sábado, 1 de agosto de 2015

O cérebro em detalhes inéditos

Reconstrução de parte do córtex cerebral de um camundongo na escala nanométrica: método já deverá guiar pesquisas sobre o funcionamento do cérebro - Kasthuri et al./Cell 2015


Novo método permite visualizar estruturas e conexões numa escala sem precedentes

por Cesar Baima

RIO - Um novo método de obtenção e construção de imagens anatômicas em três dimensões vai permitir aos cientistas estudar o cérebro em uma escala sem precedentes, e seus inventores acreditam que ele fará pela neurociência o que equipamentos poderosos como o telescópio espacial Hubble fizeram pela astronomia e a compreensão de nosso Universo. Desenvolvida por pesquisadores de diversas instituições americanas, a técnica é capaz de fornecer detalhes com dimensões de nanômetros (milionésimos de milímetros) do órgão. Assim, mais do que mostrar os neurônios e outras estruturas cerebrais em si, suas imagens exibem as próprias conexões entre as células nervosas e o ambiente em seu entorno. No futuro, eles esperam que isso possibilite, por exemplo, comparar os cérebros de pessoas saudáveis com os de vítimas de esquizofrenia ou os de crianças normais com os de autistas, trazendo revelações sobre estes e outros distúrbios.

Segundo os pesquisadores, no entanto, o novo método já deverá se provar fundamental para guiar ambiciosos projetos atuais que procuram desvendar o funcionamento do cérebro e da mente, como o europeu Projeto Cérebro Humano e a iniciativa americana BRAIN. O primeiro, lançado pela União Europeia no início de 2013, vai investir mais de 1 bilhão de euros (cerca de R$ 3,7 bilhões) ao longo de dez anos numa tentativa de criar uma simulação em supercomputador de todos os aspectos do órgão, da estruturação dos neurônios a sua genética, química e sinais elétricos. Já a segunda, anunciada pelo presidente Barack Obama poucos meses depois, prevê gastar recursos da ordem de US$ 100 milhões (cerca de R$ 340 milhões) anuais em estudos sobre o cérebro, numa “disputa” entre grupos dos dois lados do Atlântico que lembra a corrida espacial entre os EUA e a antiga União Soviética na segunda metade do século XX.

— Os dados anatômicos que poderemos produzir com este método serão muito importantes para orientar estes estudos — aposta Narayanan “Bobby” Kasthuri, professor da Escola de Medicina da Universidade de Boston e um dos desenvolvedores do método, apresentado em artigo publicado na edição desta semana da revista científica “Cell”. — Eles poderão identificar falhas nas suas premissas e incorporar os achados feitos com o método aos seus modelos.

1,6 MIL NEURÔNIOS EM 1,7 MIL SINAPSES

E mesmo o experimento limitado da apresentação do novo método já produziu informações que deverão forçar algumas alterações nestas premissas. Nele, os cientistas decidiram investigar uma parte microscópica da região do córtex cerebral de camundongos responsável por processar as sensações transmitidas por seus bigodes, que os ajudam a se orientar e são mais sensíveis que as pontas de nossos dedos. Só neste volume — de 0,13 milímetro cúbico e cem vezes menor do que um grão de areia, cortado em fatias de 29 nanômetros de espessura (limite da tecnologia atual) e depois unidas nas imagens em 3D com a ajuda de um software especial —, eles contaram 1,6 mil neurônios interagindo por meio de 1,7 mil sinapses, além de vários outros tipos de estruturas e células cerebrais e sanguíneas. Mais do que isso, no entanto, os cientistas verificaram que estas conexões entre neurônios não obedecem a chamada “Lei de Peter”, segundo a qual a proximidade física entre os neurônios é suficiente para presumir sua conectividade. No emaranhado do cérebro dos camundongos, os pesquisadores viram que neurônios que estão lado a lado podem muito bem não se comunicarem, enviando seus sinais para outros bem mais distantes.

— A complexidade do cérebro é muito maior do que jamais imaginamos — diz Kasthuri. — Tínhamos esta ideia clara de como deveria haver uma bela ordem na forma como os neurônios se conectam uns aos outros, mas se de fato observarmos o material não é nada disso. As conexões são tão bagunçadas que é difícil imaginar que elas obedeçam a um plano, mas verificamos e parece haver um claro padrão que não pode ser explicado pelo acaso.

E é justamente na busca deste padrão que o novo método pode se provar de enorme valia nos estudos que procuram montar o chamado conectoma, um mapa completo dos circuitos cerebrais e parte fundamental dos projetos para desvendar os segredos do funcionamento do cérebro e da mente, destaca Kasthuri:

— Uma das coisas que estão faltando nos estudos do cérebro é encontrar um tipo de padrão para o modo como suas células se conectam, e com dados anatômicos com este nível de detalhamento talvez possamos finalmente ver este padrão. E temos que lembrar que os padrões são uma maneira essencial para a ciência e os cientistas dissecarem como algo funciona.

Mas uma imagem 3D completa de um cérebro humano, com a análise de suas sinapses, nesta escala dos nanômetros ainda vai demorar pelo menos mais uma década para ser produzida, devido principalmente às limitações atuais nas capacidades de armazenamento e processamento de dados por computadores. Para se ter uma ideia do poder computacional que o novo método demanda, o mapeamento de um volume cerebral de apenas 1 milímetro cúbico produziria 2 milhões de gigabytes de dados ou mais e mesmo com o sistema automatizado de análise criado pelos pesquisadores, o trabalho levaria pelo menos dois anos. Como o cérebro humano tem, em média, um volume de 1,2 milhão de milímetros cúbicos, os dados gerados bateriam na casa dos yotabytes, ou 1 milhão de vezes o tráfego anual da internet hoje.

— É um número tão grande que não consigo nem imaginar — conta Kasthuri. — Por sorte, diversos campos de pesquisa, governos e empresas estão trabalhando com a mineração de enormes quantidades de dados e esperamos que a solução para este empecilho saia de alguns deles, além do contínuo desenvolvimento da tecnologia da informação que vimos nas últimas décadas.

Fonte: O Globo

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Caverna escavada por mamíferos gigantes é descoberta na Amazônia

Pesquisadores dentro da paleotoca, labirinto cavado por animais como preguiças e tatus gigantes - Divulgação

Labirinto conhecido como paleotoca teria sido cavado por preguiça gigante extinta há mais de 10 mil anos

por Cleide Carvalho

SÃO PAULO - Uma equipe da CPRM- Serviço Geológico do Brasil achou a primeira paleotoca da região Amazônica em Ponta do Abunã, em Rondônia. Paleotocas são labirintos gigantes escavados por animais já extintos, como preguiças e tatus gigantes. No caso de Ponta do Abunã, o geólogo Amilcar Adamy, que chefiou a expedição, acredita que o túnel foi escavado por uma preguiça gigante extinta há cerca de 10 mil anos, uma vez que fósseis do mamífero já foram localizadas no vale do Rio Madeira durante a fase de garimpo. No túnel é possível identificar marcas de garra que podem ser do animal.

- A caverna havia sido visitada algumas vezes por moradores de uma comunidade próxima, mas eles imaginavam que ela era uma obra humana, não escavada por animais gigantes. É uma ocorrência única na Amazônia e é importante também por identificar o modo de vida desses animais e o clima do período Pleistoceno, caracterizado por uma megafauna na região. E está muito bem preservado - diz Adamy.

As preguiças gigantes, segundo especialistas, mediam até seis metros e pesavam em torno de uma tonelada e meia. Na época em que os túneis foram escavados não havia ali floresta. Segundo o geólogo, a região era uma extensa savana habitada por animais gigantes, como mastodontes e jacarés de grande porte, além das preguiças.

Adamy diz que, provavelmente, a região era muito mais fria e seca no local onde hoje é floresta Amazônica - caracterizada pelo clima oposto, quente e úmido. A entrada da caverna é hoje de difícil acesso justamente por estar encoberta pelas árvores.

A paleotoca da Ponta do Abunã tem estruturas circulares e semicirculares de grandes dimensões, com numerosos túneis interligados e a extensão é ainda indefinida. Os geólogos tomaram conhecimento de sua existência no Projeto Geodiversidade de Rondônia (GD-RO), realizado em 2010, que buscava identificar sítios geológicos que possam ser usados como atração turística e favorecer o desenvolvimento do estado de forma sustentável.

Adamy se interessou pela descoberta e fez contato com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que descobriram e estudam dezenas de paleotocas no Sul do país. Agora, Adamy e sua equipe foram a campo para explorar o local e verificar se, de fato, era uma toca de animal extinto, o que acabou confirmado. O próximo passo é fazer estudos complementares e realizar escavações de pequeno porte na busca de possíveis fósseis, além de identificar a extensão total da caverna. Em alguns trechos o túnel está mais estreito e foram registrados desabamentos. Por isso, é preciso desobstrui-lo para identificar a real extensão, estimada em cerca de 200 metros até agora.

Ponta do Abunã fica na divisa de Rondônia com o Acre e com a Bolívia. O local começou a ser explorado no tempo da exploração da borracha na Amazônia, no século XIX. A ocupação inicial foi feita por moradores do Acre, mas o maior fluxo de migrantes ocorreu na década de 70, com a construção da BR-364. Na década de 80 houve disputa entre Rondônia e Acre sobre a posse da área e só na década de 90 foi decidido que a área pertencia ao estado de Rondônia. O estado do Acre teve de retirar os equipamentos públicos que mantinha na região mas, mesmo assim, a relação é maior com o Acre, já que entre Porto Velho, a capital de Rondônia, e Ponta do Abunã há uma barreira natural, que é o Rio Madeira.

De acordo com pesquisadores, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior número de paleotocas identificadas. São mais de mil. Segundo dados do Projeto Paleotocas, que reúne pesquisadores da UFRS e da Unesp, as paleotocas são exclusivas da América do Sul. Em média, os túneis têm larguras de quatro metros e alturas de 2 metros. As extensões costumam alcançar 200 metros. Em Morro Grande, Santa Catarina, foram identificados 150 metros de túneis, com cerca de 1,5 metro de diâmetro distribuídos em 4 andares. O local fica num morro e tem pelo menos oito saídas.

Fonte: O Globo

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Homossexualidade e Bissexualidade na adolescência


Texto de Laura Pires e Isabela Peccini
Desde crianças, somos influenciadas a seguir quase que um manual de como se viver na nossa sociedade. Regras e mais regras que dizem que devemos seguir para… para que mesmo? Nossa cabeça quase que dá um nó se pensarmos em tudo ao mesmo tempo:
“Se você é menina, goste de rosa, bonecas e sinta atração por meninos.”
“Se você é menino, goste de azul, carrinhos e sinta atração por meninas.”
Quando olhamos ao redor, parece que existem rótulos a serem seguidos: corpos, jeitos, roupas, pares e pensamentos perfeitos. É o que nos dizem muitas novelas, séries de TV, filmes, desenhos e propagandas. Mas por que não questionar todos esses modelos? Já falamos aqui na Capitolina sobre como a nossa identidade de gênero independe do nosso corpo ou da nossa sexualidade , mas diz respeito simplesmente a como nos vemos, nos reconhecemos e nos sentimos bem, ou seja, a nossa relação com a gente mesma. Mas e quando falamos das nossas relações com outras pessoas? O que nos diz por quem devemos ou não nos atrair ou apaixonar?
A sociedade muitas vezes nos impõe como a sexualidade “normal” a heterossexualidade, ou seja, meninas gostarem de meninos e meninos de meninas e ponto final. Isso pode ser observado de diversas maneiras. Pense nas novelas, filmes e séries às quais assistimos. A maioria dos pares afetivos é formada por um homem e uma mulher, certo? E, quando há um casal formado por duas mulheres ou por dois homens, costuma ser algo meio caricato, às vezes compondo até uma cota cômica no programa. É muito raro vermos a homoafetividade ser tratada de maneira completamente natural, como vemos na série Grey’s Anatomy, onde esse tipo de relação é tão normal, que nem é mostrada como a característica mais relevante das personagens.
Essa maneira reduzida de se mostrar a homoafetividade acaba nos reforçando a impressão de que ela é diferente do padrão e que ser diferente de um padrão é ser errado. Mas será que existe mesmo um padrão a ser seguido e respeitado? Quem é que cria esse padrão? Para que serve um padrão desses além de excluir indivíduos que não se encaixam nele? E por que os nossos sentimentos deveriam estar tão presos a essas definições? Nós acreditamos que não existe essa de ser “normal” ou ser “diferente”. A sexualidade é tão livre que não cabe em caixinhas como essas. A necessidade de encaixar algo tão abstrato em conceitos tão concretos é que nos parece estranha, afinal, existe fórmula pra sentimento? Os nossos sentimentos e desejos vão muito além disso. O nosso gênero e a nossa sexualidade dizem respeito somente a como nos sentimos em relação a nós mesmas e às outras pessoas, e pode ir muito além das pré-definições dadas pela nossa sociedade.
A adolescência é um momento único, é uma fase de tantas descobertas! E, com certeza, a sexualidade é uma delas. É, geralmente, o momento em que começamos a sentir vontade de ter relações mais profundas com pessoas que nos atraem. Esse momento pode ser muito diferente para cada uma de nós e essas definições do que é ou não “normal”, impostas pela nossa sociedade, podem dificultar muito as coisas. E se pela primeira vez você se apaixonar por outra menina? Sentir aquela vontade de ficar perto, trocar confidências, conhecer melhor, beijar, tocar? E se você contar isso pra alguém e te perguntarem: “Quem é ele?!” E você só quiser responder: “Ela é incrível!” Esse pequeno diálogo pode dar aquele frio na barriga, aquela sensação de que você é diferente. O que dizer? E agora?
Conversamos com algumas meninas que passaram por isso na adolescência, incluindo uma que ainda está passando por isso. Beatriz, 20 anos, não sabe bem como seu interesse por meninas começou. Para ela, sempre foi assim. Já Gabriela, 23 anos, diz que admitiu para si mesma lá pela 7ª série (8º ano), mas só foi confrontar isso bem mais tarde, quando já estava no 3º ano. A experiência de Laura, 17 anos, foi um pouco diferente. Ela nos contou que nunca sentiu muito interesse pelos meninos: “até fiquei com alguns e me apaixonei também, mas não tinha, sei lá, tesão, atração mesmo. Eu só fui notar isso com uns 13 anos.” A sexualidade de Laura só ficou mais clara para ela mesma quando uma menina mais velha se mostrou interessada e ela resolveu tentar: acabaram namorando por três anos.
Perceber-se “diferente” desse padrão que a sociedade tenta nos impor pode ser doloroso durante a adolescência, por causa da possível dificuldade de aceitação por parte de amigas, amigos e família. Gabriela nunca se abriu para a família, só para amigos e amigas mais próximos, bem mais velha. Beatriz teve uma ótima recepção entre as amizades, especialmente porque sua prima e melhor amiga se identifica como gay também. Com o restante da família foi um pouco mais complicado. Enquanto seu pai a aceitou e a apoiou, sua mãe, muito religiosa, não soube lidar muito bem: “ela só chorou por meses, contou pra família”. Para Laura, foi fácil conversar abertamente com amigos: Nenhum amigo meu tem algum problema com isso, ainda bem! Foi mais difícil assumir pra mim mesma do que pra eles, na verdade.” E, com a família, Laura assumiu sua ex-namorada logo nos primeiros meses da relação. De início, seus pais estranharam, mas foram se acostumando com o tempo e ficou tudo bem.
Para as meninas com quem conversamos, foi ou ainda é muito difícil se colocar para seus amigos ou família como homo ou bissexual. Muitas vezes, naturalizamos tanto o que nos é dito a vida toda que fica difícil até assumir para nós mesmas. Contar com amigos ou familiares que te apoiam é sempre de grande ajuda e dá coragem pra enfrentar as inseguranças. Saber que pessoas perto de você te entendem como você é, sem levar em conta o que se diz ser “normal” ou “diferente”.
No fim das contas, todas nós podemos dizer: o que importa é você se sentir bem. Se conhecer, saber que não importa o que os outros colocam como certo ou errado pra você, o seu sentimento é o que vale. E conhecer, reconhecer, se relacionar, se apaixonar é algo que nos faz viver tantas experiências, não importa por quem ou quando. Infelizmente, vivemos em uma sociedade que pode muitas vezes ser cruel. Algumas pessoas irão te olhar torto, mas, que fique claro: erradas estão elas. Você não precisa de gente te julgando e discriminando simplesmente porque você gosta diferente delas. O importante é se aceitar e se rodear de pessoas que gostam de você pelo que você é. Aquelas que preferem te julgar não merecem sua atenção e, veja bem, você vive muito melhor sem elas.

Artigo publicado na revista Capitolina em 24 de maio de 2014.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

CUIDAR É PRECISO. ABUSAR É PROIBIDO


MARIA BERENICE DIAS
Advogada, vice-presidente do Ibdfam

Todo o Rio Grande chorou ao ler as reportagens sobre os maus-tratos cometidos contra crianças e adolescentes por quem deveria cuidá-las e protegê-las (ZH de 26 e 27/7).

Não há como não se sensibilizar com a verdade escancarada, de maneira nua e crua, do que acontece nos abrigos, que, como o próprio nome diz, deveria abrigar, acolher.

Quem lá está depositado já passou por situação de negligência, maus-tratos, violência física ou abuso sexual. Ou tudo isso junto.
Foram retirados do lar _ que deveria ser um lugar de proteção _ para serem cuidados pelo Estado. Não são.
Claro que, diante de tudo o que passam, anos a fio, não é difícil entender porque, ao serem adotados, acabam testando quem as acolhe. Afinal, foram inúmeras vezes traídas pelas pessoas nas quais confiaram: primeiro os pais e depois os chamados “educadores”. Quem sabe não é esta a origem de algumas devoluções que acontecem o que, é claro, gera mais traumas e a crença de que se tornaram um verdadeiro estorvo social.

Na reportagem chama a atenção a história de José. Foi institucionalizado aos quatro anos por ter sido abusado sexualmente pelo companheiro da avó. Por que não foi imediatamente disponibilizado à adoção? O que levou o Estado a permitir que lá permanecesse até a adolescência? Acabou sendo encaminhado à internação psiquiátrica por apresentar depressão, automutilação e ingestão de substâncias não alimentares. Durante anos continuou sendo abusado, inclusive depois que se encontrava hospitalizado, oportunidade em que denunciou os abusos de que foi vítima.

Às claras que situações como esta, e todas as demais retratadas nas reportagens, não podem se perpetuar. É necessário que o Estado assuma a responsabilidade de garantir a crianças e adolescente o direito à convivência familiar, que lhes é assegurado constitucionalmente.
Não é buscando de maneira negligente e morosa a reinserção na família biológica ou tentando encontrar alguém da família extensa e que, muitas vezes, sequer a criança conhece, para só então ter início o processo de destituição do poder familiar.

Fonte: Opinião ZH

Advogado pede documentos do caso Thyê, mas polícia de Toronto nega

Thyê quando ainda estava em Kazan para a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos (Foto: Satiro Sodré/SSPress)

Marcelo Franklin aguarda próximo passo das autoridades canadenses e faz apelo para ajuda de cônsul: "Preciso ver as provas que amparam as acusações"

O caso de Thyê Mattos continua um mistério para a sua defesa. Nesta segunda-feira, a primeira tentativa de obter os documentos da acusação ao atleta da seleção brasileira de polo aquático de abuso sexual a uma canadense foi frustrada pela polícia de Toronto. Segundo Marcelo Franklin, advogado da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o pedido feito pelo escritório local acabou sendo negado e o auxílio do Consulado Brasileiro no Canadá será necessário.

Marcelo, que está no Rio de Janeiro, vai manter as tentativas pela via particular e através do cônsul para conseguir as cópias. O advogado ainda não sabe em que provas a polícia de Toronto baseou a sua acusação. Ele já se encontrou com Thyê depois da chegada do atleta ao Brasil na tarde de domingo. Ele estava em Kazan, na Rússia, para a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos

- É um brasileiro que está tendo seu direito de defesa cerceado. O pessoal nem deu satisfação. Apenas disseram que não é possível fornecer cópia da documentação. Falei com o cônsul (José Vicente de Sá Pimentel) e ele falou que vai tentar ajudar - afirmou Marcelo.

As autoridades brasileiras seguem em compasso de espera, mesma atitude do advogado da CBDA. A expectativa é para saber qual será o próximo passo do Canadá em relação ao caso. As informações divulgadas pela polícia de Toronto ainda deixam dúvidas na defesa do atleta em como agir diante da acusação.

- O próximo passo vem de lá. Preciso ver as provas que amparam essas acusações. Disseram que teriam mandado documentos aqui para o Brasil, mas até agora nada. Não tenho como especular. Podem tentar extradição, mas pela legislação fica difícil, já que não permite que aconteça para brasileiros natos - explicou.

Para o advogado, as autoridades canadenses ainda precisam explicar melhor o caso. Segundo ele, Thyê se declarou inocente na conversa que tiveram.

- Eles só fizeram acusações, não apresentaram nada. Não disseram quem depôs contra o atleta, quem é essa pessoa, o que faz da vida, se tem motivação. Simplesmente, acusaram. Meu trabalho é fazer a melhor defesa possível, pois o atleta é inocente totalmente. Não teve qualquer relação - garantiu Marcelo.


Entenda o caso


Thyê Mattos foi acusado de abuso sexual pela polícia do Canadá na última sexta-feira. Uma mulher de 22 anos acusou o brasileiro de tê-la abusado na madrugada ou pela manhã do último 16 de julho, um dia depois da derrota do Brasil para os EUA na disputa pela medalha de ouro.

De acordo com a polícia canadense, em declaração da inspetora de crimes sexuais, Joanna Beaven-Desjardins, o brasileiro esteve na casa da vítima na data informada na companhia de outro atleta, que não teve a identidade revelada, e outra mulher. No local, Thyê teria aproveitado da vítima estar dormindo para abusá-la sexualmente, indo embora na sequência. Com a identidade preservada, a responsável pela acusação alegou ter sido abusada enquanto estava dormindo.

Thyê negou a acusação e ficou muito abalado com o episódio. O atleta não concedeu entrevista, mas confirmou à comissão técnica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos ter se relacionado com a vítima de forma consensual, garantindo ser inocente.

A polícia canadense garantiu ter evidências suficientes para incriminar o atleta brasileiro e emitiu ordem de prisão. Joanna Beaven-Desjardins entrou em contato com autoridades brasileiras pedindo apoio para uma extradição. De acordo com o site da Polícia do Canadá, "todo aquele que comete uma agressão sexual é culpado de infração grave, passível de prisão por um período de, no máximo, dez anos ou de delito punível e passível de prisão por, no máximo, 18 meses”. Porém, Joanna disse que a pena máxima para o crime é de 15 anos.

Fonte: globo.com

Lua Azul


Nesta proxima sexta feira, dia 31 de Julho
teremos a segunda Lua Cheia do Mes.

É a bela Lua Azul, toda cheia de misticismo e crenças.
A Lua Azul é o nome que recebe a segunda Lua Cheia de um mês, que é um momento especial de celebração, pois é um Lua de energia reforçada. É um tempo em que se pode buscar aconselhamento para caminhos espirituais, pedindo à Deus que reforce os laços de conexão com você. Tradicionalmente, a Lua Azul é uma Lua do Amor, onde poderemos trabalhar todas as questões relativas a esse sentimento que move os mundos: o amor próprio, o amor pelo outro, o amor universal. A lua recomenda cautela com os relacionamentos e anunciam que é tempo de reestruturações. Acredita-se também que a Lua Azul começou a ser cultuada, inicialmente, entre os egípcios, com a substituição do calendário Lunar, que marcava o tempo usando as fases da Lua, pelo calendário Solar, que introduziu o conceito do mês de trinta dias. Desde a antiguidade, a Lua Azul é considerada um acontecimento de muita força magnética e poder espiritual, reforçando o sentido de plenitude da Lua cheia. A Lua Azul nos proporciona uma oportunidade a mais de tocar o divino, um aumento de consciência diante das forças sobrenaturais reforçando assim, o intercâmbio com os outros planos, reinos e dimensões. Por ser considerada um tempo entre os tempos, um momento raro, e por isso, muito mais poderoso e mágico, fica mais fácil alcançar o mundo entre os mundos por meio dela. É uma Lua de abundância, que permite colher muito mais do que plantamos. Os encantamentos têm maior poder e os resultados são mais rápidos. Pensamentos e desejos tornam-se mais intensos e, assim, qualquer ritual exige maior cautela em relação aos objetivos e pedidos. Mais do que nunca vale a advertência... Cuidado com o que pedir, pois você pode conseguir! Com o surgimento do calendário Juliano, no início do cristianismo, o culto à Lua Azul passou a ser reprimido por ser considerado uma exacerbação da simbologia lunar, do poder feminino assuntos perseguidos e proibidos. Mesmo assim, permaneceu sua aura romântica e poética e a Lua Azul passou a ser associada à crença de que era propícia ao romance e ao encontro de parceiros. A Lua Azul é aquela que se torna a visão, a guardiã de todos os ciclos de transformação, a mãe das mudanças. Nos ensina a importância de seguir nosso caminho sem nos deixar desviar por ilusões que possam vir a interferir em nossas visões. Cada vez que nos transformamos, realizando nossas visões, uma nova perspectiva e compreensão se abre, permitindo-nos alcançar outro nível na eterna espiral da evolução do espírito. A última visão a ser alcançada é a decisão de simplesmente SER. Sendo tudo e sendo nada, eliminamos os rótulos e definições que limitam nossa plenitude.

Fonte: Crystal
Verbratec© Desktop.