sábado, 14 de janeiro de 2012

Vietnã resgata 800 cachorros que iam para a panela


Cerca de 800 cães foram salvos antes de irem para a panela em uma operação da Marinha do país asiático no Rio Mekong (Vietnã). O destino dos animais, que estavam engaiolados em um caminhão de traficantes, era o vizinho Laos. O veículo estava se aproximando do ponto onde os cachorros seriam levados em uma balsa quando foi interceptado.

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Superlotação em hospital de Contagem (MG) prejudica tratamento de pacientes


Alguns pacientes estão há semanas na fila de espera por cirurgias urgentes. O problema é a superlotação em hospitais da região. Desesperados, familiares dos pacientes pedem ajuda para garantir atendimento aos parentes.

R7

Cruzeiro que naufragou na costa da Itália tinha brasileiros, diz Itamaraty


Informação, ainda não confirmada, é de que brasileiros seriam entre 50 e 60.
Acidente deixou 3 mortos e 70 desaparecidos, segundo autoridades locais.


O Ministério das Relações Exteriores informou neste sábado (14) que relatos ainda não confirmados dão conta de que havia entre 50 e 60 brasileiros entre os mais de 4.000 passageiros do barco de cruzeiro que naufragou na véspera no litoral da Itália.

De acordo com autoridades italianas, o acidente deixou três passageiros mortos, 14 feridos e pelo menos 70 desaparecidos.

O navio encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, região central da Itália, teve seu casco quebrado, virou e ficou parcialmente submerso.

As vítimas morreram afogadas. Os desaparecidos podem ter procurado abrigo na ilha.

Segundo o Itamaraty, brasileiros que estavam entre os passageiros do navio da Costa Cruzeiros entraram em contato por telefone com o consulado do país em Roma e estimaram o grupo que estava no barco entre 50 e 60 pessoas.

Ainda não há informações sobre se haveria brasileiros entre as vítimas do acidente, disse o Itamaraty.

A agência EFE afirmou que haveria 46 passageiros brasileiros, citando a Costa Cruzeiros, empresa genovesa dona do navio. A assessoria da empresa no Brasil diz que não tem informação.

O consulado em Roma está em contato com as autoridades italianas e vai prestar toda a assistência necessária aos brasileiros, informou o ministério.

Segundo a imprensa local, a retirada dos últimos passageiros e membros da tripulação do navio Costa Concordia apresentou complicações.

Muitos dos 3.200 passageiros e 1.023 tripulantes foram levados para o porto de Santo Stefano, no continente, onde estavam abrigados em escolas, igrejas e outros edifícios públicos.

Um dos passageiros do Costa Concordia disse à imprensa italiana que, por volta das 21h30 (18h30 no horário de Brasília), "todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa".

Quando a luz voltou, o comandante do navio anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas um vazamento de água se abriu no navio, que ficou inclinado.


A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, disse o passageiro.

Antes disso, muitos passageiros, apavorados, teriam se jogado na água, segundo testemunhas.

Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu "cenas de pânico dignas do 'Titanic'", com empurrões entre os passageiros, gritos e choro.

Ela também denunciou o que considerou a falta de preparação da tripulação, afirmando que houve problemas quando os botes salva-vidas foram lançados ao mar e que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.

Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferrys garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes.

No total, 12 navios e 9 helicópteros foram mobilizados para verificar se não há ninguém no mar, segundo o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.

Mergulhadores iriam entrar no navio para procurar eventuais corpos que ficaram presos.

Causas desconhecidas
A Costa Cruzeiros, dona do barco, se declarou "consternado" e expressou seus pêsames às famílias. Indicou que não é possível determinar de imediato as causas do acidente e assegurou que a retirada foi rápida, apesar de difícil, já que estava entrando muita água no barco.

O navio, que partiu na sexta de Civitavecchia, na região de Roma, faria um cruzeiro de uma semana pelo Mar Mediterrâneo com escalas programadas pelas cidades de Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo, informou a assessoria de imprensa da matriz da empresa.

O Costa Concordia, de 290 metros, tem 58 quartos com suíte e balcão, cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas.

Ainda de acordo com a Costa Cruzeiros, cerca de 1.000 passageiros do Costa Concordia têm nacionalidade italiana, enquanto aproximadamente 500 são alemães e 160 franceses.

O site da operadora aparentemente entrou em colapso diante do volume de acessos, mas a empresa pôs à disposição uma linha telefônica para responder aos pedidos de informação.

A Costa informou que vai cooperar plenamente com as autoridades.

G1

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Corre bem o autotransplante de Reynaldo Gianecchini


Segundo boletim médico, o ator recebeu, nesta quinta, a infusão de células-tronco retiradas de seu próprio organismo e permanecerá internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para recuperação

Segundo boletim médico divulgado pelo hospital Sírio-Libanês, o ator Reynaldo Gianecchini foi submetido ao autotransplante de células-tronco nesta quinta e o procedimento correu conforme o previsto pelos médicos. Gianecchini irá permanecer internado para recuperação. O hospital não informou quando o ator terá alta.

O ator foi internado no dia 5 de janeiro para dar início aos exames preparativos ao autotransplante. Após receber sinal verde da equipe médica para realizar o procedimento, Gianecchini foi submetido a cinco sessões de quimioterapia.

Gianecchini foi diagnosticado com linfoma do tipo não-Hodgkin em agosto do ano passado. Desde então, ele acumula sucessivas internações no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para concluir o tratamento. O linfoma é um tipo de câncer que atinge as células de defesa do organismo.

Veja

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Turista surta e atira cachorros de estimação pela janela do prédio


Mulher de 53 anos jogou os animais do décimo andar de um prédio no Guarujá

De férias no Guarujá, uma turista gaúcha de 53 anos teve um surto psicótico e, no final da madrugada desta quarta-feira, 11, atirou seus dois cachorros de estimação pela janela do décimo andar do apartamento onde estava hospedada, na praia de Pitangueiras. Os cães, um basset de 16 anos e um pinscher de 6, morreram na hora.

Segundo os vizinhos, desde as 21h de terça-feira a mulher apresentava sinais de desequilíbrio. Eles notaram barulhos no apartamento da turista e chamaram a polícia quando perceberam que ela arremessava coisas pela janela.

Antes de jogar os animais, ela já havia atirado um colchão e eletrodomésticos, entre outros objetos, segundo o jornal A Tribuna, de Santos. Um homem foi atingido. Ele foi medicado, teve alta e não quis registrar ocorrência.

Soldados do Corpo de Bombeiros arrombaram a porta do apartamento para conseguir contê-la. A mulher, portadora de distúrbio bipolar, segundo parentes informaram aos investigadores, teve que ser sedada e permanecia no pronto-socorro até começo da tarde desta quarta-feira. A família da gaúcha está a caminho do Guarujá para prestar assistência.


Crise faz pais abandonarem filhos na Grécia


A crise financeira grega casou tamanho desespero em algumas famílias que estas estão abrindo mão de seus bens mais preciosos: seus filhos.

Certa manhã, algumas semanas antes do Natal, uma professora pré-primária em Atenas encontrou um bilhete que dizia respeito a uma de suas alunas de quatro anos de idade.

Não voltarei para buscar Anna hoje porque não tenho dinheiro para cuidar dela", dizia o bilhete. "Por favor, tome conta dela. Desculpe. Sua mãe."

Nos dois últimos meses, o padre Antonios, um jovem sacerdote ortodoxo que dirige um centro de juventude para a população carente, encontrou quatro crianças em sua porta - entre elas, um bebê com menos de um mês de idade.

Outra organização não governamental teve de atender um casal cujos bebês gêmeos estavam hospitalizados, sendo tratados por desnutrição. Isso porque a mãe, também desnutrida, não conseguia amamentá-los.

Casos como estes estão chocando um país em que laços familiares são bastante valorizados. O fracasso em cuidar de seus filhos é visto como algo inaceitável socialmente: para os gregos, parecem histórias saídas do Terceiro Mundo, e não se sua própria capital, Atenas.

Desempregada, sem-teto e desesperada

Uma das crianças cuidadas pelo padre Antonios é Natasha, uma esperta menina de dois anos levada ao centro por sua mãe, algumas semanas atrás.

A mãe se disse desempregada, sem-teto e desesperada por ajuda. Mas, antes mesmo que a equipe do centro pudesse oferecer-lhe algo, a mulher desapareceu, deixando sua filha ali.

"No último ano, recebemos centenas de casos de pais que querem deixar seus filhos conosco, por nos conhecerem e confiarem em nós", diz o padre Antonios. "Eles dizem que não têm dinheiro, abrigo ou comida para suas crianças e esperam que nós possamos prover-lhes isso."

Pedidos desse tipo não eram incomuns antes da crise econômica grega. Mas Antonios diz que, até agora, nunca havia se deparado com crianças que haviam sido simplesmente abandonadas.

Maria é uma das mães solteiras pobres a deixar sua filha sob o cuidado de terceiros. "Choro em casa sozinha todas as noites, mas o que posso fazer? Dói meu coração, mas não tive escolha", justifica.

Ela passava seus dias e parte das noites procurando trabalho, tendo que deixar sua filha Anastasia, de oito anos, sozinha em casa durante horas. As duas dependiam da comida doada por uma igreja. Maria diz que perdeu 25 kg.

Até que decidiu deixar Anastasia em uma ONG chamada SOS Children's Villages. "Eu posso sofrer, mas por que ela (Anastasia) teria que sofrer também?", diz Maria.

Maria agora trabalha em um café, mas ganha apenas 20 euros por dia. Visita Anastasia mais ou menos uma vez por mês e espera retomar a guarda da filha quando sua situação econômica melhorar - mas não sabe quando isso vai acontecer.

Longe dos pais

O diretor de assistência social da SOS Children's Villages, Stergios Sifnyos, diz que a ONG não está acostumada a receber crianças de famílias afetadas pela crise, nem quer fazê-lo.

"Maria e Anastasia são muito próximas. Não há razão para ficarem separadas", afirma ele. "Mas é difícil para ela receber sua filha de volta sem ter certeza se vai continuar tendo um emprego no dia seguinte."

No passado, a SOS Children's Village costumava cuidar de crianças afastadas de seus pais quando estes tinham problemas com álcool e drogas. Agora, o principal fator é a pobreza.

Outra ONG, The Smile of a Child, atendia no passado principalmente casos envolvendo abusos e negligência de menores. Hoje também está tendo que atender crianças prejudicadas por carências econômicas.

O psicólogo-chefe da ONG, Stefanos Alevizos, diz que, quando uma criança é deixada por seus pais nessa situação, suas fundações psicológicas ficam profundamente abaladas.

"Elas experimentam (os sentimentos de) separação como um ato de violência, porque não conseguem entender as razões disso", explica.

Mas, para Sofia Kouhi, da mesma ONG, a maior tragédia da atual situação grega é que os pais que deixam seus filhos sob os cuidados de terceiros costumam ser os que mais amam essas crianças.

"É muito triste ver a dor em seu coração por deixar seus filhos, mas eles sabem que é melhor assim, pelo menos neste momento", opina.

O padre Antonios discorda. Ele acredita que, por mais pobres que sejam seus pais, as crianças sempre estão em melhor situação se estiverem com suas famílias.

"Estas famílias serão julgadas por abandonarem seus filhos", afirma. "Podemos prover comida e abrigo, mas a maior necessidade de uma criança é sentir o amor de seus pais."

BBC Brasil

Espanhola terá de indenizar filha de 13 anos após espancar menor


A Justiça da Espanha condenou uma mulher a indenizar a filha de 13 anos por maus tratos, segundo sentença anunciada nesta semana. A mãe espancou a garota, após esta se recusar a lavar os pés antes de colocá-los no sofá.

O juiz do tribunal da cidade de Castellón decidiu ainda que a mulher não poderá se aproximar da garota a uma distância inferior a 200 metros pelo período de um ano, até mesmo na rua.

A mãe, que foi denunciada por vizinhos, terá também de cumprir pena de 33 dias de trabalho comunitário.

O caso, ocorrido em 2007, foi julgado no fim de 2010. A sentença, no entanto, foi anunciada na última segunda-feira.

O desfecho do caso ganhou repercussão na Espanha em meio a uma campanha do governo para a prevenção de agressão de menores.

A campanha pede que a população intervenha quando assistir qualquer caso de violência a crianças.

Conflito

A Justiça estipulou a indenização em valor equivalente a R$ 500. Caso não cumpra a sentença, a mãe deverá passar três meses e 23 dias na prisão.

Uma das testemunhas de acusação foi o avô da menor, que cuidará da neta durante o período em que ficará afastada da casa materna.

De acordo com o tribunal, o avô relatou que sempre houve conflito entre mãe e filha e que ambas chegaram a ser tratadas por um psicólogo. A situação, no entanto, nunca tinha chegado a agressões graves.

O avô contou ainda que ele chegou a intervir diante de outras ameaças de espancamento feitas pela mãe.

Após a sentença, a mãe tentou agredir a filha outra vez, revoltada com a decisão da Justiça.

A mulher condenada terá de pagar os gastos do processo e ficará proibida de ter acesso a qualquer tipo de arma durante o período de um ano.

BBC Brasil

Fãs no Twitter lamentam morte de jovem na tragédia de Sapucaia


Thiago Carvalho, de 18 anos, fora eleito ‘colírio’ em blog adolescente

RIO - A morte do jovem Thiago Carvalho, de 18 anos, que foi soterrado junto com seus pais em Jamapará, Sapucaia, tornou-se um dos assuntos mais comentados do twitter. A hashtag "#LutoThiagoCarvalho" chegou a constar na lista dos trending topics do Brasil na rede social. O estudante, que morava em Juiz de Fora, dividia seu tempo entre os cursos de eletroeletrônica e teatro. Em seu facebook, Thiago apontava como seu livro preferido a Bíblia, e não escondia sua religiosidade. Um de seus álbuns de fotos públicos mostra o adolescente com amigos num retiro da Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, que aconteceu em novembro de 2011.

Mas grande parte de suas fãs foi conquistada após o jovem ser eleito por duas vezes 'colírio' do blog adolescente "Yes Colírios", que elege meninos bonitos. No perfil de Thiago publicado pelo blog, ele afirma ser preguiçoso, simpático e amante de churrascos. Diz ainda que nas horas vagas gostava de ir a boates, e que o Natal para ele significava viajar para ver a família. Foi exatamente quando visitava seus parentes que ocorreu a tragédia.

Thiago também dizia que gostava de usar a internet. Em seu twitter, que possuia mais de 11 mil seguidores, a última postagem consta do dia 7 de janeiro, dois dias antes da tragédia. Na mensagem ele diz que estava indo dormir. Segundo a prima do jovem, Patrícia Carvalho, o menino pediu em um post na página do Facebook para que as pessoas rezassem, pois chovia forte na região de Sapucaia. Thiago, ainda de acordo com Patrícia, sempre fez peças em Sapucaia e chegou a participar de outras montagens em Juiz de Fora.

Pelo menos 13 pessoas morreram na tragédia em Jamapará, onde um deslizamento de terra atingiu diversas casas. Cães farejadores do Corpo de Bombeiros e retroescavadeiras da Defesa Civil recomeçaram, na manhã desta quarta-feira, o trabalho de buscas aos desaparecidos no deslizamento. A expectativa é que o resgate de pelo menos cinco pessoas de uma mesma família, que estavam abrigados em um Fusca, ocorra ainda nesta quarta-feira. Na noite de terça-feira, o trabalho teve que ser interrompido devido a um forte temporal que atingiu a região. Nesta manhã, o céu está encoberto mas não chove em Jamapará.

O Globo

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Polícia identifica homem que viveu dia de fúria em SP


Acusado roubou carros e saiu atirando a esmo

Ele saiu de casa com um pistola automática e munições nas mãos. Deixou a namorada dormindo e foi embora. Roubou carros e bateu mais de uma vez, atirou aleatoriamente nas pessoas e nos veículos que trafegavam pela zona sul de São Paulo e sumiu, deixando para trás dois baleados, automóveis destruídos e paulistanos em pânico.

Começa assim o roteiro da investigação da polícia sobre o suspeito de protagonizar a fuga alucinada num percurso de 40 quilômetros entremeada por tentativas de assassinato, na madrugada desta segunda-feira. Ele é um administrador de empresas.

A família do suspeito pediu para que ele não fosse identificado. Diz ter certeza de que foi sequestrado e que se seu nome for revelado ele pode correr risco de morte.

Transtornado e aos gritos, segundo as vítimas, ele atirou a esmo em plena avenida Tancredo Neves, no Sacomã, após bater um táxi roubado contra outro automóvel.

A saga começou às 5h20, na avenida dos Bandeirantes, no sentido da rodovia Anchieta. Quase em frente à pista do aeroporto de Congonhas, o administrador abandonou seu Corolla blindado, segundo a versão da polícia.

Com a arma em punho, foi até o semáforo fechado e mandou o taxista Elias da Silva e uma passageira descerem do carro, um Meriva. Antes de qualquer reação, ele atirou várias vezes no lado da passageira. "Ele estava alucinado e queria fugir dali", disse Elias, que saiu do carro, ajudou a passageira a sair e viu o atirador partir.

Em alta velocidade, o atirador chegou com o Meriva na avenida Tancredo Neves. No cruzamento com a avenida Nossa Senhora das Mercês, ele bateu o táxi em um Fiat Brava, dirigido pelo instalador de TV a cabo David Neves, que estava com a mulher, Hérika, e o filho Thalles, de dois meses. O carro foi lançado 50 metros adiante. "Meu filho ficou prensado contra o banco do motorista. A cadeirinha o salvou. Foi um horror", desabafou Neves.

Testemunhas dizem que o atirador desceu do carro e voltou a disparar. Manuseava a pistola com técnica, afirmam as pessoas ouvidas pela polícia. A vítima seguinte foi o eletricista Emiliano Borges, que estava dentro de sua Ecosport, acompanhado de sua mãe. Ele foi atingido na barriga. "Ele gritou 'sai que eu tô em fuga, filho da puta', e atirou contra a porta várias vezes", contou Borges a familiares no hospital, ontem.

Mas o atirador não conseguiu ligar a Ecosport e partiu em direção a outras vítimas. No meio da Tancredo Neves, atirava contra tudo e todos. Atravessou a via e correu em direção ao Logan do engenheiro Ademir Guerreta, que seguia no sentido marginal. "Ele chegou e atirou. Tive tempo de desviar a cabeça e pôr a mão. O tiro pegou de raspão", contou ele, mostrando o ferimento.

Depois de abordar o Logan, o atirador prosseguiu. Foi até o Polo da professora Ivete Cruz e atirou várias vezes, atingindo a coluna lateral do carro. "Eu pedi calma e ele foi me arrancando de dentro do carro", lembra a professora. O atirador assumiu o controle do Polo e saiu em alta velocidade. Andou 600 metros e bateu contra um ônibus sem passageiros e descarregou a arma. Após a batida, o atirador então abordou o motorista de um Ford Ka e fugiu.

A série de colisões continuou. Na avenida do Estado, região central da cidade, o atirador bateu o Ford Ka, tomou um Celta de outro motorista e bateu novamente, agora na marginal Tietê, na altura na ponte da Casa Verde (zona norte). Depois disso, o atirador sumiu. Não foi visto por mais ninguém.

Segundo policiais, ainda pela manhã, uma pessoa que se identificou como namorada do atirador foi à delegacia e disse que ele saiu de casa, em Cotia (Grande SP), quando ela estava dormindo.

Duas vítimas reconheceram o suspeito por foto no 26º DP, no Sacomã. O delegado Marcos Manfrim recebeu a informação de que o atirador teve um surto psicótico.

Jornale

GO: Pais perdem guarda dos filhos após tentarem vendê-los para comprar crack


GOIÂNIA - A Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) retirou nesta segunda-feira, 9, a guarda de três filhos de um casal viciado. Segundo a decisão, Josiane Maria de Souza, de 32 anos, e Anderson Moura Viana, de 35, teriam colocado as crianças a risco para conseguir dinheiro para comprar crack. O caso é semelhante ao que teria ocorrido na cidade neste fim de semana.

O caso ocorreu há dois anos, e as crianças - duas meninas e um menino - foram enviadas para o Conselho Tutelas e, mais tarde, adotadas. Segundo a Justiça, os menores foram expostos a risco físico grave pelos pais.

"A dependência ao crack era tamanha que abandonaram os filhos para continuar nas drogas", disse João Batista Martins, conselheiro tutelar da região centro-sul de Goiânia. Segundo ele, situações como esta estão em alta nas estatísticas.

Em 2011, cerca de quatro mil casos semelhantes passaram pelo Conselho Tutelar de Goiânia, entre outras ocorrências de espancamento e estupro. "Foram números recordes de ocorrências", disse ele. Estupro, espancamento grave com lesão e ameaças exigiram a intervenção com abrigar, acompanhar, até tirar a criança do ambiente de agressão.

Resolução. Já a conselheira tutelar Karine Rodrigues Santos Almeida acredita que a ausência de políticas públicas "efetivas", e "adequadas", tornaram nulas o combate à disseminação do crack e uma possível diminuição no número de viciados.

Na unidade onde trabalha, por exemplo, o conselho tem veículo único, as internações têm duração curta (40 dias), não há emprego e outras atividades para levar o viciado "ao esquecimento das drogas". Logo, disse ela, crescem as estatísticas de maus-tratos e violência contra criança.

Estadão

Especialista defende internação “à força” para viciados da Cracolândia


Para Marcelo Ribeiro, grávidas e pessoas com problemas psicológicos devem ser recolhidos

A megaoperação na Cracolândia, região central da capital paulista, que acaba de completar uma semana não tem previsão para acabar e deve passar por várias fases, segundo a Polícia Militar. Na segunda delas, que abrange o tratamento médico e assistencial, a polícia afirmou que poderá haver a internação compulsória de alguns usuários, caso seja necessário. Ouvidos pela reportagem do R7, especialistas disseram concordar com essa medida.

Para Marcelo Ribeiro, doutor em Ciência pelo Departamento de Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a internação compulsória [quando não é por espontânea vontade] é válida em alguns casos de vício de drogas, principalmente do crack. Segundo Ribeiro, recolher o usuário da droga “é uma alternativa e deve fazer parte de um menu de opções para ajudar”.

- Em casos onde há um descontrole muito grande, quando a pessoa está tentando parar e não consegue, se está em risco, ou coloca os outros em risco, como os menores de idade, que estão em fase de desenvolvimento e estão se expondo [acho válida a internação].

Apesar de acreditar na internação compulsória como uma alternativa para o dependente químico, Ribeiro diz que ela deve ser de curta duração.

- A internação involuntária deve ser de curta duração. Ela é o momento para tirar do olho do furacão. Eu acho que, nesse sentido, os menores de idade, as grávidas e aquelas pessoas que estão passando por momentos de altíssima exposição, ou que têm uma doença mental associada, que estão perambulando na rua, são candidatas [à internação compulsória].

Abstinência

Ribeiro acredita que é possível tratar o usuário de crack. Segundo o especialista, o primeiro passo para o tratamento é responder a questões e entender o nível da estrutura psicológica do dependente, há quando tempo ele usa a droga, qual a gravidade e, principalmente, qual foi o impacto do crack na vida dele.

- Isso vai junto com uma proposta de garantir uma abstinência, oferecer abordagens sociais capazes de reestruturar a pessoa. Além da necessidade de interromper o uso, eles precisam de reestruturação.

Tratamento

Ângelo José Celante, coordenador do Departamento de Dependência Química da Clínica de Reabilitação Maia Prime, da unidade em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, diz que o tratamento para dependentes químicos engloba o trabalho, simultaneamente, de psicólogos e parentes.

- Seria algo como aceitar a doença, entender que ela é crônica, progressiva e fatal, e depois rever seu comportamento. E, o mais importante, é frequentar um grupo, com o lema “Só por hoje”. O lema é vencer o dia a dia.

Celante conta que o tempo de internação varia de acordo com o dependente químico, mas que ele precisa ficar sob os cuidados de especialistas por pelo menos 90 dias. Atualmente, 110 pessoas estão internadas na unidade. No local, são atendidos adolescentes, adultos e idosos.

Cracolândia

Há sete dias, a Polícia Militar faz uma operação na Cracolândia, área na região central de São Paulo conhecida pelo alto consumo de crack. Esta é a primeira fase de um projeto de recuperação dos usuários que se instalaram no centro. Ela deverá ser seguida pela atuação de agentes sociais e de saúde. O objetivo é combater o tráfico de drogas na região, diminuir a criminalidade e recuperar as áreas degradadas. Não há previsão para que a operação acabe.

A prefeitura promete ainda construir um centro para tratamento e alojamento de usuários de drogas, localizado na rua Prates.

R7

domingo, 8 de janeiro de 2012

Mapa da Violência mostra que regiões antes pacíficas concentram a maioria dos crimes


“Sem financiamento, esse estudo é feito de forma independente”, pontuou o sociólogo e diretor responsável pelo estudo Mapa da Violência 2012: Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil, Júlio Jacobo Waiselfistz, realizado pelo Instituto Sangari. Em sua 12ª edição, o levantamento traz dados desde 1980 que possibilitam uma visão panorâmica da perspectiva do fenômeno da violência homicida no País. Possui dados das 27 unidades federativas, 33 regiões metropolitanas, 27 capitais e 5.564 municípios. Resultado: as taxas de homicídios estagnaram no Brasil, mas a análise delas comprova a migração do crime para regiões que antes não passavam por essa situação.

Para responder a questão: o que mudou nesse período, desde a época em que foram feitos os primeiros mapas, até os dias de hoje? A pesquisa apresenta que, por um lado, os números de homicídios estagnaram, porém as altas são taxas. Esse cenário piora, quando nota-se que esse tipo de violência aumentou em áreas de menor densidade e peso demográfico, conhecidas como regiões pacíficas.

Medo da violência
Tão fato já foi discutido por um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) do Sitema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre Segurança Pública, divulgado no início deste mês (2/12), em Brasília. O levantamento revela que cerca de 90% dos brasileiros têm medo de sofrer crimes de homicídios, assalto a mão armada e arrombamento de residência e o medo de agressão física chega a 70%. Já o medo da violência se destaca no Nordeste, em que o percentual entre os entrevistados com muito medo de assassinato é de 85,8% contra 78,4% no Norte e Sudeste. Veja aqui o estudo na íntegra.

Interpretando os números
Na página 18 do estudo, é possível verificar o número total de homicídios de 13.910, de 1980, para 49.932, em 2010. Ou seja, o aumento foi de 259%. Já a outra tabela de evolução das taxas de homicídio apresenta um aspecto interessante: entre os anos 2003 e 2010, o crescimento foi negativo. No entanto, o estudo comenta que as quedas significativas aconteceram em 2004 e 2005. Vários fatores podem ter contribuído para isso, como: políticas de desarmamento, planos e recursos federais e estratégias de enfrentamento de algumas unidades federativas.

O Mapa mostra que nesses 30 anos o Brasil já ultrapassou um milhão de vítimas de homicídio. “Vemos que a média anual de mortes por homicídio no País supera, e em casos de forma avassaladora, o número de vítimas em muitos e conhecidos enfrentamentos armados no mundo”, de acordo com trecho retirado do estudo (página 20). Ele ainda afirma: “A gente não consegue ver a concreticidade dos fatos. Em 30 anos, está o número total de mortos igual a uma cidade inteira morta com uma bomba atômica, por exemplo. No Brasil, um País sem conflitos políticos, nem étnicos e religiosos, nem de fronteira, mataram mais gente do que esses países em conflito, em guerra, ou em guerrilha”.

Antes pacíficos, hoje líderes de violência
Já na tabela sobre ordenamento das unidades federativas por taxas de homicídio, entre 2000 e 2010, mostra um aspecto interessante: Alagoas lidera o ranking, com 66,8, em 2010, sendo que 2000 sua taxa era de 25,6. Em segundo está Espírito Santo (50,1) e, logo em seguida, está o Pará (45,9). Por outro lado, houve uma queda em Estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. No estado paulista, essa taxa baixou de 42,2 para 13,9. Já, no Rio de Janeiro, a taxa de 2000 era 51 e reduziu em 2010 para 26,2. “Está acontecendo as danças das cadeiras. Fala-se muito em ‘nordestinização’ da violência. As causas aqui são nacionais e não regionais. Na verdade, está acontecendo a disseminação da violência.

Ele também mostrou outra tabela em que apresenta a evolução das sete unidades federativas com as menores taxas de homicídio no ano de 2000. Entre os anos 1980 e 1999, o Brasil passou de 11,7 para 26,2 homicídios em 100 mil habitantes, representando um aumento de 124%. Nesse mesmo período, os sete Estados mais violentos no ano 2000 cresceram 175,7% e os 17 menos violentos no mesmo ano cresciam de forma mais moderada: 48,5%.

Para justificar essa disseminação dos casos de violência homicida, o pesquisador citou que com o aumento dos pólos de crescimento econômico, traz violência a locais sem tanta infraestrutura, além de outros fatos: zonas de fronteiras; turismo predatório; regiões marcadas por ações de desmatamento de sua mata original; e a bandidagem tradicional. Ele também ressaltou a cultura da violência em países da América Latina.

O estudo também possui taxas de homicídio e índices de vitimização por raça/cor. Lá é possível notar que apenas no Paraná é o local que mata mais pessoas brancas do que negras. Em outros Estados, morre-se mais negros do que brancos. Na Paraíba, por exemplo, para cada branco morto, morre 17 negros. Quando o pesquisador questiona por que isso ainda acontece, ele mesmo responde: “a morte do branco é um crime mais visível. Negros mortos em bairros mais afastados não repercutem tanta mídia”.

População jovem morre mais
Outro dado importante é a vitimização juvenil. Há uma elevada concentração dos casos de homicídios na população jovem do País. Entre 15 e 19 anos de idade, essa taxa é de 43,7%, já entre 20 e 24 pula para 60,9%, enquanto de 25 anos até 29 atinge 51,6%. “Nos últimos 15 anos, houve um extermínio da juventude”, pontuou.

O estudo trouxe dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde que registrou 1,1 milhões de vítimas de homicídio. Indica que apenas um grupo pequeno de cidades, 13, por exemplo, alcançou esse número de habitantes no censo de 2010. Com essas estatísticas de mortalidade, no ano de 2010, 50 mil assassinatos no Brasil, com um ritmo de 137 homicídios diários.

Na conclusão do Mapa da Violência 2012, fica registrada a necessidade de políticas públicas para resolverem reformulações e deslocamentos. Sugere inclusive maior diálogo dessas políticas em diferentes esferas (nacional, estadual e municipal) sobre segurança pública. O diretor responsável pela pesquisa comentou que os conflitos dos países da América Latina também podem influencia a cultura de violência no Brasil.

Fonte: Setor3

prómenino

Haitianos descobrem que sonho de vida melhor pode virar pesadelo


No caminho até a chegada ao Brasil, imigrantes sofrem com coiotes, fome e violência

BRASILEIA (AC) - Anoitece em Brasileia e centenas de haitianos se espalham na Praça Hugo Poli, uma das principais da cidade, em animados grupos. Uns ocupam a quadra, outros arriscam manobras na pista de skate, vários conversam sentados em bancos ou ao redor dos quiosques. Em minutos, o burburinho dá lugar a sorrisos e longos abraços. É a chegada de três mulheres, que acabam de descer de um táxi puxando malas de rodinhas, em cujas alças ainda estão presos os tíquetes de companhias aéreas. Uma delas é Rosina François, de 27 anos; sua história se encaixa como uma luva no sonho haitiano de morar no Brasil, ganhar um bom salário e, aos poucos, trazer a família.

Rosina é mulher de Dominique Desne, 34 anos, que chegou ao país em novembro, pela fronteira do Acre, assim como centenas de outros haitianos, como O GLOBO revelou na última semana. Hoje, vive em Sorocaba, no interior de São Paulo. Funcionário de uma empresa de construção civil, ele trabalha como pedreiro, é registrado e mora num alojamento da firma no município vizinho de Votorantim. O salário é de R$ 1.100 por mês. Com horas extras, chega a R$ 1.700, suficiente para alugar uma casa para a família que, em breve, estará de novo reunida. Os próximos a chegar são os três filhos do casal, Loumensa, de 7 anos, Donalason, de 4, e Chenala, de 9.

- Vim porque vi que quem tinha vindo havia conseguido emprego para trabalhar - diz Dominique.

O sonho haitiano de trabalhar no Brasil e ganhar salários de até R$ 4 mil começa numa agência de viagens da República Dominicana, com a qual todos fecharam negócio, mas de cujo nome nenhum diz se lembrar. É lá que são vendidos os pacotes de imigração ilegal, a preços que vão de US$ 1.000 a US$ 2.600. O roteiro é conhecido: República Dominicana, Panamá e Lima. A partir da capital peruana, o trajeto é feito de ônibus, passando por Puerto Maldonado, até Iñapari, última cidade antes da fronteira com Assis Brasil, porta de entrada oficial ao território brasileiro pela rodovia Interoceânica, que liga o Brasil ao Oceano Pacífico, num trajeto de 1.700 km.

O Brasil dos sonhos dos haitianos não tem crise econômica, é carente de mão de obra e, de quebra, ainda há Ronaldo Fenômeno, ídolo dos jovens haitianos. Mas, em Iñapari, o sonho acaba: o trabalho da agência termina ali, a 113 quilômetros de Brasileia. O percurso pode ser feito de carro ou táxi em uma hora e meia. A diferença entre sonho e pesadelo é saber se a Polícia Federal brasileira permitirá a entrada sem o visto obrigatório, que deveria ter sido emitido no Haiti. Desde o Natal, a fronteira está liberada.

Relatos de roubo em travessia no mato

Quem chegou antes, entre novembro e dezembro, foi vítima de boatos de que a passagem sem visto estava impedida e caiu nas mãos de coiotes. Dois irmãos peruanos cobrariam US$ 50 para levar até a fronteira com a Bolívia, e outros US$ 50 para cruzar com os haitianos dentro da mata, numa caminhada de duas horas. Há quem diga que, para simular dificuldade, a dupla fazia os haitianos andarem em ziguezague. Na fronteira da Bolívia, houve quem cobrasse pedágio para evitar que fossem presos. Mais US$ 50. Os que não tinham dinheiro deixaram malas e objetos de valor.

A pé, carregando malas no meio do mato, haitianos contam ter sido também roubados e mulheres, estupradas. Houve até notícias não confirmadas de haitianos mortos no caminho.

Luciene Chachou, de 24 anos, e Joseph Christine, de 37, vivem o pesadelo. Cada uma pagou US$ 1.000 para vir. Ao chegarem em Iñapari, em dezembro, souberam que a fronteira estava fechada e aceitaram o trabalho dos coiotes. Na mata, diz Luciene, as duas foram agredidas e tiveram seus pertences arrancados. Após o susto, chegaram a Brasileia sem saber por onde começar e foram acolhidas por uma haitiana, que alugara uma casa, enquanto esperava pelo visto. Mas, esta semana, a mulher foi embora.

- Estamos na rua, não sabemos onde ficar - diz Joseph Christine, que só fala crioulo, sentada na praça ao lado da amiga e companheira de viagem.

Com a ajuda de um intérprete, ela conta que não gosta da comida oferecida pelo governo do Acre; acha as condições em Brasileia muito ruins e está decepcionada, porque a agência que vendeu "o pacote" disse a ela que, logo ao chegar, começaria a trabalhar. Há cozinheiros, padeiros, pedreiros e profissionais de todo o tipo entre os haitianos na praça de Brasileia.

O problema é que eles não têm como sair dali. Além da espera pelo visto humanitário, que demora até 45 dias, agora há o medo. No ano passado, grupos de haitianos receberam passagem do governo do Acre para ir até Porto Velho, em Rondônia, onde encontraram trabalho, principalmente ligados à construção de três hidrelétricas. Lá, muitos esperam ganhar dinheiro e seguir para o sonho maior: São Paulo.

Haitianos com diploma universitário ou com dinheiro não ficam no hotel da praça. Alugam casas e andam pelas ruas. Pelo menos 20%, calcula o governo do Acre, são estudantes que buscam vagas em universidades. Muitos deles têm Brasília como destino.

A notícia de um sucesso, como o de Dominique, ou recados da família que ficou no Haiti, de que um ou outro já está estudando ou bem empregado, alimenta a esperança de quem está em Brasileia. Fresner Jeune, de 29 anos já possui CPF e visto temporário, mas diz não ter dinheiro para seguir viagem. E tem muito medo de ficar na rua numa cidade grande. O que faria numa cidade de 11 milhões de pessoas como São Paulo? Quem o ajudaria?

- Você acha que dá para arrumar emprego em São Paulo? - pergunta, com olhar esperançoso.

Assim como Jeune, centenas de haitianos perambulam pelas ruas de Brasileia. O visto humanitário dado pelo governo, por enquanto, termina ali.

O Globo

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