria minifundiários. Eles têm muita dificuldade de conseguir recursos por não terem como oferecer garantias. As empresas apenas intermediam a negociação, assinando como avalista”, Iro Schünke.

Victor Martins
Correio Braziliense

Celulares e redes sociais estão tornando as pessoas mal-educadas, diz estudo


Os celulares e as redes sociais estão alterando o comportamento das pessoas, sugere um novo estudo, divulgado pelo site omio.com.
Para a empresa, os novos dispositivos estão tornando seus usuários mais mal-educados do que antes da popularização de tais tecnologias.
A pesquisa, realizada com 1.035 pessoas, mostrou que mais de 50% dos voluntários ficaria feliz em atender o celular durante as compras. Cerca de 41% não se importaria em falar ao telefone durante o almoço, enquanto 10% atenderia a ligação em uma biblioteca sem qualquer constrangimento.
O levantamento apontou também que as redes sociais podem mudar o comportamento das pessoas. Sites como Facebook e Twitter, afirma o estudo, estão tornando conversas cara a cara uma coisa do passado. Segundo 50% dos entrevistados, a comunicação convencional faz com se sintam menos confiantes. Muitos dos voluntários que participaram da pesquisa afirmaram possuir amigos que raramente encontram pessoalmente, embora morem próximos. Para esse grupo de pessoas, a comunicação on-line é muito mais interessante e fácil.
O local de trabalho está se tornando mais impessoal, já que muitos funcionários preferem enviar e-mails a falar pessoalmente com o colega ao lado, sugere o estudo.
"Há claramente um perigo. Estamos nos tornando mais dependentes da conexão com a tecnologia. Estamos cada vez mais desconectados uns dos outros", afirmou Ernest Doku, especialista da Omio.
De qualquer forma, os pesquisadores ressaltam que as modernas tecnologias trazem benefícios à vida das pessoas, facilitando a comunicação entre amigos que moram em países diferentes e permitindo que mantenham contato de forma simples e barata.

Estudo diz que crianças de 5 anos deveriam aprender sobre sexo


Educação sexual inadequada contribuiria para gravidez precoce.
Informações são do departamento de saúde pública britânico.


A educação sexual deveria começar a partir dos cinco anos, para que as crianças adquiram a habilidade e confiança necessárias para que adiem o início da atividade sexual até que estejam realmente prontas, disse um relatório do departamento de saúde pública britânico, nessa quinta-feira.
A educação sexual inadequada dada aos jovens tem sido apontada como um dos fatores que mais contribuem para o alto índice de gravidez de adolescentes na Grã-Bretanha, uma das maiores da Europa, apesar de ter tido uma queda de 13 por cento na última década.
A última orientação divulgada pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (Nice, na sigla em inglês) é apenas uma sugestão e sua aplicação não será obrigatória, mas a agência espera que as autoridades locais e outros órgãos a adotem.
A entidade disse que as escolas deveriam oferecer informações sobre educação sexual, relacionamentos e o consumo do álcool já no ensino fundamental, que nas escolas britânicas começa a partir dos cinco anos.
"O tema deveria ser introduzido e tratado de maneira adequada, levando em consideração o grau de maturidade e entendimento dos alunos, e deve levar em consideração a diversidade cultural, a religião e as perspectivas da família," diz o relatório.

Educação 'muito ruim'
"Todas as crianças e jovens têm direito de receber uma educação de alta qualidade sobre sexo, relacionamentos e consumo de álcool, que as ajudem a tomar decisões responsáveis e a adiar o início da sua vida sexual até que estejam realmente prontas," diz o estudo.
O relatório citou uma pesquisa do Parlamento Jovem da Grã-Bretanha, que mostra que 40 por cento dos jovens disseram que a educação sexual que recebem na escola é ruim ou muito ruim.
O antigo governo trabalhista que perdeu as eleições no mês passado redigiu uma legislação que tornava a educação sexual obrigatória no ensino fundamental e no ensino médio, mas abandonou a iniciativa no último minuto.
Essas propostas também vetavam aos pais o direito de retirar seus filhos das aulas de educação sexual a partir dos 15 anos.
As mudanças haviam sido duramente criticadas por grupos religiosos e antiaborto que querem que seja dada maior ênfase na abstinência sexual antes do casamento.


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Consultório sobre rodas vai combater o crack em Porto Alegre


Van percorrerá a cidade para ajudar crianças e adolescentes

A guerra contra o crack está prestes a ganhar mais um batalhão de combatentes em Porto Alegre. A partir desta semana, funcionários do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) darão vida ao Consultório de Rua, que circulará em uma Van pela zona norte da Capital, ajudando crianças e adolescentes em situação de risco a superarem a dependência química.
Encomendada pelo Ministério da Saúde, a proposta faz parte de um projeto mais amplo, que inclui a criação de um Centro de Atenção ao Álcool e Outras Drogas. Além do consultório móvel, a estrutura terá com centros de atendimento, núcleo de ensino e pesquisa e novos leitos de internação.
Para dar vida ao Consultório de Rua, iniciativa inspirada em uma ação posta em prática em Salvador (BA) desde os anos 90, o GHC encaminhou a compra de uma Van.
Enquanto o veículo não estiver disponível, a equipe pretende começar a circular por vias de bairros como Rubem Berta e Sarandi em um carro alugado. A ideia, segundo a psicóloga Adriana Canto Loguercio, é ir até os lugares onde vivem os usuários e, em um primeiro momento, ganhar a confiança de meninos e meninas. Um mapeamento está sendo feito para definir que pontos serão priorizados.

Equipe terá integrantes das comunidades beneficiadas
Além da psicóloga e de um motorista, participarão da iniciativa a assistente social Ana Lucia Poletto e o educador físico Luiz Fernando Bilibio. Também estão escalados um terapeuta ocupacional, dois técnicos em enfermagem, uma enfermeira e três redutores de danos. Esse trio, que ainda será escolhido, deverá ser formado por moradores das comunidades.
– Eles nos ajudarão na hora de abordar as crianças que vivem nas ruas. Teremos de cativá-las para, aos poucos, conseguir promover mudanças – explica Adriana.
Ao longo do processo, o grupo pretende visitar várias vezes um mesmo local. A Van será estacionada em uma praça, por exemplo, e os profissionais conversarão com os usuários de drogas, organizarão jogos, brincadeiras. Até um karaokê será usado. Com o passar do tempo, os envolvidos pretendem se tornar amigos capazes de ajudar os dependentes a tomarem decisões simples, mas fundamentais, como procurar a família e voltar à escola. A decisão de deixar as drogas será uma consequência.
– Hoje, o Estado não chega a essa população marginalizada. Vamos aprender na prática o caminho certo para chegar até eles e fazer a diferença. O crack é uma droga destrutiva e precisa ser combatido – afirma o diretor-superintendente do GHC, Neio Lúcio Fraga Pereira.
Se o projeto-piloto der certo, Pereira não descarta a hipótese de, no futuro, com apoio do Ministério da Saúde, ampliar o número de veículos e de participantes.

O projeto

FARÃO PARTE DO CAAD:
Prevê a criação do Centro de Atenção de Álcool e Outras Drogas (Caad)
- O Consultório de Rua, que será o primeiro a entrar em prática
- O Consultório de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps) com funcionamento 24 horas e o Caps da Infância e Adolescência, previstos para vigorar em setembro
- O Núcleo de Ensino e Pesquisa em Álcool e outras Drogas, previsto para este mês
- Leitos de internação, ainda em negociação

Juliana Bublitz juliana.bublitz@zerohora.com.br

Porta de avião vindo do Brasil cai depois do pouso nos EUA


Incidente ocorreu logo depois do pouso em Dallas na quinta-feira (17).
Nenhum dos 200 passageiros se machucou, segundo a empresa.

A porta de um avião da American Airlines que havia partido de São Paulo abriu-se quando o avião saía de um portão no aeroporto internacional de Dallas-Fort Worth, informou a empresa na quinta-feira (17).
Tim Wagner, porta-voz da empresa, disse que nenhum dos 200 passageiros se machucou no incidente, ocorrido logo depois do pouso.
Wagner afirmou que não estava claro se a tripulação teve culpa ou se houve falha mecânica no avião, um Boeing 777.
A empresa não tomou medidas disciplinares contra os funcionários.
O avião foi mandado para reparos.


PERITA DO CASO ISABELLA NARDONI CONTA OS DETALHES DE SEU TRABALHO


Na palestra, Dra Rosângela Monteiro exibiu fotos exclusivas do laudo apresentado ao Ministério Público e da vítima, exibiu um filme em 3D com simulações do que teria acontecido na noite do crime e disse que desde o início tinha a certeza de que não havia uma terceira pessoa envolvida.
Hoje dia 15, o crime que mobilizou o Brasil em 2008, o assassinato da garota Isabella Nardonni, em São Paulo , foi apresentado em detalhes pela perita criminal Dra Rosangela Monteiro, na Interseg – Feira Internacioanl de Tecnologia, Serviços e Produtos para Segurança Pública, que acontece em Florianópolis.
O painel “Caso Isabella Nardoni: A visão dos peritos” foi apresentado na 8ª IACP (Conferência Executiva de Segurança Pública para a América do Sul da Associação Internacional de Chefes de Polícia) para uma plateia de delegados, peritos forenses e demais profissionais envolvidos com Segurança Pública.
Segundo Dra Rosangela, a preservação do local foi o ponto alto da investigação. “Quem disse que o local foi invadido antes da perícia está errado. Para eu ter acesso ao apartamento dos Nardoni, tinha que buscar a chave na delegacia de políca. O local foi totalmente preservado e esse fator foi determinante para concluirmos um laudo consistente”, declara a perita.
A palestrante ainda citou o caso que aconteceu em São Paulo recentemente, quando uma advogada foi seqüestrada e seu carro e corpo encontrados próximo à capital paulista. “Todo mundo colocou a mão no carro. Quando algum perito tiver que verificar o automóvel, haverá sinais de muita gente, o que dificulta a investigação policial”.
Os equipamentos utilizados no Caso Nardoni foram essenciais para a condenação do casal.
Através de slides do primeiro laudo apresentado à polícia de São Paulo, a perita mostrou que além da tecnologia empregada, a perspicácia e preparação dos peritos envolvidos são fundamentais.
“Por que existia uma fralda dentro de um balde com água e sabão, se no apartamento encontramos tantas outras fraldas por lavar? O que tinha naquele elemento de tão importante?”, destacou a especialista.
Depois da análise humana, com a ajuda da tecnologia, viu-se que havia sangue no tecido.
Embora muitos achem que o trabalho do perito é feito apenas baseado em sua percepção, Dra Rosangela destacou que é preciso ter aplicação de metodologia científica e só depois apresentar explicações às autoridades.
“Horas antes do julgamento do casal Nardoni, que aconteceu quase dois anos depois, eu ainda estava respondendo aos quesitos. Respondemos a 130 quesitos sobre o caso”, declarou.
Durante a apresentação dos slides, os presentes puderam acompanhar todos os procedimentos utilizados e a linha de pensamento dos peritos envolvidos. A cada gota de sangue localizada no apartamento, ou vestimentas encontradas, a médica legista sinalizava o que aquilo estava dizendo aos especialistas, como de qual altura caiu, em qual velocidade, entre outras informações.
Aos peritos presentes, Dra Rosangela ainda destacou algumas normas de conduta perante o Ministério Público, inclusive para apresentar o material produzido depois da análise dos fatos. Como por exemplo, jamais utilizar expressões como “veja bem”, “poderia”, “não sei”, “o delegado não pediu” ou “estou nervoso”. E destacou: “não trabalhamos para defesa ou acusação, mas sim para esclarecer o que de fato aconteceu”.
No final da palestra, foi exibido um filme feito pela equipe (o mesmo que foi enviado aos promotores, advogados e juiz do caso), com simulações em 3D, mesclando fotos reais das gotas de sangue e até da vítima com os ferimentos encontrados pelos legistas.
Apesar do filme não contar com o áudio, a audiência manteve-se em total silêncio, atentos a todos os detalhes mostrados e explicados.
Esta foi a primeira vez que a IACP abriu espaço para peritos criminais e foi muito bem recebido pelo público da Interseg. “Acho que esta palestra mostrou um ótimo trabalho feito pela perícia de São Paulo, independente e com total autonomia. E espero que o IGP (Instituto Geral de Perícia) de Santa Catarina possa reproduzir esse trabalho sempre que a sociedade precisar”, declara Rodinei Tenório, perito e médico legista de Santa Catarina.
Na plateia também estava o perito criminal Rômulo Silva, para ele a palestra foi excelente e bem focada em pontos importantes, como a preservação do local do crime.


Cia de dança da Maré recebe convite para se apresentar na França



Para representar o país, companhia precisa de passagem e alimentação.
Atualmente, são mais de 200 alunos na Cia Maré em Dança
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A Cia Maré em Dança, do subúrbio do Rio, recebeu um convite para representar o Brasil numa apresentação em Paris, na França, na Semana Internacional de Solidariedade, no mês de outubro. Mas para representar o país neste evento, a companhia de dança precisa de ajuda. O convite surgiu da parceria com um grupo francês.
Um dos alunos da Cia Maré, Geison Braga explica que passagem e alimentação são quesitos necessários. "O grupo é grande e a viagem tem que ser bem sucedida", explicou Geison.
Com o patrocínio que já recebe, a Vila Olímpica mantém as aulas de dança para o grupo. Dar este grande passo, em outro país, é sentir que o esforço e a disciplina trazem recompensas. Para a coordenadora da companhia, Patrícia Motta, a realização deste sonho é muito importante para os bailarinos. "É muito importante resgatar a auto-estima dessas crianças. A gente trabalha muito duro para isso", disse.
Para a aluna Alessandra Lemos, a realização deste sonho dá mais força para o grupo ir em frente. "Antes da companhia formar bailarinos, forma pessoas. Quando a gente luta por uma coisa e consegue, isto dá mais força para realizar outros sonhos", disse.

Espaço
As pequenas bailarinas da Maré começaram a ocupar um espaço na quadra da Vila Olímpica há cinco anos. Atualmente, são mais de 200 alunos aprendendo as danças, nas aulas oferecidas durante o dia todo.
Surgiram talentos, jovens dedicados ao rigor do ballet clássico e vieram as oportunidades. Os 22 alunos da Cia Maré em Dança ganharam bolsas de estudo em boas escolas. No início de 2009, durante o Fórum Social Mundial, eles fizeram um espetáculo no estado do Pará junto com uma companhia francesa.


G1

Forma grave da dengue atingirá o Rio em caso de nova epidemia


Especialistas alertam: pacientes que contraíram o tipo 2 em 2008, quando a doença se alastrou fortemente pelo estado pela última vez, desenvolverão a doença hemorrágica se infectados pelo vírus 1, que está em circulação

Rio- A volta do tipo 1 da dengue na Região Metropolitana do Rio acendeu a luz vermelha no Ministério da Saúde. São cerca de 3,7 milhões de pessoas com idades de 0 a 19 anos que não tiveram contato com o vírus — o tipo 1 não circula no Rio desde o início da década de 90 — e, portanto, não têm qualquer imunidade. Outra preocupação é que uma nova epidemia traga casos graves da doença, como a forma hemorrágica. Estudos apontam que a segunda infecção pela doença — que ocorre quando um vírus diferente circula — tende a ser mais grave que a primeira.
“A população do Rio está exposta a infecções de dengue desde 1986. São 20 anos. Isso é fator de risco para a forma hemorrágica. E a gravidade dos casos é uma das maiores preocupações. Pacientes graves levam à sobrecarga dos serviços de saúde e ao aumento do risco de morte”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle de Dengue do ministério, Giovanini Coelho.
Segundo ele, o Rio tem condições ambientais que facilitam epidemia: presença do Aedes aegypti em abundância, clima quente e pessoas suscetíveis ao tipo 1. “A situação de vulnerabilidade é muito grande”, alerta.
Conforme O DIA mostrou ontem, 20 municípios do estado já enfrentaram epidemia de dengue este ano devido à reintrodução dos tipos 1 e 2. Na cidade do Rio, o vírus 1 já foi isolado em três pacientes recentemente, segundo a superintendente de Vigilância em Saúde do Rio, Rosana Iozzi.
O ministério, o estado e o município se preparam “para o pior cenário”, conta Giovanini Coelho. Um plano que inclui a definição de hospitais de referência, estratégia de transporte e capacidade de exames laboratoriais está sendo finalizado. “Temos que estar preparados para ter uma resposta mais adequada, para não ocorrer o que aconteceu em 2008. Não vamos pagar para ver”.
Em 2008, a epidemia de dengue deixou o estado em desespero, com hospitais superlotados, filas intermináveis e 240 mortes confirmadas.

Alto número de imóveis com o Aedes na cidade
Em cada 100 imóveis do Município do Rio, 2,8 têm pelo menos um foco do Aedes aegypti, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. O número é mais do que o dobro do tolerável segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de até 1% de infestação. E coloca a cidade em alerta.
Em algumas regiões da cidade, como na área da Penha, a infestação média chega a 3,3%, segundo Iozzi. “Em alguns locais da Penha e também de Jacarepaguá são encontrados índices ainda mais altos”.
O número de focos é razão de preocupação. “ Certamente teremos áreas da cidade com índice altíssimo. E a existência de altos índices é suficiente para ter a transmissão sustentada do vírus”, diz Giovanini.
A reintrodução do tipo 1 da dengue não é a única preocupação do Programa Nacional do Controle da Dengue em relação ao Rio. O risco da entrada do tipo 4, que circula na Venezuela e na Argentina, também assusta. “O Rio recebe turistas de todos as partes do mundo, que podem trazer o vírus 4. Essa possibilidade, então, não pode ser descartada”, afirma Giovanini.

PREVINA-SE JÁ!

CALHAS
Devem ficar sempre limpas e sem pontos de acúmulo de água. Folhas secas precisam ser retiradas para que a água não fique retida.

LAJES E MARQUISES
É importante manter o escoamento desobstruído e sem depressões que possam causar poças.

CAIXAS D’ÁGUA
Devem ficar vedadas. Não devem ser cobertas por plástico ou calha porque esses materiais podem acumular água e servir de criadouros.

FOSSOS DE ELEVADOR
Recomenda-se verificar uma vez por semana. Deve-se bombear caso haja acúmulo de água.
Pâmela Oliveira

Acusado de abusar de criança de seis anos



Homem de 30 anos foi denunciado pela mãe da menina, com a qual mantinha uma relação

Um homem de 30 anos foi preso em Curitiba sob a acusação de ter abusado de uma criança de seis anos. A denúncia partiu da mãe da menina, com a qual ele mantinha um relacionamento. Ela descobriu os abusos sofridos pela filha e acionou a polícia. A prisão foi feita quando o acusado chegava em casa.
De acordo com o delegado do caso, a mãe da criança vinha sofrendo ameaças do homem e por isso procurou proteção ao denunciar o autor dos abusos. O homem agora deverá cumprir pena de 12 anos em regime fechado.


R7

Condenado é executado por fuzilamento nos EUA


Ronnie Lee Gardner, de 49 anos, foi condenado por homicídio em 1985.
Foi o primeiro fuzilamento no país nos últimos 14 anos.

O preso Ronnie Lee Gardner foi executado nesta sexta-feira (18) nos Estados Unidos por um pelotão de fuzilamento, método escolhido pelo próprio réu e que não era utilizado desde 1996 no país, informaram as autoridades penitenciárias.
Gardner, de 49 anos e condenado por assassinato, foi fuzilado na prisão estadual de Utah, nos arredores de Salt Lake City, às 0h20 pelo horário local (3h20 em Brasília), segundo o Departamento de Correcionais do estado.
Foi o primeiro fuzilamento nos EUA nos últimos 14 anos e o terceiro nos últimos 33 anos.
Gardner foi fuzilado por um grupo formado por cinco homens. Os tiros foram disparados contra o peito do condenado.
Gardner tinha sido condenado pelo assassinato do advogado Michael Burdell em 1985, quando tentou escapar durante uma audiência judicial na qual era acusado de roubo e de outro homicídio.

Pedido de perdão negado
Nas horas que antecederam a execução, tanto a Suprema Corte dos EUA quanto várias cortes de apelação e até o governador do estado de Utah, Gary Herbert, negaram o perdão a Gardner.
Seus advogados tinham baseado suas solicitações de clemência ou adiamento da execução pelos problemas sofridos por Gardner durante sua juventude, quando foi vítima de abusos e de dependência às drogas, segundo disseram.
Também afirmaram que seu cliente foi tratado injustamente durante o julgamento em 1985 porque precisava de dinheiro para pagar uma defesa legal competente.
Andres Parnes, seu advogado na etapa final do processo, assinalou que, após 25 anos no corredor da morte, a execução de seu cliente era um castigo cruel e que era melhor que pagasse seus crimes em vida na prisão.
A execução por fuzilamento foi eliminada da lei deste estado, no noroeste dos EUA, em 2004, mas Gardner pôde escolher esse método por ter sido condenado à morte em 1985.
Ao decidir a forma de morrer, Gardner não teve a intenção de causar um drama ou uma controvérsia, segundo Parnes. "Ele escolheu o fuzilamento porque achava que era mais humano. Não foi uma questão de publicidade", garantiu o advogado.

Fuzilamentos desde 1976
O fuzilamento é o terceiro na história dos Estados Unidos desde que a Corte Suprema voltou a instaurar a pena capital em 1976. Os dois anteriores foram também em Utah, único estado que manteve a opção entre injeção letal e disparos até 2004, quando eliminou a lei pelas críticas e pelas expectativas e publicidade gerada por este tipo de execução.
Os outros dois fuzilados em Utah foram Gary Gilmore, em 17 de janeiro de 1977, e John Albert Taylor, em 26 de janeiro de 1996. Ao contrário de Gardner, Taylor decidiu morrer desta forma para envergonhar as autoridades.
Das 49 execuções que foram realizadas em Utah desde 1850, 40 foram por fuzilamento. Outros quatro presos dos dez que estão sentenciados à pena de morte neste estado também escolheram esta forma de execução.
Segundo números do Centro de Informação da Pena de Morte (CIPM), com a execução de Gardner já são 1.217 os condenados que foram mortos nos Estados Unidos desde que a Corte Suprema restabeleceu o castigo em 1976. Desse total, mais de um terço foi executado no Texas, o estado que mais aplica o castigo.

Justiça de SP nega regime semiaberto para Suzane Von Richthofen


SÃO PAULO - Os desembargadores da 5ª Câmara de Direito Criminal, do Tribunal de Justiça de São Paulo, negaram nesta quinta-feira, recurso que pedia a progressão de regime de Suzane Von Richthofen. A defesa de Suzane pediu a concessão do regime semiaberto para a jovem condenada em 2002 a 39 anos de reclusão, em regime fechado, pelo assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002. Os advogados de Suzane já tentaram várias recursos na Justiça para que a jovem possa cumprir o restante da pena em regime semiaberto, mas até agora todos foram negados.
Desta vez, os advogados de Suzane argumentaram a importância da progressão no processo de ressocialização e o comprometimento de Suzane com seu processo de reintegração social.
Mas o relator do processo, desembargador Damião Kogan, baseado em laudos de exames psicológico e criminológico, realizados na unidade prisional de Tremembé, onde ela está detida, afirmou que Suzane 'não tem estabilidade emocional para obter o benefício, pois demonstrou uma frieza incomum na elaboração e execução do plano. '
Ainda de acordo com o relator, Suzane não demonstrou arrependimento pelo assassinato dos próprios pais, e que, apesar de alegar ter ótimo comportamento carcerário e trabalhar no presídio, o resultado dos laudos, que a definem como uma pessoa dissimulada, manipuladora, e que não mede esforços para atingir seus objetivos, impede a concessão do benefício da progressão de pena.
Os desembargadores Pinheiro Franco e Tristão Ribeiro acompanharam o voto do relator.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Transtorno bipolar virou diagnóstico 'desejável' na Grã-Bretanha, alertam psiquiatras


Uma dupla de psiquiatras britânicos alertou para um novo fenômeno: o fato de que muitas pessoas estão se autodiagnosticando com transtorno bipolar ou pedindo para que médicos façam esse diagnóstico. Segundo os psiquiatras Diana Chan e Lester Sireling, do hospital St. Ann, em Londres, o fenômeno se deve ao aumento da conscientização pública em relação à condição e ao fato de que várias celebridades no país estão falando abertamente sobre serem bipolares.
Isso, segundo eles, tem feito com que o transtorno seja mais aceitável e tenha menos estigma. Os psiquiatras disseram ainda que os pacientes podem ainda estar buscando um status social mais alto, já que a condição costuma ser associada a pessoas criativas como o ator britânico Stephen Fry, que vem discutindo abertamente seu diagnóstico. Desde que o ator veio a público para falar sobre sua condição, psiquiatras britânicos vem recebendo mais pacientes que dizem ser bipolares, segundo Chan.

Desafios
"Uma pessoa que veio a nós tendo se diagnosticado como bipolar havia sido tratada antes com depressão", disse. "Ela também estava usando álcool e drogas ilícitas para controlar suas 'variações de humor' e havia relatado comportamento vergonhoso e instável", disse a psiquiatra. A paciente acabou sendo diagnosticada com o transtorno bipolar.
Segundo a psiquiatra, ser bipolar virou um diagnóstico visto como desejável, o que deve aumentar ainda mais o número de pessoas chegando ao consultório com este autodiagnóstico. Isso traz uma série de desafios aos médicos. "É importante que os psiquiatras façam esse diagnóstico quando válido", disse Chan. "Mas, por outro lado é igualmente essencial ajudar as pessoas que desejam esse diagnóstico a entender que ter ‘variações de humor’ e comportamentos caóticos ou instáveis não significa necessariamente que estejam sofrendo de transtorno bipolar."
O transtorno bipolar é uma condição mental que se manifesta com episódios de instabilidade de humor, alternando entre o "alto" (comportamento maníaco) e o "baixo" (depressão). A condição pode atrapalhar os relacionamentos, trabalho e interações sociais dos pacientes.

Correio Braziliense


Funcionário que sumiu de posto trabalha para Mizael, diz testemunha


O irmão da advogada Mércia Nakashima, 28, que desapareceu em 23 de maio e foi encontrada morta em uma represa na última semana, divulgou trecho da conversa em que recebeu uma informação sobre o principal suspeito pelo crime, o ex-namorado Mizael Bispo de Souza, 40.
Márcio Nakashima disse que uma pessoa, que não quis se identificar, ligou para a família e contou que Mizael esteve em um posto de combustível de Guarulhos (Grande São Paulo) e conversou com um funcionário do estabelecimento. Em seguida ocorreu o desaparecimento de Mércia, e ele não voltou mais para trabalhar.
"O cara do posto faz uns serviços de segurança em estabelecimentos comerciais para o Mizael. Depois que o caso saiu na imprensa, ele pediu as contas e sumiu", disse Márcio. Durante a ligação, o informante também diz que Mizael e o funcionário do posto conhecem a região da represa onde o corpo de Mércia foi encontrado.
Apesar do informante dizer que viu Mizael no dia anterior ao sumiço de Mércia, o advogado do ex-namorado, Samir Haddad Júnior, afirma que seu cliente passou pelo posto no dia 23. "O Mizael não tem uma firma de segurança, mas passou alguns bicos desse tipo de trabalho para esse rapaz do posto porque ele já fez bico como segurança. Ele já tinha falado, em depoimento, que passou nesse posto", disse o advogado à Folha
Haddad afirmou que Mizael não sabe o nome do funcionário, que o conhecia apenas pelo apelido. "Não me lembro agora como é o apelido dele", disse o advogado, que também não soube informar sobre o paradeiro desse funcionário do posto.
Nesta quarta-feira, a polícia apreendeu um computador do posto. A polícia também vai analisar as câmeras de segurança para saber se Mizael usava, naquele dia, a mesma camisa rasgada apreendida na casa dele. Os três telefones de Mizael --que é advogado e policial militar aposentado-- também estão sendo analisados.

Desaparecimento
A advogada estava desaparecida desde 23 de maio, quando foi vista pela última vez quando deixava a casa da avó, em Guarulhos (Grande SP). O ex-namorado dela nega qualquer envolvimento no sumiço da jovem, mas, para a polícia, ele continua como principal suspeito.
O relatório das ligações dos três celulares de Mércia apontou que a última ligação recebida por ela no dia do seu desaparecimento foi de Souza, às 14h30 do dia 23. Segundo o delegado, essa foi a chamada que os familiares de Mércia viram que ela recebeu e não atendeu.
O rastreamento do carro de Souza apontou que ele passou pela região próxima a casa da avó de Mércia --onde ela foi vista pela última vez-- na tarde de domingo (23). Em depoimento, o advogado afirmou que passou na casa de um amigo que mora por lá, mas ele não estava e que passou a tarde com uma garota de programa.

Julianna Granjea

Ouça aqui a ligação:

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/752345-funcionario-que-sumiu-de-posto-trabalha-para-mizael-diz-testemunha-ouca.shtml

Avós respondem a ação por alimentos só na incapacidade dos pais


A obrigação dos avós de prestar alimentos é subsidiária e complementar à dos pais, cabendo ação contra eles somente nos casos em que ficar provada a total ou parcial incapacidade dos genitores em provê-los. A conclusão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que não conheceu do recurso especial de uma neta contra os avós paternos.
Representada pela mãe, ela ajuizou ação de alimentos diretamente contra os avós. Eles contestaram a ação, sustentando a impossibilidade de prestarem alimentos. O avô afirmou que seus ganhos não são suficientes para prover tais obrigações, além de possuir uma filha menor a quem presta alimentos. A avó, por sua vez, comprovou estar desempregada, ou seja, não possui qualquer rendimento para satisfazer as necessidades da neta.
Em primeira instância, a ação foi julgada improcedente. O juiz entendeu que o pai residia em endereço conhecido no exterior, além de não ter sido compelido a arcar com a pensão. Afirmou, ainda, que não há prova de que os avós tenham condições financeiras de auxiliar nos alimentos.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) negou provimento à apelação da neta e manteve a sentença. “Diante da ausência de comprovação da apelante de que seu genitor está impossibilitado de prestar alimentos e que os apelados poderiam arcar com o sustento, correta a sentença monocrática ao julgar improcedente a pretensão inicial”, afirmou o tribunal capixaba.
No recurso para o STJ, a defesa da neta alegou que a decisão ofendeu o artigo 397 do Código Civil, pois os avós também possuem o dever de alimentar, correspondendo pela obrigação. Afirmou, ainda, que somente no curso da ação é que o endereço do pai no exterior se tornou conhecido e que a prova produzida nos autos demonstra a possibilidade, ao menos parcial, dos avós paternos.
A Quarta Turma, em decisão unânime, não conheceu do recurso especial. “Alega a recorrente que o pai reside no exterior, porém essa questão, que é de fato, não foi cuidada nos autos, de sorte que não é dado ao STJ examiná-la, a teor da súmula 7”, afirmou o relator do caso, ministro Aldir Passarinho Junior. Tal verbete prevê a impossibilidade de o STJ examinar provas, em grau de recurso.
Para o relator, se não houve ação prévia de alimentos contra o pai, a ação não poderia mesmo ter êxito. “Não fora isso, o acórdão utilizou-se de um segundo fundamento, igualmente extraído do contexto material dos fatos, destacando que não foi demonstrada a possibilidade de os avós arcarem o sustento da neta. Destarte, também aí incidente o óbice da aludida súmula 7 desta Corte”, completou Aldir Passarinho Junior.

Superior Tribunal de Justiça


Professora amarra e amordaça aluno de 5 anos em Brasília, diz polícia



Caso foi denunciado por funcionária que presenciou a cena em escola pública.
Na delegacia, ela teria dito que não aguentou o comportamento do menino.


Uma professora do Distrito Federal é suspeita de ter amarrado e amordaçado uma criança de cinco anos com fita adesiva em uma escola de Brasília nesta quarta-feira (16). O menino estuda na primeira série de uma escola pública da cidade. A professora foi afastada do trabalho.
Segundo a polícia, o garoto teve os pés e as mãos amarrados e o corpo preso a uma cadeira na classe de aula. A professora usou a fita adesiva para amordaçar a criança. Na delegacia, a professora teria dito que perdeu a cabeça e amarrou o garoto porque ele não se comportava. A professora assinou um termo circunstanciado e vai responder por maus tratos, constrangimento ilegal e vexame.
O caso foi denunciado por uma servente da escola, que viu a cena e avisou a diretoria. A direção da escola então chamou o Batalhão Escolar da PM. A mãe da criança foi avisada pela escola pela manhã.
“As outras crianças vão ficar rindo dele depois, né? Lógico. Vão ficar tirando sarro da cara, porque criança é criança”, disse a mãe, que não quis se identificar. “Eu acho que ela não tem nenhum preparo para cuidar de criança.”
A Secretaria de Educação do Distrito Federal abriu sindicância para apurar o caso. A professora foi afastada temporariamente da sala de aula. Segundo a secretaria, ela deve se aposentar no final do ano.


G1

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Senado aprova Estatuto da Igualdade Racial, mas retira cotas


Relator tirou do texto possibilidade de reserva de vagas para negros.
Projeto teve o apoio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.

O Senado aprovou nesta quarta-feira (16) o Estatuto da Igualdade Racial. O texto aprovado, no entanto, suprime do projeto a definição de cotas para negros em diversas atividades. Mais cedo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tinha aprovado a proposta e o parecer do relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), foi mantido em plenário. O projeto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A votação no Senado retirou do texto a previsão de cotas para negros em universidades, empresas e candidaturas políticas. No caso das empresas, a cota se daria por meio de incentivos fiscais à empresa. O relator do projeto e presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), é contra as cotas e retirou a reserva de seu texto. Ele afirma que a intenção é que o Estatuto não crie enfrentamentos.
Um dos articuladores da votação, o senador Paulo Paim (PT-RS) minimizou a retirada das cotas. Ele destacou que outro projeto que trata sobre o tema já tramita na Casa e é lá que será feita essa discussão. Paim fez a articulação para a votação junto com Eloi Ferreira de Araújo, ministro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
O projeto aprovado pelo Senado tem como intenção promover políticas públicas de combate à discriminação e igualdade de oportunidades. Existe também a previsão de políticas afirmativas para a raça negra.
Ainda na CCJ questionou-se a retirada por Demóstenes da previsão de atendimento específico na rede pública de saúde para a população negra. Paim também minimizou essa questão ao destacar que o projeto prega políticas afirmativas também na área da saúde.
O texto que sai do Senado tem ainda emendas de redação feitas por Demóstenes que retiram o termo “raça” de diversos artigos do projeto. O relator afirma que o termo não é correto e substituiu por “etnia” ou “população” as referências que antes eram feitas a “raça negra”.
O projeto prevê ainda que se dê títulos de propriedade definitiva a descendentes que morem em terrenos provenientes de quilombos. A titularidade já tinha sido definida por um decreto presidencial de 2003.


Recém-nascido é encontrado dentro de sacola em Niterói

Andre Gomes mostra o local onde achou uma sacola com um bebê dentro em São Francisco - Foto Guilherme Pinto / EXTRA / Agência O Globo

RIO - Um recém-nascido foi encontrado, na manhã desta quarta-feira, dentro de uma sacola pendurada num muro da Rua Mário Joaquim Santana, no bairro São Francisco, em Niterói. Moradores chamaram policiais do 12º BPM (Niterói) e a ambulância dos bombeiros para o local.
Segundo a PM, o bebê ainda estava enrolado em restos do cordão umbilical. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Mário Monteiro, no bairro Cafubá, e depois transferido para o Hospital Universitário Antônio Pedro.
Não foram divulgadas informações sobre o estado de saúde do recém-nascido.


O Globo

Sinais de alerta


As marcas para descobrir se alguém está usando drogas na família ou no círculo de amigos são facilmente percebidas se existe diálogo e uma relação aberta. Quando falta conversa, também há sinais que podem ajudar pai, mãe, irmão ou avó e avô a descobrir o uso e tentar ajudar o viciado a livrar-se da dependência.
Além da devastação no organismo, o comportamento avisa. Há visível mudança física, que inclui perda de peso acentuada, em especial nos usuários de cocaína e crack — os "crackeiros" ainda sofrem de envelhecimento precoce e pele ressecada.
O consumo de drogas deixa o usuário retraído, deprimido, cansado e até descuidado em sua aparência. Um teste da Associação Espaço Comunitário Comenius, de São Paulo, orienta a observar o estilo da pessoa — se ficou agressiva, adotou atitudes violentas e se mudou de amigos.
Para Maria Cecília Heckrath, coordenadora do setor de álcool e drogas da Secretaria de Estado da Saúde (SC) , não há fórmula segura para detectar o consumo de drogas, mas é comum perceber o uso se a família tem diálogo.
- Quando os pais são distantes ou a família é desestruturada fica difícil. Aí os pais só percebem quando encontram droga no bolso do filho, diz Maria Cecília, que trabalhou mais de 10 anos no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Florianópolis.

O conjunto desses fatores pode indicar o consumo:
O jovem anda retraído, deprimido, cansado e descuidado do aspecto pessoal (com cabelo e barba por fazer e unhas sujas e malcuidadas), agressivo, com atitudes violentas.
Quando a pessoa muda radicalmente o grupo de amizades. Se estuda, mostra dificuldades na escola e perde o interesse por passatempos, esportes e hobbies. Se trabalha, começa a faltar e ficar relapso.
O usuário muda seus hábitos alimentares, deixa de se alimentar com frequência e passa a sofrer com distúrbios de sono. O usuário de crack pode perder 10 quilos em um mês.
Usa desodorantes para disfarçar cheiro, fica com os olhos vermelhos, as pupilas dilatadas e usa colírios.
Mantém conversas telefônicas com desconhecidos, começa a furtar objetos de valor na própria casa.
Adota mudanças no visual, usa roupas sujas e faz apologia a drogas.
No caso da maconha, quando há caixas de fósforos furadas no centro, ou piteiras e cachimbos, que permitem fumar o cigarro de maconha até o final sem queimar os dedos ou os lábios; papel de seda (para enrolar a droga); tem manchas amareladas entre as pontas dos dedos e queimaduras e há cheiro nos lençóis.
No caso da cocaína, cartões de crédito e lâminas utilizados para pulverizar o pó e canetas sem carga, para aspirá-lo, são sinais de uso.
Também é importante perceber se o nariz da pessoa sangra com frequência ou apresenta coriza, se tem dificuldade para falar, gasta mais dinheiro do que o normal e sai mais de casa, ou passa noites insones.
Mentiras recorrentes e descaso com compromissos.


Zero Hora

A reforma do Código de Processo Penal


Nas últimas décadas, a Justiça Criminal tornou-se alvo de críticas e carecedora de credibilidade. Há um abismo entre a vontade popular e os instrumentos jurídicos sagrados que, no afã de proteger os inocentes, acabam evitando, por vezes, a condenação dos culpados. Quando um caso clamoroso aparece na televisão, é fácil julgar, principalmente porque o discurso acusatório é posto no volume máximo, enquanto os argumentos que lançam dúvidas sobre a culpa são jogados para debaixo do tapete. Absolvido o réu, há uma catarse geral e ninguém consegue entender o desfecho indesejado, restando como consolo apenas acusar o juiz que o absolveu.
Acontece que uma das maiores causas de erros judiciários no Brasil ainda é a investigação policial bastante ineficiente. Se o leitor estiver pensando na investigação de Primeiríssimo Mundo que foi mostrada à população no caso Isabella Nardoni, pergunte a qualquer delegado, promotor, advogado ou juiz se ele conhece algum outro caso, anterior ou posterior ao da menina morta no edifício London, em que tenham sido usadas técnicas tão avançadas de perícia criminal. Se fossem empregados 10% dos meios de prova usados naquele caso, nossa Justiça já estaria ótima. A verdade é que, sobretudo nos casos de homicídio, as provas por excelência continuam sendo a confissão do acusado - obtida, em regra, sem a presença de advogado -, testemunhos de "ouvi dizer" ou, ainda, de pessoas que chegam a Juízo e desmentem o depoimento prestado à polícia.
Mesmo quando se trata de caso rumoroso, é bastante comum - é claro que existem exceções - a investigação se preocupar mais com uma resposta rápida para a sociedade do que com a descoberta real da verdade. Alguns casos são bastante emblemáticos dessa atuação policial, como o do Bar Bodega, no qual a polícia apresentou, em tom triunfal, à população a confissão de todos os acusados, provando-se depois que tudo não passou de uma grande farsa. Se um promotor de Justiça não tivesse ido atrás para descobrir a verdade, ocorreria ali um erro judiciário gravíssimo, embora corriqueiro na Justiça brasileira. Se isso acontece a olhos vistos, é de imaginar o que não se passa em silêncio nas investigações que andam anonimamente pelos rincões do País.
Engana-se, por outro lado, quem pensa que investigação mal feita é privilégio de réus pobres e sem condições de contratar advogado. Sobretudo nos últimos anos, tornaram-se muito comum prisões espetaculares sem nenhum substrato jurídico aceitável, o que acabou levando muitos casos a morrerem na praia. Um caso emblemático foi o da prisão dos donos de uma conhecida cervejaria por crime de sonegação fiscal só com base em grampo telefônico, embora o Supremo Tribunal Federal não aceitasse mais, na época, inquérito por sonegação fiscal, o que dirá prisão, antes de esgotada a discussão tributária na esfera própria. A sensação é que se buscou acender com o clamor público a brasa que os elementos da investigação não conseguiam por si só fazer fumegar.
Quando o caso chega à Justiça, é fácil odiar o juiz responsável pela absolvição de alguém que a televisão ou os jornais apontavam como culpado. Pouca gente para para pensar que a absolvição é fruto de uma investigação fracassada, que não deu ao juiz alternativa senão inocentar o réu.
Sob este prisma fica um pouco mais fácil pensar que tipo de reforma queremos. Um Código de Processo Penal deve ser capaz de proteger o cidadão dos arbítrios estatais, ainda muito comuns na fase de investigação - daí ser louvável a proposta de criar um juiz de garantias só para zelar pelos direitos e garantias do réu na fase da investigação e outro para julgar o caso - e, ao mesmo tempo, apto a levar a bom termo a condenação de quem se provou a culpa. Algumas outras propostas previstas no projeto em trâmite no Senado, como a de dar ao réu a chance de confessar o crime em troca de receber a pena mínima, parecem ir exatamente na contramão do que se quer de uma Justiça melhor: parece preferir a resposta rápida à descoberta da verdade real. Neste ponto, ainda fica a dúvida: quem não confessar perde o direito à pena mínima? É a institucionalização da confissão extorquida.
Em outros pontos, a reforma parece desequilibrar ainda mais a balança da Justiça, colocando mais peso no prato onde estão as formas mais invasivas e preguiçosas de investigação criminal - como o grampo telefônico, que passa a ser permitido em alguns casos num prazo máximo de até um ano ininterrupto - e limitando os meios de questionar abusos, com a restrição do uso do habeas corpus, que passa a ser admitido apenas para casos de prisão. É bom lembrar que a interceptação de conversas telefônicas é excelente instrumento de descoberta de crimes, mas deve ser apenas um meio para ser chegar a outras provas (para descobrir o cadáver, a fraude, o cativeiro), e não ser usada como uma prova em si mesma. Hoje basta falar alguma coisa ao telefone para ser culpado de um crime, às vezes mesmo sem se ter certeza material da existência do delito. O absurdo é tão grande que falar ao telefone se tornou mais incriminador do que confessar um crime na frente do delegado. Explica-se: o artigo 155 do atual Código de Processo Penal proíbe condenar somente com provas colhidas na fase de inquérito, de modo que a confissão a polícia, para ser válida, precisa ser confirmada na frente do juiz; já as conversas objeto de grampo, não. Vamos convir que são tempos estranhos estes que vivemos...
Com ou sem a reforma do código, enquanto os processos continuarem a chegar ao Judiciário absolutamente desprovidos de elementos probatórios válidos e seguros, as investigações mal feitas e ilegais continuarão sendo as maiores aliadas da impunidade.

Fábio Tofic Simantob

ADVOGADO CRIMINALISTA, É DIRETOR DO INSTITUTO DE DEFESA DO DIREITO DE DEFESA


Estadão

Famílias pedem ajuda para conseguir leite em pó para filhos doentes em Ceilândia (DF)



Duas famílias carentes lutam para sustentar os filhos, portadores de uma doença respiratória rara, que dependem da alimentação com um leite em pó especial para continuarem vivos. Além do alto custo deste produto, as famílias enfrentam a falta dele nas farmácias da cidade.


R7

Filhote de onça era mantido em galinheiro no interior de SP



Segundo dono de sítio, animal atacava ovelhas.
Onça parda foi entregue a uma clínica veterinária.


O cativeiro onde estava a onça parda de aproximadamente 4 meses de vida resgatada na manhã de quinta-feira (11) em Getulina, a 456 km de São Paulo, era um galinheiro.
O dono do sítio que capturou o animal informou que mantinha a onça em cativeiro porque ela estava atacando as ovelhas da propriedade..
A onça foi entregue a uma clínica veterinária. O dono do sítio pagou fiança e foi liberado, mas vai responder a processo por maus-tratos a animais.


G1

Temperaturas elevadas em grande parte da Amazônia


Brasília (15/06/10) - O boletim climático trimestral (junho, julho e agosto), realizado pelos meteorologistas dos Centros Regionais do Sistema de Proteção da Amazônia, prevê para a Amazônia chuvas irregulares no Amazonas e temperaturas elevadas no Pará, Mato Grosso e Acre. Segundo os profissionais, as análises de dados e prognósticos de modelos numéricos para a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e as águas superficiais na região do oceano Pacífico equatorial (área de monitoramento do EL Niño) tenderão progressivamente, nos próximos meses, para um padrão de resfriamento, no entanto, estas condições ainda não deverão influenciar o clima.
A previsão é de que o volume de chuva para o trimestre, no Amazonas, ocorra dentro da normalidade, entre os intervalos de 83 – 118 mm no mês de junho, 32 – 92 mm no mês de julho e 39 – 64 mm no mês de agosto. “Neste período, que chamamos de estiagem, há predomínio de Sol na maior parte do dia, no entanto, pancadas de chuva rápidas e de maneira isolada, não são descartadas. Com a redução da nebulosidade durante o período, a energia do sol atinge diretamente a superfície terrestre, assim a temperatura tende apresenta-se acima da média”, informou a meteorologista do Centro Regional de Manaus, Ana Cleide Bezerra.
“Nos estados do Amazonas, especialmente na parte norte do estado abrangendo a calha do Rio Negro, e em Roraima a distribuição da chuva deverá ocorrer de maneira irregular, com pontos isolados de chuva acima da média. As condições do oceano Atlântico Tropical Norte deverão influenciar diretamente o clima nos estados, já que é esperado o aumento da temperatura do mar, favorecendo um maior transporte de umidade da Zona de Convergência Intertropical para dentro do continente gerando acumulados significativos de chuva”, afirmou a meteorologista.
Já no sul da Amazônia, eventos fortes de Friagens podem ocorrer durante o período, no entanto, no Amazonas esses eventos atingem apenas o setor centro-sul e sudeste do estado, sobre os municípios de Boca do Acre, Lábrea, Humaitá, Ipixuna e Eirupené. Segundo Ana, destaca-se também a estação seca no sul da Amazônia, onde deverá ocorrer predomínio da massa de ar seco, dificultando a formação de nebulosidade, favorecendo grande aumento de temperatura e a umidade relativa do ar podendo atingir valores abaixo de 30%, principalmente, nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, sul do Pará e Maranhão.
Segundo o meteorologista do Centro Regional de Belém, Márcio Lopes, na Amazônia Oriental espera-se um trimestre com temperaturas bastante elevadas na maior parte da região, onde as máximas deverão ultrapassar cerca de 2ºC as médias históricas. Já com relação à ocorrência de chuvas, os volumes acumulados no período ficarão ligeiramente acima do normal na região da Calha Norte do estado do Pará e Centro-Norte do Amapá. “O clima em parte do nordeste paraense, incluindo a região metropolitana de Belém e na calha do baixo Amazonas, ocasionando chuvas irregulares, ou seja, pontos com precipitação acima do normal e, ao lado, ocorrência de chuva abaixo da média. A formação de linhas de nebulosidade na costa em decorrência da brisa marítima será responsável por tal variabilidade espacial, além de chuvas mais intensas, porém, de forma eventual”, explicou Márcio Lopes. Segundo ele, as chuvas abaixo do normal são esperadas apenas na faixa litorânea que vai do Maranhão ao Pará até encontrar a porção norte da ilha do Marajó. Nas demais áreas do Leste da Amazônia, o padrão será de normalidade, o que representa baixo volume de chuvas no período.
Já no Mato Grosso o calor será mais intenso do que o normal na maior parte do estado e as chuvas ficarão abaixo da média no oeste e noroeste. Somente a baixada cuiabana, o pantanal e o oeste terão temperaturas dentro da média, já que são mais suscetíveis à entrada de frentes frias. O calor também será mais intenso do que o normal na maior parte de Rondônia, somente o Vale do Guaporé e o Cone Sul deverão ficar mais
frescos. Já as chuvas ficarão abaixo da média em todo o estado. Por isso, boa parte dos rondonienses devem estar preparados para enfrentar um verão amazônico mais seco e quente do que estão acostumados. No Acre, o calor será mais intenso do que o normal na maior parte do estado e somente o sul acriano deverá ficar mais fresco, devido à entrada de friagens. Já as chuvas ficarão abaixo da média na porção oeste do estado.

Assessoria de Comunicação Social do Sipam
Telefone: (61) 3214 0257
E-mail: comunicacaosocial@sipam.gov.br
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Estudo liga reprodução assistida a maior risco de malformação em bebês


Um estudo feito por cientistas franceses indica que o uso de técnicas de reprodução assistida pode aumentar a probabilidade de bebês nascidos com malformações.

A pesquisa, coordenada pela geneticista Géraldine Viot, da Maternité Port Royal, em Paris, França, aponta um índice de 4,24% de nascimentos com malformações graves entre bebês gerados com o uso de técnicas de reprodução assistida.
O índice de nascimentos com malformações na população em geral é estimado entre 2% e 3%.
Para Viot, os dados indicam que casais que pensam em usar técnicas de reprodução assistida para ter filhos deveriam ser informados sobre os riscos associados ao uso destes métodos.
A especialista acredita que a maioria dos médicos trabalhando em clínicas que oferecem os tratamentos costuma informar os pacientes sobre os riscos apenas quando perguntados especificamente.

Estudo
Segundo os cientistas, este é o maior estudo feito até hoje sobre o assunto. Viot e seus colegas fizeram uma pesquisa em 33 clínicas francesas que oferecem tratamentos para reprodução assistida - isso equivale a cerca de um terço do número total de centros oferecendo este tipo de serviço na França.
Médicos e casais foram convidados a preencher questionários.
No total, 15.162 bebês nasceram nessas clínicas entre 2003 e 2007. O número de nascimentos com malformações foi comparado a dados de registros nacionais e de outros estudos publicados.
"Encontramos malformações sérias em 4,24% das crianças", disse Viot. Segundo a pesquisadora, a maioria dos estudos anteriores indicava um índice menor, entre 2% e 3%.
O estudo encontrou incidências altas de problemas cardíacos e malformações no sistema urinário e genital. Esse tipo de problema foi mais prevalecente em meninos.
Entre as malformações menos sérias, foram encontrados angiomas e tumores benignos sob a pele. Essas anomalias foram duas vezes mais frequentes em meninas.
Fatores como a idade dos pais das crianças nascidas com malformações foram levados em consideração. O estudo verificou que não havia grande variação entre as idades dos pais dessas crianças e as dos pais dos bebês sem problemas.

Causas
Viot disse que as origens dos problemas são provavelmente múltiplas.
"Precisamos de mais pesquisas para entender o relacionamento entre esses problemas e o meio usado para a cultura do embrião, o momento da transferência do embrião, os efeitos da estimulação do ovário, o uso do ICSI - onde o esperma é injetado diretamente no óvulo - e o congelamento dos gametas e embriões”, disse.
"Calculamos que, na França, cerca de 200 mil crianças tenham nascido com a ajuda de técnicas de reprodução assistida e, portanto, um índice de malformações dessa magnitude é uma questão de saúde pública", afirmou a pesquisadora.
Viot e sua equipe pretendem dar continuidade ao estudo com a análise de outros 4 mil questionários de crianças nascidas em 2008. Já crianças nascidas em 2003, hoje com 7 anos, terão seu desenvolvimento motor monitorado.
"Ao acompanhar todas essas crianças, esperamos entender mais sobre não apenas o que pode dar errado após os tratamentos com técnicas de reprodução assistida, como também por que elas dão errado", disse.
Os pesquisadores também estão tentando compreender as causas da infertilidade nos pais das crianças que apresentaram as malformações graves.
O objetivo é tentar estabelecer a causa da malformação e se ela estaria vinculada à infertilidade dos pais ou ao tratamento usado.


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