sábado, 23 de agosto de 2014

Abdelmassih inseminava pacientes com seu sêmen


Roger Abdelmassih (foto), 72, especialista em reprodução humana in vitro, inseminou algumas de suas pacientes com seu próprio sêmen, sem que elas e seus maridos soubessem. A informação é de Ivanilde Vieira Serebrenic, que hoje (20) falou à imprensa no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no momento em que a Polícia Federal desembarcava com Abdelmassih, que foi preso ontem de manhã em Assunção, no Paraguai.

Ivanilde é uma das dezenas de vítimas de Abdelmassih, que foi condenado em primeira instância a 278 anos de prisão por ter estuprado em sua clínica cerca de 40 mulheres. Ela disse que tinha sido procurada por um casal que descobrira com exame de DNA seu filho obtido por inseminação não lhe pertence biologicamente. Apesar disso, de acordo com Ivanilde, o casal não vai mover ação contra Abdelmassih para não constranger o filho e a família. O Ministério Público de São Paulo tem a mesma informação.

Em 2009, quando o caso Abdelmassih estourou na imprensa, a Veja divulgou que o então médico garantiu em 1993 a um empresário do Espírito Santo e a mulher dele que poderia contornar com um tratamento inovador a infertilidade do casal. A mulher ficou grávida de gêmeos, e anos mais tarde o casal descobriu que as crianças eram biologicamente de outro pai.

Independentemente da condenação, a Delegacia da Mulher abriu em 2009 um inquérito para investigar acusações de casais de que Abdelmassih fazia manipulação genética, transplantando sem autorização, por exemplo, óvulos fecundados de algumas pacientes em outras.

Populares e vítimas de Abdelmassih o chamaram de “maníaco”, entre outras coisas, quando ele foi entregue pela Polícia Federal à Delegacia de Polícia do Aeroporto de Congonhas. “Eu tenho nojo desse homem, tenho medo, vontade de vomitar, seja bem-vindo ao inferno”, afirmou Vanuzia Leite Lopes, 54.

Ainda no aeroporto, ao ser abordado por uma jornalista, o ex-médico disse ser inocente e espera que a “Justiça faça justiça”. Na delegacia, ele chorou ao falar de seus filhos gêmeos.

A Polícia mandou Abdelmassih para o presídio de Tremembé (no interior do Estado), onde já esteve por cinco meses em 2009 antes de obter habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Abdelmassih, sua mulher, Larissa Maria Sacco, 35, e seus dois filhos pequenos viviam em Assunção havia três anos. O menino e a menina nasceram no Paraguai.

O ex-médico usava documentos falsos nos quais seu nome consta como "Ricardo Galeano", nascido em 6 de fevereiro de 1949, em uma localidade chamada de Dr. Francia.

A polícia brasileira suspeita que Abdelmassih tenha comprado de policiais paraguaios a identidade de uma pessoa morta. Larissa usava o seu próprio nome, ao menos na escola de seus filhos.

De acordo com o que apurou a Rádio Estadão, a ideia da fuga para o Paraguai foi de Larissa, então grávida.

Morava em uma casa de luxo em um bairro de classe média alta, a poucos metros da residência do presidente do Paraguai. Pagava aluguel de R$ 5 mil.

O ex-médico se apresentava com investidor brasileiro. Tinha um chofer e dois carros, um deles para levar os filhos à escola. Também contava com empregada, babá e cozinheira. O casal frequentava um restaurante onde consumia vinhos de primeira linha.

Disse a um delegado não ter mais bens.

Larissa já teria saído de Assunção com os filhos. Não há informação se ela também estava com documentação falsa. Ela é a segunda mulher de Abdelmassih. Sônia, a primeira, morreu de câncer em 2008. Esse casamento durou 40 anos.

O Ministério Público está investigando o esquema que deu apoio financeiro e logístico ao casal no tempo em que esteve foragido. As operações envolviam lavagem de dinheiro.

Com informações das agências, emissoras de TV e deste site e foto da Secretaria Nacional de Antidrogas do Paragua
i.

Paulopes

Médico estuprador: Abdelmassih diz que fuga foi ideia da mulher


Ele foi condenado a 278 anos por 52 estupros e quatro tentativas de abuso a 39 mulheres

O médico Roger Abdelmassih, de 72 anos, apontou sua mulher, a ex-procuradora da República Larissa Maria Sacco, de 37 anos, como a mentora de sua fuga para o Paraguai, há três anos e meio. A policiais civis e à rádio Estadão, durante conversa na quarta-feira (20), no Aeroporto de Congonhas, ele afirmou que foi "condenado escandalosamente", sem provas — a pena é de 278 anos de prisão por 52 estupros contra 39 vítimas.

Por volta das 16h de quarta-feira, o ex-médico chegou à capital paulista e passou por exame de corpo de delito na delegacia do terminal da zona sul, onde contou aos agentes sua estratégia de fuga e sua rotina em Assunção.

— Eu achava melhor me entregar. Minha mulher disse: 'Não, vamos embora'. Aí, falei com minha irmã que tem um haras em Presidente Prudente. Fomos para lá. De lá fomos para o Paraguai.

Capturado na capital do país vizinho na terça-feira (19), ele disse que só está preso porque pediu a renovação de seu passaporte em 2011 — o médico, um dos maiores especialistas em fertilização in vitro do Brasil, foi condenado em novembro de 2010 e recorria em liberdade.

— Eu estou preso, mas não existe prova nenhuma.

De volta a Tremembé, Roger Abdelmassih vai ficar em cela isolada

Segundo ele, sua intenção não era deixar o País.

— Eles [a Justiça e o Ministério Público] achavam que eu ia fugir, mas eu não ia. Ia passear. [...] Sabe por que eu fui tirar passaporte? Porque o meu passaporte tinha dois meses para vencer. O Juca [criminalista José Luis Oliveira Lima, que defende o médico] falou assim: 'Tem lugar que você não vai conseguir usar passaporte com dois meses'.

Abdelmassih contou, então, que procurou o criminalista Márcio Thomaz Bastos.

— Fui ao doutor Márcio: 'O senhor pode me ajudar?' A resposta foi: 'Não! Vai lá na Polícia Federal, e tira logo (o passaporte). [...] Quando fui buscar, a juíza mandou eu entregar. Aí, os advogados começaram a ver o que queriam: !'Ah, pode dar prisão'. Aí, a juíza substituta Jaqueline disse para o Juca: 'Fala para o seu cliente que não vou prender. Fala para ele ficar tranquilo'. Eu disse: 'Então, tá! Vamos para Avaré'.

Foi em uma fazenda no município paulista que promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Bauru encontraram as pistas para chegar até Assunção.

Aos policiais civis, Abdelmassih disse que, na época da fuga, estava tranquilo.

— Eu estava livre, eu estava solto. Aí, pum, me avisaram [da prisão] no meio do caminho. O Márcio falou: 'Eu acho melhor se entregar'. Minha mulher falou: 'Não, vamos embora!'.

Após o pedido de renovação do documento, a juíza Cristina Escher, da 16ª Vara Criminal, decretou sua prisão preventiva.

Médico das estrelas, Roger Abdelmassih já tratou de mulheres de Pelé e de Fernando Collor

Fuga e rotina


Antes de deixar o País, o médico contou que foi, ainda em 2011, para Jaboticabal, onde vive a família de sua mulher. Ele falou também sobre sua rotina em Assunção.

— Fiquei três anos e meio no Paraguai. Assunção é uma cidade boa. Gostam dos brasileiros. [...] Era uma bela casa. Uma casa daquelas aqui (o aluguel) custaria uns US$ 8.000. Lá custava US$ 1.800.

Segundo o preso, o imóvel foi alugado em nome de uma empresa aberta em sociedade com um amigo. Os filhos gêmeos nasceram no país vizinho.

— Não saía de casa sem peruca. E óculos. Ficava diferente do que eu era.

O médico relatou ter bons relacionamentos.


— Sempre fui querido. E vou te contar mais: o Nicolas Leoz [paraguaio, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol] teve dois filhos comigo. E eu não procurei ele, para não constranger.

Abdelmassih relatou sua captura.

— Quem me pegou foi o rapaz da Polícia Federal. Diz ele ter informação até da igreja, de uma "cliente" da igreja que me viu, mas principalmente depois da Veja, que estampa muito o rosto da Larissa.

Ele pediu reiteradamente para que fosse levado para a Penitenciária de Tremembé, para onde foi transferido.

— Eu só vou assinar [o mandado de prisão] na hora em que eu tiver certeza de que é Tremembé. Não quero ir lá e depois ficar em Guaratinguetá.

Ele disse que merece ficar solto e comparou seu caso ao mensalão.

— Se o [José] Genoino pode sair [da cadeia] por causa do problema [de saúde], eu posso também. Eu tenho uma prótese. Isso é muito pior.


R7

Macarrão instantâneo traz riscos para a saúde feminina, aponta pesquisa


Segundo estudo, alimento não deve ser consumido mais que duas vezes por semana

Mulheres que comem macarrão instantâneo pelo menos duas vezes por semana correm um risco maior de desenvolver pressão alta, glicemia e colesterol elevados, alertaram cientistas americanos nesta semana.

O estudo se concentrou na análise de dados de 10.711 adultos — mais da metade deles eram mulheres — na Avaliação Nacional Coreana de Saúde e Nutrição.

Cientistas da Universidade de Harvard descobriram um risco 68% maior de que mulheres — mas não os homens — venham a desenvolver a chamada síndrome metabólica ao comer macarrão instantâneo mais de duas vezes por semana.

A síndrome metabólica abrange um grupo de condições que aumentam o risco de uma pessoa desenvolver doença cardíaca e diabetes e inclui o acúmulo de gordura na região abdominal.

"O consumo de macarrão instantâneo foi associado com um aumento da prevalência de síndrome metabólica nas mulheres, independentemente de padrões dietéticos mais abrangentes", destacou o estudo, publicado no Journal of Nutrition.

Em outras palavras, não importa se as mulheres ingeriram uma dieta constituída predominantemente de arroz, peixe e vegetais ou uma dieta mais pesada, baseada em carnes e comidas fritas. Se elas comeram macarrão instantâneo duas vezes por semana, corriam mais riscos de apresentar problemas de saúde. Não ficou claro, no estudo, porque a condição afeta as mulheres e não os homens.

Uma vez que os dados se basearam em avaliações, o cientista Frank Hu, professor de nutrição e epidemiologia em Harvard, cogitou as possibilidades de que as mulheres tenham dado informações mais precisas sobre suas dietas ou que elas sejam mais sensíveis aos efeitos de carboidratos, gorduras e sais.

Então, quanto é demais quando se trata de macarrão instantâneo?

— Uma ou duas vezes por mês não é problema. Mas algumas vezes por semana, realmente é — afirmou Hu, citado pelo jornal The New York Times.

Bem-estar

Nova lei em Salvador obriga hospitais a denunciar violência contra crianças e adolescentes


Casos de violência sexual, física ou psicológica ocorridos dentro ou fora do contexto familiar contra crianças e adolescentes, além de mulheres e idosos, terão que ser informados pelos profissionais de saúde de hospitais das redes pública e privada de Salvador.

É o que determina nova lei, publicada no Diário Oficial do Município na última sexta-feira (16). Os dados do hospital serão encaminhados a um comitê especializado, formado por delegacias de proteção especial, Ministério Público e ONGs. As informações de casos de violação, tortura, maus-tratos, tráfico de pessoas, prostituição forçada, entre outros, devem ser registradas contendo o nome do agressor.

A lei será regulamentada dentro de 90 dias e prevê ainda a capacitação de profissionais para atender as vítimas. Ela também será válida em instituições de ensino.

promenino

Último preso da Ilha Grande conta dias para fim da pena

Júlio de Almeida, de 83 anos, é o último prisioneiro da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, três décadas após a implosão do presídio. Almeida ganhou liberdade condicional antes da desativação da prisão, mas decidiu cumprir lá mesmo o resto de sua pena em liberdade condicional. Neste ano, ele deve finalmente completar as sentenças por homicídio e roubo. O jornalista da BBC Gibby Zobel conversou com ele na ilha que – de criminosos e presos políticos – passou a receber multidões de turistas.



 BBC Brasil

Roger Abdelmassih é condenado a R$ 500 mil por trocar sêmen


O médico Roger Abdelmassih, 70, foi condenado a pagar R$ 500 mil de indenização a um casal de irmãos, gerados na clínica dele, por ter usado o sêmen de um desconhecido no tratamento de fertilização contratado pelos pais.

Reuters

Médico Roger Abdelmassih foi condenado a pagar R$ 500 mil de indenização a um casal de irmãos, gerados na clínica dele.

A ação judicial, em segredo de Justiça, foi movida em 2010 pelos irmãos, hoje com 20 anos, que descobriram a troca do sêmen: exames concluíram que o material genético usado na inseminação artificial que os gerou não era compatível com o do pai que os criou; da mãe, sim.

Segundo a decisão judicial, eles têm direito a receber R$ 250 mil cada por danos morais. O casal exigia R$ 4 milhões. Abdelmassih nega a acusação. Cabe recurso.

A sentença é de 15 de julho, um mês antes da prisão do ex-médico, na terça-feira, no Paraguai. Condenado a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 mulheres, ele ficou mais de três anos foragido.

Ele responde a outras ações pela troca de material genético, método que, segundo as acusações, fez sua clínica atingir taxas de sucesso acima da média, dando fama à sua clínica, nos Jardins.

Em 1994, o casal foi à clínica de Abdelmassih em busca de um tratamento. A inseminação teve sucesso e os gêmeos foram gerados.

Segundo o advogado Luiz Fernando Nubile Nascimento, após os primeiros boatos sobre o então médico, em 2009, os jovens descobriram a verdade. Ele aceitou falar desde que os nomes dos clientes não fossem revelados.

Nascimento diz saber de outras quatro ações indenizatórias pela mesma razão. Nenhuma obteve sucesso. "Sem qualquer consentimento ou autorização, o doutor Roger [Abdelmassih] usou o material genético de um terceiro, que não se sabe quem é até hoje", disse o advogado.

De acordo com Nascimento, a decisão de entrar com a ação foi dos jovens, quando eles ainda eram menores. "O abalo é muito grande, eles carregam isso a vida inteira."

O advogado José Luis Oliveira Lima disse que Abdelmassih afirma que todos os procedimentos tiveram autorização de pacientes. Flávio Yarshell, que o defende na área cível, diz não comentar casos em segredo de Justiça.

JC

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mulher de Roger Abdelmassih é procurada pela Interpol

Desde terça-feira, quando o marido foi preso, Larissa Sacco está desaparecida



A Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) emitiu um alerta para localizar Larissa Sacco, mulher do médico Roger Abdelmassih. Ela desapareceu com os dois filhos do casal, na terça-feira (19), após a prisão do marido no Paraguai.

De acordo com o alerta, Larissa é procurada por "suspeita de ajudar delinquente". Não existe ordem de prisão contra ela, apenas um pedido das autoridades brasileiras para que ela seja monitorada pela polícia em qualquer país no qual se encontre.

A polícia nacional do Paraguai informou também que vai investigar a participação de agentes públicos do País na emissão de um documento de identidade falso para o médico, com o nome de Ricardo Galeano. Em Assunção, o médico se apresentava com o documento de um suposto cidadão paraguaio.

R7

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Abdelmassih pode responder por comércio de embriões


Polícia precisa encontrar engenheiro que comercializava embriões

Um segundo inquérito policial que investiga o ex-médico Roger Abdelmassih por outros 26 estupros pode acusá-lo de crimes contra a lei de biossegurança, como a comercialização indevida de embriões humanos. Para isso, a Polícia Civil precisa encontrar o engenheiro Paulo Henrique Ferraz Bastos, ex-sócio de um casal de russos que fazia pesquisas na clínica de Abdelmassih, que também é suspeito de enganar as pacientes fertilizando-as com embriões de outros casais, segundo afirmou a delegada Celi Paulino Carlota, da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher.

— Elas (as vítimas) achavam que ele comercializava os óvulos. Algumas mulheres também vieram relatar que as crianças nasceram defeituosas.

Ainda de acordo com a delegada, as vítimas disseram que o ex-médico fazia diversas coletas de óvulos, em vez de apenas uma. Carlota também afirmou que desses outros 26 casos, em pelo menos quatro deles houve má formação dos fetos.

Em um deles, a criança morreu no segundo mês de gestação e a vítima só foi abortar durante o quarto mês sem que soubesse que o feto já estava morto.

Após quase quatro anos como o criminoso mais procurado de São Paulo, o médico chegou na tarde desta quarta-feira à capital paulista.

Ele foi preso na terça-feira (19) em Assunção, no Paraguai, e trazido de avião pela Polícia Federal, após passar a noite em Foz do Iguaçu, e desembarcou por volta das 14h50 no Aeroporto de Congonhas, na zona sul.

R7

Abdelmassih tinha apoio de políticos, policiais e cartolas, diz ministro


Ministro antidrogas do Paraguai diz que rede de contatos será investigada.
Condenado a 278 anos por estupros, ex-médico foi preso na terça-feira.


O médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, preso nesta terça-feira (20) em Assunção, no Paraguai, passou cerca de três anos na cidade desde que fugiu do Brasil. Para conseguir viver no anonimato, ostentando luxo e desfrutando de conforto, o brasileiro contava com apoio de uma rede local de proteção que incluiu políticos, policiais corruptos e até dirigentes internacionais de futebol, segundo o ministro antidrogas do Paraguai, Luis Alberto Rojas.

Apesar de ter feito o apontamento, a autoridade local não quis revelar nomes para não atrapalhar as investigações, que agora deverão ser comandadas pelo Ministério Público do Paraguai e pelo órgão responsável pela imigração do país.

"Tivemos a rapidez de conseguir a expulsão dele de imediato, pois ele estava sem os documentos pessoais e havia um pedido de prisão contra ele. A velocidade da expulsão, que ocorreu dentro da lei, poderia prejudicar o julgamento dele pelos crimes que ele cometeu no país dele. Ele tem contatos influentes, tanto no Brasil como no Paraguai, muito influentes, desde políticos, policiais corruptos e até dirigentes internacionais do futebol", disse o ministro.

Essa influência de Abdelmassih fez com que ele pudesse passar três anos no Paraguai sem ser incomodado, principalmente pela polícia do país. "Ainda não sabemos se esse apoio influente que ele tinha o ajudou a entrar no país, a permanecer no país como estava, a talvez usar documentos falsos. Isso ainda está sendo investigado, a mulher dele será chamada para prestar depoimento sobre os documentos dos filhos, dela e do próprio Roger", disse Rojas.

Segundo a investigação do governo paraguaio, Abdelmassih levava vida de luxo, tinha babás, cozinheira, enfermeira, chofer, seguranças, frequentava restaurantes caros e exclusivos com a mulher e usava o nome Ricardo.

"A gente achava que ele era um embaixador brasileiro ou um empresário milionário. Ele se mudou para essa casa há três anos, foi quando começou a ter movimento na casa. Eles trocavam de empregados de dois em dois meses", disse um dos moradores, vizinho de calçada.

Rojas também afirmou que Abdelmassih morava em uma casa luxuosa em um bairro nobre da capital paraguaia, pela qual pagava um aluguel de US$ 2,5 mil. "Para muita gente ele se identificou como empresário do ramo de investimento em projetos sociais", disse o ministro paraguaio. O ex-médico usava o nome Ricardo.

Um dos automóveis era um Mercedes modelo E 350, em nome de Juan Gabriel Cortaza. A polícia informa que o carro foi vendido, mas não foi transferido por Abdelmassih. Já para os filhos, havia num Kia Carnival modelo 2012, em nome da empresa Gala Import e Export S/A.

O ex-médico era monitorado por uma equipe da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) e da Polícia Federal brasileira há oito dias. Abdelmassih foi preso quando saía de um estabelecimento comercial, no bairro Villa Morrá, em Assunção, às 14h30. Ele estava acompanhado da mulher .

Condenação e fuga

Roger Abdelmassih tem 70 anos e era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil. Ele foi condenado pela Justiça a 278 anos de reclusão pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor.

Ele estava foragido desde 2011 e foi preso na tarde de terça-feira (19) em Assunção, capital do Paraguai. Após o procedimento de deportação sumária, Abdelmassih chegou em Foz por volta das 18h. Horas depois de ser preso, ele teve um mal-estar e precisou ser levado para o hospital. Segundo a edição desta quarta do Bom Dia Brasil, ele foi atendido rapidamente e retornou para a prisão na mesma noite.

Roger Abdelmassih é fichado pela polícia paraguaia após ser preso em Assunção. Médico é condenado a 278 anos de prisão por estupro contra 39 pacientes

Abdelmassih foi condenado por estuprar, 37 pacientes, que disseram ter sido atacadas dentro da clínica que ele mantinha na Avenida Brasil, na região dos Jardins, área nobre da cidade de São Paulo. Ao todo, ele foi acusado ter cometido 48 ataques, entre estupros e atentado violento ao pudor.

Conforme o delegado Marcos Paulo Pimentel, o ex-médico vivia ilegalmente no país vizinho, não trabalhava e morava com a mulher em uma residência de luxo em Assunção. As investigações concluíram que ele saiu do Brasil por uma fronteira terrestre. Todavia, Pimentel não soube precisar qual foi a rota usada.

Médico alegava inocência
O ex-médico sempre alegou inocência. Chegou a dizer que só ‘beijava’ o rosto das pacientes e vinha sendo atacado por um "movimento de ressentimentos vingativos". Mas, em geral, as mulheres o acusaram de tentar beijá-las na boca ou acariciá-las quando estavam sozinhas - sem o marido ou a enfermeira presente.

Algumas disseram que foram molestadas após a sedação. De acordo com a acusação, parte dos 8 mil bebês concebidos na clínica de fertilização também não seriam filhos biológicos de quem fez o tratamento.

Disfarces
Para chegar ao ex-médico, a Polícia Federal usou um programa específico, que montou várias imagens com a foto de Abdelmassih. Nelas, o sistema fez projeções de como ficaria o rosto dele com fantasias e disfarces, como tintura capilar, uso de chapéus e óculos escuros.

Condenação
As denúncias contra o médico começaram em 2008. Abdelmassih foi indiciado em junho de 2009 por estupro e atentado violento ao pudor. Ele chegou a ficar preso de 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009, mas recebeu do Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de responder o processo em liberdade.

Em 23 de novembro de 2010, a Justiça o condenou a 278 anos de reclusão. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em liberdade.

O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.

Em maio de 2011, Abdelmassih teve o registro de médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo.

Lavagem de dinheiro

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que vai investigar uma possível rede de favorecimentos à fuga do ex-médico. Segundo os promotores, os integrantes dessa rede e o próprio Abdelmassih teriam cometido uma série de outros crimes, como falsidade ideológica e falsidade material, além de lavagem de dinheiro para que o ex-médico tivesse condições de fugir do Brasil e se manter fora do país, conforme o procurador-geral de Justiça Márcio Fernando Elias Rosa e o promotor Luiz Henrique Cardoso Dal Poz.

A quantidade de pessoas, a identidade delas e a relação delas com o fugitivo não foram informados pelo Ministério Público. "As investigações têm continuado para responder a todas estas questões", disse Rosa.

Vítimas celebram prisão

Uma página no Facebook, usada por uma associação de vítimas do ex-médico, comemorou a notícia da prisão. No perfil particular de algumas das vítimas, há postagens comemorativas. “uhu, conseguimos”, diz uma das mulheres.

Uma das noras do ex-médico, afirmou que "a justiça foi feita", ao se referir sobre a prisão do sogro. Segundo ela, a família não vai se pronunciar mais sobre o caso, para preservar os descendentes mais novos. "A gente não quer falar por conta dos filhos e netos", explicou.

G1

Abdelmassih deu 'calote' em dono de mansão no Paraguai


Dono do imóvel é espanhol e disse que médico assinava documentos como Ricardo


O ex-médico Roger Abdelmassih estava devendo o aluguel da casa em que vivia escondido havia três anos e meio em Assunção, no Paraguai. Ele pagava US$ 5 mil por mês pela casa no número 1976 da rua Guido Spano, na Villa Morra, um bairro de classe alta na capital paraguaia.

Administrador da imobiliária Saturno, Miguel Portillo, disse ao Estado que alugou a casa há quase quatro anos para um homem que se identificou como Ricardo Galeano. Era essa a identidade falsa que Abdelmassih usaria no Paraguai. Inicialmente, o aluguel era de US$ 3,8 mil, mas com o passar dos anos, foi reajustado para os atuais US$ 5 mil por mês.

A casa pertence, segundo Portillo, a um espanhol. Ele não soube especificar quantos aluguéis Abdelmassih estava devendo. Ainda de acordo com ele, a mulher do ex-médico, Larissa Maria Sacco, identificava-se como Lara Sacco.

— Ela nunca assinava os papéis; era sempre o Ricardo (Abdelmassih).

O casal vivia em Assunção e se dava bem com os vizinhos. A empregada de uma vizinha disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o casal costumava passear com as crianças na rua e frequentava à noite o restaurante Uvaterra, na esquina da Rua Guido Spano. Abdelmassih e Larissa mantinham ainda uma babá, que cuidava dos meninos.

Virgílio Carmona, morador de uma casa em frente à alugada pelo ex-médico, confirmou que o foragido morava ali havia mais de 3 anos. Abdelmassih usava um carro da marca Kia para se locomover pela cidade.

— Eu não os conhecia bem.

O casal contribuía com 650 mil guaranis (cerca de R$ 500) por mês para pagar o salário do vigia da rua.

A Larissa deixou a casa na noite de terça-feira, dia 19. Antes, prometeu a Protillo que voltaria à Assunção em dez ou quinze dias para quitar a dívida. Pela manhã, funcionários da imobiliária faziam uma faxina na casa.

— Não sabia que ele era uma pessoa condenada no Brasil. Vou pedir as chaves do imóvel de volta.

R7

Imagem inédita mostra queda do avião que matou Eduardo Campos e reforça tese de falha humana



Gravação foi feita por câmera de um prédio em construção em Santos, no litoral de SP

SÃO PAULO - A gravação de uma câmera de segurança de um prédio em construção em Santos, no litoral sul paulista, registrou o momento da queda do avião onde estavam o candidato à Presidência Eduardo Campos, quatro assessores e dois tripulantes. O acidente aconteceu na quarta-feira, dia 13 de agosto, e todos os ocupantes morreram. Ao contrário do que disseram as testemunhas, a imagem não mostra fogo ou fumaça no avião.

A imagem foi obtida pela TV Tribuna, afiliada da TV Globo no litoral. E foi encontrada entre as gravações de 16 câmeras, registradas no dia da queda. Um corretor de imóveis analisou as imagens e localizou os últimos segundos do voo. É possível ver que o avião passou bem perto de dois prédios residenciais, instantes antes de cair. O material vai ser usado nas investigações do acidente.

Militares que acompanham as investigações das causas do acidente com o avião Cessna acreditam que é forte a possibilidade de ter havido falha humana, depois do procedimento de arremetida. O entendimento é que o piloto, ao desistir do pouso, pode ter tentado se manter em condições visuais com a pista e fez uma curva mais acentuada do que deveria. Segundo militares, a manobra pode ter levado o avião a perder sustentação, e, mesmo com as turbinas ao máximo, não haveria como o piloto controlar a aeronave.

Durante o procedimento, o piloto pode ter perdido sua total concentração na arremetida por instrumentos, desviando sua atenção para fora da aeronave. Com isso, pode ter sido levado à uma situação de “desorientação espacial”, o que explicaria a curva fora do previsto e a consequente perda de sustentação, resultando na forte colisão com o solo.

A avaliação tem como base as últimas informações da Aeronáutica de que o voo estava normal, da decolagem até o momento do ponto crítico, em que o piloto deveria visualizar a pista e realizar a aterrissagem. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o piloto falou ao sistema de rádio da base área de Santos que estava arremetendo por causa da visibilidade ruim e que iria aguardar a melhora do tempo para pousar.

A FAB já refez a trajetória do avião e tem condições de projetar o grau de angulação da curva realizada pelo piloto, pelo local da queda, considerando que a aeronave já estava sobre a pista, quando o piloto decidiu abortar o pouso. Além disso, a rota do avião é captada pelos radares.

PILOTO RELATOU CANSAÇO

Cinco dias antes da tragédia com o jato, um dos pilotos que morreu, Marcos Martins, disse no Facebook que não estava tendo tempo para descansar, devido às viagens que vinha fazendo acompanhando as campanhas eleitorais.

"Cansadaço, voar voar e voar . E amanhã tem mais. Recife", postou no dia 8 de agosto, pelo Facebook.

Em outra postagem, ele conta: "Cada lugar. Parece que ainda estou na África. Fim de mundo isto é Nordeste..", referindo-se ao Centro de Arapiraca.

Na rede social, ele postou um vídeo de um passeio pela Praia de Copacabana, onde filmou um drone. Em sua página, Martins comentou: "assim fica fácil", referindo-se à simplicidade com que eram feitas as manobras com o aeromodelo por meio de controle remoto. Cinco amigos curtiram a postagem.

O piloto se formou pela Universidade Paulista (UNIP) e fazia parte de um grupo de pilotos experientes. O outro piloto que morreu foi Geraldo Cunha. Ele dividia com Martins o comando da aeronave.

A aeronave (aparelho Cessna, prefixo PRAFA) pertencia à empresa AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda.. Com apenas 350 horas de voo, estava com a manutenção em dia. A proprietária do avião, em dificuldades financeiras, colocou o avião à venda no começo do ano, sendo adquirido, possivelmente por leasing, pela campanha de Eduardo Campos há três meses, quando passou a voar única e exclusivamente para o candidato do PSB a presidente.

O Globo

Vítimas roger Abdelmassih e clínica

Vana Lopes
4 h
Bom diaaaaa a todos, obrigadaaaaaa pelo apoio que sempre recebemos dos que compartilharam fotos deste estuprador.Hoje estamos muito felizes e as pessoas estão nos procurando para nos parabenizar por estes 3 anos de investigações que fizemos.Coloco aqui nossa resposta pois nao consigo responder individualmente neste momento.Temos documentos e historias de bastidores para contar para vocês, como sempre disse somos VITIMAS e não COITADAS então caçamos ele mesmo!!Tivemos a ajuda fundamental de Leandro Mansel da Record , da revista Veja , da imprensa de um modo geral, e principalmente do amigo Beto Nogueira que nos apresentou a pessoa honestíssima Dr Fernando Grella. Fabio Bechara, da Secretaria de Segurança de São Paulo, e o projeto do Web Denuncias, Estendemos nossos agradecimentos aos policiais incorruptíveis Jonnhy e Marcelo Biondi da Seção de Captura, da Interpol Dr Luiz Eduardo Navajas ,da Policia Federal, e do Promotor Dal Poz, e da Dra Celi Carlota. Por favor liguem no meu celular os repórteres para agendar as entrevistas , pois são muitas e amanha vamos ao aeroporto buscar este Estuprador...e lhe dar boas vindas para este "inferno" que ele fez por merecer. Agradeço em especial as denunciantes(os) pois sem vocês e os mais de 300 documentos que nos mandaram nada do que aconteceu seria possível. continuaremos garantindo o sigilo absoluto, Grata ,Vana Lopes e Vitimas Roger AbdelmassihHelena Cristina LeardiniTeresa CordioliIvany SerebrenicSilvia FrancoMonika Bartkevitch

facebook

Em redes sociais, vítimas festejam prisão de Abdelmassih

‘Conseguimos!’, comemorou uma das mulheres que foram abusadas. Busca pelo médico durou três anos

SÃO PAULO - “Conseguimos! Roger Abdelmassih preso!” Em letras maiúsculas, Helena Cristina Leardini comemorou em uma rede social na tarde desta terça-feira a prisão do médico Roger Abdelmassih, que estava foragido desde 2011, após ser condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e quatro tentativas de abuso sexual contra 39 mulheres, geralmente suas pacientes. Helena é uma das vítimas.

Pelas redes sociais, as vítimas demonstraram alívio com a prisão. Abdelmassih estava com a mulher, a ex-procuradora da República Larissa Sacco, e os filhos gêmeos de três anos, em Assunção, no Paraguai. Agora, está sendo conduzido a Foz do Iguaçu, no Paraná. No Facebook, as mulheres que sofreram abusos por parte do médico criaram uma página especial, a “Vítimas de Roger Abdelmassih e Clínica”. Além de anunciar prisão, a página passou a mostrar uma imagem do médico atrás de grades.

“Atenção amigos, Roger Abdelmassih foi preso!”, escreveu Vana Lopes, outra vítima, que comemorou: “Graças ao trabalho em conjunto e principalmente a Deus! Investigação de três anos enfim deu frutos. Conseguimos!”

Amigos das vítimas também demonstraram alegria. “Sua caçada terminou”, escreveu um deles a Vana Lopes.

Vana, na verdade, é Vanúzia, uma das mulheres que, com a fuga do médico, decidiu criar uma associação de vítimas para pressionar e ajudar nas investigações.

O Globo

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Exclusivo: veja imagens do momento da prisão do médico Roger Abdelmassih



A equipe do Cidade Alerta acompanhou o momento em que dois policiais do serviço antidrogas da imigração paraguaia, acompanhados de um policial federal deram voz de prisão ao médico Roger Abdelmassih, procurado há quatro anos.

R7

Procurado há quatro anos, médico Roger Abdelmassih é capturado no Paraguai


Ele foi condenado a 278 anos por 52 estupros e quatro tentativas de abuso a 39 mulheres

Foi preso na tarde desta terça-feira (19), às 13h25, o médico Roger Abdelmassih. A prisão ocorreu perto da escola onde o médico ia deixar os filhos junto com a mulher Larissa, no Paraguai. Roger estava vivendo em Assunção, capital do Paraguai, com a mulher e dois filhos gêmeos, de 3 anos — um menino e uma menina.

Abdelmassih foi condenado a 278 anos por 52 estupros e quatro tentativas de abuso a 39 mulheres. Ele teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo.

Conhecido como o médico das estrelas, Abdelmassih era especialista em reprodução assistida. O faturamento estimado de sua clínica, na época em que foi denunciado, era de aproximadamente R$ 2 milhões por mês.

O médico é suspeito de atacar as pacientes depois de sedá-las. Cerca de 20 mil mulheres teriam passado pela clínica de Abdelmassih. Ele dizia ter ajudado a gerar 8 mil bebês.

O médico chegou a ser preso em 2009, mas foi liberado às vésperas do Natal, por conta de um habeas corpos concedido pelo então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

Dois anos depois, em 2011, quando Abdelmassih tentou renovar o passaporte, um novo pedido de prisão foi decretado. Mas o médico nunca mais foi achado. Ele entrou para a lista dos procurados da Interpol.

R7

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Menino yazidi com deficiência é resgatado no deserto do Iraque

 Um menino deficiente da minoria religiosa yazidi foi encontrado no deserto do norte do Iraque. Caçados pelo Estado Islâmico, milhares de pessoas da etnia já deixaram as suas casas. Sob circunstâncias ainda não esclarecidas, o menino foi abandonado à própria sorte no deserto. Ele foi encontrado por militantes curdos à beira da morte, sob temperaturas de até 50ºC. BBC Brasil

Principal suspeita da FAB para acidente aéreo é de falha humana


Manobra do piloto após arremetida em Santos pode ter levado a perda de sustentação e queda

BRASÍLIA — Militares que acompanham as investigações das causas do acidente com o avião Cessna que caiu na última quarta-feira no litoral paulista, matando o candidato à Presidência da República do PSB, Eduardo Campos, e mais seis pessoas, acreditam que é forte a possibilidade de ter havido falha humana, depois do procedimento de arremetida. O entendimento é que o piloto, ao desistir do pouso, pode ter tentado se manter em condições visuais com a pista e fez uma curva mais acentuada do que deveria. Segundo militares, a manobra pode ter levado o avião a perder sustentação, e, mesmo com as turbinas ao máximo, não haveria como o piloto controlar a aeronave.

‘DESORIENTAÇÃO ESPACIAL’

Durante o procedimento, o piloto pode ter perdido sua total concentração na arremetida por instrumentos, desviando sua atenção para fora da aeronave. Com isso, pode ter sido levado à uma situação de “desorientação espacial”, o que explicaria a curva fora do previsto e a consequente perda de sustentação, resultando na forte colisão com o solo.

A avaliação tem como base as últimas informações da Aeronáutica de que o voo estava normal, da decolagem até o momento do ponto crítico, em que o piloto deveria visualizar a pista e realizar a aterrissagem. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o piloto falou ao sistema de rádio da base área de Santos que estava arremetendo por causa da visibilidade ruim e que iria aguardar a melhora do tempo para pousar.

A FAB já refez a trajetória do avião e tem condições de projetar o grau de angulação da curva realizada pelo piloto, pelo local da queda, considerando que a aeronave já estava sobre a pista, quando o piloto decidiu abortar o pouso. Além disso, a rota do avião é captada pelos radares.

O brigadeiro da reserva Jorge Kersul Filho, que chefiou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) até 2010 e comandou três grandes investigações (acidentes de Gol, TAM e Air France), disse que essa linha de investigação parece ser bem provável diante do que já foi divulgado. Mas, lembrou o brigadeiro, a equipe de investigadores terá que demonstrar essas possibilidades. Os peritos podem, também, concluir que faltam dados e informações suficientes para provar as causas do acidente e encerrar a investigação, apontando apenas as hipóteses:

— Essas linhas de raciocínio estão corretas. As investigações devem apontar para isso. Mas os peritos terão que demonstrar essas hipóteses, no final do processo. Podem também concluir que não é possível provar nada e encerrar a investigação, apontado apenas as hipóteses — explicou.

Sobre a dúvida de que o grau de inclinação da curva realizada pelo piloto teria levado à perda de sustentação da aeronave, Kersul respondeu:

— Com um grande ângulo de inclinação, o piloto fica sem condições de recuperar o avião da situação de queda. Ou seja, ele pode puxar o motor e não conseguir realinhar as asas do avião. O nome técnico do procedimento é recuperação de altitude anormal. Os pilotos fazem muitos treinamentos para isso. Acontece que a pessoa não vê o excesso de inclinação, falta horizonte, e, aí, só puxa o motor e não adianta mais nada.

Um experiente piloto da FAB explicou ao GLOBO que a tentativa de se manter em condições visuais, durante a arremetida é uma manobra arriscada, em condições meteorológicas adversas. De acordo com a carta de aproximação da base de Santos, o correto seria o piloto subir para 4 mil pés (o ponto de espera de melhora do tempo), em curva ascendente à esquerda. Nessa posição, ele poderia circular o aeroporto e, quando o tempo melhorasse, realizar o pouso novamente. A tentativa de se manter visual significa permanecer abaixo das nuvens, que já estavam baixas naquele dia, explicou essa fonte.

BRIGADEIRO: É DIFÍCIL HAVER UMA ÚNICA CAUSA

Segundo militares, em caso de perda de sustentação, o avião “ganha vida própria, e o piloto vira um mero passageiro”. Kersul destacou, no entanto, que é preciso aguardar a conclusão das investigações e lembrou que um acidente quase nunca tem uma única causa, mas acontece por uma conjunção da fatores.

Na tarde do dia 13 de agosto, dia do acidente, a Aeronáutica divulgou um Notam (um comunicado para pilotos), a fim de informar que estava suspendendo temporariamente o procedimento de descida por instrumentos na pista para verificar se o instrumento de auxílio à navegação aérea estava funcionando sem problemas. A medida é uma rotina em casos de acidente, e, durante o período de restrição, um avião do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) faz procedimentos para testar o equipamento. Depois dos trabalhos e sem encontrar falhas, o Notam foi cancelado, e o pouso com instrumentos voltou a ser liberado.

Segundo relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em 2003, um jato particular Mitsubishi MU-300 enfrentou problemas semelhantes ao do Cessna na pista da base aérea de Santos. O avião tinha partido do Rio e, por conta das condições meteorológicas, teve que arremeter na primeira tentativa de pouso. Na segunda, o piloto conseguiu pousar, mas não teve como parar o avião, que caiu na água. Não houve feridos.


O Globo

domingo, 17 de agosto de 2014

Criminoso invade Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e faz uma pessoa refém


Segundo testemunhas, ele havia participado de um assalto, junto com outros dois homens, que fugiram pela praça

RIO — Um criminoso mantém uma pessoa refém dentro da Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, desde por volta de 16h30m deste domingo. Segundo testemunhas, o suspeito havia participado de um assalto, junto com outros dois homens, a uma loja na Rua Visconde de Pirajá, no mesmo bairro. O trio teria fugido de táxi, mas ao chegar em frente à igreja, dois deles desceram do carro e correram em direção à Praça Nossa Senhora da Paz, enquanto o outro invadiu o templo, onde era realizada uma missa.

Morador de Ipanema, José Conde, de 54 anos, disse que o criminoso está armado. Ele contou ainda que o homem chegou a render o padre, mas acabou fazendo outra pessoa refém. Dezenas de curiosos estão no local, acompanhando o trabalho da polícia.

— Ele entrou armado, no meio da missa. Chegou a render o padre. Está uma confusão aqui. Tem muitos policiais — disse o morador, assustado.


Segundo o padre Jorjão, o refém é o ministro da Eucaristia Eduardo Janeiro do Amaral, que, ao ver o padre José Ricardo ser rendido, se ofereceu para trocar de lugar com ele.

— Todo mundo ficou apavorado. O assaltante foi para cima do padre com uma arma e pediu que não fizessem alarde. A missa foi suspensa, e todo mundo foi liberado. Só o refém, o assaltante e o negociador estão no dentro da igreja — disse o pároco.

Até por volta de 17h30m, não havia informações de tiroteio no local. A Rua Visconde de Pirajá foi interditada da Rua Henrique Dumont, por onde é feito o desvio, até a Rua Joana Angélica, para o trabalho da Polícia Militar. Segundo o Centro de Operações da prefeitura, há bloqueios poiiciais também nos cruzamentos deste trecho.

O Globo

Será o fim? Asteroide com mais de 1 km está vindo em direção à Terra e astrônomos não sabem como desviá-lo

A data do possível, porém improvável impacto, é 16 de março de 2880.

Os pesquisadores, que estudam a rocha, dizem que ela gira tão rápido que deveria ter se quebrado, mas por uma estranha razão permanece intacta em sua trajetória em direção ao planeta Terra.

Astrônomos acreditam que ela permaneça sólida por forças de coesão, conhecidas como Van der Waals. Embora isso seja um grande avanço na pesquisa sobre os asteroides, os cientistas admitiram que não sabem ainda como pará-lo ou desviá-lo.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade do Tennessee. Pesquisas anteriores mostraram que asteroides são, na verdade, diversas “pilhas” de material rochoso soltos, porém unidos fortemente pela gravidade e pelo atrito. No entanto, a pesquisa da universidade mostrou que o asteroide denominado 1950 DA gira tão rápido que desafia essas forças.

Com 1.000 metros de diâmetro, ele gira rápido demais para seu tamanho. Esse ritmo deveria fazer a rocha se despedaçar, mas ela não demonstra nenhum sinal que isso irá ocorrer.

Com base nos dados que os cientistas conseguiram coletar, até o momento, a chance de impacto com a Terra é de 1 em 300, algo assustadoramente considerável, tornando-se uma chance real de colisão.

“Nós descobrimos que 1950 DA está girando mais rápido do que o limite de ruptura para sua densidade. Então, se apenas a gravidade estivesse segurando este monte de pedras em conjunto, como geralmente se supõe, elas voariam uma das outras. Portanto, forças de coesão devem estar segurando-as”, disse Joshua Emery, professor assistente no Departamento de Ciências da Terra e Planetária da universidade.

Na verdade, sua rotação é tão rápida que em seu equador ele tem a chamada ‘gravidade negativa’. Se um astronauta tentasse ficar em sua superfície, seria sumariamente arremessado para o espaço.

Algumas teorias acreditavam que os asteroides pudessem ter forças de coesão, mas até o momento isso não havia sido observado em nenhum. O estudo sobre 1950 DA foi publicado na revista Nature, despertando um interesse maciço dos cientistas em encontrar maneiras potenciais para defender a Terra.

O asteroide em questão poderá ser observado com mais detalhes a partir de 2032. Apesar do certo receio, existem vários aspectos que podem alterar sua trajetória: taxa de rotação, composição química, massa, interações gravitacionais com outros pequenos objetos cósmicos, etc.

Além disso, o chamado efeito Yarkovsky – uma pequena força, porém importante, que age sobre os asteroides – poderia nos salvar. Essa força é um tipo de “empurrão” térmico. Ao receber energia solar, o asteroide acaba liberando um pouco dessa energia para o espaço, o que pode mudar ligeiramente seu percurso que, ao longo de centenas de anos, fará um desvio considerável de sua rota.

Saiba mais!

O asteroide 1950 DA viaja a mais de 15 km por segundo e gira uma vez a cada duas horas e seis minutos.

Os cálculos preliminares mostram que, se o impacto ocorrer, ele deve cair no Oceano Atlântico a 6,1 milhões de Km/h, o que geraria um impacto de 44.800 megatoneladas de TNT.

Jornal Ciência
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